José Antônio de Souza, mais conhecido como Zé do Prato, foi um locutor de rodeios, nascido em Regente Feijó, SP, no dia 29/04/1948.
Zé do Prato é considerado o maior locutor de rodeio de todos os tempos e um dos mais requisitados às locuções de rodeios em todo país, tendo sido contemplado com inúmeros prêmios, troféus e medalhas.
Zé do Prato foi coroinha na Igreja Matriz de Regente Feijó, trabalhou na lavoura quando pequeno, em uma auto elétrica e participou da fanfarra da escola em que estudava. Como tocava prato, recebeu o apelido de Zé do Prato, já que existiam também outros Josés na formação.
Zé do Prato foi técnico de som na Rádio Regente, em Regente Feijó. Desempenhou, na mesma cidade, a função de sonoplasta e locutor na radio difusora AM 1580 kHz, que lhe permitiu que ensaiasse um palavreado como locutor sertanejo, brincando sempre como se estivesse fazendo um programa.
Até que um dia surgiu a oportunidade de fazer um programa e Zé do Prato começou a apresentar o programa sertanejo "Ranchinho da Amizade".
Anos mais tarde, foi eleito vereador de sua cidade, entre 1973 e 1977, quando já integrava a Cia. Rodeios Marca Estrela, animando as maiores festas do Brasil, que hoje são as festas de Americana, Colorado, Indaiatuba e Aparecida do Taboado.
Segundo Valter Bonfíglio, foi a partir dos anos 80 que o nome de Zé do Prato ganhou projeção nacional. A história contada por Valter Bonfíglio, parceiro de muitos anos do locutor, é que em 1979, durante a Festa do Peão de Barretos (a última narrada por Zé do Prato, de apenas três), eles se conheceram.
"Eu me aproximei da cabininha de locutor e disse que queria conversar. Mas como o Zé estava de saída para participar do filme 'Estrada da Vida', com o Milionário e José Rico, essa conversa só aconteceu em Avaré, dias depois!"
(Valter Bonfíglio)
Naquela ocasião, Zé do Prato pertencia a Cia. Rodeios Marca Estrela, de propriedade do conterrâneo Jorge dos Santos. Um ano depois, o locutor foi para Tanquinho participar da festa de peão. Aconteceu então a união de Jorge do Santos na tropa, equipamentos de áudio de Chiquito Som e Valter Bonfíglio nos fogos de artifício. "Unimos tudo e começamos a percorrer o Brasil", disse Valter Bonfíglio.
No começo da jornada, o trajeto de Zé do Prato e Valter Bonfíglio acontecia num antigo Corcel II, que por incrível que pareça sobreviveu aproximadamente por cinco anos a estradas de terra e em mão única.
"Depois ele ganhou um pouco mais de fama e já contratou um motorista particular. E também aprimorou o sistema de som. Até 1980 a aparelhagem era péssima, usavam um toca-fitas de pilha, que era pendurado por uma alça ao braço. Depois vieram as caixas de som, as mesas que o ajudou muito, melhorando cada vez mais sua voz!"
Segundo Valter Bonfíglio, Zé do Prato era uma pessoa carismática com o público, por isso conquistou todos por onde passou. Era uma espécie de profeta dos rodeios. Zé do Prato dizia que se um dia a televisão entrasse nos rodeios, eles perderiam sua essência. E isso acontece hoje, as festas de peão viraram shows, as pessoas não frequentam por causa da montaria ou pela locução, mas por causa das atrações. Zé do Prato dizia que queria parar antes de ver isso acontecer e que seu sonho era parar no auge, e ele conseguiu.
O sucesso do rodeio no Brasil, deveu-se ao Zé do Prato. Ele conquistou o povo brasileiro e fez com que aprendessem a admirar o rodeio. A maneira de falar, o jeito de brincar e fazer amizade atraía grande público às arenas nas realizações dos espetáculos de rodeio.
Zé do Prato viveu em Piracicaba por muitos anos e dali se projetou nacionalmente. Num tempo em que as festas não possuíam megaestruturas, ele encantava o público simplesmente com sua voz e carisma, se tornando o precursor da locução com trilha sonora.
A história de Zé do Prato está preservada no Museu Nacional Zé do Prato, na Estância Casa de Pedra, na rodovia Piracicaba-Charqueada, no bairro Santa Luzia, em Charqueada, SP.
Devoto de Nossa Senhora, Zé do Prato tornou-se locutor de rodeios depois de ter passado por uma rádio em Regente Feijó. Na falta de recursos tecnológicos, ele andava com um gravador de fita K-7 a tiracolo, um arcaico microfone e duas cornetas, que durante as apresentações de rodeio eram improvisadas ao redor da arena.
Tradicionalmente, fazia a abertura com a oração da Ave Maria e arrancava lágrimas dos presentes com seus versos improvisados. Numa atitude corajosa, ele desbravou rincões Brasil afora e colecionou medalhas, prêmios, troféus e principalmente amigos.
Zé do Prato participou como um dos incentivadores da Festa do Peão de Americana, uma grande festa do peão do Brasil. Apresentou diversos rodeios, entre eles, na arena coberta do Rancho Quarto de Milha de Presidente Prudente, considerada a maior da América Latina.
Com sua estrondosa voz, difundiu ao país a expressão "Seguuuura, peãããão!!!" criada por ele, da qual dava garra aos peões e animava o público.
Em sua cidade natal, um estádio recebeu seu nome, onde realiza-se anualmente o Rodeio Zé do Prato, além de ter, também, emprestado seu nome a uma entidade ligada a rodeio da cidade de Cotia.
No Mato Grosso do Sul, em Cassilândia, foi construída uma estátua em sua homenagem, no portal de entrada do recinto de rodeio da cidade. De acordo com o portal da prefeitura daquele município, sua última narração aconteceu em 1991 e ele foi um dos primeiros locutores a atuar na festa.
Morte
Em 27/12/1991, Zé do Prato foi internado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, onde realizou uma cirurgia bem sucedida para sanar uma pancreatite. Durante a sua convalescença, inesperadamente foi acometido por uma infecção generalizada, falecendo na UTI para onde havia sido socorrido, no dia 27/01/1992, aos 43 anos.
Zé do Prato encontra-se sepultado na cidade de Piracicaba, SP.
Depois de sua morte, a esposa Áurea Bonfíglio procurou pela prefeitura de Regente Feijó para doar o acervo de troféus e pertences pessoais de Zé do Prato, mas se deparou com a falta de recursos financeiros da administração pública.
