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Zé da Estrada

WALDOMIRO DE OLIVEIRA
(88 anos)
Cantor e Compositor

☼ Botucatu, SP (1929)
┼ São José do Rio Preto, SP (05/06/2017)

Waldomiro de Oliveira, mais conhecido pelo nome artístico de Zé da Estrada, foi um cantor e compositor brasileiro nascido em Pratânia, quando a atual cidade ainda era distrito de Botucatu, interior de São Paulo.

Zé da Estrada foi retireiro e agricultor. Vem de uma família de cantadores. Consta que seu bisavô teria cantado com Dom Pedro II e recebido de presente do Imperador uma viola de madrepérola, com a qual fez questão de ser enterrado.

Zé da Estrada foi caminhoneiro e daí resulta o seu nome artístico. Antes de formar dupla com Pedro Bento, atuou no trio Os Fazendeiros, juntamente com Paiozinho e com o acordeonista Pirigoso. O trio atuou com sucesso nas Rádio Nacional e Rádio Cultura.

A Dupla Pedro Bento & Zé da Estrada

José Antunes Leal, o Pedro Bento, começou a cantar cururus aos 7 anos de idade. Fez sua formação musical ao lado de nomes como Sebastião Roque, Pedro Chiquito, Luís Bueno, João David e Zico Moreira. Atuou no Trio Paulistano e formou a dupla Matinho & Matão, apresentando-se na Rádio Club de de Santo André. Cantou também no programa de Nhô Zé na Rádio Nacional. Abandonou o interior aos 13 anos rumo à São Paulo.

Em 1954 Pedro Bento e Zé da Estrada se encontraram no programa de rádio de Chico Carretel e formaram uma dupla. Passaram a atuar em circos, foram cantar na Rádio Cultura e fizeram campanhas políticas.

Em 1959 gravaram o primeiro disco pela Continental, interpretando "Santo Reis" (Pedro Bento e Paulo Vitor) e o tango "Teu Romance" (Pedro Bento, Zé da Estrada e Braz Hernandez). No mesmo ano gravaram mais um disco onde se destacava um dos maiores sucessos da dupla, o valseado "Seresteiro da Lua" (Pedro BentoZé da Estrada e Cafezinho). Em dezembro de 1959, gravaram com o acordeonista Coqueirinho um disco por um selo sertanejo, com destaque para a guarânia "Quero Te Beijar" (Nízio e Pedro Bento).

Em 1960 gravaram na Sertanejo o bolero "Aventureira" (Pedro BentoZé da Estrada e Douradense) e a canção rancheira "Culpada" (Nízio e Emílio Gonzales).

A partir de 1961 passaram a formar com Célio Cassiano Chagas, o trio Pedro Bento, Zé da Estrada e Celinho. Passaram a fazer apresentação na Rádio Bandeirantes. No mesmo ano gravaram na Sertanejo o cururu "Mulher do Feiticeiro" (Priminho e Roque José de Almeida) e a toada "Falso Amor" (Eurides Reis e Pedro Bento). Em seguida foram contratados para trabalhar na Rádio Tupi, também em São Paulo.

Pedro Bento & Zé da Estrada
Além das composições próprias,  gravaram diversos sucessos de outros compositores, tais como "O Rio" (Almirante), "O Sonho do Matuto" (Capitão Furtado e Laureano), "Mourão da Porteira" (Raul Torres e João Pacífico) e "Sinhá Maria" (René Bittencourt).

Em 1962 gravaram na Chantecler a toada "Zé Claudino" (Carreirinho e Zé da Estrada) e o valseado "Vai Embora" (Pedro Bento e Cachoeirinho).

A partir de 1963 o trio passou a se vestir com trajes típicos dos rancheiros mexicanos, adotando aquele estilo musical. Passaram a ser acompanhados pelo trompetista Ramón Pérez. Esta fase duraria até 1973. Ainda em 1963 gravaram a moda de viola "Boiadeiro Punho de Aço" (Teddy Vieira e Pereira), um clássico sertanejo, e o lundu "Fim do Malandro" (Zé da Estrada e Zé Goiás).

Em 1974 foram contratados pela Rádio Record onde ficaram até 1981.

Em 1978 trabalharam no filme de Valdir Kopezky, "Os Três Boiadeiros". Por 18 anos consecutivos foram atração nos espetáculos da Festa de Peão de Barretos, a maior festa de rodeios do país.

Em 1999, lançaram pela gravadora Atração, o CD "Voa Paloma, Voa", onde estão presentes, principalmente, canções românticas, sem deixar de lado a mistura de ritmos, flamenco, canção rancheira, bolero, mambo, fox e guarânia, que sempre foram a marca da dupla.

Zé da Estrada
Em 2006 gravaram o CD "Sete Palavras", o 23º da carreira nesse formato. Com produção de Divino dos Santos, o álbum trouxe um repertório mais dançante, com 6 forrós, sendo o principal deles, a faixa-título, de autoria de Luizinho Rosa, além de uma homenagem aos 50 anos da tradicional Festa de Peão de Barretos. Pelo disco, que vendeu mais de 70 mil cópias, receberam um Disco de Ouro, no programa "Viola, Minha Viola", exibido na TV Cultura.

Em julho de 2007 a dupla compôs o quadro de convidados de honra, juntamente com Inezita Barroso, Pena Branca e Liu & Léu, na "Semana Nenete de Música Sertaneja", evento que ocorre desde 1995, na cidade de Pirassununga, no interior paulista, em preservação à memória da cultura caipira. No mesmo ano foram atração na composição da edição especial do programa "Viola, Minha Viola", comandado por Inezita Barroso, na TV Cultura de São Paulo, em homenagem aos 100 anos de Raul Torres. Na ocasião, interpretaram "Sinhá Maria" (Raul Torres e João Pacífico) e "Moda da Mula Preta" (Raul Torres e João Pacífico). Lançaram ainda o CD "50 Anos de Mariachis e Grandes Sucessos Sertanejos", com regravações de vários de seus sucessos, como "A Lua é Testemunha", "Coxinilho", "Amanheci em Teus Braços", "Pena de Minha Alma", "Tropas e Boiadas", "Mulher de Ninguém", "Desejo Antigo", "Vinte Anos", "Ébrio de Amor", "Galopeira", "Caminho de Minha Vida", "Sete Palavras", "Cavalo Preto Valente", "Canção Para Ti", "Serenata de Amor", "Contra o Vento" e "Fracasso do Boêmio".

Em 2011 lançaram um DVD com regravações de suas primeiras músicas, entre elas, as primeiras que cantaram no rádio, "Paraguaia" (Pedro Bento), "Desejo Antigo" (Osteclínio Lacerda), "Último Adeus" (José Fortuna e Fernandes) e "Arroz à Carreteira" (Palmeira). O álbum consistiu em um resumo dos 56 anos de carreira que a dupla completou naquele ano.

Na década de 2010, tida como uma das duplas mais tradicionais da música sertaneja, possuía mais de 2000 gravações, entre 16 discos de 78 rpm, 104 LPs e 15 CDs.

Foram homenageados na cidade de Pratânia, SP, ganhando um museu histórico sobre eles, que conta com objetos pessoais, troféus, discos, fotos, indumentárias e instrumentos musicais utilizados por eles durante sua trajetória.

Morte

Zé da Estrada faleceu na madrugada de segunda-feira, 05/06/2017, em São José do Rio Preto, SP, aos 88 anos. Um comunicado na página da dupla informou que Zé da Estrada estava internado há alguns dias na UTI de um hospital em São José do Rio Preto.
"Informamos a todos os amigos, fãs e companheiros que faleceu nessa madrugada (05/06), o nosso querido Zé da Estrada. Que ele fique nas mãos de Deus, levando a sua alegria e cantando no céu!"
O corpo de Waldomiro de Oliveira, nome de batismo de Zé da Estrada foi velado na tarde de segunda-feira, 05/06/2017, em Riolândia, interior de São Paulo. O enterro aconteceu também em Riolândia na terça-feira, 06/05/2017, às 10h00.

