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Orlando Orfei

ORLANDO ORFEI
(95 anos)
Empresário Circense, Domador, Pintor, Dublê, Ator, Pintor e Escritor

☼ Riva del Garda, Itália (08/07/1920)
┼ Rio de Janeiro, RJ (01/08/2015)

Orlando Orfei foi um empresário circense, domador, pintor, escritor, dublê de cinema e ator italiano radicado no Brasil. Foi o fundador do tradicional Circo Orlando Orfei.

A história dos Orfei teve início em 1822 quando o então seminarista Paulo Orfei conheceu uma jovem da família Massari no conservatório da cidade italiana de Ferrara. Os dois se apaixonaram e ele abandonou a vida eclesiástica e decidiu pedir a mão da moça em casamento. Como a família se opôs, os dois fugiram e se refugiam com ciganos que viajavam pela Itália.

Três anos depois, em 1825, nasceu o primeiro Circo Orfei. O jovem Orlando Orfei, neto de Paulo Orfei, estreou no picadeiro aos 6 anos como palhacinho dentro das calças do irmão palhaço, que a um certo momento do esquete o retirava como se estivesse grávido.

Depois disso, dos 9 aos 15 anos foi malabarista - um dos números mais difíceis -, equilibrista, ciclista acrobático e mágico aos 18 anos.


Em 1956 um domador alemão deixou a companhia e Orlando Orfei decidiu se tornar domador, o que o levou a ser considerado um dos melhores do mundo, por seu estilo descontraído de tratar os animais.

Orlando Orfei foi responsável por inúmeras invenções do circo moderno: quando os circos eram obrigados a encerrar temporadas por causa do inverno rigoroso da Europa, Orlando Orfei inventou a calefação a diesel. Convenceu seu amigo Canobbio, hoje o mais famoso fabricante de lonas de circo do mundo, a construir a primeira lona de plástico, quando as lonas eram de algodão, impagáveis devido ao seu alto custo e com pouco tempo de vida.

Enfrentou o irmão Paridi, seu sócio, ao idealizar o cartaz de 4 folhas e assim aumentar a eficácia dos cartazes de colagem urbana. O som central utilizando a concavidade do interior do circo, a propaganda aérea, as águas dançantes e principalmente seu modo inigualável de domar os animais.

Orlando Orfei foi também pintor, escritor e músico, apesar de não poder tocar mais já que teve um acidente com uma de suas leoas onde perdeu a articulação de um dos dedos das mãos. Na pintura, teve suas obras reconhecidas como herdeiras da arte alemã, por especialistas e, durante anos, teve suas telas expostas na Sala Antonina uma das mais importantes galerias de Roma, por indicação do cardeal Fanini, seu amigo do Vaticano.

Entrega da Grã Cruz da Ordem do Mérito Cultural 2012
Condecorações

Orlando Orfei foi condecorado pelo Governo Italiano como Cavalheiro Oficial da República. No Rio de Janeiro, São Paulo e Goiânia é Cidadão Honorário. Recebeu o título de Cidadão Carioca pelo município do Rio de Janeiro e de Cidadão Iguaçuano, em 2010, pela Câmara Municipal de Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro.

Foi recebido pelo Papa Pio XII, Papa Paulo XVI e Papa João Paulo II. Mas foi o Papa João XXIII, que ao recebê-lo 5 vezes disse-lhe: "Orlando, o teu trabalho é um apostolado de paz, continua a levar ao mundo às famílias cristãs a alegria".

Em 2012 que foi agraciado pela mais alta honraria do governo brasileiro, aos cidadãos que prestaram relevantes serviços à cultura brasileira. Recebeu das mãos da presidente do Brasil, Dilma Rousseff, a Grã-Cruz do Mérito Cultural, em cerimônia realizada no Palácio do Planalto, dia 05/11/2012.

Em 1968 decidiu aventurar-se na América Latina e estreou em São Paulo na Praça Princesa Isabel. Logo se apaixonou pelo Brasil e decidiu ficar, deixando na Itália um legado inestimável de tradição e cultura circense, com seus parentes que seguem até hoje com o nome Orfei.


Tivoli Park

Em 1972, inaugurou o Tivoli Park da Lagoa, que levou alegria, a uma geração, durante duas décadas. O Tivoli Park encerrou suas atividades em 17/12/1995.

Turnê Pela América Latina

Em 1985, saiu do Rio de Janeiro, num navio cargueiro da Grimaldi e foi até Manaus. De Manaus a Boa Vista, o circo subiu o Rio Solimões em barcaças, levando mais de 100 veículos e o avião de propaganda. Entrou na Venezuela por terra. Depois, Colômbia, Equador, Peru, Bolívia, Chile, Argentina, Uruguai, Paraguai e retornou ao Brasil em 1990.

Orlando Orfei continuou seu "Apostolado de Paz", seguindo as palavras do Papa João XXIII, e continuou a homenagear seu público, com as "Águas Dançantes", sua grande interpretação e considerado um dos números circenses mais lindos do mundo, agora interpretadas por seu filho Mário Orfei.

Em 2008, Orlando Orfei fez sua última apresentação antes de morrer em 2015.

Documentário "Orlando Orfei, o Homem do Circo Vivo"

No dia 24/11/2013, foi apresentado em avant-première o documentário "Orlando Orfei, o Homem do Circo Vivo", o filme que mostra a trajetória do maior domador de feras que o mundo conheceu. Comoveu a plateia, mostrando a importância de Orlando e da família Orfei para o circo mundial.

O longa metragem dá ao personagem um recorte surpreendente, mostrando um Orlando Orfei visionário e inovador na arte dos picadeiros. Produzido pela Camera2 do premiado diretor Sylas Andrade, o filme de 85 minutos está divido em duas partes: Até 1968, quando Orfei veio ao Brasil, com o Festival Mundial do Circo e os 45 anos de permanência no Brasil.

Os depoimentos de irmãos, filhos, sobrinhos e circenses que ainda mantém a tradição do circo vivo na Itália, emocionaram a todos os presentes. Apesar de Orfei ter voltado diversas vezes à terra natal durante estas quatro décadas, nota-se que laços que nunca serão quebrados.

Morte

Orlando Orfei morreu na noite de sábado, 01/08/2015, aos 95 anos, vítima de pneumonia. O artista estava internado no Hospital do Coração de Duque de Caxias (HSCOR), na Baixada Fluminense, desde o dia 16/07/2015.

Orlando Orfei deixou seis filhos, treze netos e seis bisnetos. O corpo do artista será velado na segunda-feira, 03/01/2015, a partir das 14:00 hs, no Cemitério Jardim da Saudade de Mesquita. O enterro ocorrerá na terça-feira, 04/01/2015, no mesmo cemitério.

Fonte: WikipédiaG1
Indicação: Miguel Sampaio