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Tião Neto

SEBASTIÃO COSTA CARVALHO NETO
(69 anos)
Baixista e Produtor Musical

☼ Rio de Janeiro, RJ (11/1931)
┼ Niterói, RJ (13/06/2001)

Sebastião Costa Carvalho Neto, conhecido como Tião Neto foi um baixista e produtor musical brasileiro nascido no Rio de janeiro, RJ, em novembro de 1931. Tião Neto já tocou com cantores consagrados da música popular brasileira, entre eles, Tom Jobim, João Gilberto e Sergio Mendes, acompanhando-os como músico de apoio.

Desde menino, ouvia muita música em casa, interessando-se por vários instrumentos. Aos sete anos de idade, recebeu seu primeiro prêmio como músico, tocando pandeiro numa rádio da Bahia, onde residia na época. Trabalhou em aviação, abandonando a profissão em 1957 para dedicar-se exclusivamente à música, como contrabaixista. Nessa época, estudou com o professor Vidal, baixista do quinteto de Radamés Gnattali.

Iniciou sua carreira artística na década de 1950, em sessões de jazz no Clube Central de Niterói, RJ, onde também se apresentava o pianista Sergio Mendes. Após participar de um festival de jazz no Uruguai, fez longas temporadas no Beco das Garrafas, em Copacabana, Rio de Janeiro, durante três anos, acompanhando todas as estrelas que aí se apresentavam.

Tião Neto foi cliente fundador do Petit Paris, em Niterói, RJ.

Tião Neto, Tom Jobim, Stan Getz, João Gilberto e Milton Banana
Em 1963, viajou para os Estados Unidos como um dos integrantes do grupo Bossa Três, com o qual gravou três LPs e apresentou-se, em Nova York, no "Ed Sullivan Show", programa de maior audiência da TV americana, na época. Ainda em Nova York, tomou parte na gravação do disco que viria a se tornar o carro-chefe da bossa nova no exterior, "Getz-Gilberto", ao lado de João Gilberto, Stan Getz, Astrud GilbertoTom Jobim, com uma vendagem de quatro milhões de discos em lançamento mundial.

Voltou ao Brasil em 1964, passando a integrar, com Sergio Mendes (piano) e Edison Machado (bateria), o Sergio Mendes Trio, com o qual se apresentou em espetáculos na América do Sul, América do Norte e no Japão. Com o trio, gravou o LP "The Swinger From Rio".

A partir de 1965, fixou residência em Los Angeles, Estados Unidos. Atuou em shows e gravações com grandes músicos americanos e com Sergio Mendes na série Brasil 65, 66, 77 e 88. 

Em 1984, voltou para o Brasil, montou um estúdio para gravação de jingles para campanhas comerciais. Continuou viajando eventualmente ao exterior para apresentações com Sergio Mendes. A partir desse ano, passou a integrar a Banda Nova, de Tom Jobim, atuando em gravações e shows no Brasil e no exterior.

Em 1986, paralelamente ao trabalho com a Banda Nova, criou o TNT (Tião Neto Trio) e a Banda São Jorge (de curta duração), apresentando-se em teatros e clubes de jazz por todo o Brasil.

Acompanhou a cantora Nana Caymmi durante três anos.

Tião Neto, Luiz Carlos Vinhas, Herbie Man, Kenny Dorhan e Sérgio Mendes Assistindo
Em 1998, foi contratado pela Sociedade dos Amigos da Biblioteca Nacional (Sabin), nas funções de curador, orientador e responsável pelo acervo discográfico da Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro, selecionando e catalogando toda a história da música brasileira gravada desde 1907. Ainda em 1998, reativou o Bossa Três, apresentando-se em shows em várias cidades brasileiras.

Realizou palestras sobre jazz em espaços culturais como o Teatro Municipal de Niterói, Sala Carlos Couto, Museu do Ingá, Centro Cultural Banco do Brasil, Universidade Gama Filho, entre outros.

Ao longo de sua carreira, foi agraciado com o Prêmio Folha de S. Paulo (1961), a inclusão na lista dos 20 melhores baixistas do mundo indicados pela revista Playboy (1968), o Troféu Vitor Assis Brasil (1988), o Troféu Projeto Brahma Extra (1989) e o Troféu 1º Prêmio Cantareira das Artes (1997).

Tião Neto morreu na noite do dia 13/06/2001, aos 69 anos, em Niterói, RJ, vítima de falência múltiplas dos órgãos.

Ventura Ramirez

VENTURA RAMIREZ
(77 anos)
Cantor, Compositor, Violonista e Arranjador

☼ Mombuca, SP (1939)
┼ São Paulo, SP (06/06/2016)

Ventura Ramirez foi um cantor, compositor e violonista brasileiro. Fez parte do grupo Demônios da Garoa tocando Violão de 7 cordas e também do regional de choro de Carlos Poyares. Em ambos os conjuntos esteve presente também Canhotinho no cavaquinho. Era um dos melhores violonistas 7 cordas do Brasil e uma referência de nosso Samba-Choro e Seresta.

Ventura Ramirez começou sua carreira aos 15 anos, em 1954, como calouro no programa de rádio "Calouros Toddy" de Hebe Camargo, na extinta Rádio Nacional, assinando logo em seguida um contrato de 5 anos com a Rádio Nacional.

Com seu talento nato ao violão e voz marcante, Ventura Ramirez logo entrou para o cenário musical brasileiro, acompanhando músicos renomados no choro e seresta, como Nelson Gonçalves, Jacob do Bandolim, Waldir Azevedo, Altamiro Carrilho, Orlando Silva, Luiz Gonzaga, Cartola, Lupicínio Rodrigues, além de participar do regional de choro de Carlos Poyares.

No início da década de 1960, ainda com o violão de 6 cordas, mas já com o seu estilo inconfundível nas "baixarias" que fazia com o instrumento, Ventura Ramirez foi convidado a integrar o conjunto Demônios da Garoa, do qual fez parte por diversas vezes até 2005. Pouco tempo depois de entrar no conjunto, Ventura Ramirez adotou permanentemente o violão de 7 cordas, instrumento que o consagrou como um dos seus melhores representantes. Foi ele quem levou pela primeira vez o 7 cordas para os Demônios da Garoa, criando uma das marcas registradas ainda hoje mantidas pelo conjunto, mesmo após o seu desligamento.


O 7 cordas surgiu para o artista cedo ainda em sua vida musical, iniciada aos 13 anos de idade, vindo da necessidade que sentia ao achar, ainda cedo, o violão de 6 cordas "limitado por ter poucas cordas".

Ao longo de sua carreira de mais de 50 anos, Ventura Ramirez recebeu diversos prêmios e honrarias de renomados nomes. Entre eles, está o prêmio Roquete Pinto de Revelação do Ano em 1960, o Oscar da música brasileira há alguns anos. Naquele ano, Ventura Ramirez recebeu a notícia que fora premiado pelo apresentador Silvio Santos, seu então companheiro de Rádio Nacional e com quem excursionou pelo Brasil com a famosa "Caravana do Peru que Fala", grupo de artistas comandado por Silvio Santos e que viajava pelo Brasil divulgando a música brasileira.