Sertanejos usaram as redes sociais para lamentar a morte de Zé da Estrada, que faz parte da história da música sertaneja.
"Que tristeza saber que perdemos mais um cerne da música caipira. Zé da Estrada sempre será pra mim uma referência de respeito à arte!"
(Cesar Menotti, da dupla Cesar Menotti & Fabiano)
"Antigamente nem em sonhos existia, tantas pontes sobre os rios, nem asfalto nas estradas... a gente usava 4 ou 5 sinoeiros pra trazer os pantaneiros... Hoje o céu recebe mais um dos desbravadores da música raiz... descanse em paz Zé da Estrada!"
(Capataz, da dupla Carreiro & Capataz)
"Pedro Bento e Zé da Estrada! Perdemos mais um grande artista que fez história na música sertaneja. Zé da estrada, um artista que sempre esteve presente em meus gostos musicais através das influências vindas do meu pai! Desde os 3 anos de idade cresci ouvindo, vendo o amor que a família carregava por eles, por ele. Todos os shows estava lá, eu e meu pai pra acompanhar. Meu pai vestido no traje mexicano também por ser fã ao cúmulo! Assim minha mãe brincava, que se Pedro Bento e Zé da Estrada morrerem, seu pai morre também! A influência foi tanta que em meus shows hoje em dia toco trompete por causa da paixão por eles. Sendo assim, posto essa foto com saudades e lamentando muito a morte desse que merece infinitos aplausos. Vai com Deus, Zé!"
(Tiago, da dupla Hugo & Tiago)

Indicação: Miguel Sampaio

Barros de Alencar

CRISTÓVÃO BARROS DE ALENCAR
(84 anos)
Cantor, Compositor, Radialista e Apresentador de Televisão

☼ Uiraúna, PB (05/08/1932)
┼ São Paulo, SP (05/06/2017)

Cristóvão Barros de Alencar, conhecido artisticamente por Barros de Alencar, foi um cantor, compositor, radialista e apresentador de televisão brasileiro, nascido em Uiraúna, interior da Paraíba, no dia 05/08/1932.

Começou sua carreira como radialista, quando trabalhou em Campina Grande, na Rádio Borborema. Em busca de novos horizontes, viajou pelas capitais brasileiras, dentre elas Recife, Fortaleza, Belo Horizonte e São Paulo.

Em 1960, na capital paulista, conseguiu um lugar ao sol, passando a fazer parte da Rádio Tupi, Rádio Record e Rádio América, tocando principalmente os sucessos da Jovem Guarda.

Em 1966 lançou seu primeiro compacto simples pela gravadora Chantecler (C-33-6209) com as músicas "Agora Sim", versão de "Adesso Sì" (Sergio Endrigo) e "Não Vá Embora", versão de "Tu Me Plais Et Je T'aime" (J. L. Chauby e Bob Du Pac).

Em 1968 lançou o compacto simples com a música "Não Me Peça Um Beijo" (Antônio Marcos e Mario Marcos).

Em 1971 lançou um compacto simples com as músicas "Não Posso Mais Viver Sem Ti" e "Ana Cristina", ambas de sua autoria.

Orlando Alvarado e Barros de Alencar
Em 1972 fez sucesso com a balada "Meu Amor (Monia)" (D. Finado, Jager e Vidalin), com versão de Sebastião Ferreira da Silva, incluída no LP "Os Grandes Sucessos da RCA Candem", que contou com a presença de nomes como Martinho da Vila, Nelson Gonçalves Carmen Silva. No mesmo ano outra gravação sua, "Não Me Peça Um Beijo (Porque Vou Chorar)", foi incluída no LP "Os Grandes Sucessos Volume 2" da mesma gravadora.

Em 1973 lançou LP pela RCA Victor, interpretando composições românticas como a clássica balada "Quem É" (Osmar Navarro e Oldemar Magalhães), "Todas As Crianças Para Sempre Crianças" (Eduardo Araújo), "Volta Ao Tempo Antigo" (Marcos Roberto e Dori Edson), "Aniversário Do Meu Bem" (Celso Castro), além de versões suas para quatro músicas estrangeiras, "Por Toda a Vida (For The Good Times)" (K. Kristofferson), "Bem Perto De Ti (Pequeña Mariposa)" (Joseph), "O Maior Amor Do Mundo (Le Premier Amour Du Monde)" (D. R), "Noites (Nachts)" (F. Berlipp e B. Tilgert), entre outras. No mesmo ano, participou do LP "Os Grandes Sucessos Volume 3", da RCA Camden, interpretando a música "Volte Querida (Honey Come Back)" (J. Webb) e versão de Sebastião Ferreira da Silva.

Em 1974 participou de duas coletâneas, "Os Grandes Sucessos Volume 4", da RCA Camden, com a música "Meu Amor é Mais Jovem Do Que Eu", e do LP "Canções Para Dizer Te Amo", da RCA Victor, interpretando a balada "Namorados", música que também foi incluída no LP "Parada Nacional de Sucesso" da Som Livre.


Em 1975 gravou em LP as músicas "A Menina Que Cresceu" (Tony Damito e César), "Dois Corações Apaixonados" (Tony Damito e César), "Tem Que Ser Assim" (Peninha), "Eu Sinto Pena De Você" (Donizette e Jean Pierre), "Emanuela (Emmanuelle)" (P. Bachelet e H. Roy), versão de Barros de Alencar, trilha de um famoso filme da época, "Champagne" (Di Francia e S. Jodice), com versão de Agnaldo Timóteo, "Soleado (O Sermão da Montanha)" (Zacar), com versão de Barros de Alencar, "Você Não Tem Sensibilidade" (Osmar Navarro), entre outras.

Ainda nesse ano de 1975 participou de quatro coletâneas de sucessos, "Natal Com Cristo - Ano Novo Com Amor", da RCA Camden, interpretando o poema "Soleado (O Sermão Da Montanha)". As outras três participações foram em LPs da RCA Victor: "Canções Para Dizer Te Amo Volume 2", em que interpretou "Prometemos Não Chorar", "Fantásticos Volume 3" cantando "Prometemos Não Chorar" "Fantásticos Volume 4" cantando "Natali" (Minellomo e Balsamo), com versão de Jean Pierre.

Em 1976 participou da série "Fantásticos Volume 5", da RCA Victor, com a guarânia "Os Homens Não Devem Chorar (Nova Flor)" (Mário Zan e Palmeira). Participou, ainda no mesmo ano do LP "Saudade Jovem Nacional Volume 2", da RCA Camden, com a música "Olhos Tristes".

Em 1977 no LP "Globo de Ouro Volume 3", da Som Livre, foi incluída sua interpretação para a guarânia "Quero Beijar-te As Mãos" (Arsênio de Carvalho e Lourival Faissal).


Em 1978 gravou, pela RCA Victor, as músicas "Por Mais Que Eu Tente" (Odair José e Maxine), "Noite Sem Ti" (Marcos Lago e Dino Rossi), "Ansiedade" (José Enrique Sarabia Rodriguez), versão de Palmeira, "Volta Amor" (Romeo Nunes e Carlito), "Rosa Mulher" (Osmar Navarro e Arthur Moreira), "Rio Amargo" (Roberto Uballes, Cholo, AguirreOsmar Navarro) e "Meu Caminho" (Maxcilliano e Paulinho Camargo).

Em 1979, lançou o LP "Sentimental", no qual interpretou, entre outras, as músicas "Amanhã o Que Será (Adios)" (Juan Pardo) e versão de Osmar Navarro, "Na Areia" (Lindomar Castilho, Ronaldo Adriano e C. Mendes), "Apenas 3 Minutos" (Barros de Alencar e Ivan), "Herança De Um Grande Amor" (Osmar Navarro e Arthur Moreira) e "Antes Mal Acompanhado Do Que Só" (Osmar Navarro e Arthur Moreira). Nesse ano, no LP "As campeãs da volta do sucesso", da gravadora Seta, que incluiu gravações de Diana, Joelma, Wanderley Cardoso, Jerry Adriani, dentre outros, foi incluida a sua interpretação de "Prometemos Não Chorar" (Barros de Alencar).

