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Benedito Calixto

BENEDITO CALIXTO DE JESUS
(73 anos)
Pintor, Desenhista, Professor, Historiador, Escritor, Fotógrafo e Astrônomo Amador

☼ Itanhaém, SP (14/10/1853)
┼ São Paulo, SP (31/05/1927)

Benedito Calixto de Jesus foi um pintor, desenhista, professor, historiador e astrônomo amador brasileiro.

No final de século XIX e início do século XX, quatro gigantes das artes plásticas se destacaram no cenário paulista: Almeida Júnior, Pedro Alexandrino, Oscar Pereira da Silva e Benedito Calixto.

Considerado um dos maiores expoentes da pintura brasileira do início do século XX, Benedito Calixto de Jesus nasceu em 14/10/1853, no município de Itanhaém, litoral sul de São Paulo.

Benedito Calixto é o que se pode chamar de um talento nato. Autodidata, começou seus primeiros esboços ainda criança, aos 8 anos. Aos 16 anos mudou-se para Santos, SP, onde teve um começo de vida difícil, chegando a pintar muros e placas de propaganda para sobreviver.

Pátio do Colégio
Em Brotas

Entre os 17 e 18 anos, a convite do irmão mais velho, mudou-se para Brotas, interior de São Paulo, na época, próspera por sua produção de café. Foi morar na casa do irmão João Pedro, situada na esquina de uma praça, hoje denominada "Benedito Calixto". Como o irmão era o responsável pela conservação da igreja e das imagens ali existentes Benedito Calixto, que já tinha habilidades nesse oficio, o ajudava nessa missão, mas logo acabou ficando com a incumbência. Tendo material à sua disposição, nas horas vagas pintava telas com vistas do local, que oferecia aos amigos. Entre os primeiros quadros feitos no município estão o "Casamento dos Bugres" e "A Saída do Ninho", hoje em mãos de colecionadores em Brotas.

Na época decorou também a sala de jantar da casa do capitão Joaquim Dias de Almeida com motivos da fauna e flora brasileiras. Seu gênio alegre e comunicativo lhe trouxe grandes amizades no município. Um desses amigos, era o coronel Cherubim Vieira de Albuquerque, abastado cafeicultor da região, que veio a lhe encomendar diversos quadros. Entre estes, vistas de suas fazendas Paraíso e Monte Alegre em 1873. Retratou também nessa época o próprio coronel e sua filha Maria Eugênia de Albuquerque Pinheiro, quadros que ainda hoje se encontram no município.

Cubatão
De Volta a Itanhaém

Em 1877 retornou a Itanhaém para casar-se com sua prima de segundo grau, Antônia Leopoldina de Araújo. De volta a Brotas, continuou pintando paisagens das fazendas locais e retratos de grandes cafeicultores.

Em 1881 deixou Brotas e voltou a Itanhaém, onde nasceu sua primeira filha, Fantina. No final desse mesmo ano mudou-se com a família para Santos, SP, onde passou a pintar paisagens nos tetos e paredes das mansões dos prósperos comerciantes daquela cidade litorânea.

Paisagem (Da Série Mata) - 1910-20
Primeira Exposição

Fez sua primeira exposição em 1881 no salão do jornal Correio Paulistano, em São Paulo, não tendo conseguido vender nenhum trabalho, mas obteve apreciação favorável da crítica.

Em 1882, a sorte bateu em sua porta. Foi convidado a realizar trabalhos de entalhe e pintura na parte interna do Teatro Guarany, em Santos, o que lhe rendeu homenagens e uma bolsa de estudos, custeada por Nicolau de Campos Vergueiro, o Visconde de Vergueiro, para se aprimorar em Paris, onde ficou por quase um ano e frequentou o ateliê do mestre Rafaelli e a Academia Julian. Na Europa, realizou várias exposições de sucesso.