Como outros importantes prêmios de sua carreira, Ventura Ramirez foi por 3 vezes agraciado com o Troféu Velho Guerreiro, do saudoso Chacrinha, sendo duas vezes solo e uma com os Demônios da Garoa. Quatorze vezes recebeu o diploma de Melhor da Semana pelo comunicador Helio Souto e outros diversos prêmios de grêmios estudantis, da Casa da Fazenda e da Secretaria de Cultura de São Paulo.

Ventura Ramirez era considerado um dos melhores violões de 7 cordas pela crítica musical do Brasil, com uma agilidade e domínio das cordas pouco vistas até os dias de hoje. Além de violonista e cantor, Ventura Ramirez era compositor e arranjador, tendo já várias músicas gravadas ao longo da discografia dos Demônios da Garoa e de outros artistas de renome no cenário nacional, como Waldick Soriano.


Em sua carreira solo, Ventura Ramirez já gravou diversos discos, sendo o mais recente deles o CD "Tributo a Nelson Gonçalves", pela gravadora ZAN. Nelson Gonçalves foi seu amigo e companheiro musical, sendo, fora dos Demônios da Garoa, o cantor de cujas gravações mais participou. Seu timbre forte lembra bastante a voz do grande Nelson Gonçalves em seus momentos de mais forte vigor vocal.

Ainda nos tempos dos LPs, Ventura Ramirez tem registrados 3 discos, sendo dois cantando e um instrumental com o violão de 7 cordas. Recentemente, Ventura Ramirez gravou também com artistas atuais do cenário musical brasileiro, como os consagrados Ivan Lins e Guilherme Arantes.

Como fiel representante da música tradicional brasileira, de um tempo áureo em que os artistas tinham necessariamente que ter talento e técnica, em seus shows, Ventura Ramirez passeia pelo repertório da seresta e dos grandes cantores de rádio, como Nelson GonçalvesOrlando Silva e Silvio Caldas, além de, com o seu violão de 7 cordas, representar os maiores clássicos do choro e, é claro, do bom samba, tudo no melhor estilo de um dos mais importantes violonistas da história da Música Popular Brasileira.

Morte

Ventura Ramirez morreu em sua casa em São Paulo, aos 77 anos, na madrugada de segunda-feira, 06/06/2016. Um médico ainda vai avaliar qual a causa da morte súbita.

Fonte: Wikipédia

Mário Sérgio

MÁRIO SÉRGIO FERREIRA BROCHADO
(57 anos)
Cantor, Compositor e Cavaquinista

☼ São Paulo, SP (10/12/1958)
┼ Rio de Janeiro, RJ (29/05/2016)

Mário Sérgio era considerado um dos principais compositores do grupo carioca Fundo de Quintal, sendo o autor de diversas composições como: "Alem dos Sonhos da Ilusão", "Brasil Nagô", "Menina da Colina", "Ira de Hortelã", entre outras.

Em toda a carreira, Mário Sérgio participou, ao menos, da produção de 11 discos. Entre eles, "Fundo de Quinta - Cacique de Ramos", de 2002. No mesmo ano do CD "Jorge Aragão Ao Vivo", "Papo de Sambe", de 2001, e "Simplicidade", do Fundo de Quinta, em 2000.

O grupo era formado por Bira Presidente, Sereno, Ubirany, Ademir Batera, Mário Sérgio e Ronaldinho. Já gravou 32 álbuns, com 15 discos de ouro e quatro de platina. O grupo nasceu do bloco carnavalesco Cacique de Ramos, no Rio de Janeiro, e é berço de artistas como Jorge Aragão, Sombrinha, Almir Guineto, Arlindo Cruz, Walter Sete Cordas, Cléber Augusto e Neoci.

Morte

Mário Sérgio faleceu na madrugada de domingo, 29/05/2016, aos 58 anos. A morte foi anunciada na manhã de 29/05/2016 pelo site da banda e suas páginas nas redes sociais.

Segundo a produção da banda, ele estava internado havia uma semana em um hospital em Nilópolis, na Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro, para fazer exames e estaria tratando um linfoma.

Artistas Lamentam

A morte do vocalista do grupo Fundo de Quintal, Mário Sérgio Ferreira Brochado, fez sambistas prestarem homenagem pelas redes sociais.

"Luto! Nosso amigo e referencia musical, se foi... Mário Sérgio (Fundo de Quintal), sentiremos saudades de você, mas suas lindas canções estão eternizadas aqui nos nossos corações... Muito obrigado por cantar em meu casamento... Muito obrigado pela companhia em Buenos Aires... E, pode ter certeza, vou terminar aquela canção que estávamos compondo... Estou muito triste! Sou muito fã! Vai com Deus, Marião!"
(Thiaguinho)

"O samba está em luto e o céu em festa. Um grande homem, um grande intérprete, um grande poeta. Sinceros sentimentos á toda família. Descanse em paz, Mario Sergio."
(Mumuzinho)

"Eu gravei duas ou três músicas deles. [A morte] Pegou de surpresa. Inclusive, fizemos um show no mês passado, no Cacique de Ramos. Era um grande músico, grande cara, gente boa. É a vida que segue."
(Zeca Pagodinho)

"Mário Sérgio foi um grande amigo! Foi um exemplo! Tivemos várias histórias no carnaval da Bahia, no pagode da tia Gessy, no próprio Cacique [de Ramos], em São Paulo... Nossos últimos momentos foram no carnaval de Salvador e no último DVD do Fundo de Quintal, no Circo Voador."
(Xande de Pilares)

Fonte: Grande FM

Naná Vasconcelos

JUVENAL DE HOLANDA VASCONCELOS
(71 anos)
Compositor, Instrumentista e Percussionista

☼ Recife, PE (02/08/1944)
┼ Recife, PE (09/03/2016)

Juvenal de Holanda Vasconcelos, mais conhecido como Naná Vasconcelos, foi um compositor, instrumentista e percussionista brasileiro. Eleito oito vezes o melhor percussionista do mundo pela revista americana Down Beat.

Naná Vasconcelos nasceu no dia 02/08/1944, em Recife, PE. Especialista em ritmos e diferentes estilos da  World Music, MPB e do Jazz, Naná Vasconcelos era um músico com oito prêmios Grammy, considerado autoridade mundial quando no assunto.

Filho de violonista, começou na Banda Marcial de seu pai, aos 12 anos, tocando bongos e maracas em Recife. Desde jovem envolvido nos movimentos de Maracatu, era virtuoso no berimbau e adepto de métricas pouco usuais no jazz - com levadas em 5/4 ou 7/4, mas que são muito tocados no nordeste brasileiro.

Iniciou sua carreira profissional em Recife, tocando bateria em cabarés. Mais tarde, foi percussionista da Banda Municipal local. Acompanhou Gilberto Gil em shows pelo Nordeste.

Em 1967 viajou para o Rio de Janeiro, onde conheceu Maurício Mendonça, Nelson Angelo, Joyce e Milton Nascimento, com quem atuou na gravação de dois LPs.


Em 1968 seguiu para São Paulo. Ao lado de Nelson Angelo, Franklin e Geraldo Azevedo, fez parte do Quarteto Livre, que acompanhou Geraldo Vandré em "Pra Não Dizer Que Não Falei das Flores" na fase paulista do III Festival Internacional da Canção.

Em 1969, apresentou-se com Gal Costa no Curtisom e no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MASP). 