Na década de 80, apresentou na Rádio Tupi de São Paulo o programa "Só Sucessos". Apresentou na TV Record o "Programa Barros de Alencar" de 1982 a 1986, no qual ficou famoso com o bordão: "Alô mulheres, segurem-se nas cadeiras. Alô marmanjos, não façam besteiras!" e ganhou audiência com o Concurso Michael Jackson onde elegeu a garota Lúcia Santos, a Maika Jeka como carinhosamente a chamava, melhor imitadora do cantor.

Ainda nos anos 1980, sua interpretação para "A Primeira Carta" foi incluída na coletânea "Astros do Disco", da gravadora RCA Victor.

Barros de Alencar apresentou nas madrugadas da CNT do Rio de Janeiro, o programa "CD na TV".

Barros de Alencar afastou-se do rádio após passar por uma delicada cirurgia na garganta.

Morte

Barros de Alencar faleceu na madrugada de segunda-feira, 05/06/2017, aos 84 anos, em um hospital do bairro da Mooca, em São Paulo, onde estava internado com problemas cardíacos.

Na manhã do dia 05/06/2017, o radialista Kaká Siqueira, locutor da Tropical FM 107,9 - SP, afirmou que Barros de Alencar entrou em coma no domingo, 04/06/2017. "Ele estava com o coração bem fraquinho", afirmou Kaká Siqueira, que relembrou ainda o período em que o amigo passou por problemas nas cordas vocais e precisou passar por uma cirurgia.

O sepultamento ocorreu às 13h30, no Cemitério Primavera em Guarulhos, Grande São Paulo.

Discografia

  • 1968 - Compacto Simples
  • 1970 - Compacto Duplo (RCA Victor, LCD-1224)
  • 1971 - A Canção Anti-Tóxico / Não Lhe Quero Mais (Compacto Simples)
  • 1971 - Não Posso Mais Viver Sem Ti / Ana Cristina (Compacto Simples)
  • 1973 - Barros de Alencar (RCA Victor, LP)
  • 1975 - Barros de Alencar (RCA Victor, LP)
  • 1977 - Disco de Ouro (RCA Victor, LP)
  • 1978 - Barros de Alencar (RCA Victor, LP)
  • 1979 - Sentimental (RCA Victor, LP)
  • 1980 - Compacto Duplo (RCA Victor, 102.0282)
  • 1980 - A Primeira Carta / Um Amor Imenso (Compacto Simples)
  • 1981 - Falando de Amor Volume 2 (EP)
  • 1998 - Grandes Sucessos (LP)

Expedito Baracho

EXPEDITO BARACHO
(82 anos)
Cantor e Compositor

☼ Jucurutu, RN (09/05/1935)
┼ Olinda, PE (27/05/2017)

Expedito Baracho foi um cantor e compositor nascido em Jucurutu, RN, no dia 09/05/1935.

Conhecido por ser um dos divulgadores mais fieis do frevo pernambucano, Expedito Baracho foi um dos que gravou com maior intensidade músicas de Nelson Ferreira e Capiba. Embora tenha nascido em Jurucutu, no Rio Grande do Norte, foi em Pernambuco, para onde se mudou aos 13 anos, que Expedito Baracho materializou seu desejo de infância, quando também aprendeu a tocar violão.

No ano seguinte, em 1948, já instalado em Olinda, tomou coragem e se inscreveu em um festival de calouros de um programa da Rádio Clube. Ganhou quatro edições seguidas e foi chamado para ser crooner, ou vocalista, da Jazz Band Acadêmica, fundada por Capiba e formada exclusivamente por estudantes.

Em 1954 passou a integrar o grupo Os Cancioneiros, com o qual gravou diversos discos, sendo contratado pela Rádio Jornal do Comércio.

Em 1956, dividiu disco com a Orquestra Paraguay interpretando o "Totoca no Frevo" (Luiz Chacon). No mesmo ano, gravou o samba "Perdão" (Gilberto Milfont e Benny Wolkoff ) e o samba-canção "Beco da Maldição" (Dozinho).


Em 1957 gravou "Modelos de Verão" (Capiba).

Em 1958 gravou "Casado Não Pode" (Genival Macedo) e "A Procura de Alguém" (Capiba).

Em 1960 gravou "A Própria Natureza" (Capiba) e "Você" (Fernando Castelão).

Em 1962 gravou "Turma de Brotinhos" (Carnera).

Em 1964 gravou "Garota Vedete" (Carnera).

Em 1968, no I Festival do Frevo, concurso patrocinado pela Rádio Clube, de Recife obteve o primeiro e o segundo lugar com, respectivamente, "Você Está Sozinha?" (Valdemar de Oliveira e Gildo Branco) e "Eu Passo a Vida no Passo" (Mário Griz e Luiz Cavalcanti). No mesmo ano, interpretou "Um Carnaval a Mais" (Nelson Ferreira) e "Cavalo Velho... Capim Novo" (Gildo Branco), no LP "Um Carnaval a Mais", lançado pela Mocambo.

Em 1971 gravou com a Orquestra Pernambucana de Frevos, o frevo "Ninguém Segura Este Recife" (Nelson Ferreira e Ademar Paiva), no LP "Botando Pra Frevar", pela gravadora Mocambo. No mesmo disco, interpretou "O Que Se Pode Fazer Hoje" (Gildo Branco).


Em 1973 gravou "Aleluia" (Reinaldo Oliveira), no LP "Na Transa do Frevo", pelo selo Passarela.

Em 1974 gravou "Vem Cá Morena" (Irmãos Valença), no LP "Carnaval na Praça do Diário".

Em 1978 participou do LP "Capital do Frevo 78", interpretando "Frevo da Solidão" (Capiba).

Em 1980 gravou "E Eu Durmo?" (Capiba) no LP "Capital do Frevo 80".

Em 1982 participou do LP "Capiba Ontem, Hoje e Sempre", interpretando "A Mesma Rosa Amarela" (Capiba e Carlos Pena Filho), "A Uma Dama Transitória" (Capiba e Assenso Ferreira), "Cais do Porto", "Campina Cidade Rainha", entre outras. No mesmo ano, gravou no LP "Capital do Frevo 82" o frevo-canção "A Turma da Boca-Livre" (Capiba).

Em 1984, no LP "Frevança", do V Encontro Nacional do Frevo e do Maracatu, interpretou "Morena Azeite" (Severino Araújo).

Em 1999, a Polydisc, dentro da série "Histórias do Carnaval", lançou dois CDs com coletânea de suas gravações trazendo entre outras as composições "Sonhei Que Estava em Pernambuco", "Touradas em Madri", "Mamãe, eu Quero", "Soldado de Israel", "Já Fui Bom Nisso" e "Morena da Sapucaia".

Um de seus maiores sucessos foi o frevo "Trombone de Prata" (Capiba).

Nos anos 90 passou a residir em Olinda, PR, onde passou a cantar na noite.

Curiosidades

Em São Paulo, Expedito Baracho conheceu os ídolos que embalaram sua infância na Era do Rádio.
"Ouvia na rádio Orlando Silva cantando 'Brasa', composta por Lupicínio Rodrigues. Fiquei amigo dos dois e ainda de Sílvio Caldas!"
O sobrenome Baracho, de origem portuguesa, já deu margem a mal-entendidos. Expedito Baracho dizia ser confundido com Antônio Baracho, considerado um dos maiores mestres de ciranda de Pernambuco.

Entre os anos 1980 e 1990, um dos quatro filhos de Expedito Baracho, Zé Baracho, comandou o Bar Baracho, na Avenida Agamenon Magalhães, no bairro do Paissandu. O estabelecimento funcionou por pouco mais de um ano, e o pai do dono costumava aparecer para cantar. Outra atração do local era a cantora Dalva Torres.