Sem essa possibilidade, ela sonhou em ver o museu em Piracicaba, mas os trâmites legais fizeram com que ela desistisse. Foi durante uma visita de Áurea à amiga de infância Salete Antonelli que surgiu a ideia de abrigar o museu no sítio em Charqueada.
Atualmente o espaço possui 200 peças catalogadas no Ministério da Cultura, conforme consta no ofício de 05/09/1997, afixado em um canto do museu.
"Um dos maiores presentes para mim foi o fato de Brasília ter reconhecido isso aqui como patrimônio histórico. E eu tomei este cuidado para que a memória do Zé do Prato seja preservada no futuro. A gente nunca sabe como vai ser o dia de amanhã e a geração futura precisa manter isso aqui!", cita Salete Antonelli, que ajudou na preservação dos objetos do locutor.
No museu estão cinzeiros, microfones, mesa de som com 12 canais, fivelas, botas, cintos, agenda e três imagens de Nossa Senhora Aparecida.
De acordo com Salete Antonelli, a devoção pela santa era tamanha que Zé do Prato andava com duas imagens em miniatura (que guardava no bolso do paletó e da calça) e outra um pouco maior que ficava sempre na mala de viagem e que depois era posicionada na cabeceira da cama de onde estivesse hospedado.
"O Zé do Prato foi o maior astro que este rodeio já teve. Ele ganhou muito dinheiro com o rodeio. Recordo-me que certa vez a revista Veja fez uma reportagem comentando que o seu salário era maior que o do Gugu do SBT. Seu nome também foi parar no Guinness Book!"
Elizabeth Santos Leal de Carvalho, mais conhecida como Beth Carvalho, foi uma cantora, compositora e instrumentista, nascida no Rio de Janeiro, RJ, no dia 05/05/1946.
Nascida no bairro da Gamboa, criada no Catete, Laranjeiras, Urca, Ipanema, Leblon e Botafogo, bairros da Zona Sul do Rio de Janeiro.
Participou ainda criança do programa "Trem Da Alegria", da Rádio Mayrink Veiga e estudou na Escola Nacional de Música.
Beth Carvalho era filha de João Francisco Leal de Carvalho e Maria Nair Santos Leal de Carvalho. Tinha uma única irmã, chamada Vânia Santos Leal de Carvalho.
Decidiu seguir a carreira artística após ganhar um violão da mãe. Aos oito anos, ouvia emocionada as canções de Sílvio Caldas, Elizeth Cardoso e Aracy de Almeida, grandes amigos de seu pai, que era advogado. Sua avó, Ressú, tocava bandolim e violão. Sua mãe tocava piano clássico. Sua irmã, Vânia, cantava e gravou discos de samba.
Beth Carvalho fez balé por toda infância e na adolescência estudou violão, numa escola de música. Seguindo essa área, se tornou professora de música e passou a dar aulas em escolas locais.
Morou em vários bairros do Rio de Janeiro e seu pai a levava com regularidade aos ensaios das escolas e rodas de samba, onde ela dançava em apresentações. Nas festas e reuniões musicais com seus amigos, nos anos 60, surgia a cantora Beth Carvalho, influenciada por tudo isso e pela Bossa Nova, gênero que ela passou a gostar, escrevendo letras e cantando.
Em 1964, seu pai foi cassado pelo regime militar por ter pensamentos de esquerda. Para segurar a barra pesada que sua família enfrentou durante esse período, Beth Carvalho voltou a dar aulas de violão, dessa vez para 40 alunos.
Graças à formação política recebida de seus pais, Beth Carvalho era uma artista engajada nos movimentos sociais, políticos e culturais brasileiros e de outros povos. Um exemplo recente foi a conquista, ao lado do cantor Lobão e de outros companheiros da classe artística, de um fato que até então era inédito no mundo: A numeração dos discos.
Em 1979, Beth Carvalho se casou com Édson de Souza Barbosa, craque do futebol brasileiro. Revelado pelo Bonsucesso RJ, jogou pelo Corinthians, São Paulo e Palmeiras. No dia 22/02/1981 nasceu sua primeira e única filha, Luana, nome escolhido pelo pai. Luana Carvalho é atriz e cantora, se espelhando no sucessos de sua mãe. Em entrevistas, Beth Carvalho confessou que ser mãe foi e é a coisa mais importante que já aconteceu em sua vida. Poucos anos após o nascimento da filha, separou-se do marido. Depois dele, casou-se outras vezes e teve novos namorados.
Carreira
Beth Carvalho decidiu seguir a carreira artística após ganhar um violão de sua mãe. Sua avó tocava violão e bandolim e seu pai era amigo de pescaria de Sílvio Caldas. Sua casa era frequentada por Elizeth Cardoso e Aracy de Almeida, entre tantos cantores, cantoras e compositores da época.
Levada por sua irmã mais velha, frequentava as rodas de samba, festas e pagodes nos quintais suburbanos do Rio de Janeiro. Sofreu forte influência da Bossa Nova e do compositor Tom Jobim.
Em 1961, participou de diversos shows de Bossa Nova em colégios e faculdades da Zona Sul do Rio de Janeiro. Por essa época, apresentou-se em vários festivais universitários de música.
Em 1965, gravou o primeiro disco, um compacto simples com a música "Por Que Morrer De Amor?" (Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli).
Em 1966, participou dos espetáculos Música Nossa, - fundado pelo jornalista Armando Henrique, e pelo hoje, maestro Hugo Bellard. - ao lado de Tibério Gaspar e Egberto Gismonti. Os espetáculos eram realizados no Teatro Santa Rosa, em Ipanema, onde teve a oportunidade de gravar uma das suas canções "O Som e o Tempo", no Long Play (LP) do Música Nossa.
Por essa época, com Nelson Cavaquinho, Zé Keti e o grupo Os Cinco Crioulos, participou do show "A Hora E A Vez Do Samba". Fez parte do conjunto 3-D, juntamente com Antonio Adolfo, Chico Batera, Hélio Delmiro e Luís Eduardo Conde. Com esse conjunto, gravou pela Copacabana Discos o LP "Muito Na Onda".
No ano de 1967, no Festival Internacional da Canção (FIC), interpretou "Caminhada" (Antônio Adolfo e Tibério Gaspar). Nesta época ela gravou com o cantor Taiguara, pela gravadora Emi-Odeon.