De volta ao Rio de Janeiro, formou o Trio do Bagaço, com Nelson Angelo e Maurício Maestro, apresentando-se, com o grupo, no México, a convite de Luis Eça.

Atuou na trilha sonora de "Pindorama" (1970), filme de Arnaldo Jabor. Nessa época, conheceu Gato Barbieri, com quem viajou para New York, Estados Unidos, para a gravação de um disco. Nesta cidade, participou de festivais de jazz, como o de Chateau Vallon, e gravou com Jean-Luc Ponty, Don Cherry, Roff Kün, Oliver Nelson e Léon Thomas.

Mais tarde, viajou para a Europa. Fez contato com gravadoras parisienses através de Pierre Barrouh. Apresentou-se no Teatro Ranelagh e foi convidado a gravar com Joachin Kunhu, na Alemanha, seguindo, depois para Montreux, Suíça, onde realizou mais um show. Atuou durante dois anos com o Quarteto Iansã, na Europa.


Seguiu, depois, para a África, onde permaneceu durante seis meses fazendo pesquisas. Seu primeiro LP, "Africadeus", foi gravado no exterior. Ainda na Europa, compôs a trilha sonora de uma novela para a televisão francesa com temas brasileiros. Em Portugal gravou um disco no dialeto angolano quimbundo.

Em 1972 retornou ao Brasil e apresentou, no Teatro Fonte da Saudade, o material com que participou de festivais e gravações com Don Cherry, Tony Williams, Art Blakey, Miles Davis e Oliver Nelson, entre outros, utilizando instrumentos de percussão como o berimbau e a queixada de burro. Nessa apresentação, interpretou o repertório de seu disco "Africadeus" e uma bachiana de Villa-Lobos, regendo um coral e atuando como único músico do show.

No ano seguinte, em 1973, gravou seu segundo LP, "Amazonas", lançado pela Philips, mesclando o ritmo brasileiro ao folclore africano. Ainda na década de 1970, voltou a Paris, onde realizou um trabalho com crianças excepcionais.

Trabalhou durante oito anos com Egberto Gismonti, com quem gravou, na Alemanha, o LP "Dança das Cabeças" (1977), nomeado Álbum do Ano pela Stereo Review e premiado com o Grober Deutscher Schallplattenpreis.

Em 1979 gravou o LP "Egberto Gismonti & Naná Vasconcelos & Walter Smetak". Nessa época, transferiu-se novamente para New York. Atuou com artistas internacionais como Pat Metheny, B.B. King e Paul Simon.

Naná Vasconcelos é autor da música de "O Sertão das Memórias" (1996), filme de José de Araújo.


Em 1997 voltou ao Brasil para organizar, com Gilberto Gil, o IV Panorama Percussivo Mundial, realizado no Teatro Castro Alves, do qual participaram artistas de vários países do mundo.

Em 1999 lançou o CD "Contaminação", contendo suas composições "Science" (Naná Vasconcelos, Vinicius Cantuária e Mércia Rangel), "Tá Na Roda Tá" (Naná Vasconcelos Vinicius Cantuária), "Irapurú" (Naná Vasconcelos Vinicius Cantuária), "Quase Choro" (Naná Vasconcelos Vinicius Cantuária), "Luz de Candeeiro" (Naná Vasconcelos Vinicius Cantuária), "Cajú" (Naná Vasconcelos Vinicius Cantuária), "To You To" (Naná Vasconcelos Vinicius Cantuária), "Lágrimas" (Naná Vasconcelos, Dino Braia, Mércia Rangel e Alceu Valença), "Coco Lunar" (Naná VasconcelosDino BraiaMércia Rangel e Alceu Valença), "Forró do Antero" (Naná VasconcelosDino BraiaMércia Rangel e Alceu Valença), "A Seca" (Naná VasconcelosDino BraiaMércia Rangel e Alceu Valença), "Ciranda" (Naná Vasconcelos e Mércia Rangel) e "Contaminação" (Naná Vasconcelos e Mércia Rangel).

Em 2000 participou do CD da banda Via Sat.

Em 2001 lançou o CD "Fragmentos", uma compilação de temas que compôs para filmes e espetáculos teatrais. No repertório, "Vento Chamando Vento", "Mundo Verde", "Sertão das Memórias", "Forró do Antero", "Vozes", "Vamos Pra Selva", "Caminho dos Pigmeus""Gorée", além de sua versão para "Marimbariboba" (Domínio Público). Também nesse ano, participou, como arranjador, do CD "Cordel do Fogo Encantado".


Em 2002 lançou o CD "Minha Lôa", contendo suas composições "Futebol", "Afoxé do Nêgo Véio", "Estrela Negra" (Naná Vasconcelos e João de Souza Leão), "Goreé", "Macaco", "Don's Rollerskates (Tributo a Don Cherry)""Curumim", "Voz Nagô" (Paulo César Pinheiro e Pedro Amorim), "Isleña" (Kiko Klaus), "Caboclo de Lança" (Erasto Vasconcelos e Esdras) e "Forró das Meninas" (Erasto Vasconcelos, Guga e Murilo).

Lançou, em 2005 o CD "Chegada", com a participação de César Michiles (flautas e saxes), Lui Coimbra (cello, charango e violão), Chiquinho Chagas (piano, teclados e acordeon) e Lucas dos Prazeres (percussão).

Em 2006 lançou o CD "Trilhas", reunindo temas que compôs para os filmes "Quase Dois Irmãos" (2005), de Lucia Murat, "Nzinga" (2007), de Rose Lacret e Otávio Bezerra, e "Ori - Canção Para Aisha", de Raquel Gerber, e para os espetáculos de dança "Corpos Luz", da Companhia de Balé Dança Vida, de Ribeirão Preto, e "Balé de Rua - Uma História Brasileira", da Companhia Balé de Rua, de Uberlândia. Em todas as faixas, o músico assina voz e percussão.

Em parceria com Marcos Suzano, Caito Marcondes e Coração Quiáltera, lançou, em 2010, o CD "Sementeira: Sons da Percussão", contendo suas composições "Sementeira", "Ifá", "Convite" e "Ensaio Geral", todas com Caito Marcondes, Marcos Suzano e Coração Quiáltera, "Lua Nova" (Naná Vasconcelos e Coração Quiáltera), "Nada Mais Sério" (Coração Quiáltera), "Triciclo" (Coração Quiáltera), "Ditempus Intempus" (Coração Quiáltera), "Canto de Trabalho" (Caito Marcondes) e "No Morro" (Marcos Suzano).

Morte

Naná Vasconcelos faleceu na manhã de quarta-feira, 09/03/2016, em Recife, PE, aos 71 anos.  Ele estava com câncer no pulmão.

De acordo com a assessoria do Hospital Unimed III, onde estava internado, Naná Vasconcelos teve uma parada respiratória e passou por um procedimento, mas não resistiu e faleceu às 7h39.

Até o último dia 29/02/2016, ele estava na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da unidade de saúde, mas, depois, foi transferido para um quarto, onde pôde ter mais contato com a família.

Em 2015 Naná Vasconcelos passou mais de 20 dias no mesmo hospital, após descobrir o câncer. Segundo Patrícia Vasconcelos, sua esposa e produtora, Naná Vasconcelos passou mal após um show realizado em Salvador, BA, no dia 28/02/2016, com o violoncelista Lui Coimbra. Ao retornar ao Recife, foi internado.