Morte

Expedito Baracho faleceu na manhã de sábado, 27/05/2017, aos 82 anos, em Olinda, PE. O artista se sentiu mal e foi levado ao hospital, onde sofreu duas paradas cardíacas e não resistiu.

O sepultamento ocorreu no domingo, 28/05/2017, no Cemitério de Santo Amaro, Região Central do Recife, às 11h00.

Discografia

  • 1999 - Expedito Baracho Volume 1 (Polydor, CD)
  • 1999 - Expedito Baracho Volume 2 (Polydor, CD)
  • 1960 - A Própria Natureza / Você (RCA Victor, 78)
  • 1958 - Casado Não Pode / A Procura de Alguém (RCA Victor, 78)
  • 1956 - Perdão / Beco da Maldição (Mocambo, 78)

Indicação: Miguel Sampaio

Kid Vinil

ANTÔNIO CARLOS SENEFONTE
(62 anos)
Cantor, Compositor, Radialista e Jornalista

☼ Cedral, SP (10/03/1955)
┼ São Paulo, SP (19/05/2017)

Kid Vinil, nome artístico de Antônio Carlos Senefonte, foi um cantor, compositor, radialista e jornalista, nascido em Cedral, SP, no dia 10/03/1955, que destacou-se no cenário musical do rock brasileiro dos anos 80, com o grupo Magazine. 

Kid Vinil foi vocalista do Verminose, Magazine, Kid Vinil e os Heróis do Brasil e Kid Vinil Xperience. Atualmente retomava as atividades de radialista com um programa semanal na Rádio Rock 89 FM de São Paulo, toda quintas-feira às 23h59, e na Web Rádio Brasil 2000. E mais, a Banda Magazine estava novamente na ativa com seus integrantes originais, Lu Stopa (Baixo), Trinkão Watts (Bateria), Ted Gás (Guitarra) e Kid Vinil (Vocal) para uma merecida guinada no cenário musical tão aguardada por muitos.

No início dos anos 80, Kid Vinil havia tocado na banda Verminose, mais voltada para o punk rock e o rockabilly. Foi precursor e incentivador do movimento punk paulista, organizando shows e tocando músicas de bandas de punk rock e pós-punk em seu programa de rádio, na antiga Rádio Excelsior, no Programa Kid Vinil. Nos anos 80 marcou forte presença no cenário musical como vocalista do grupo Magazine, com as canções "Tic Tic Nervoso" (Marcos Serra e Antônio Luiz), "A Gata Comeu" (Caetano Veloso), que foi tema de abertura da novela com mesmo nome da TV Globo, "Sou Boy", "Adivinhão" (Baby Santiago e Wilson Miranda) e "Glub Glub No Clube"


Na TV participou em 1987 do programa "Boca Livre" na TV Cultura, programa que teve em sua primeira fase competições entre colégios, seguindo com a realização de festival de novas bandas e por último mostra de bandas independentes por onde passou bandas como Inocentes, Golpe de Estado, 365, O Gueto, Cólera, Ratos de Porão, Escova e a Máfia, entre tantos outros importantes para o cenário nacional. Também passou por lá o Toy Dolls, grupo punk inglês.

Ainda, apresentou o "Som Pop" em sua fase final, de 1989 a 1993,  após o saudoso Gerson de Abreu.

Depois, em 2000, tornou-se Video Jockey (VJ) da MTV, participando de programas como "Lado B" em que apresentava videoclipes de bandas underground, especialmente do exterior. Neste mesmo ano voltou com o Magazine, lançando um segundo trabalho pela gravadora Trama, o CD "Na Honestidade" em 2002.

Encerradas as atividades com o Magazine formou uma nova banda, o Kid Vinil Xperience em 2005. Com o Kid Vinil Xperience lançou em 2010 o seu primeiro CD, "Time Was", um disco de covers de músicas favoritas e obscuras e em 2013 o primeiro DVD, "Vinil Ao Vivo", gravado em 2010 na cidade de Novo Horizonte, SP, pelo selo Galeão, com interpretações de todos os hits de sua carreira.

Em 2008, lançou um livro pela Ediouro Publicações, "Almanaque do Rock", que relata a trajetória do rock, começando pelos anos 50 até os dias de hoje.

Morte

Kid Vinil era diabético e começou a apresentar problemas ainda no dia 16/04/2017, depois de ter passado mal após se apresentar na cidade mineira de Conselheiro Lafaiete. No dia 18/04/2017, ele foi transferido em um avião com UTI Móvel para o Hospital da Luz, em São Paulo. Para conseguir custear o translado, a família fez uma campanha para arrecadar R$ 15 mil. O artista chegou a ser levado para a UTI da unidade hospitalar e ficou em coma induzido.

Kid Vinil realizou uma série de exames, mas o diagnóstico não foi informado.
"Ele fez uma bateria de exames. Os médicos disseram que o coração e o pulso estão normais. Temos que descobrir a causa disso, então será apenas com os resultados. O hospital nos deu uma grande atenção. Vamos ficar eternamente agradecidos ao hospital, que nos vem dando toda a assistência!"
(Márcio Souza, produtor) 

No início da tarde de sexta-feira, 19/05/2017, a família do músico fez uma publicação no perfil pessoal dele.
"Aos amigos, parceiros de vida do nosso querido Kid. Infelizmente nosso amado passa pelo momentos mais crítico de sua recuperação e entendemos que agora é o momento dele com Deus, que acreditamos poder todas as coisas e fazer o que for melhor para o Kid. Pedimos que continuem as orações pois Kid não desistiu de lutar e sempre acreditou!"
Kid Vinil faleceu na sexta-feira, 19/05/2017, aos 62 anos, em São Paulo, SP. A informação foi confirmada por Luiz Thunderbird através do Twitter:
"Amigos, acabei de receber a mais triste notícia de que meu amigo e professor Kid Vinil faleceu hoje a tarde. Muita tristeza!"

Discografia

Como membro do Magazine:

  • 1983 - Soy Boy / Kid Vinil (Compacto, WEA / Elektra)
  • 1983 - Magazine (LP, WEA/Elektra)
  • 1983 - Adivinhão / Casa da Mãe (Compacto, WEA / Elektra)
  • 1984 - Tic Tic Nervoso / Atentado ao Pudor (Compacto, WEA / Elektra)
  • 1985 - Glub Glub no Clube / Sapatos Azuis (Compacto, WEA / Elektra)
  • 1985 - Comeu / Crucial (Compacto, WEA / Elektra)

Como membro do Kid Vinil e Os Heróis do Brasil:

  • 1986 - Kid Vinil e os Heróis do Brasil (LP, 3M)

Disco Solo:

  • 1989 - Kid Vinil (LP, RGE)

Como membro do Verminose:

  • 1995 - Xu-Pa-Ki (LP, Independente)

Como membro do Magazine:

  • 2002 - Na Honestidade (CD, Trama)

Como membro do Kid Vinil Xperience:

  • 2010 - Time Was (CD, Kid Vinil Records)
  • 2013 - Vinil Ao Vivo (DVD, Galeão Discos)
  • 2014 - Kid Vinil Xperience (EP, 2014)

Almir Guineto

ALMIR DE SOUZA SERRA
(70 anos)
Cantor e Compositor

☼ Rio de Janeiro, RJ (12/07/1946)
┼ Rio de Janeiro, RJ (05/05/2017)

Almir de Souza Serra, mais conhecido por Almir Guineto, foi um cantor e compositor brasileiro nascido no Rio de Janeiro, RJ, no dia 12/07/1946. Fundador do Fundo de Quintal, Almir Guineto foi um dos maiores representantes do samba de raiz. Entre seus principais sucessos, destacavam-se "Caxambu", "Conselho", "Jibóia", "Lama Nas Ruas" e "Mel Na Boca".