Em 1969, com os Golden Boys, defendeu a música "Andança" (Edmundo Souto, Paulinho Tapajós e Danilo Caymmi), classificando-se em terceiro lugar no III Festival Internacional da Canção, da TV Globo. Gravou o primeiro LP, "Andança", pela Odeon e participou do IV Festival Internacional da Canção interpretando "A Velha Porta" (Beth Carvalho, Edmundo Souto e Paulinho Tapajós). Ainda neste ano, representou o Brasil na Olimpíada da Canção, na Grécia, interpretando "Rumo Sul" (Edmundo Souto e Paulinho Tapajós).
Em 1971, estreou como sambista gravando "Rio Grande Do Sul Na Festa Do Preto-Forro", um autêntico samba-enredo da Unidos de São Carlos. Logo a seguir, lançou pela Tapecar o compacto simples "Amor, Amor, Amor", samba do Bloco Carnavalesco Bafo da Onça.
No ano de 1973, gravou o LP "Canto Para Um Novo Dia". Para este disco fez a adaptação da composição "Sereia", do folclore baiano. A partir de 1973, passou a lançar um disco por ano e se tornou sucesso de vendas, emplacando vários sucessos como "1.800 Colinas", "Saco De Feijão", "Olho Por Olho", "Coisinha Do Pai", "Firme E Forte", "Vou Festejar", "Acreditar" e "Mas Quem Disse Que Eu Te Esqueço".
Em 1974, lançou o disco "Pra Seu Governo", dedicado à amiga Elizeth Cardoso, no qual despontou o seu primeiro grande sucesso, a composição "1.800 Colinas" (Gracia do Salgueiro). O sucesso foi tanto, que o disco foi editado na França, onde foi convidada a fazer temporadas em boates parisienses. Voltando ao Brasil, apresentou-se com o grupo A Fina Flor do Samba.
No ano de 1975, Martinho da Vila compôs em sua homenagem "Enamorada Do Samba", que a cantora incluiu no LP "Pandeiro E Viola", lançado pela Tapecar neste mesmo ano. Logo depois, surgiu uma série de títulos que ela colecionou através dos anos: "Diva do Samba", dado por Zuza Homem de Mello, "Rainha do Samba", por Rildo Hora, "Rainha dos Terreiros", carinhosamente chamada por Elifas Andreato, e "Madrinha", por quase todos os sambistas novos e antigos.
Ainda em 1975 sua interpretação para "As Rosas Não Falam", composição inédita de Cartola, foi incluída na novela "Duas Vidas", da TV Globo. Na década de 1970, juntamente com Alcione e Clara Nunes, formou o que os críticos chamaram de "O ABC do Samba", título dado às três cantoras pela importância destas no cenário musical brasileiro, principalmente no samba.
Em 1977, vendeu cerca de 400 mil cópias do LP "Nos Botequins Da Vida", lançado pela RCA. No disco foram incluídos os sucessos "Saco De Feijão" (Francisco Santana), "O Mundo É Um Moinho" (Cartola) e de "Olho Por Olho" (Zé do Maranhão e Daniel Santos).
No ano de 1978, com produção de Rildo Hora para a RCA, lançou o disco "De Pé No Chão", puxado pelos sucessos "Vou Festejar" (Jorge Aragão, Dida e Neoci Dias), "Goiabada Cascão" (Wilson Moreira e Nei Lopes) e "Agoniza Mas Não Morre" (Nelson Sargento). Este disco, que chegou a vender 500 mil cópias, marcou o surgimento do pagode carioca, um jeito inovador e descontraído de fazer samba, descoberto por ela quando assistia a um ensaio do Bloco Carnavalesco Cacique de Ramos, cujos sambistas faziam um ritmo diferente com pandeiro, tamborim, banjo e tantã, instrumentos pouco usados em rodas de samba. Em 1978, Emílio Santiago gravou "Afina O Meu Violão" (Beth Carvalho, Paulinho Tapajós e Edmundo Souto).
Em 1979, eleita a Rainha do Carnaval, a cantora inaugurou o primeiro grande teatro do subúrbio carioca, o Cine-Show Madureira. Com espetáculo previsto para apenas uma semana, o sucesso foi tanto que ficou mais de 20 dias em cartaz, sempre com a casa lotada. A partir daí, passou a ser chamada A Madrinha do Pagode e fez shows por todo o país. Despontou com mais dois sucessos populares: "Coisinha Do Pai" (Jorge Aragão, Almir Guineto e Luiz Carlos) e a versão para samba de "Andança" (Edmundo Souto, Paulinho Tapajós e Danilo Caymmi).
Beth Carvalho e Cartola
Em 1980, no LP "Sentimento Brasileiro", incluiu a composição "Canção De Esperar Neném" (Beth Carvalho e Paulinho Tapajós), composta quando estava grávida de sua filha Luana.
No carnaval de 1984, foi homenageada pela Escola de Samba Unidos do Cabuçu, com o enredo "Beth Carvalho - A Enamorada Do Samba".
A composição "Enamorada Do Samba", interpretada por Beth Carvalho e Martinho da Vila, foi incluída no disco duplo "Há Sempre Um Nome De Mulher", em 1988, produzido por Ricardo Cravo Albin.
No início da década de 1990, comemorou 25 anos de carreira com o disco "Pérolas", no qual interpretou clássicos de Adoniran Barbosa, Pixinguinha, Cartola, entre outros.
No ano de 1996, lançou o CD "Brasileira Da Gema" no qual interpretou, entre outras "Vida De Compositor" (Wanderley Monteiro e Álvaro Maciel).
Em 1999, gravou o disco "Pagode De Mesa", realizando o show homônimo em várias casas do Rio de Janeiro. Participou do programa "Tom Brasil", ao lado de outros artistas como Dona Ivone Lara, Walter Alfaiate, João Nogueira, Luiz Carlos da Vila, Nelson Sargento, entre outros. O cenário de Elifas Andreato recriava o clima das rodas de samba frequentada pelos cantores, que só souberam que o programa seria gravado em CD poucos minutos antes do início, o que facultou um registro mais fiel.
Consagrada no Brasil e no exterior, participou por duas vezes do Festival de Montreux, na Suíça. Sua carreira artística faz parte do currículo da Faculdade de Música de Kioto, Japão, onde é considerada um fenômeno da música brasileira.
Beth Carvalho possui 16 discos de ouro, nove de platina e recebeu seis Prêmio Sharp.