Em 2015 Naná Vasconcelos também se sentiu mal antes de um show, mas achou que não era nada demais e seguiu com a agenda. No Recife, após uma bateria de exames, foi constatado o câncer.

"Pegou todos de surpresa porque ele havia feito um raio-x do pulmão no ano passado (2014) e uma revisão geral há dois meses e nada foi encontrado. Foi tudo muito rápido, um susto!"
(Declarou a esposa à época)

Ao ser liberado, pouco mais de 20 dias depois, Naná Vasconcelos falou sobre o desafio de enfrentar a doença.

"Eu tenho essa situação, e tenho que enfrentar com força, pensamento positivo. E vou enfrentar com o pensamento de que eu vou chegar lá!"
(Naná Vasconcelos, em 2015)

Naná Vasconcelos prosseguiu, então, com o tratamento, que incluiu sessões de quimioterapia e de radioterapia, por 40 dias.

Apesar do câncer, Naná Vasconcelos participou da abertura do Carnaval do Recife no Marco Zero, em 2016, na companhia de 400 batuqueiros. E em seu último carnaval, o percussionista dividiu o palco com o Clube Carnavalesco Misto Pão Duro, grupo centenário homenageado no carnaval do Recife, com o Nação do Maracatu Porto Rico, também celebrado, e com os cantores Lenine e Sara Tavares, de Cabo Verde.

Discografia
  • 2010 - Sementeira: Sons da Percussão (Naná Vasconcelos, Marcos Suzano, Caito Marcondes e Coração Quiáltera - Tratore, CD)
  • 2006 - Trilhas (Naná Vasconcelos - Azul Music, CD)
  • 2005 - Chegada (Naná Vasconcelos - Azul Music, CD)
  • 2002 - Minha Lôa (Naná Vasconcelos - Net Records, CD)
  • 2001 - Fragmentos (Naná Vasconcelos - Núcleo Contemporâneo, CD)
  • 2001 - Cordel do Fogo Encantado (Participação - Rec Beat Discos, CD)
  • 2000 - Via Sat (Participação - Morango Music, CD)
  • 1999 - Contaminação (Naná Vasconcelos - M. Officer, CD)
  • 1994 - Contando Estórias (Naná Vasconcelos - Velas, CD)
  • 1990 - Lester (Naná Vasconcelos e Antonello Salis - Brass Star, CD)
  • 1989 - Rain Dance (Naná Vasconcelos e The Bushdancers - Island Records/Polygram, LP)
  • 1986 - Bush Dance (Naná Vasconcelos - Island/WEA)
  • 1985 - Nanatronics (Naná Vasconcelos - Europa Music, LP)
  • 1984 - Duas Vozes (Egberto Gismonti e Naná Vasconcelos - ECM Records)
  • 1983 - Codona 3 (Collin Walcott, Don Cherry e Naná Vasconcelos - ECM Records/Ariola, LP)
  • 1983 - Zumbi (Naná Vasconcelos - Europa Music, LP)
  • 1982 - Codona 2 (Collin Walcott, Don Cherry e Naná Vasconcelos - ECM/WEA, LP)
  • 1979 - Egberto Gismonti & Naná Vasconcelos & Walter Smetak (LP)
  • 1979 - Codona (Don Cherry, Collin Walcott e Naná Vasconcelos - ECM Records/WEA, LP)
  • 1979 - Saudades (Naná Vasconcelos - ECM/WEA, LP)
  • 1978 - Sol do Meio Dia (Participação - ECM/EMI-Odeon)
  • 1977 - Dança das Cabeças (Egberto Gismonti e Naná Vasconcelos - ECM/EMI-Odeon)
  • 1974 - Naná Vasconcelos, Nelson Ângelo e Novelli (Saravah, LP)
  • 1973 - Amazonas (Naná Vasconcelos - Phonogram, LP)
  • 1972 - Africadeus (Naná Vasconcelos - Saravah, LP)

Severino Filho

SEVERINO DE ARAÚJO SILVA FILHO
(88 anos)
Cantor, Instrumentista, Produtor e Arranjador

☼ Belém, PA (1928)
┼ Rio de Janeiro, RJ (01/03/2016)

Severino de Araújo Silva Filho foi um cantor, instrumentista, produtor e arranjador brasileiro. Era irmão de Ismael Neto, criador do grupo Os Cariocas, e de Hortênsia da Silva Araújo, que também participou do grupo. Era pai da atriz Lúcia Veríssimo. Estudou com Hans Joachim Koellreutter.

Ao lado do irmão Ismael Neto, formou, a partir de 1942, o grupo vocal Os Cariocas.

A partir de 1956, com a morte do irmão, assumiu a liderança do grupo, sendo responsável pelas harmonizações vocais. No período de 21 anos em que o grupo suspendeu suas atividades, continuou sua carreira individual, atuando como produtor e arranjador. 

Em 1987, com a volta do conjunto ao cenário artístico, assumiu novamente a liderança do grupo, que se encontra atualmente em plena atividade.

Os Cariocas

Os Cariocas, conjunto vocal formado no Rio de Janeiro em 1942, atuou ininterruptamente até 1967, alcançando maior popularidade nos períodos de 1948 a 1955 e de 1961 a 1967.

Organizado pelos irmãos Ismael de Araújo Silva Neto e Severino de Araújo Silva Filho do bairro carioca da Tijuca. O grupo atuou como quinteto até 1961, contando inicialmente com Ari Mesquita, Salvador e Tarqüínio, amigos e moradores do mesmo bairro. Começou apresentando-se no Instituto Lafayette, colégio onde o pai dos paraenses trabalhava como professor.

Nessa época, Ismael Neto iniciou-se no violão, enquanto Severino Filho tomou aulas de teoria musical com Hans Joachim Koellreutter

Em 1945, com Valdir Prado Viviani, pianista e solista de gaita, substituindo Ari Mesquita, que adoecera, o grupo se inscreveu no "Papel Carbono", programa de calouros de Renato Murce na Rádio Clube.

Estrearam cantando o Fox "If You Please", obtendo o terceiro lugar, o que os animou a tentar nova apresentação, desta vez alcançando o primeiro lugar com a interpretação de "Rum And Coca-Cola".

Quando Renato Murce decidiu reunir o programa todos os vencedores das diversas disputas, o conjunto liderado por Ismael Neto foi o campeão absoluto.

Decidiram então profissionalizar-se e, por intermédio de um amigo da família, Ismael Neto conseguiu uma apresentação para o maestro Radamés Gnattali, na época diretor artístico da Rádio Nacional.

Este gravou um acetato com o grupo e mostrou-o a Haroldo Barbosa, chefe da discoteca da emissora, que contratou o conjunto, na base de cachê, para atuar no programa "Um Milhão de Melodias".


Em princípios de 1946, intitulando-se Os Cariocas, iniciaram carreira como artistas exclusivos da Rádio Nacional, onde permaneceram por mais de 20 anos. Ainda em 1946 Tarqüínio e Salvador deixaram o grupo, e foi com a seguinte formação que Os Cariocas atravessaram sua primeira fase de maior popularidade: Emanuel Barbosa Furtado (Badeco), primeira voz; Severino Filho, segunda voz; Ismael Neto, terceira voz e autor das vocalizações; Jorge Quartarone (Quartera), quarta voz; Valdir, quinta voz e solos, inclusive assobiados.