Nascido e criado no Morro do Salgueiro, na cidade do Rio de Janeiro, Almir Guineto teve contato direto com o samba desde a infância, já que havia vários músicos em sua família. Seu pai Iraci de Souza Serra era violonista e integrava o grupo Fina Flor do Samba. Sua mãe Nair de Souza, mais conhecida como Dona Fia, era costureira e uma das principais figuras da Acadêmicos do Salgueiro. Seu irmão Francisco de Souza Serra, mais conhecido como Chiquinho, foi um dos fundadores dos Originais do Samba.

Na década de 1970, Almir Guineto já era mestre de bateria, um dos diretores da Salgueiro e fazia parte do grupo de compositores que frequentavam o bloco carnavalesco Cacique de Ramos. Nessa época, Almir Guineto inovou o samba ao introduzir o banjo adaptado com um braço de cavaquinho. O instrumento híbrido foi adotado por vários grupos de samba.

Em 1979, Almir Guineto mudou-se para a cidade de São Paulo para se tornar o cavaquinista dos Originais do Samba. Lá fez "Bebedeira do Zé", sua primeira composição gravada pelo grupo. A cantora Beth Carvalho gravou algumas composições de Almir Guineto, como "Coisinha do Pai", "Pedi Ao Céu" e "Tem Nada Não".

Fundo de Quintal e Carreira Solo

No início dos anos 80, Almir Guineto ajudou a fundar o grupo Fundo de Quintal junto com os sambistas Bira, Jorge Aragão, Neoci, Sereno, Sombrinha e Ubirany. Mas ele deixou o grupo logo após a gravação de "Samba é no Fundo de Quintal", primeiro LP do conjunto, e seguiu para carreira solo.

Almir Guineto conquistou fama com a premiação no Festival MPB-Shell, da Rede Globo, em 1981, em que interpretou o samba-partido "Mordomia" (Ari do Cavaco e Gracinha). Sua notoriedade como compositor e intérprete aumentaria ao longo daquela década.

Beth Carvalho gravou "É, Pois, É" (Almir Guineto, Luverci Ernesto e Luís Carlos) em 1981, "À Luta, Vai-Vai!" (Almir Guineto e Luverci Ernesto) e "Não Quero Saber Mais Dela" (Almir Guineto e Sombrinha) em 1984, "Da Melhor Qualidade" (Almir Guineto e Arlindo Cruz), "Pedi ao Céu" (Almir Guineto e Luverci Ernesto) e "Corda no Pescoço" (Almir Guineto e Adalto Magalha) em 1987.

Alcione gravou "Ave Coração" (Almir Guineto e Luverci Ernesto) em 1981 e "Almas & Corações" (Almir Guineto e Luverci Ernesto) em 1983. Jovelina Pérola Negra gravou "Trama" (Almir Guineto e Adalto Magalha) em 1987.

Em 1986, a gravadora RGE lançou o LP "Almir Guineto", que teve grande sucesso comercial. Nesse disco, Almir Guineto gravou algumas de suas parcerias com Adalto Magalha, Beto Sem Braço, Guará da Empresa, Luverci Ernesto e Zeca Pagodinho. Entre os grandes destaques, estão "Caxambu", "Mel na Boca", "Lama nas Ruas" e "Conselho".

Ainda naquela década, a RGE lançou os LPs "Perfume de Champanhe" (1987), que teve repercussão com "Batendo na Palma da Mão" (Almir Guineto e Guará da Empresa) e "Jeito de Amar" (1989).

Em 1991, a RGE lançou o disco "De Bem Com a Vida".

Canção em Marte

Em 1997, "Coisinha do Pai" foi programada pela engenheira brasileira da Nasa, Jacqueline Lyra, para acionar um robô norte-americano da missão Mars Pathfinder, em Marte. em 1998, Almir Guineto compôs com Arlindo Cruz, Sombrinha e Xerife, "Samba de Marte", que relata a história da chegada de "Coisinha do Pai" em solo marciano.

Em 2002, a gravadora Paradoxx lançou o CD "Todos os Pagodes". Ainda em 2002, Almir Guineto participou de "Bum-bum-baticum-Beto" e "Tributo a Beto Sem Braço", dois shows em homenagem a este sambista carioca, que ocorreram respectivamente no Bar Supimpa e Teatro João Caetano, ambos na cidade do Rio de Janeiro.

Em julho de 2007, Almir Guineto comemorou seu aniversário em um show, com diversos convidados, no Espaço Santa Clara, na cidade de São Paulo.

Em 2009, Almir Guineto fez parceria com o rapper Mano Brown, dos Racionais MC's, na música "Mãos".

Morte

Almir Guineto faleceu aos 70 anos, na manhã de sexta-feira, 05/05/2017, no Rio de Janeiro, RJ, após complicações de problemas renais crônicos e diabetes. Ele estava em tratamento no Hospital Clementino Fraga Filho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Nos últimos 15 meses, Almir Guineto lutava contra problemas renais crônicos, o que o impossibilitou de assumir compromissos em shows e apresentações.

O corpo de Almir Guineto será velado na quadra do Salgueiro, na Tijuca, Zona Norte do Rio de Janeiro, no sábado, 06/05/2017, a partir das 15h00.

O velório acontece até às 13h00 de domingo, 07/05/2017, quando o corpo será levado para o Cemitério de Inhaúma, também na Zona Norte do Rio de Janeiro. O enterro acontecerá às 15h00.

Discografia

  • 1981 - O Suburbano (Beverly/Copacabana)
  • 1982 - A Chave do Perdão (Copacabana)
  • 1985 - Sorriso Novo (RGE)
  • 1986 - Almir Guineto (RGE)
  • 1987 - Perfume de Champagne (RGE)
  • 1988 - Olhos da Vida (RGE)
  • 1989 - Jeito de Amar (RGE)
  • 1991 - De Bem Com a Vida (RGE)
  • 1993 - Pele de Chocolate (RGE)
  • 1995 - Acima de Deus, Só Deus (RGE)
  • 1997 - Pés (RGE)
  • 1999 - Almir Guineto (Universal)
  • 2002 - Todos os Pagodes (Paradoxx)
  • 2003 - Sambas de Almir (Vieira Records)
  • 2012 - Cartão de Visita (Radar Records)


Fonte: Wikipédia e G1

Belchior

ANTÔNIO CARLOS GOMES BELCHIOR FONTENELLE FERNANDES
(70 anos)
Cantor e Compositor

☼ Sobral, CE (26/10/1946)
┼ Santa Cruz do Sul, RS (30/04/2017)

Antônio Carlos Gomes Belchior Fontenelle Fernandes, conhecido simplesmente como Belchior, foi um cantor e compositor brasileiro nascido em Sobral, CE, no dia 26/10/1946. Belchior foi um dos primeiros cantores de Música Popular Brasileira do nordeste brasileiro a fazer sucesso nacional, em meados da década de 1970.

Durante sua infância, no Ceará, foi cantador de feira e poeta repentista. Estudou música coral e piano com Acácio Halley. Seu pai tocava flauta e saxofone e sua mãe cantava em coro de igreja. Tinha tios poetas e boêmios. Ainda criança, recebeu influência dos cantores do rádio Ângela Maria, Cauby Peixoto e Nora Ney. Foi programador de rádio em Sobral.

Em 1962, mudou-se para Fortaleza, onde estudou Filosofia e Ciências Humanas. Começou a estudar Medicina, mas abandonou o curso no quarto ano, em 1971, para dedicar-se à carreira artística. Ligou-se a um grupo de jovens compositores e músicos, como Fagner, Ednardo, Rodger Rogério, Teti, Cirino entre outros, conhecidos como o Pessoal do Ceará.


De 1965 a 1970 apresentou-se em festivais de música no Nordeste.

Em 1971, quando se mudou para o Rio de Janeiro, venceu o IV Festival Universitário da Música Popular Brasileira, com a canção "Na Hora do Almoço", interpretada por Jorge Melo e Jorge Teles, para um de seus futuros clássicos, com a qual estreou como cantor em disco, um compacto da etiqueta Copacabana.