No ano 2000, participou do CD "Os Melhores Do Ano II", no qual fez dueto com o grupo Fundo de Quintal. Lançou o disco "Pagode De Mesa 2", pela Indie Records. Neste CD interpretou "Novo Endereço" (Tia Hilda Macedo e Fernando Cerole), "A Comunidade Chora" (Magno de Souza, Maurílio e Edvaldo), "Jequitibá" (Zé Ramos) e "Minha Festa" (Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito). O disco contou com a participação especial do grupo Quinteto em Branco e Preto, formado por jovens sambistas vindos de São Mateus e Santo Amaro, bairros da cidade de São Paulo, na faixa "Melhor Pra Nós Dois" (Magno de Souza, Maurílio e Paquera). Teve vários de seus discos remasterizados para CD, entre eles, "Nos Botequins Da Vida", "De Pé No Chão", "No Pagode" e "Sentimento Brasileiro".
Em 2003, participou do disco "A Flor E O Espinho", de Guilherme de Brito, lançado pela gravadora Lua Discos, no qual interpretou, em dueto com o anfitrião, a faixa "Folhas Secas", e ainda lançou o CD "Pagode De Mesa 2 Ao Vivo", pela gravadora Indie Records. No disco, acompanhada pelo grupo Quinteto Em Branco e Preto e gravado em show apresentado em São Paulo, foram incluídos clássicos como "Coração Leviano" (Paulinho da Viola), "Morrendo De Saudade" (Wilson Moreira e Nei Lopes), "Água De Chuva De Mar" (Carlos Caetano, Wanderley Monteiro e Gerson Gomes), "Acontece" (Cartola), "Firme E Forte" (Efson e Nei Lopes), "Novo Endereço" (Tia Hilda Macedo e Fernando Cerole) e "Natal Diferente" (Arlindo Cruz e Sombrinha).
Ainda em 2003, lançou o CD "Beth Carvalho Canta Cartola", coletânea de vários sucessos do imortal sambista mangueirense por ela interpretados em seus discos. No disco, produzido pelo crítico musical e escritor Rodrigo Faour, foram incluídas "Camarim", "Consideração", "Motivação", "Cordas De Aço", "Acontece", "O Mundo É Um Moinho", entre outras. Ao lado de Eliane Faria, Xangô da Mangueira, Délcio Carvalho, Diogo Nogueira, Dalmo Castelo, Wilson Moreira, Nelson Sargento, Nei Lopes e Áurea Martins, foi uma das estrelas convidadas para o show de lançamento do disco "Maxixe Não É Samba", de Vó Maria, na Sala Cecília Meireles, no Rio de Janeiro.
Em 2004 foi a convidada do compositor baiano Riachão no projeto "Da Idade Do Mundo", no Centro Cultural Banco do Brasil, em Brasília. Neste mesmo ano gravou o primeiro DVD da carreira. Intitulado "Beth Carvalho - A Madrinha Do Samba". O DVD foi gravado no Canecão, onde a cantora reuniu três gerações do samba para a gravação. Além de interpretar alguns de seus maiores sucessos, entre eles, "Andança" (Danilo Caymmi, Edmundo Souto e Paulinho Tapajós), "As Rosas Não Falam" (Cartola) e "Meu Guri" (Chico Buarque), recebeu diversos convidados, acompanhados pela banda integrada por Mauro Diniz (cavaco), Carlinhos Sete Cordas (violão de sete cordas) e os percussionistas Marcelinho Moreira, Jaguara e Marcos Esguleba. Entre os convidados destacavam-se Zeca Pagodinho em "Camarão Que Onda Leva" (Zeca Pagodinho, Arlindo Cruz e Beto Sem Braço); Monarco e a Velha-Guarda da Portela em "Passarinho" (Chatim), "Saco De Feijão" (Chico Santana) e "A Chuva Cai" (Argemiro da Portela e Casquinha da Portela); Dona Ivone Lara em "Mas Quem Disse Que Eu Te Esqueço" (Dona Ivone Lara e Hermínio Bello de Carvalho); Nicolas Krassik, violinista francês, em "Folhas Secas" (Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito); Nelson Sargento em "Agoniza Mas Não Morre" (Nelson Sargento); Luiz Carlos da Vila em "Pra Conquistar Seu Coração" (Luiz Carlos da Vila e Wanderley Monteiro) e Teresa Cristina em "Argumento" (Paulinho da Viola). Também participaram do DVD, que chegou à marca de 50 mil cópias vendidas, Arlindo Cruz, Almir Guineto, Sombrinha e Quinteto em Branco e Preto.
No ano de 2005 lançou o CD "Beth Carvalho E Amigos", no qual foram compiladas algumas gravações de discos anteriores, tanto seus, como de seus amigos. No disco foram incluídas participações de Zeca Pagodinho, Almir Guineto, Martinho da Vila, Nelson Cavaquinho, Dona Ivone Lara, Golden Boys, Nelson Gonçalves, Paulinho Tapajós, Mestre Marçal, Grupo Fundo de Quintal, Chico Buarque, Caetano Veloso, Fagner e Mercedes Sosa. Neste ano apresentou-se no Festival de Montreux. Ainda em 2005 fez show no Dia Nacional do Samba no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, no qual recebeu como convidados Almir Guineto, Luiz Carlos da Vila, Zeca Pagodinho, Dudu Nobre, Dona Ivone Lara, Vó Maria, Jongo da Serrinha, representado pela jongueira Dona Maria de Lourdes e 50 músicos e bailarinos, incluindo 10 crianças, Monarco, Nélson Sargento, Darcy da Mangueira, Ary do Cavaco, Sombrinha, Quinteto em Branco e Preto, Diogo Nogueira e o grupo Partideiros do Cacique de Ramos. O show foi gravado em CD e DVD e inaugurou o selo Andança, da própria Beth Carvalho.
No ano de 2006 apresentou-se no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, onde montou uma autêntica roda de samba carioca. Festejou o aniversário de 60 anos em um show no Canecão, onde recebeu diversos convidados, entre os quais Noca da Portela, Monarco, Arlindo Cruz e Sombrinha. Na Lapa, centro do Rio de Janeiro, fez show ao lado de Luiz Melodia e a Orquestra Imperial no evento comemorativo Semana de Consciência Negra. Neste mesmo ano apresentou-se no projeto MPB meio Dia Em Ponto, no Teatro SESC Ginástico, sendo entrevistada por Ricardo Cravo Albin, cantando seus maiores sucessos e falando sobre sua carreira. Ainda em 2006 gravou, no Teatro Castro Alves em Salvador, o CD ao vivo "Beth Carvalho Canta O Samba Da Bahia".