Em 1884, de volta à Santos, trouxe, na bagagem, um equipamento fotográfico e tornou-se pioneiro, no Brasil, em pintar a partir de fotografias.

Nos anos de 1886 e 1887, respectivamente, nasceram seus filhos Sizenando e Pedrina.

Em 1890, mudou-se para São Paulo.

Em 1897 voltou para o litoral e foi morar em uma casa construída por ele mesmo, em São Vicente. Produziu obras importantes para vários museus, entre eles o Museu do Ipiranga, em São Paulo, para inúmeras igrejas em todo o país, para associações, fundações, instituições, a exemplo da "Bolsa Oficial do Café", em Santos, onde uma de suas principais obras "A Fundação de Santos" ocupa uma parede inteira do salão principal, além de outras duas que também têm como tema o município de Santos e o vitral do teto com alegoria para os Bandeirantes.

Durante toda a sua trajetória produziu aproximadamente 700 obras, das quais 500 são catalogadas. Pintou marinhas, retratos, paisagens rurais, urbanas e obras religiosas. Estas últimas lhe renderam a Comenda de São Silvestre, outorgada pelo Papa Pio XI, em 1924.

Além da pintura se revelou como historiador, escritor e fotógrafo. Como historiador, resgatou a existência da então ignorada Capitania de Itanhaém, assim como sua importância na história da exploração e colonização do interior do Brasil, raças a minuciosas pesquisas a documentos seculares esquecidos em Itanhaém, São Vicente e São Paulo.

Benedito Calixto faleceu vítima de um infarto, no dia 31/05/1927, em São Paulo, na casa de seu filho Sizenando, para onde tinha ido com a intenção de comprar material para terminar duas telas para a Catedral de Santos. Foi enterrado no Cemitério do Paquetá, em jazigo perpétuo doado pela Prefeitura Municipal de Santos.

Suas duas últimas obras são intituladas "Noé" e "Melchisedech".

Foi homenageado na cidade de São Paulo com a Praça Benedito Calixto.

Paisagem Com Cruzeiro, 1920
Em Bocaina

Uma obra do acaso trouxeram as telas de Benedito Calixto para Bocaina, município do centro do Estado de São Paulo, hoje com 11 mil habitantes. A história registra que ele deveria pintar os seus quadros na Igreja Matriz de Jaú. Não houve acordo quanto ao preço e ele foi embora.

Em Bocaina, na época, estava o padre José Maria Alberto Soares. Ele gostaria de ter as telas do pintor em sua igreja e começou a escrever a Benedito Calixto, falando dessa vontade. Conseguiu sensibilizar o artista que veio a Bocaina e pintou as telas por um preço bem menor daquele que pedira em Jaú.

As obras podem ser consideradas o melhor da arte sacra pintada por Benedito Calixto, que por ter nascido e vivido em cidades litorâneas, pintou muitas marinhas. O próprio pintor considerava as telas "Salomé Recebe a Cabeça de João Batista" e "Transfiguração", como os seus melhores trabalhos sacros. Elas estão em Bocaina.

A 10/12/1923 começava seu último grande trabalho, a pintura dos quadros para a Matriz de São João Batista de Bocaina. Dominado pela ideia da morte próxima, dizia que nessa igreja seria o lugar onde se perpetuaria a sua derradeira arte.

Estátua de Benedito Calixto na Praça 22 de Janeiro - São Vicente, SP
Em São Carlos Exposição Permanente

Há uma exposição permanente "Benedito Calixto na Terra do Pinhal", com amplo panorama da vida e obra do célebre pintor brasileiro e trabalhos originais realizados por ele para o antigo Palácio Episcopal de São Carlos e que hoje pertencem ao acervo da municipalidade são-carlense, os quais são 8 afrescos que também estão na exposição.

A exposição é no Museu da Estação Cultura na Estação de São Carlos em São Carlos, de terça a sexta das 8:00 hs às 18:00 hs, e aos sábados, domingos e feriados, das 13:00 hs às 17:00 hs. A entrada é franca. O agendamento de grupos e escolas pode ser feito por telefone.