Em São Paulo, para onde se mudou, compôs canções para alguns filmes de curta metragem, continuando a trabalhar individualmente e às vezes com o grupo do Ceará.

Em 1972 Elis Regina gravou sua composição "Mucuripe" (Belchior e Fagner).

Belchior e Luiz Carlos Gomes Sobrinho
Atuando em escolas, teatros, hospitais, penitenciárias, fábricas e televisão, gravou seu primeiro LP em 1974, na gravadora Chantecler.

Em 1976, o segundo, "Alucinação", pela gravadora Polygram, consolidou sua carreira, lançando canções de sucesso como "Velha Roupa Colorida", "Como Nossos Pais", que depois foram regravadas por Elis Regina, e "Apenas Um Rapaz Latino-americano". Outros êxitos incluem "Paralelas", lançada por Vanusa, e "Galos, Noites e Quintais", regravada por Jair Rodrigues.

Em 1979 no LP "Era Uma Vez Um Homem e Seu Tempo" (Warner) gravou "Comentário a Respeito de John", uma homenagem a John Lennon, também gravada pela cantora Bianca.

Em 1983 fundou sua própria produtora e gravadora, Paraíso Discos, e em 1997 tornou-se sócio do selo Camerati.

Polêmicas

Em 2005, Belchior abandonou a então mulher Ângela para passar a viver com a Edna Prometheu depois de conhecê-la no ateliê do amigo comum Aldemir Martins. Posteriormente Belchior deixou de fazer shows e abandonado inclusive bens pessoais. Ele vinha enfrentando processos judiciais relacionados a pensões alimentícias de duas filhas e um processo trabalhista. Por causa desses processos Belchior teve contas bancárias bloqueadas e por isso estava impedido de retirar o dinheiro relativo aos direitos de suas músicas. O cantor se encontrava em Porto Alegre, tendo morado em hotéis, casas de fãs e mesmo em uma instituição de caridade.

Em 2009 a TV Globo noticiou um suposto desaparecimento do cantor. Segundo a emissora, o cantor havia sido visto pela última vez em abril de 2009, ao participar de um show do cantor tropicalista baiano Tom Zé, realizado em Brasília. Turistas brasileiros afirmam terem-no encontrado no Uruguai em julho do mesmo ano. As suspeitas foram confirmadas quando Belchior foi encontrado no Uruguai, de onde concedeu entrevista para o programa Fantástico, da TV Globo. Na entrevista, o cantor revelou não haver desaparecido e estar preparando, além de um disco de canções inéditas, o lançamento de todas as suas canções também em espanhol.

No ano de 2012 ele novamente desapareceu, juntamente com a sua mulher, de um hotel 4 estrelas na cidade de Artigas, no Uruguai. Deixou para trás uma dívida de diárias e pertences pessoais. Ao ser identificado passeando por Porto Alegre afirmou que as noticias sobre a dívida no Uruguai não seriam verdadeiras.

Morte

Belchior faleceu na noite de sábado, 29/04/2017, em Santa Cruz do Sul, RS, aos 70 anos. Familiares confirmaram o falecimento, entretanto, não informaram a causa da morte. O corpo deve ser trazido para o Ceará ainda hoje, 30/04/2017. O sepultamento deve ocorrer em Sobral, CE.

Em nota, o governador do Estado do Ceará, Camilo Santana, decretou luto oficial de três dias no Estado e reconheceu a importância de Belchior para a música brasileira:
Recebi com profundo pesar a notícia da morte do cantor e compositor cearense Belchior. Nascido em Sobral, foi um ícone da Música Popular Brasileira e um dos primeiros cantores nordestinos de MPB a se destacar no País, com mais de 20 discos gravados. O povo cearense enaltece sua história, agradece imensamente por tudo que fez e pelo legado que deixa para a arte do nosso Ceará. Que Deus conforte a família, amigos e fãs de Belchior. O Governo do Estado decretou luto oficial de três dias. 
Camilo Santana 
Governador do Ceará

O prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio também divulgou nota de pesar:
A cultura musical cearense e de todo o País, assim como outras expressões das nossas artes, perde uma das suas mais marcantes personalidades. Não há como aferir o tamanho dessa perda que, infelizmente, encerra um longo e grave período de ausência de Belchior entre nós. É hora de nos solidarizarmos com os parentes, amigos e fãs, dentre os quais me incluo, alem de manifestarmos a nossa eterna gratidão por este cearense ter trazido ao mundo uma poesia transcendente em todos os seus aspectos.
Roberto Claudio Rodrigues Bezerra
Prefeito de Fortaleza

A Associação Cearense de Imprensa também se manifestou em nota:
A Associação Cearense de Imprensa (ACI) expressa seu pesar pelo falecimento do cantor e compositor cearense Belchior. Suas canções constituem um legado representativo para a Música Popular Brasileira.

Excertos

"Só há uma coisa que o artista deve sempre fazer: desobedecer. Eu só acredito na dignidade do artista através da rebeldia."
"Quando a moçada pegou a mochila e meteu o pé na estrada, aí por 68, eu já vinha chegando de volta… Eu era pobre, vinha fugindo da escola, desde os 17 anos perambulava como andarilho e poeta apaixonado, dormindo embaixo das estrelas, transando com os cantadores, violeiros e loucos que vagam pela vida."
(Excertos da reportagem "Belchior, 12 anos de Música, Estrada e Rebeldia" - Revista Pop, 12/1975)

"Os artistas estão muito mesquinhos, tímidos, escolhendo lugares para cantar. Mas eu proponho uma ida para além dessas máscaras todas. Com um trabalho simples, direto, sem mistérios, minha preocupação é abrir um espaço em que se possam dizer coisas. O resto é papo furado."
"Não dou importância a essas críticas. São preocupações supérfluas, assim como é o sucesso, essa situação criada pelo público. Para mim, o que mais importa é que aparecendo na televisão, consigo mostrar a minha arte para milhões de pessoas. As pessoas exigem de mim um comportamento de superstar, mas eu prefiro seguir os ensinamentos da estrada."
(Depoimentos na reportagem Belchior: "Não visto máscara de superstar" - Revista Pop, 09/1977)

"Não gosto de músicas ou letras apenas contemplativas, passivas. Eu falo – e devo falar – dos enganos que nós, os jovens, sofremos por ver as nossas esperanças caírem por terra. Assim, não abro mão da agressão. Acho que é preciso fazer um trabalho irreverente e insolente. Caso contrário, vira aquele negócio de música de fundo de restaurante, sabe como é? As pessoas estão comendo e a arte serve apenas de relaxante, entretenimento. Facilitador da digestão."
"Não me interessa, como artista, produzir e criar pensando na eternidade da obra. Eu quero dar toques. Isso é fundamental para mim, pois o homem é o fim e o objetivo de si mesmo. Eternidade não é um dado humano, comum. Aliás, em qualquer nível é uma farsa, uma mentira. Sou contra. Eternidade é o tédio dos deuses, que gostariam de ser mortais. Minha ligação é com a terra."
"O meu disco tem um título que eu gosto, 'Alucinação'. Sabe, viver é mais importante que pensar sobre a vida. É uma forma de delírio absoluto, entende? A alegria, a ironia, a provocação, são tão importantes quanto sorrir, brincar, amar. Acho importante provocar. Um trabalho novo só aparece através da agressividade. Eu estou tranquilo quanto às consequências do meu trabalho. Acho importante que ele cause polêmica. É para desafinar mesmo! Desafinar sempre, que esse é o desafio. Hoje em dia, já não se pode mais criar sem correr riscos. E eu quero enfrenta-los."
"Aos 16 anos, eu não aguentei a barra, saí de casa, tentando buscar uma alternativa… Não vejo mal nenhum em sair por aí, botar o pé na estada. O nordestino tem a alma de emigrante, é uma ave de arribação, como diz Luiz Gonzaga. Agora, quem põe o pé na estrada precisa estar preparado para aguentar a barra. De 1971 até hoje, o negócio não foi fácil. Dormi em muita calçada. Segurei de perto a barra da Lapa (RJ). Senti fome e frio. Fiquei de pires na mão, nas salas de espera das gravadoras."
(Excertos de "Belchior: O que me interessa é amar e mudar” - Entrevista para Eduardo Athayde - Jornal Hit-Pop, 06/1976)