Em fins de 1947 João de Barro, diretor artístico da Continental e versionista de vários filmes do norte-americano Walt Disney, chamou o conjunto para realizar a dublagem do desenho animado "Ferdinando".

Convidados em seguida a gravar na Continental, lançaram, no início de 1948, "Nova Ilusão" (Luís Bittencourt e José Meneses) e "Adeus, América" (Haroldo Barbosa e Geraldo Jacques), que marcaram, ambos, o primeiro grande sucesso do grupo.

Entre outros discos seus lançados na Continental destacaram-se a marcha junina "Eu Também Sou Batista" (Wilson Batista e José Batista) e o baião "Juazeiro" (Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira).

Atuando também como compositor, Ismael Neto fez "Marca na Parede", um dos grandes sucessos lançados por Os Cariocas na gravadora Sinter, onde passaram a gravar a partir de 1950.

Em 1953 Ismael Neto passou a compor com Antônio Maria, e a dupla tornou-se responsável por alguns dos grandes sucessos de meados da década de 1950, como "Canção da Volta", lançada por Dolores Duran em 1954, e "Valsa de Uma Cidade", gravada por Os Cariocas.

Novamente na Continental em 1954, no ano anterior haviam passado para a RCA Victor, em dezembro o grupo participou da gravação da "Sinfonia do Rio de Janeiro", um LP de dez polegadas com músicas de Tom Jobim e Billy Blanco.

Lúcia Veríssimo e Severino Filho
Em fins de 1955 Severino Filho assumiu a liderança do conjunto, quando Ismael Neto adoeceu, falecendo no ano seguinte, 1956), sendo substituído por sua irmã, Hortênsia da Silva Araújo.

Em 1956 o grupo apresentou-se na Argentina, México, Porto Rico e Estados Unidos.

Na fase da Bossa-Nova, na década de 1960, atuaram intensamente, incluindo novas composições em seu repertório e influenciando outros conjuntos vocais que surgiam, com seu estilo de interpretação.

Em 1961 o grupo sofreu suas derradeiras alterações, com a saída de Hortênsia e Valdir, este substituído por Luís Roberto Gomes. Transformados em quarteto, gravaram dois LPs na Mocambo, em 1962, e passaram depois para a Philips, onde gravaram suas mais representativas interpretações dessa segunda fase, em vários LPs, até 1967, quando o grupo se dissolveu.

Após 1967, Severino Filho continuou trabalhando como arranjador de orquestras de estúdio.

Em 1988, o grupo voltou a se apresentar e seus integrantes sofreram com a perda do contrabaixista Luís Roberto Gomes, que morreu vítima de infarto durante uma apresentação no Jazzmania, no Rio de Janeiro, em 20/10/1988.

Em novembro de 1997, comemoraram 50 anos de carreira com show no Mistura Fina, e lançaram novo disco, o CD "A Bossa Brasileira", pelo selo Albatroz, com a seguinte formação: Severino Filho (piano), Jorge Quartera (bateria), os dois que restaram da formação original, e os recém-chegados Nil Teixeira (violão) e Eloi Vicente (baixo).

 Morte

Severino de Araújo Silva Filho morreu na manhã de terça-feira, 01/03/2016, aos 88 anos, depois de sofrer uma parada cardiorrespiratória. Ele estava internado no Hospital Quinta d'Or, no Rio de Janeiro, desde o dia 18/01/2016 devido a uma trombose pulmonar.

Severino Filho foi internado no final do ano passado no Hospital São Luiz, em São Paulo, antes de ser transferido para o Rio de Janeiro. Desde então, seu quadro de saúde piorou e, no dia 29/01/2016, teve de amputar a perna direita. Apesar da gravidade do quadro, ele estava lúcido durante todo o tempo em que esteve hospitalizado.

Discografia

  • 2001 - Os Clássicos Cariocas (Ouver Records, CD)
  • 1997 - Amigos do Rei-Tim Maia e Os Cariocas (Vitória Régia, CD)
  • 1997 - A Bossa Brasileira (Paradoxx Music, CD)
  • 1992 - Reconquistar (Warner Music, LP)
  • 1990 - Minha Namorada (Som Livre , LP)
  • 1966 - Arte & Vozes (Philips, LP)
  • 1966 - Passaporte (Philips, LP)
  • 1965 - Os Cariocas de Quatrocentas Bossas (Philips, LP)
  • 1964 - A Grande Bossa dos Cariocas (Philips, LP)
  • 1963 - Mais Bossa Com Os Cariocas (Philips, LP)
  • 1962 - A Bossa dos Cariocas (Philips, LP)
  • 1957 - Os Cariocas a Ismael Netto (Columbia, LP)

Indicação: Miguel Sampaio

Nico Assumpção

ANTONIO ÁLVARO ASSUMPÇÃO NETO
(46 anos)
Baixista

☼ São Paulo, SP (13/08/1954)
┼ Rio de Janeiro, RJ (20/01/2001)

Nico Assumpção, nome artístico de Antônio Álvaro Assumpção Neto, foi um contrabaixista brasileiro. Nasceu em São Paulo, no dia 13/08/1954. Seu pai, um industrial de classe média e amante do jazz, tocou baixo acústico, quando jovem, de forma amadora.

Na casa da família Assumpção, a música sempre esteve presente, sendo o jazz uma das principais paixões do pai de Nico, que comprava discos importados através de catálogo. Na década de 50 e 60 era muito comum o empresário de um um músico internacional em turnê no Brasil, levá-lo para jantar na casa de uma família bem sucedida, cujo anfitrião fosse conhecedor sua música e pudesse acolhê-lo com mais hospitalidade. A família de Nico era uma dessas, e seu pai, que tinha influência junto a esses empresários como Roberto Corte Real, sempre oferecia sua casa, fazendo com que Nico estivesse em contato com diversos músicos, como Frank Sinatra Jr., que visitou a casa da família durante sua passagem pelo Brasil em 1966.

Desde pequeno observava-se em Nico uma tendência musical ou um bom ouvido. Mas a realidade é que na casa onde moravam havia um móvel onde os discos eram guardados. Já aos 2 anos Nico alcançava a parte de baixo desse móvel e pedia para ouvir os discos do Michel Legrand, pianista, compositor e arranjador francês, que tornou-se um de seus grandes amigos anos mais tarde.

Aos 9 anos, Nico já aprendia a tocar violão através das aulas que tinha com o músico Paulinho Nogueira. Aos 13 anos já tocava em uma banda de garagem, covers dos Beatles, grupo que gostava muito. Mas como baixista da banda costumava faltar aos ensaios com frequência. Demonstrando um interesse maior pelos arranjos das músicas instrumentais, Nico trocou o violão pelo  baixo elétrico. A partir daí, dedicou-se somente ao baixo, passando, algum tempo depois, a estudar na escola de música Centro Livre de Aprendizagem Musical (CLAM), com o renomado professor Luiz Chaves do Zimbo Trio, com quem também teve aulas de baixo acústico.