O disco foi lançado no ano de 2007 em show no Canecão, no Rio de Janeiro. Na ocasião, gravou o DVD com 30 faixas (Conspiração Filmes), ambos lançados por seu selo musical Andança e distribuído pela gravadora EMI. No CD, com 18 faixas, recebeu diversos convidados do samba baiano, entre os quais Daniela Mercury em "Chiclete Com Banana" (Gordurinha); Riachão em "Cada Macaco No Seu Galho" (Riachão) e "Vai Morar Com O Diabo" (Riachão); Armandinho em "O Ouro E A Madeira" (Ederaldo Gentil); Marienne de Castro em "Raiz" (Roberto Mendes); Ivete Sangalo em "Brasil Pandeiro" (Assis Valente) e "Dindinha Lua" (Walmir Luna e João Rios); Walter Queirós e Ivete Sangalo em "Filhos da Bahia" (Walter Queirós); Gilberto Gil em "Mancada"; Carlinhos Brown em "Hora Da Razão" (Batatinha); Maria Bethânia em "É De Manhã" (Caetano Veloso); Caetano Veloso em "Desde Que O Samba É Samba" (Caetano Veloso e Gilberto Gil) e ainda Margareth Menezes, a bateria do Bloco Afro Olodum, além de pot-pourri de sambas-de-roda acompanhada pelas Baianas do Gantois e as Baianas de Santo Amaro. O ícone Dorival Caymmi, a quem o CD é dedicado, também foi homenageado nas faixas "Oração À Mãe Menininha", "Samba Da Minha Terra", "João Valentão" e "Maracangalha", esta última com a participação especial de Danilo Caymmi. No DVD, com direção de Lula Buarque de Hollanda (Conspiração Filmes), também foram incluídas outras tantas composições, entre as quais "Siriê" (Edil Pacheco e Paulo Diniz); "Ilha De Maré" (Walmir Lima e Lupa); "Verdade" (Nelson Rufino e Carlinhos Santana); "Samba Pras Moças" (Roque Ferreira e Grazielle Ferreira) e "Ê Baiana" (Baianinho, Fabrício da Silva, Miguel Pancrácio e Ênio Santos Ribeiro). Neste mesmo ano participou, ao lado de vários artistas, como Martinho da Vila, Alcione, Zeca Pagodinho, Nelson Sargento, Ivete Sangalo, Jair Rodrigues, Velha-Guarda da Portela, ente outros, da gravação do primeiro CD e DVD "Cidade Do Samba", do Selo ZecaPagodiscos (Universal Music), no qual fez dueto com Diogo Nogueira na faixa "Deixa A Vida Me Levar" (Serginho Meriti e Eri do Cais). O evento foi apresentado por Ricardo Cravo Albin e contou com a arranjos e produção musical de Rildo Hora, sendo gravado na Cidade do Samba, no Rio de Janeiro. Ainda em 2007 iniciou um programa musical na TVE Brasil, com direção de Belisário França, no qual homenageava um grande compositor do nosso cancioneiro.
Em 2011 apresentou-se no SESC Rio "Oi Noites Cariocas", no Píer Mauá, RJ, após um ano e meio afastada dos shows por problemas de saúde. Neste show, em que cantou grandes sucessos que fizeram parte de sua carreira, contou com as participações de Martinho da Vila, Fundo de Quintal e Mariene de Castro. Nesse mesmo ano foi lançada, pelo selo Discoberta, a caixa com cinco CDs, "Primeiras Andanças", que documenta a primeira década, correspondente aos anos de 1965 à 1975, da carreira discográfica da cantora. Essa coletânea, produzida por Marcelo Fróes, inclui as reedições dos três primeiros álbuns de samba de sua carreira, (gravados entre 1973 e 1975, e os volumes "Anos 60" e "Anos 70", com canções que a cantora gravou para os Festivais da MPB. Comandou o "Show do Trabalhador", em comemoração ao Dia do Trabalho, ao lado dos músicos Dirceu Leite (sopro), Jorge Gomes (bateria), Carlinhos Sete Cordas (violão de 7 cordas), Charlles da Costa (violão de 6 cordas), Marcio Vanderlei (cavaquinho), Paulinho da Aba (pandeiro), Marcelo Pizzott (repique), Pirulito (percussão) Chá Chá Chá (surdo) e Beloba (tantan). Este evento, realizado na Quinta da Boa Vista, contou com as participações de Nelson Sargento, Monarco e Dudu Nobre. Ainda em 2011, recebeu uma homenagem na Academia Brasileira de Letras, sendo convidada para a Merenda Acadêmica, evento criado para aproximar da Academia figuras expressivas dos segmentos artísticos, empresariais, esportivos, da qual participaram, na ocasião, os imortais Marcos Vinicius Vilaça e Ana Maria Machado.
Em 2012 seu disco "Nosso Samba Tá Na Rua" conquistou o prêmio de Melhor Álbum de Samba na 23ª edição do Prêmio da Música Brasileira, realizada no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. O mesmo disco recebeu o Grammy Latino de Melhor Álbum de Samba/Pagode. Foi homenageada pela Velha Guarda da Mangueira com os CDs "Homenagens Vol. 1 e Vol. 2" (2012), que foram dedicados à Madrinha Beth Carvalho. Ainda em 2012 a gravação que fez de "O Mundo É Um Moinho" (Cartola), foi incluída na trilha sonora da novela "Lado a Lado", da TV Globo.
Em 2013 voltou aos palcos do Vivo Rio, no Rio de Janeiro, depois de meses hospitalizada por conta de um problema na coluna. Durante o período de internação gravou, dentro de seu quarto no hospital, participações nos CDs de sua sobrinha Lu Carvalho, do cantor Léo Russo e em um disco de inéditas de Dona Ivone Lara. Beth Carvalho foi uma das atrações principais do Palco Santa Clara montado na Praia de Copacabana, para as comemorações do Réveillon de 2014, no Rio de Janeiro.