"Optei pelo trabalho, pois não dá para ficar curtindo as mágoas. Sei que nós somos de uma geração de pavor, de medo. Mas eu não curto essa miséria. O negócio é criar, a despeito da dor, da ferida, do machucado. Talvez, por isso, o resultado seja uma arte agressiva – a criatividade é um risco, não dá para criar sem perigo. Mas, mesmo assim, me interesso muito mais pela vida que pela arte, sacou?"
(Excerto da reportagen "Belchior, Sem Medo do Perigo" - Revista Pop, 03/1976)

"Eu não faço música partidária. Eu sou a favor de um recrudescimento das qualidades individuais, diante de qualquer instituição e também da instituição política. Tem governo, eu sou contra. Tem partido, eu sou contra. Eu não quero pertencer a partido, igreja, escola, a nenhum grupo institucional. Se eu pertenço a algum é por estrita obrigação da qual eu não posso fugir. Nós, os homens desse tempo, estamos humilhados pelas injunções do poder. Eu não quero poder nenhum. O poder é corruptor. Por natureza, o poder é avarento."
(Excerto da reportagem "Belchior, Como o Diabo Gosta" - Revista Música, 09/1979)


Discografia

  • 1971 - Na Hora do Almoço (Copacabana - Compacto)
  • 1973 - Sorry, Baby (Copacabana - Compacto)
  • 1974 - Mote e Glosa (Continental - LP/K7)
  • 1976 - Alucinação (Polygram - LP/CD/K7)
  • 1977 - Coração Selvagem (Warner - LP/CD/K7)
  • 1978 - Todos os Sentidos (Warner - LP/CD/K7)
  • 1978 - Pop Brasil (Warner Music / WEA)
  • 1979 - Era Uma Vez Um Homem e Seu Tempo (Warner - LP/CD/K7)
  • 1980 - Objeto Direto (Warner - LP)
  • 1982 - Paraíso (Warner - LP)
  • 1984 - Cenas do Próximo Capítulo (Paraíso/Odeon - LP)
  • 1986 - Um Show: 10 Anos de Sucesso (Continental - LP)
  • 1987 - Melodrama (Polygram - LP/K7)
  • 1988 - Elogio da Loucura (Polygram - LP/K7)
  • 1990 - Projeto Fanzine (Polygram - LP/K7)
  • 1991 - Divina Comédia Humana (MoviePlay - CD)
  • 1991 - Acústico (Arlequim Discos - CD)
  • 1993 - Baihuno (MoviePlay - CD)
  • 1995 - Um Concerto Bárbaro - Acústico Ao vivo (Universal Music - CD)
  • 1996 - Vício Elegante (Paraíso/GPA/Velas - CD)
  • 1999 - Autorretrato (BMG - CD)
  • 2002 - Pessoal do Ceará (Continental / Warner - CD)
  • 2008 - Sempre (Som Livre - CD)

Participações Especiais

  • 1979 - Massafeira

#FamososQuePartiram #Belchior

Jerry Adriani

JAIR ALVES DE SOUZA
(70 anos)
Cantor, Compositor e Ator

☼ São Paulo, SP (29/01/1947)
┼ Rio de Janeiro, RJ (23/04/2017)

Jerry Adriani, nome artístico de Jair Alves de Sousa, foi um cantor, compositor e ator brasileiro nascido no bairro do Brás, em São Paulo, SP, no dia 29/01/1947.

Jair Alves de Souza tornou-se artisticamente conhecido com o nome de Jerry Adriani e iniciou vida como cantor profissional em 1964, com o LP "Italianíssimo". No mesmo ano gravou o LP "Credi a Me".

Em 1965, Jerry Adriani estourou com "Um Grande Amor", primeiro LP gravado em português. Na mesma época, apresentou o programa "Excelsior a Go Go" pela TV Excelsior de São Paulo, em parceria com o comunicador Luiz Aguiar e tinha em seu set nomes como Os Vips, Os Incríveis, Prini Lorez, Cidinha Santos, dentre outros grandes cantores da época.

Comandou, entre 1967 e 1968, na TV Tupi, "A Grande Parada", junto com Neyde Aparecida, Zélia Hoffmann, Betty Faria e Marília Pera, um musical ao vivo que apresentava os grandes nomes da MPB, consagrando-se definitivamente como um dos cantores de maior popularidade em todo o país.

No cinema fez três filmes como ator e cantor, "Essa Gatinha é Minha" (1966), com Pery Ribeiro e Anik Malvil, "Jerry, a Grande Parada" (1967) e "Jerry em Busca do Tesouro" (1967), com Neyde Aparecida e os Pequenos Cantores da Guanabara. Nessa mesma época, final dos anos 60, ganhou o titulo de Cidadão Carioca com o projeto do deputado Índio do Brasil.


Jerry Adriani foi o responsável pela vinda de Raul Seixas para o Rio de Janeiro, de quem se tornou grande amigo ainda em Salvador. Raulzito e Os Panteras, como eram conhecidos, formavam a banda de apoio que tocou com Jerry Adriani durante 3 anos. "Tudo Que é Bom Dura Pouco", "Tarde Demais" e "Doce Doce Amor", foram algumas das músicas de Raul Seixas gravadas por Jerry AdrianiRaul Seixas foi produtor de Jerry Adriani entre 1969 e 1971, até iniciar sua carreira solo.

Na primeira metade da década de 70, Jerry Adriani já um artista consagrado, expandiu seu talento musical para vários países. O cantor gravou discos e fez shows que tiveram grande sucesso em países como Venezuela, Peru, Estados Unidos, México, Canadá, dentre outros.

Em 1975, Jerry Adriani participou do musical no Hotel Nacional, "Brazilian Follies", dirigido por Caribe Rocha, que ficou um ano e meio em cartaz.

Em 1985, lançou pela Polydor o LP "Tempos Felizes", no qual registrou antigos sucessos da Jovem Guarda, entre as quais "Festa de Arromba", "O Bom Rapaz" e "Quero Que Vá Tudo Pro Inferno".

Em 1986, gravou, de sua autoria, "Planeta Amor" e "Antes do Adeus", com Cury e "Beijos Medrosos", com Carlos Colla.



No inicio da década de 90, Jerry Adriani gravou um disco que trazia de volta as origens do rock'n roll, "Elvis Vive", um tributo a Elvis Presley do qual sempre foi fã. "Elvis Vive" foi o 24° disco de sua carreira.

O ano de 1994 veio acompanhado de um convite do diretor Cecil Thiré para participar da novela "74.5 Uma Onda No Ar", produzida pela TV Plus e exibida pela Rede Manchete. A novela também foi exibida com grande sucesso em Portugal.

No final de 1995, Jerry Adriani se destacou com expressivo sucesso, no lançamento da coleção com "Os Maiores Sucessos dos 30 Anos da Jovem Guarda", pela gravadora Polygram, como convidado especial, onde foram lançados 5 Cds comemorativos ao movimento, relembrando grandes sucessos como "Broto Legal", "Namoradinha de Um Amigo Meu", "Querida" e "Doce Doce Amor".

Em 1996, lançou o CD "Io", com grandes clássicos da música italiana, produção de Roberto Menescal e arranjos e direção de Luizinho Avelar, disco esse que teve uma grande aceitação no mercado.

Em 1997, participou das trilhas sonoras das novelas "A Indomada" da TV Globo, com a música "Engenho", letra de Aldir Blanc e música de Ricardo Feghalli, e "Zaza Internacional" também da TV Globo, com a música "Con Te Partiró" com participação da cantora Mafalda Minozzi.