Algum tempo depois, Nico foi convidado para dar aulas de baixo elétrico e baixo acústico na mesma escola onde estudava. Na mesma época, em 1974 e 1975, participou de um trio de jazz que tocava em alguns restaurantes de classe média-alta em São Paulo, como o Padoque Jardins e o Clube Harmonia.

Nessa época, os restaurantes obrigavam os músicos a entrarem pela porta dos fundos. Nico foi um dos primeiros a pleitear que os músicos entrassem pela porta da frente. Com isso, algumas pessoas, e até mesmo amigos de profissão, achavam-no arrogante, mas para ele isso era um direito: entrar pela porta da frente impunha um pouco mais de respeito ao músico, independente do seu nível social.

Paralelamente às suas atividades nos restaurantes de São Paulo, suas aulas com Luis Chaves e as aulas que ministrava no CLAM, Nico iniciou um curso por correspondência na Berklee College Of Music, no qual o aluno estudava a distância e enviava um teste com as respostas para uma futura eliminação de matérias.

Em 1974, quinze dias após o falecimento de seu pai, prestou vestibular na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) para o curso de economia, onde estudou por aproximadamente 3 anos. Continuou desenvolvendo suas atividades como músico tocando com Arrigo Barnabé, que ensaiava, no estúdio que Nico tinha em sua casa, as músicas que no ano de 1980 seriam gravadas no disco "Clara Crocodilo". A formação desta banda contava, além de Arrigo Barnabé, piano e voz, Nico no baixo, José Pires de Almeida Neto (Netão) na guitarra, Lea Freire na flauta e Duda Neves na bateria. A banda tocou em algumas faculdades como a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo e Universidade de São Paulo (USP), mas Nico não chegou a gravar o disco.

Em 1975, Nico tocou baixo acústico com um trio de jazz cuja formação era composta por mais dois jovens estudantes e professores do CLAM: Paulo Cardoso (bateria), que hoje atua na área da medicina, e Eliane Elias (piano), que anos mais tarde se consagrou gravando, ao lado de Nico, o disco "Double Rainbow" de Joe Henderson, somente com músicas de Tom Jobim. Nesta apresentação, com uma duração total de 2 horas e meia e feita com seção dupla, o trio tocou apenas standards de jazz. A entrada era franca e a divulgação, feita pelo trio com a ajuda do irmão de Nico, que colaram diversos cartazes pelas faculdades de São Paulo. Essa apresentação registrou a maior lotação do Museu de Arte de São Paulo (MASP) até aquela data.

New York

Em 1976, aos 22 anos, mudou-se para New York a fim de aprofundar seus estudos. Chegando em New York, coincidentemente foi morar no prédio em que Ricardo Silveira (guitarra) morava, na Rua 22 entre 1rst e 2nd avenida, onde se conheceram e se tornaram amigos. Neste mesmo prédio morava Cláudio Celso (guitarra) e Guilherme Vergueiro (piano). Segundo Ricardo Silveira, "a gente sempre tocava na casa de um ou de outro e tocamos junto com o trompetista Cláudio Roditi". Nico começou como a maioria dos músicos brasileiros que buscam fazer carreira em New York: tocou com músicos brasileiros.

Alguns meses depois foi convidado para participar do Festival de Newport com o músico Dom Um Romão. Isto abriu-lhe as portas para tocar com Charlie Rouse (sax) e Don Salvador (piano), que, por sua vez, o colocou em contato para trabalhos com renomados músicos de jazz, como Wayne Shorter (sax), Kenny Barron (piano) e Billy Cobham (bateria). Nico também estudou arranjo e orquestração na Berklee College Of Music. O curso por correspondência feito anos antes  permitiu a eliminação de matérias, reduzindo o tempo total dos estudos.

Anos 80

Em 1981, de volta ao Brasil, Nico gravou seu primeiro disco instrumental solo de forma independente com 10 músicas, sendo 9 de sua autoria. Teve diversos empecilhos em para lançá-lo, pois dependia de uma grande gravadora para prensá-lo e distribuí-lo, além disso, era encontrado em poucas lojas, uma delas a Hi-Fi, em São Paulo. Atualmente este disco é conhecido como "Nico Assumpção" e teve uma prensagem de 3 mil cópias feitas pela Fermata.

Com uma carreira solo, sempre com músicas instrumentais, conquistou um grande espaço no Brasil, principalmente São Paulo e Rio de Janeiro. Foi um dos primeiros baixistas brasileiros a lançar um disco de música instrumental, onde o baixo fosse o destaque.

Na década de 80, a música instrumental era um modismo entre os músicos e pessoas de classe média que frequentavam bares em São Paulo, lotados de segunda a domingo com uma atração diferente a cada noite. Um desses bares era conhecido como Penicilina, localizado na Alameda Lorena em São Paulo e quase foi comprado pelos irmãos Assumpção. A programação musical do bar ficava por conta de Nico, que também tocava em uma das noites. Para tocar no Penicilina era necessário entrar em contato com Nico para reservar uma data. Este bar teve um papel muito importante nos anos 80 para a música instrumental que conhecemos hoje.  Alguns músicos que se apresentaram lá se profissionalizaram, como Teco Cardoso, um dos maiores saxofonistas do Brasil, que tocou acompanhado por Silvio Mazzuca (baixo) e Michel Fridayson (piano), e que também tocou com Nico algum tempo depois.

Em 1982, indicado por Ricardo Silveira, Nico foi para o Rio de Janeiro para tocar no Prudente, um bar em Ipanema, acompanhando Marcos Rezende (piano), que também gostava muito de seu trabalho. Desde então, semanalmente ia para o Rio de Janeiro e ficava hospedado na casa de uma tia, em Laranjeiras no Parque Guile.

Marcos Rezende tinha casa cheia toda quarta-feira, e com isso, Nico mudou-se definitivamente para o Rio de Janeiro, morando, por 2 anos, em um um apartamento alugado em Botafogo, junto com Zeca Assumpção e Bob White. O que mais motivou sua mudança para o Rio de Janeiro foi a visibilidade que teria para a carreira, afinal era lá que estava a mídia de maior alcance nacional da época - Organizações Globo, vários outros semanários importantes, além de um grande número de artistas.

Firmado seu nome nas noites cariocas, todos queriam tocar com Nico Assumpção. Nesta época gravou muitos trabalhos em estúdio, principalmente com o Luiz Avellar (piano), dono de uma produtora e compositor de arranjos. Luiz Avellar sempre convidava Nico e Ricardo Silveira para gravar trabalhos que iam de jingles e trilhas, a discos de artistas da MPB. Além disso, o trio tocava algumas noites da semana em casas como Jazzmania, Parque da Catacumba e Mistura Fina. Esse bar é hoje o internacionalmente renomado Restaurante Mistura Fina, que tem apresentações de jazz e música instrumental também com atrações internacionais.

Em 1984 Nico gravou o que seria seu segundo disco solo no extinto estúdio Rádio Patrulha. Esse disco, gravado e mixado, nunca foi prensado e lançado. No mesmo ano, por ter boa experiência com gravações, ia uma vez por semana a São Paulo para fazer os arranjos e gravar o disco solo do amigo Cândido Penteado Serra, que integrou o grupo D’Alma, pela gravadora Eldorado. No término das gravações, Cândido decidiu lançar o disco com o nome "Banda Paulistana", dividindo os créditos com o amigo baixista.