Em 2014 apresentou o show "Ensaio Aberto" no Centro Cultural João Nogueira - Imperator, no Rio de Janeiro, para a escolha do repertório do DVD que gravou ao vivo três dias depois, em show no Parque Madureira, também no Rio de Janeiro. Foi consultora de José Maurício Machiline para o roteiro do show do Prêmio da Música Brasileira, homenageando o samba. Também integrou o elenco fixo da turnê do prêmio, que estreou no Theatro Municipal do Rio de Janeiro e passou pelos Estados do Maranhão, Minas Gerais, Pará, Espírito Santo e Mato Grosso do Sul. Participou do "Sambabook Zeca Pagodinho", lançado nos formatos CD duplo, DVD e blu-ray pelo selo Zeca PagoDiscos/ Universal Music, em 2014. Na ocasião, interpretou "Lama Nas Ruas" (Almir Guineto e Zeca Pagodinho). Apresentou-se na cerimônia da 25ª edição do Prêmio da Música Brasileira, homenageando o gênero samba, realizada no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Na ocasião interpretou "Preciso Me Encontrar" (Candeia), "O Sol Nascerá" (Cartola e Elton Medeiros) e "Juízo Final" (Nelson Cavaquinho e Élcio Soares). Participou da turnê especial da 25ª edição do Prêmio da Música Brasileira, em homenagem ao gênero samba. O registro do show, realizado no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, foi lançado em CD e DVD pelo selo Universal Music. Ainda em 2014 lançou o CD e DVD "Beth Carvalho Ao Vivo No Parque Madureira", lançado pelo seu selo Andança em parceria com a Som Livre e o Canal Brasil. O disco incluiu sucessos que ficaram conhecidos em sua voz como "São José De Madureira" (Beto Sem Braço e Zeca Pagodinho), "Senhora Rezadeira" (Dida da Portela e Dedé), "Vou Festejar" (Jorge Aragão, Dida e Neoci) e músicas inéditas em sua voz como "Estranhou O Quê?" (Moacyr Luz), "Meu Lugar" (Arlindo Cruz e Mauro Diniz), "Se A Fila Andar" (Toninho Geraes e Paulinho Rezende), entre outras.
Em 2015 compareceu à estreia do espetáculo em sua homenagem "Andança - Beth Carvalho, O Musical", na teatro Maison de France, no Rio de Janeiro, com texto de Rômulo Rodrigues, direção de Ernesto Piccolo e direção musical de Rildo Hora. O musical biográfico pôs em cena a trajetória dos 50 anos de carreira da cantora. Ainda em 2015 comemorou seus 50 anos de carreira em show realizado no Teatro Metropolitan, no Rio de Janeiro, com 2.500 ingressos esgotados.
Em 2018 apresentou-se no Rio de Janeiro, ao lado do grupo Fundo de Quintal, comemorando os 40 anos do LP "De Pé No Chão", marco da consolidação do pagode carioca, relançado nesse ano nas plataformas digitais, em show histórico em que cantou deitada por conta dos problemas de saúde que vinha enfrentando.
Festivais
Aos 19 anos ficou em terceiro lugar no III Festival Internacional da Canção de 1968, com a canção "Andança" (Paulinho Tapajós, Danilo Caymmi e Edmundo Souto) com vocal de Golden Boys, na TV Globo - Canal 4, do Rio de Janeiro.
Beth Carvalho participou dos festivais de música das TV Excelsior, TV Record e TV Tupi. Era estudiosa dos sambas brasileiros, chegando a trabalhar com o legendário escritor e compositor Nelson Sargento.
Em 1971, Beth Carvalho era a cantora da escola de samba Unidos de São Carlos, atual GRES Estácio de Sá, indo para a Estação Primeira de Mangueira, e se dedicando totalmente a verde e rosa, que são as cores da escola.
Conheceu Jorge Aragão no bloco carnavalesco Cacique de Ramos, onde cantava e desfilava animada, junto com o bloco. Jorge Aragão deu para ela gravar em 1977, a música "Vou Festejar" (Jorge Aragão, Dida e Neoci).
Beth Carvalho é um dos grandes nomes da Música Popular Brasileira, com dezenas de sucessos e participações importantes em diversos movimentos de apoio à música brasileira.
Zeca Pagodinho e Beth Carvalho
Turnês e Descobertas
Beth Carvalho fez turnês em Lisboa, Montreux, Paris, Madri, Atenas, Berlim, Miami e São Francisco. Nesses anos todos de carreira descobriu talentos, tais como Jorge Aragão, Almir Guineto, Luiz Carlos da Vila, Gracia do Salgueiro, Sombrinha, Arlindo Cruz, Quinteto em Branco e Preto, Zeca Pagodinho, Yamandú Costa e Alessandro Penezzi.
Ativismo
Beth Carvalho era admiradora de Leonel Brizola, Fidel Castro e Hugo Chávez. Era torcedora do Botafogo e filiada ao Partido Democrático Trabalhista (PDT).
Apoiou Luiz Inácio Lula da Silva em todas suas campanhas presidenciais. Integrou o coro que entoou o jingle "Lula Lá" em 1989.
Em 2010, apoiou a candidatura de Dilma Rousseff à Presidência e também era apoiadora do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
Polêmicas
No carnaval de 2007 foi injustiçada pela diretoria da Mangueira, sua escola de samba. Com problemas na coluna, pediu um carro alegórico para desfilar e foi atendida. Entretanto, no dia do desfile foi impedida de subir no carro, por Raimundo de Castro, um membro baluarte da Escola, que invocou o fato de ela não ser baluarte. Isso deixou Beth Carvalho muito desapontada com os diretores da escola, pois no ano anterior, ela havia saído no mesmo carro, autorizada por Alvinho, presidente da escola na época. Desde o episódio, Beth Carvalho se afastou dos eventos da escola.
No carnaval de 2008, Beth Carvalho participou da homenagem a Cartola, mas fora da Mangueira. A cantora saiu na Viradouro, que também homenageou o centenário do compositor fundador da Mangueira. Beth Carvalho afirmou, em nota publicada em seu site oficial que "jamais deixaria de ser mangueirense, e que estará sempre com o seu coração na verde e rosa". Porém afirmou que "jamais voltará a pisar na quadra da escola enquanto não receber um pedido formal de desculpas por parte do presidente", Percival Pires, o Perci.
Percival não era mais o presidente da escola, pois renunciou ao cargo após denúncias de envolvimento com o tráfico de drogas no morro da Mangueira. Entretanto a vice-presidente Chininha, que assumiu seu posto, pertencia ao mesmo grupo político que barrou Beth Carvalho. A única chance dela voltar à escola seria a eleição de uma nova diretoria, ou então o tal pedido formal de desculpas ser feito, o que aconteceu logo após o carnaval de 2009. Ivo Meirelles, o novo presidente foi à casa de Beth Carvalho com a imprensa, pedir desculpas e anunciar que ela iria homenagear Nelson Cavaquinho no enredo de 2011.
Em 2011, depois de uma ausência de quatro anos, Beth Carvalho voltou a prestigiar a escola do coração. Ela foi ao desfile de cadeira de rodas, devido a uma cirurgia que havia sofrido recente. A cantora veio triunfante ao lado de Sérgio Cabral, em um carro alegórico que homenageava Cartola, Dona Zica, Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito.