Auto-Retrato
Galeria de Pinturas

Fundação Pinacoteca Benedito Calixto, entidade sem fins lucrativos, localizada em um antigo casarão em estilo eclético e interior em Art Noveau à Avenida Bartolomeu de Gusmão, 15, Boqueirão, Santos, São Paulo, tem uma exposição permanente de obras de Benedito Calixto. Seu acervo é de cerca de 50 obras do pintor - marinhas, paisagens, retratos e nus, desenhados na Academia Julian, Paris. O local está aberto para visitação de terça a domingo das 14:00 hs às 19:00 hs. Grupos ou escolas, que quiserem monitoria, podem ser agendados. A Pinacoteca conta também com uma biblioteca, com acervo de livros de arte, e um Centro de Documentação sobre Benedito Calixto e sua obra.

Fonte: Wikipédia

Ronaldo Mourão

RONALDO ROGÉRIO DE FREITAS MOURÃO
(79 anos)
Astrônomo

* Rio de Janeiro, RJ (25/05/1935)
+ Rio de Janeiro, RJ (25/07/2014)

Ronaldo Rogério de Freitas Mourão foi um astrônomo brasileiro, fundador do Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST), pesquisador e sócio titular do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IGHB). Também participou da política, sem, no entanto, alcançar algum cargo eletivo. Ficou conhecido como a maior autoridade em astronomia do Brasil.

O astrônomo publicou seus primeiros artigos de divulgação científica na revista Ciência Popular, em 1952, tem 98 livros publicados e mais de mil ensaios em livros, revistas e jornais.

Publicou seus primeiros artigos de divulgação científica na revista Ciência Popular em 1952, tem 98 livros publicados e mais de mil ensaios em livros, revistas e jornais.

Entrou em 1956 para Universidade do Estado da Guanabara, atual Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), onde obteve, em 1960, os títulos de Bacharel e Licenciado em Física pela Faculdade de Filosofia, Ciência e Letras.

Em julho de 1967, ele obteve o título de doutor pela Universidade de Paris com menção muito honrosa. Em dezembro do mesmo ano, Ronaldo Mourão voltou para o Brasil, reassumindo suas funções como astrônomo no Observatório Nacional e pesquisador no Conselho Nacional de Pesquisa.

Em março de 1968 foi nomeado astrônomo chefe da Divisão de Equatoriais.


Em janeiro de 1997, ele foi agraciado pelo Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo com o colar do centenário e o respectivo diploma, como destaque cultural do ano de 1996. Em março de 1997 foi eleito membro correspondente da Sociedade Geográfica de Lisboa. No dia 06/11/1997 foi agraciado com a Medalha Tiradentes, por sugestão do deputado estadual Luiz Carlos Machado, da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro. No mesmo mês foi eleito sócio honorário do Instituto de Geografia e História Militar do Brasil.

Em 26/07/1998 foi nomeado membro da Comissão Cruls, criado pelo decreto nº 19.348 do Governo do Distrito Federal, quando foi agraciado com a Medalha Luis Cruls.

Em 16/03/1999, tomou posse na Academia Luso-Brasileira de Letras, na cadeira nº 38 que tem como patrono Gregório de Matos. Em junho de 1999 também foi eleito membro da Academia Brasileira de Filosofia, na cadeira nº 41 que tem como patrono Roberto Marinho de Azevedo.

Participou, de 08/02/2000 a 12/02/2000 do III Encontro Luso-brasileiro da História da Matemática, em Coimbra, Portugal. No período de 22 a 26 de maio de 2000, ministrou no Congresso Internacional Encontros e Desencontros de Culturas, realizado em Sobral, Ceará, um mini-curso: "500 Anos de Ciência no Brasil". Em 05/06/2000, foi agraciado com o prêmio cultural Medalha Austregésilo de Athayde do Lions Club.