Em 1985 Ricardo Silveira, convidado para tocar no Free Jazz Festival, reuniu Nico, Luiz Avellar, Carlos Bala (bateiria) e Steve Slagle (sax), que era seu amigo de New York, para tocar como sua banda no festival. Por mais duas semanas, de quarta a sábado, continuaram a tocar no bar Jazzmania. Surgia aí o Projeto High Life.

Logo após o festival, a banda decidiu acrescentar algumas músicas para aumentar o repertório, uma delas era "High Life" de Steve Slagle. A banda fazia duas entradas, e, no final da segunda semana, Luiz Avellar sugeriu que continuassem como banda, que seria de todos, e que gravassem um disco. O nome High Life surgiu, segundo Ricardo Silveira, por ser o nome de uma das músicas do repertório e porque não conseguiram pensar em um nome melhor naquela época.

O disco foi gravado em dois dias no estúdio Nas Nuvens, do músico Liminha, pelos produtores Chico Neves e Vitor Faria. A banda fez diversos shows no Rio de Janeiro e São Paulo, um deles registrado nos arquivos do Centro Cultural São Paulo. O disco "High Life" é o único disco do "Grupo High Life", sendo conhecido por grande parte dos músicos, principalmente baixistas, como um disco solo de Nico Assumpção, talvez pelo fato de ter duas músicas de autoria do baixista - uma delas, "Cor de Rosa", muito importante em sua carreia, além dos solos de baixos, temas e acompanhamentos que destacam o baixo de uma maneira incomum para a época.

Em 1988, após ter participado nas edições anteriores do Free Jazz In Concert como side man, Nico faz um show com Luiz Avellar, Paul Liberman (sax), Ricardo Silveira (guitarra) e Jurim Moreira (bateria). Antes do evento, tocando a escala cromática como aquecimento, Nico percebe que a partir do 17º traste a nota fá se repetia nos trastes seguintes. Nico teve um acesso de pânico. A primera reação foi pedir um martelo, imaginando que os trastes estivessem empenados. Enquanto o roadie busca o martelo, Nico passou a mão debaixo da corda e descobre que ela estava amassada naquele ponto. Trocou a corda e  tudo bem, subiu para o palco e, segundo testemunhas do evento, foi um dos melhores shows do Nico.

Nico Assumpção reuniu uma legião de fãs, em primeiro lugar, músicos. Sempre fazia questão de tocar ao vivo, porque gostava muito. Tocou em casas como Blue Note e Village em New York, e em diversos bares, como os que temos hoje na Vila Madalena, em São Paulo. Tocou em diversos teatros e também em casas noturnas no Leblon, frequentadas por diversos músicos que se reuniam no fim de noite para tomar uma cerveja e fazer algumas jam sessions.

Nico Assumpção e João Bosco
João Bosco

A princípio, João Bosco fazia shows sozinho, voz e violão, em dado momento chamou o Nico para fazer um duo. Desde então, Nico consolidou seu trabalho com João Bosco, não apenas como baixista, mas, também, como parceiro musical.

Desta parceria sugirão os discos "Gagabirô" (1984), "Cabeça de Nego" (1986), "Ai Ai Ai de Mim" (1987), "Bosco" (1989), "Zona de Fronteira" (1991), "As Mil e Uma Aldeias" (1997) e "Benguelê Ballet Para um Corpo" (1998).

A afinidade entre os dois pode ser comprovada no especial transmitido pela TV Cultura. Neste show, sentimos uma concepção musical com poucos arranjos e muita liberdade para o baixista solar, João Bosco mantém sua maneira de tocar violão - é comum criar acompanhamentos de violão mais complexos, preenchendo os espaços quando se toca sozinho, e tocar de maneira mais enxuta, quando se está acompanhado por um baixista, omitindo as notas mais graves dos acordes para não embolar, porém neste show esse pensamento não foi percebido. João Bosco toca como se estivesse sozinho, preenchendo quase todo o espaço com seu violão, isso permite que Nico explore melhor a região aguda do baixo, fazendo vários solos durante as músicas.

Algum tempo depois, Nico sugeriu que João Bosco convidasse outros músicos, aí se forma um novo grupo: Nico (baixo), Marçal (percussão), Robertinho Silva (bateria) e Ricardo Silveira (guitarra). Posteriormente, Nelson Faria (guitarra) e Kiko Freitas (bateria), além dos baixistas Andre Neiva e Ney Conceição, ambos indicados pelo próprio Nico para substituí-lo.

Paralelo ao trabalho com João Bosco, que durou 15 anos, Nico fez uma série de shows e gravações com nomes como Milton Nascimento, Márcio Montarroyos (trompete), Victor Biglione (guitarra), Ricardo Silveira (guitarra), Wagner Tiso (teclado), Helio Delmiro (guitarra), Cesar Camargo Mariano (piano), Nelson Faria (guitarra), Robertinho Silva (bateria), Chico Buarque (compositor e intérprete), Marcos Rezende (piano), Edu Lobo (compositor) e Larry Coryell (guitarra), entre outros.

Em grande parte desses trabalhos, teve muita liberdade para criar suas melodiosas e precisas linhas de baixo e fraseados.

Nico ministrou vários workshops sobre técnicas de contrabaixo, harmonia, improvisação, levadas e etc. Utilizava como material de apoio uma apostila com diversos exercícios e exemplos de digitação, onde mostrava a sua forma de tocar. Esse material, posteriormente foi ampliado e sistematizado, tornado-se o seu método de improvisação Bass Solo, os segredos da improvisação, lançado no final de 2000 pela editora Lumiar.

Segredos

Qual o segredo que havia por trás do Nico? Por que ele tocava tanto? A resposta foi dada por Rossana, sua esposa:

"Ele sempre buscou o estudo. Não me lembro de um dia em que o Nico estivesse em casa que não tivesse entrado no estúdio para estudar, seja sábado, domingo ou feriado. Ele tocava, ele estudava e ele ouvia. A capacidade que ele tinha para buscar o aprimoramento é nítido no trabalho que ele deixou. Nico como músico era um ser perfeito. Nunca se contentava com 99%, tinha que ser 100%. O Nico e o contrabaixo eram como se fossem uma coisa só, como se fizessem parte um do outro; o dedo que toca a corda e a corda que penetra o dedo."

O Mestre

Nico Assumpção participou de centenas de gravações durante sua carreira entre discos completos e participações, além de um número incontável de shows. Não sobrava tempo para ministrar aulas particulares de música, apenas alguns poucos os baixistas que tinham o privilégio de ter Nico como professor.

Segundo André Neiva e Patrick Laplan, Nico não adotava um método específico em suas aulas particulares, que muitas vezes se estendia por horas em sua casa como um bate-papo, sem um tempo pré-determinado, tocando e mostrando suas gravações e trabalhos de outros baixistas que considerava de grande importância para o desenvolvimento musical de qualquer músico. O enfoque principal de suas aulas era a harmonia. Falava sobre o ciclo de quintas ascendentes e descendentes, modos gregorianos e progressões, e a improvisação. A improvisação, segundo ele, deveria ser vista como uma história com começo, meio e fim, para que tenha contexto musical e não um amontoado de notas sem sentido.