Em 2012, Beth Carvalho saiu na comissão de frente da mangueira, mostrando que a paz entre ela e a verde e rosa estava selada, junto com Bira Presidente, Ubirany (integrantes do grupo Fundo de Quintal) e Jorge Aragão, representando os frutos da tamarineira do Cacique de Ramos.
Problemas de Saúde
Desde 2010, Beth Carvalho vinha enfrentando um drama pessoal: Ela sofreu uma fissura no sacro, um osso localizado na base da coluna vertebral. Devido a esse problema, ela ficou deitada na cama muito tempo, sem poder nem se sentar ou andar. O problema foi agravado por uma neuropatia, causada por ela ter ficado muito tempo na mesma posição durante a cirurgia na coluna.
O problema na coluna foi provocado por uma artrose no fêmur que fazia com que a cantora andasse mancando, causando a fissura. No entanto, ela sempre se demonstrou otimista pela recuperação e feliz por receber o total apoio da família e dos amigos.
No final de 2010 Beth Carvalho voltou aos palcos em um show no Píer Mauá, no Rio de Janeiro. Após a recuperação, teve novas complicações na coluna, ficando durante um ano e um mês no hospital. Nas últimas semanas no hospital, Beth Carvalho teve uma infecção pulmonar em decorrência de uma infecção num cateter, foi parar no CTI, mas teve alta no final de agosto de 2013. Realizou um show de retorno no dia 07/09/2013 no Vivo Rio.
Nessa última fase de Beth Carvalho no hospital, algumas rodas de samba fizeram um minuto de silêncio, pois foi noticiado por algumas fontes que ela havia morrido.
Em 2017, Beth Carvalho foi enredo da escola de samba da série A Alegria da Zona Sul, com o samba "Vou Festejar Com Beth Carvalho, a Madrinha do Samba", desfilando na avenida na sexta-feira de carnaval, rodeada por amigos como Nelson Sargento, Moacyr Luz, Moyseis Marques, Wanderley Monteiro, Claudinho Guimarães, Marcelinho Moreira, Edmundo Souto, Fred Camacho, Elisa Lucinda, Gustavo Gasparani e o elenco da musical "Andança".
Morte
Beth Carvalho faleceu às 17h33 de terça-feira, 30/04/2019, aos 72 anos, no Rio de Janeiro, RJ, vítima de infecção generalizada. Ela estava internada no Hospital Pró-Cardíaco, em Botafogo, Zona Sul do Rio de Janeiro desde o dia 08/01/2019.
O velório está marcado para começar às 10h00 da quarta-feira, 01/05/2019, no salão nobre do Botafogo, time para o qual Beth Carvalho torcia. Às 16h00, o cortejo, com carro do Corpo de Bombeiros, deve partir para o Crematório do Caju.
Discografia
1965 - Porque Morrer De Amor? (RCA Victor)
1966 - Muito Na Onda (Copacabana)
1969 - Andança (EMI-Odeon)
1971 - Beth Carvalho: Especial (EMI-Odeon)
1971 - Amor, Amor (Tapecar)
1973 - Canto Para Um Novo Dia (Tapecar)
1974 - Pra Seu Governo (Tapecar)
1975 - Pandeiro E Viola (Tapecar)
1976 - Mundo Melhor (RCA Victor)
1977 - Nos Botequins Da Vida (RCA Victor)
1978 - De Pé No Chão (RCA Victor)
1979 - No Pagode (RCA Victor)
1980 - Sentimento Brasileiro (RCA Victor)
1981 - Na Fonte (RCA Victor)
1982 - Traço De União (RCA Victor)
1983 - Suor No Rosto (RCA Victor)
1984 - Coração Feliz (RCA Victor)
1985 - Das Bençãos Que Virão Com Os Novos Amanhãs (RCA / Ariola)
1986 - Beth (RCA / Ariola)
1987 - Beth Carvalho Ao Vivo Em Montreux" (RCA / BMG / Ariola)
1988 - Toque De Malícia (RCA / BMG / Ariola)
1988 - Alma Do Brasil (Philips / Polygram)
1989 - Saudades Da Guanabara" (Philips/ Polygram)
1991 - Intérprete (Philips / Polygram)
1991 - Beth Carvalho Ao Vivo No Olímpia (Som Livre)
1992 - Pérolas - 25 Anos De Samba (Som Livre)
1993 - Beth Carvalho Canta O Samba De São Paulo (Velas)
1994 - Beth Carvalho Canta O Samba De São Paulo Vol. II (Velas)
1996 - Brasileira Da Gema (Philips / Polygram)
1996 - Meus Momentos (EMI-Odeon)
1998 - Pérolas Do Pagode (Globo Records / Polydor / Polygram)
1999 - Pagode Da Mesa - Ao Vivo (Philips / Universal Music)
2000 - Pagode Da Mesa 2 - Ao Vivo (Indie Records)
2000 - Os Melhores Do Ano Vol. II (Indie Records)
2001 - Nome Sagrado - Beth Carvalho Canta Nelson Cavaquinho (JAM Music)
2003 - Beth Carvalho Canta Cartola (RCA / BMG)
2004 - Beth Carvalho - A Madrinha Do Samba Ao Vivo Convida (Indie Records)
2005 - Beth Carvalho E Amigos (RCA / BMG)
2005 - Maxximum (Sony BMG)
2011 - Nosso Samba Tá Na Rua (Andança Records / EMI-Odeon)
DVD
2004 - Beth Carvalho - A Madrinha Do Samba Ao Vivo Convida
2006 - Beth Carvalho - 40 Anos De Carreira Ao Vivo No Theatro Municipal
2008 - Beth Carvalho Canta O Samba Da Bahia
2014 - Beth Carvalho - Ao Vivo No Parque Madureira
Prêmios e Indicações
Grammy Latino
2001 - Melhor Álbum de Samba/Pagode - "Pagode de Mesa 2 - Ao Vivo" (Indicado)
2005 - Melhor Álbum de Samba/Pagode - "A Madrinha do Samba ao Vivo Convida" (Indicado)
2007 - Melhor Álbum de Samba/Pagode - "40 Anos de Carreira: Ao Vivo no Teatro Municipal Vol. 2" (Indicado)
2008 - Melhor Álbum de Samba/Pagode - "Beth Carvalho Canta o Samba da Bahia ao Vivo" (Indicado)
2009 - Prêmio Especial - Conquista de Toda Uma Vida - "Beth Carvalho" (Venceu)
2012 - Melhor Álbum de Samba/Pagode - "Nosso Samba Tá na Rua" (Venceu)
Prêmio da Música Brasileira
2015 - Melhor Álbum de Samba - "Beth Carvalho - Ao Vivo no Parque Madureira" (Indicado)
2015 - Melhor Cantora de Samba - "Beth Carvalho" (Indicado)
Prêmio Contigo! MPB FM
2012 - Melhor Álbum de Samba - "Nosso Samba Tá na Rua" (Indicado)
Demétrius, nome artístico de Demétrio Zahra Neto, foi um cantor e compositor nascido em Jacarepaguá, RJ, no dia 28/03/1942.