Participou em 1998 da gravação de "Mil Faces" um dos temas principais do programa infantil "Vila Esperança" da TV Record, e foi convidado para interpretar "Impossível Acreditar Que Perdi Você" (Márcio Greick) para o projeto de "Sucessos dos Anos 70", lançamento da Polygram.

Lançou pela Indie Records, em 1999, o CD "Forza Sempre" com músicas da Legião Urbana gravado em italiano, que Jerry Adriani considerava como um marco em sua carreira, ultrapassando as 200.000 cópias em número de vendagem.

"Forza Sempre" foi produzido por Carlos Trilha, também produtor de Renato Russo no disco "Equilíbrio Distante". Participaram também do trabalho outros músicos que acompanhavam os shows da Legião Urbana: Fred Nascimento e Jean Fabra também autor de sete versões das músicas para o italiano. As outras três ficaram a cargo do cantor e compositor italiano Gabriele de L’utre.

A canção "Santa Luccia Luntana", interpretada por Jerry Adriani, foi uma das mais executadas na trilha sonora da novela "Terra Nostra" (1999). Música incluída como bonus track no CD "Forza Sempre".

Nos anos de 2000/2001, Jerry Adriani gravou "Tudo Me Lembra Você", mesmo titulo da música de trabalho que também fez parte da trilha sonora da novela "Roda da Vida" (2001) exibida pela TV Record.


Em 2006 participou da trilha sonora da novela "Cidadão Brasileiro" novamente da TV Record, só que agora numa releitura atualizada da música "Jailhouse Rock", conhecida mundialmente na inconfundível voz de Elvis Presley.

Em outubro de 2007, gravou, no Canecão, RJ,  seu primeiro DVD, "Jerry Adriani Acústico Ao Vivo", também lançado em CD em formato acústico, no qual faz releitura de sucessos que se tornaram clássicos de sua carreira, apresentando também canções inéditas. Na ocasião deu entrevista a Tarik de Souza, publicada no Jornal do Brasil, na qual o crítico afirmou ter Jerry Adriani exercido influência no modo de cantar do cantor Renato Russo. Também na ocasião, o Canal Brasil transmitiu, em 4 dias e horários, o show da gravação do DVD/CD na íntegra, com a participação de Fernanda TakaiIvo Pessoa, Tavito e Vinimax.

Em agosto de 2008, apresentou show na Modern Sound, em Copacabana, no Rio de Janeiro, lançando o CD/DVD "Acústico Ao Vivo" e interpretando hits da música pop nacional e internacional, como "Monte Castelo", da Legião Urbana e "As Tears Go By", dos Rolling Stones. O DVD foi gravado em Outubro de 2007, no Canecão, RJ, em parceria com o Canal Brasil. Em outubro de 2008, Jerry Adriani marcou retorno àquela casa em grande show de lançamento.


Em 2011, lançou o CD "Pop, Jerry & Rock", em que dividiu a produção e os arranjos com Reinaldo Arias. O disco homenageou Raul Seixas e Tim Maia na faixa "2012", e fez alusão à música "Rock Around The Clock", sucesso de Bill Haley, na faixa "Rock Around The Time", além de de ter contado com a parceria de Paulo Mendonça em "Fantasia" e "Highway Virtual".

Em 2012, apresentou o show "Jerry Toca Raul & Elvis", no Teatro Rival, no Rio de Janeiro, RJ. Na apresentação, fugiu do estilo da Jovem Guarda que o tornou nacionalmente conhecido, dando espaço ao repertório com músicas como "Are You Lonesome Tonight?", "Kiss Me Quick", "My Way", "Eu Nasci Há Dez Mil Anos Atrás", "Medo da Chuva", canção, inclusive, que Raul Seixas compôs para a voz de Jerry Adriani, "Tente Outra Vez" e "Maluco Beleza".

Ainda em 2012, realizou apresentação no programa "Encontro Com Fátima Bernardes", na TV Globo, ao lado de Lafayette e Os Tremendões, Wanderléa, Marcelo Fróes e a banda Del Rey, numa emissão que teve como intenção relembrar a época da Jovem Guarda.

Em 2014 completou 50 anos de carreira com um show com seus maiores sucessos.

Morte

Em 10/04/2017, a família de Jerry Adriani anunciou que ele foi diagnosticado com um câncer e que o tratamento estava sendo iniciado. Não foram divulgados maiores detalhes sobre a doença.
"Jerry Adriani, 70 anos, e família vêm informar aos fãs, familiares amigos e imprensa, que encontra-se em tratamento contra a doença câncer descoberta após uma série de exames, ao longo das últimas semanas após ter dado entrada no hospital em março com um quadro de trombose venosa profunda. Jerry está começando tratamento para controle desta patologia. Pedimos a todos que independentemente de seus credos solicitem força e pronto restabelecimento ao querido amigo e cantor."
Jerry Adriani faleceu às 15h30 de domingo, 23/04/2017, aos 70 anos, no Rio de Janeiro, RJ. Ele enfrentava um câncer e estava internado no Hospital Vitória, na Barra da Tijuca, Zona Oeste da cidade. Recentemente, Jerry Adriani havia sofrido uma trombose em uma das pernas.

O corpo de Jerry Adriani foi velado no Cemitério Francisco Xavier, no Caju, Zona Portuária do Rio de Janeiro, na manhã de segunda-feira, 24/04/2017. O enterro ocorreu às 17h00, no mesmo cemitério.

Carreira

Discografia
  • 1964 - Italianíssimo
  • 1964 - Credi a Me
  • 1965 - Um Grande Amor
  • 1966 - Devo Tudo a Você
  • 1967 - Vivendo Sem Você
  • 1967 - Dedicado a Você
  • 1968 - Esperando Você
  • 1969 - Jerry Adriani
  • 1970 - Jerry
  • 1971 - Jerry Adriani
  • 1971 - Pensa Em Mim
  • 1972 - Jerry
  • 1973 - Jerry Adriani
  • 1975 - Jerry Adriani
  • 1977 - Jerry Adriani
  • 1980 - Jerry Adriani
  • 1983 - Pra Lembrar de Nós Dois
  • 1985 - Tempos Felizes
  • 1986 - Outra Vez Coração
  • 1988 - Jerry
  • 1989 - Parece Que Foi Ontem
  • 1992 - Doce Aventura
  • 1995 - Elvis Vive
  • 1996 - Rádio Rock Romance
  • 1997 - Io
  • 1999 - Forza Sempre
  • 2000 - Tudo Me Lembra Você
  • 2002 - O Som do Barzinho Italiano
  • 2008 - Jerry Adriani Acústico e Ao Vivo
  • 2011 - Pop, Jerry & Rock
  • 2012 - Família

Outros Lançamentos
  • 1995 - Os 30 Maiores Sucessos da Jovem Guarda
  • 1997 - Trilha Sonora "A Indomada" da TV Globo
  • 2000/2001 - Trilhas sonoras de novelas e regrava músicas do Elvis

Televisão
  • 1994 - 74.5 Uma Onda no Ar ... Roberto
  • 1998 - Programa Mil Faces
  • 2001 - Malhação ... Bruno
  • 2010 - A Grande Família ... Celso Tadeu
  • 2011 - Macho Man ... Oliver
  • 2013 - A Grande Família ... Jerry Adriani

Filmografia
  • Essa Gatinha é Minha
  • Jerry, A Grande Parada
  • Jerry Em Busca Do Tesouro

Premiações
  • Prêmio Sharp - Foi indicado 4 vezes, na categoria Cantor Popular
  • 1989 - LP "Marcas da Vida" - Melhor Cantor
  • 1990 - LP "Elvis Vive" - Melhor Disco e Melhor Cantor
  • 1993 - LP "Doce Aventura" - Melhor Cantor
  • 1995 - LP "Radio Rock Romance" - Melhor Disco e Melhor Cantor

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