Sempre dizia, principalmente aos alunos mais jovens, que um bom músico deve ser livre de preconceitos musicais, que o segredo para conseguir fazer música com estilo próprio está em saber misturar diversos estilos musicais. Demostrando ser um músico virtuoso, sem ser exibicionista, era admirado por seus alunos por sua simplicidade e respeito ao nível de conhecimento de cada um. Com imensa boa vontade de ajudar no desenvolvimento musical e profissional do aluno, orientava sobre como portar-se diante de um arranjador, maestro ou artista, em como deveriam ser firmes diante de algumas decisões, e, o mais importante na opinião de André Neiva, os ensinava a dizer não, mostrando que suas idéias, de que o músico deve ser sempre respeitado, continuavam fortes em seu modo de encarar a profissão.

Além das poucas aulas particulares ministradas em seu apartamento no Rio de Janeiro, Nico participou das edições de 92, 94 e 95 do Festival de Verão de Brasília na Escola de Música. Segundo o professor Oswaldo, que participou dos três cursos ministrados por Nico, "essa experiência (...) mudou minha visão no estudo do contrabaixo".

Nico demonstrou nesses festivais o domínio que tinha tanto sobre o baixo elétrico como o acústico, impressionando os músicos presentes pela sua técnica, conhecimento harmônico e fluência em improvisação, provando estar realmente à frente de seu tempo.

Com uma diferença de 16 anos entre o lançamento do segundo e o terceiro disco, em abril e junho de 2000, Nico voltou aos estúdios ao lado de Nelson Faria (guitarra) e Lincoln Cheib (bateria) para gravar o disco "Três/Three".

Foram regravadas músicas como "Cor de Rosa", uma das mais importantes de sua carreira, "Eu Sei Que Vou Te Amar" (Tom Jobim e Vinicius de Moraes), "Vera Cruz" (Milton Nascimento e Márcio Borges), músicas inéditas de autoria própria em parceria com Nelson Faria, além de composições de Lincoln Cheib e Mauro Rodrigues.

O último registro ao vivo de Nico Assumpção é no disco "Tocando Victor Assis Brasil", gravado no Mistura Fina nos dias 30 e 31 de março e 1 de abril de 2000, ao lado de Luiz Avellar (piano) e Kiko Freitas (bateria), tendo a participação especial de Nivaldo Ornelas (sax) e Ricardo Silveira (guitarra), tocando apenas composições de Victor Assis.

Nico e Mariana
Família

Nico dava grande valor ao relacionamento familiar. Tinha um profundo carinho pela mãe Conceição, sempre se lembrando de sua dedicação ao cuidar de seu pai adoentado. Também tinha uma profunda admiração pelo seu irmão mais novo, Neco, o arquiteto.

Casou-se duas vezes. Do primeiro casamento com Paula teve uma filha, Mariana, nascida em 1985. Do segundo casamento com Rossana Lorentz, não teve filhos. Viveram juntos por 6 anos até o seu falecimento em 20/01/2001.

Nico Assumpção e Marco Pereira
Morte

Nico sempre foi muito preocupado com a questão de preparo físico. Dava voltas de bicicleta em torno na Lagoa Rodrigo de Freitas e estava sempre bem disposto, tanto nos workshops, tanto nos shows.

Em 1999 ele iniciou um trabalho com o músico mineiro José Namen (teclado) em parceria com Nelson Faria (guitarra), cuja proposta era tocar Beatles em ritmo brasileiro, o trabalho chama-se "Beatles - Um Tributo Brasileiro". Fizeram alguns shows, inclusive em Ouro Preto. Durante esse período, Nico apresentou problemas de saúde, sendo necessária uma intervenção cirúrgica para correção de hérnia de disco.

Durante uma turnê na Europa para promover o CD da Maria João e do Mário Laginha, sentiu-se mal e comentou que chegando no Brasil faria exames. Foi então ao médico que o diagnóstico com câncer no pulmão em estágio avançado.

Nico encarou a doença de maneira serena e consciente do trabalho realizado. Na verdade, quem conversou com o Nico durante esse período, jamais imaginaria a gravidade do problema pelo qual ele estava passando. Em uma dessas ocasiões Rossana lhe perguntou como ficaria a memória da sua obra, não tinha um acervo de participações em shows, eventos, não havia produzido nenhum filme, tipo video-aula e etc. Nico respondeu que ela não precisava se preocupar com isso, iria aparecer muita coisa depois.

A doença se alastrou para o fígado e depois para a coluna vertebral. O tratamento foi difícil e doloroso, e o lançamento do disco "Três" ocorreu nesse período, inclusive com Nico autografando o CD no hospital em dezembro. Ele  falava inglês e francês fluentemente e, neste momento, já misturava as línguas sem nenhum motivo aparente durante a conversa. Era um evidente sinal que a doença já havia atingido um estágio muito avançado e fatal: o cérebro.

Amigos e parceiros o visitam nessa hora e ele fala pra um deles:

"Gostaria de poder voltar no tempo e começar de novo algumas coisas, para ser possível demonstrar e expressar para as pessoas que eu amo o quanto elas são importantes."

Na sexta feira, dia 19 de janeiro o amigo Luiz Avellar o visita. No sábado ele partiria para um trabalho em Boston. Aquele momento se transformou em uma despedida do parceiro de longas datas e de trabalhos que hoje fazem parte da história da música brasileira.

"Era um sábado de manhã, e eu não havia ligado para saber notícias durante aquela semana, estava em Belo Horizonte. Liguei para a sua casa e o telefone tocou até cair a ligação. Achei estranho e liguei para o celular da Rossana. Dona Conceição atende e eu pergunto pelo Nico. A resposta, curta, foi de uma dimensão tal que me deixou completamente sem reação: ele faleceu durante a madrugada."

Era o dia 20/01/2001. Nico faleceu e suas cinzas, no dia seguinte, foram depositadas na lagoa Rodrigo de Freitas. Nesse local, há uma placa em sua homenagem, colocada sob uma árvore, com o nome "Recanto Nico Assumpção".

Em agosto de 2002, com a presença de sua mãe, Dona Conceição e de sua filha Mariana, por iniciativa da Rossana, com a participação de Cláudio Infante (bateria), de Afonso Cláudio (sax), de Nelson Faria (guitarra) e de André Neiva (baixo), foi realizado um show em tributo a Nico Assumpção na loja Show Point, no centro do Rio de Janeiro.

Foi a comemoração do relançamento em CD do seu primeiro LP da carreira solo, tocando apenas músicas de sua autoria, como "Cor de Rosa", "Maxixe", "Paca Tatu, Cotia Não" e "The Quartet". Além disso, o show inaugurava o Espaço Nico Assumpção, um auditório localizado dentro da loja Show Point, feito em sua homenagem.

No final do evento, Dona Conceição confidenciou: "Esse baixista me fez lembrar o Nico algumas vezes."

Alguns anos depois, muitas homenagens foram feitas. Mas como resumir Nico Assumpção? Talvez a resposta esteja no diálogo de João Bosco com um trombonista sueco, encantado com o solo da música "Holofotes", do CD "Zona de Fronteira" de 1991.

"Quem fez esse solo?" - perguntou o sueco surpreso. João Bosco imediatamente respondeu: "Foi o Nico, um baixista brasileiro!"