Em 19/04/2001, ganhou o Prêmio Jabuti na categoria de Ensaios com o livro "Astronomia na Época dos Descobrimentos" da Lacerda Editores. Em 15/06/2001, foi agraciada pelo governador Francisco de Assis de Moraes Souza com o título de Grande Oficial da Ordem Estadual do Mérito Renascença do Piauí, a mais alta condecoração do Estado do Piauí. Em 04/07/2001, foi eleito membro titular do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Em 23/10/2001, tomou posse na Academia Brasileira de Literatura, na cadeira nº 16 que tem como patrono Fagundes Varela. Um semana depois, tomou posse na Academia Carioca de Letras, na cadeira nº 14, que tem como patrono Dom Pedro II.


Ao lançar "O Livro de Ouro do Universo", em 2001, mais uma obra sobre sua especialidade, o astrônomo acabou revelando que é cético em relação às previsões dos astros. Durante uma entrevista, o cientista surpreendeu ao comentar sobre a astrologia: "É claro que os astros não mentem jamais. Eles não dizem nada mesmo!".

Em 31/03/2003, foi homenageado pela Câmara Municipal de Curitiba com o título Voto de Louvor pelos relevantes serviços prestados à comunidade na área da astronomia por sugestão do vereador Jorge Bernardi.

Em 25/05/2005, recebeu o título Suprema Honra ao Mérito da Universidade Soka, Tóquio, em reconhecimento "aos notáveis empreendimentos realizados, em prol da ciência, educação e do bem estar da humanidade, do verdadeiro testemunho de uma vida exemplar dedicada às causas públicas e humanitárias". No dia seguinte recebeu o Prêmio de Cultura e Paz da Soka Gakkai International (SGI), Tóquio, "em reconhecimento pela sua grande contribuição a realização de uma paz duradoura e a promoção da cultura baseado nos nobres ideais do humanismo".

Ronaldo Mourão foi conhecido recentemente como um dos maiores céticos em relação a Ufologia, tendo manifestado essa sua opinião inclusive no programa de TV Linha Direta, em agosto de 2006. Por outro lado, o astrônomo foi um grande entusiasta e participante do Projeto SETI, sigla em inglês para Search For Extraterrestrial Intelligence, que significa Busca Por Inteligência Extraterrestre. É um projeto que tem por objetivo analisar o máximo de sinais de rádio captados por radiotelescópios terrestres, principalmente pelo Radiotelescópio de Arecibo, a partir da ideia que se existe alguma forma de vida inteligente no universo, ela tentará se comunicar com outra formas de vida através de ondas eletromagnéticas (sinais de rádio), pois estas representam a forma de transmissão de informação mais rápida conhecida.

As principais contribuições astronômicas do pesquisador foram feitas no campo das estrelas duplas, asteroides, cometas e estudos das técnicas de astrometria fotográfica.


Carreira Política

Ronaldo Mourão também se aventurou na carreira política, tendo se filiado ao Partido Social Democrata Cristão (PSDC) nos anos 90, partido pelo qual concorreu ao cargo de deputado.

Em 2002, se candidatou a deputado federal pelo Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), conseguindo somente 9 votos.

Em 2006, foi novamente candidato, dessa vez pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT), onde obteve 692 votos, ainda assim longe do suficiente para conseguir a eleição.


Morte

Ronaldo Mourão morreu na noite de sexta-feira, 25/07/2014, aos 79 anos. Ele estava internado no Hospital Quinta D'or desde sábado, 19/07/2014, com pneumonia dupla. Ronaldo Mourão também sofria do Mal de Parkinson. Há cerca de duas semanas ele sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) hemorrágico.

Ronaldo Mourão deixou quatro filhos e dois netos. O corpo do astrônomo foi sepultado no sábado, 26/07/2014, no Cemitério São Francisco Xavier, no Caju.