Seus pais mudaram-se para São Paulo quando Demétrius tinha apenas 6 meses de vida. Ele estudou no Colégio Ateneu Paulista de Campinas como aluno interno. Estudou também no Colégio 7 de Setembro, no Colégio Paulistano, no Colégio Paes Leme e no Colégio Alfredo Pucca. Estes todos em São Paulo, Capital.
Sua primeira professora chamava-se Fidalga, e foi ela quem lhe deu os primeiros ensinamentos e de quem ele lembra com muito carinho e saudade. Cursou até o 2º ano colegial, quando iniciou sua carreira artística, interrompendo aí os estudos.
O gosto pela música começou ainda jovem. Na adolescência, seus principais ídolos eram Cauby Peixoto, Angela Maria , Tito Madi e Elvis Presley.
Demétrius iniciou sua carreira em 1958 e nesse período gravou pelo selo Young, rocks de sua autoria.
Em 1960, quando cantava em uma festa de aniversário, músicas de Elvis Presley para seus amigos, foi convidado por Miguel Vaccaro Neto, Disc Jockey da Rádio Pan-americana de São Paulo, hoje Jovem Pan, e diretor da gravadora Young, para gravar um disco. A música, de autoria de Hamilton Di Giorgio, intitulada "Hold Me So Tight", logo apareceu como bem executada nas emissoras de rádio de São Paulo.
No ano seguinte, 1961, indicado por Genival Melo a Nazareno de Brito, diretor artístico da gravadora Continental e grande compositor, assinou contrato e gravou a versão que fez para o português da música "Corinna, Corinna", que logo transformou-se num dos maiores sucessos daquele ano entre os jovens de todo o Brasil.
As apresentações em televisão, entrevistas em rádio, revistas e inúmeros shows que fazia, rapidamente transformaram Demétrius num dos maiores ídolos da juventude do país.
Logo sucederam-se mais gravações de Long Plays (LP) e compactos, que rapidamente eram transformados em grandes sucessos. Assim ocorreu com "Rock do Saci" (Tony Chaves e Baby Santiago), "O Amor Que Perdi", versão de Fred Jorge para a música "Runaway", "Chega", versão que fez para "Making Love" e "O Ritmo da Chuva", versão em português de "Rhythm Of The Rain" do grupo The Cascades, que consagrou-o em todo o país como letrista e intérprete. Esta canção foi a responsável por apresenta-lo ao público nacional. Esta gravação, feita em 1964, nunca deixou de ser vendida e executada nas emissoras de todo o país, até os dias atuais.
Quando surgiu o movimento Jovem Guarda, Demétrius gravou seu novo sucesso, de autoria de seu colega e amigo Roberto Carlos, a música "Eu Não Presto Mas Te Amo", que alcançou as paradas de sucesso do Brasil inteiro.
Em 1965 assinou com a RCA Victor e gravou a versão de sua autoria para a música de Estelle Levitt"Somehow It Got To Be Tomorrow Today", com o nome de "Ternura". Essa versão estourou em 1966 na voz de Wanderléia, que recebeu então o apelido de Ternurinha.
Demétrius vendeu milhares de cópias e se apresentou nos principais palcos brasileiros. Ganhou prêmios como o Troféu Chico Viola e vários Globos de Ouro, e foi presença constante nos principais programas de televisão e revistas da época.
Casado e pai de três filhos, Demétrius começou, com o passar do tempo, a dar mais atenção à sua carreira de compositor. Suas canções passaram a ser cantadas também nas vozes de seus colegas brasileiros e de outros países.
Na fase dos festivais, esteve presente a vários deles com suas músicas. Participou do III Festival da Música Popular Brasileira, da Record TV, com a composição "Minha Gente", de 1967. Em 1968, "Joana Maria, O Sertão" (TV Excelcior), em 1970, "Oferta" (TV Globo), e alguns outros.
Assim como outros integrantes da Jovem Guarda, também compôs música sertaneja, alcançando sucesso com a canção "O Que Será Que As Outras Têm Que A Linda Não Tem?", gravada em 1969 por Ari Toledo.
Em 1981, afastou-se da carreira artística para dedicar-se a outros afazeres, o que durou até o ano 2000.
O incentivo contínuo de seus amigos e familiares, somado ao carinho com que era cercado por seus fãs, fizeram com que, após mais de 20 anos de afastamento, Demétrius retornasse ao disco e às atividades artísticas. Deixou seu barco de lado, e gravou em São Paulo, no ano 2000, na Gravadora Zan-Brasidisc, um CD, que é uma coletânea de alguns dos seus maiores sucessos, além de algumas canções inéditas.
Demétrius era dono de uma imobiliária, de uma loja de barcos e até de um quiosque na praia.
Seu passatempo preferido desde a infância e até o seu falecimento era a pescaria, onde se inspirava diante da natureza e passava seus melhores momentos. Em 2015, o Jornal da Record exibiu uma reportagem falando sobre sua paixão pela pescaria.
Morte
Demétrius faleceu na segunda-feira, 11/03/2019, aos 76 anos, em São Paulo, SP, vítima de uma infecção generalizada. Ele estava meio adoentado, tinha sido internado há três dias. Ele deixou deixou esposa e três filhos.
Discografia
1976 - Demétrius (Continental, LP)
1975 - Teu Romântico Canalha / Só Deus Sabe o Quanto Amei Você (RCA Victor)
1973 - Encontro / Preciso Lhe Encontrar (RCA Victor)
1971 - O Passo Mais Errado da Minha Vida / Neblina Em Minha Estrada (RCA Victor)
1970 - Não Se preocupe / Me Deixa (Fermata)
1969 - O Estranho de Cabelos Longos / Hoje à Noite (Continental)
1968 - Um Homem Só Chora de Amor (Continental)
1968 - Viver Por Viver (Continental, LP)
1967 - Não Presto Mas Eu Te Amo / Que Me Importa (Continental)