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Rolando Boldrin

ROLANDO BOLDRIN
(86 anos)
Ator, Apresentador, Cantor e Compositor

☼ São Joaquim da Barra, SP (22/10/1936)
┼ São Paulo, SP (09/11/2022)

Rolando Boldrin foi um apresentador, ator, cantor e compositor nascido em São Joaquim da Barra, SP, no dia 22/10/1936.

Desde pequeno, já tocava viola e aos 12 anos de idade, começou uma empreitada musical com o seu irmão, formando a dupla Boy e Formiga, que era bem sucedida na rádio do município.

Aos 16 anos, devido a incentivos por parte de seu pai, Rolando Boldrin foi para a capital São Paulo, de carona em um caminhão. Lá, antes de emplacar na carreira de cantor, foi sapateiro, frentista, carregador, garçom e ajudante de farmacêutico.

Aos 18 anos serviu o exército no quartel de Quitaúna e, nos anos que se seguiram, dedicou-se à atividade musical.

Rolando Boldrin debutou na música, em 1960, como participante do disco de sua futura esposa, que se tornou sua produtora na época, Lurdinha Pereira.

Em 1974, lançou seu primeiro disco solo, pela Continental, "O Cantadô".


Rolando Boldrin
também teve uma grande experiência como ator de teleteatros da TV Tupi, entre o final da década de 50 e começo da de 60, ao lado de vários nomes como Lima Duarte, Laura Cardoso, Dionísio Azevedo dentre outros.

O livro "A TV Antes do VT" mostra várias passagens do ator na emissora, em fotos registradas das gravações dos programas da TV Tupi, antes da implantação do videotape.

Como ator de televisão, entre as décadas de 1960 e 1980, Rolando Boldrin atuou em diversas novelas na TV Record, TV Tupi e Bandeirantes, em aproximadamente 30 novelas.

Como apresentador de televisão, na década de 80, esteve à frente dos programas "Som Brasil" (TV Globo), "Empório Brasileiro" (Bandeirantes) e "Empório Brasil" (SBT). Seu ultimo trabalho como apresentador foi o programa "Sr. Brasil", pela TV Cultura de São Paulo.

Após atuar como Pedro Melo em "O Tronco" (1999), filme baseado no romance homônimo do escritor goiano Bernardo Élis, recebeu o prêmio de melhor ator coadjuvante no Festival de Brasília.

Rolando Boldrin era casado com Patricia Maia Boldrin, produtora e cenógrafa.

Divulgação da Cultura Brasileira

Aproveitando o espaço na televisão, Rolando Boldrin foi um dos maiores divulgadores da música sertaneja brasileira. Em agosto de 1981, estreou o programa "Som Brasil", na TV Globo, com o objetivo de divulgar a música brasileira de inspiração regional.

Rolando Boldrin contava causos, dançava e exibia peças teatrais e pequenos documentários. Mas o destaque eram as atrações musicais, cujo repertório incluía músicas de cantores e compositores que tinham como fonte a cultura popular brasileira.

Rolando Boldrin deixou o programa em 1984, mas levou a ideia a outros programas apresentados por ele, "Empório Brasileiro", "Empório Brasil" e "Sr. Brasil".

Em 2010, Rolando Boldrin foi tema do desfile da escola de samba Pérola Negra no carnaval de São Paulo com o enredo "Vamos Tirar o Brasil da Gaveta". O seu empenho em ressaltar a cultura nacional foi um dos pontos centrais do desfile.

Em 2022, a TV Cultura homenageou Rolando Boldrin pelos seus 85 anos de vida com a exibição do documentário "Eu, a Viola e Deus", dirigido por João Batista de Andrade.

Morte

Rolando Boldrin faleceu na quarta-feira, 09/11/2022, aos 86 anos, em São Paulo, SP, vítima de insuficiência respiratória e renal, segundo informações da TV Cultura. Ele estava internado no Hospital Albert Einstein havia dois meses.

O velório de Rolando Boldrin será realizado na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (ALESP) na quinta-feira, 10/11/2022, das 8h00 às 15h00, e será aberto ao público. Ele será velado no Hall Monumental, e o acesso para visitação do público será feito pelo portão do estacionamento localizado na Av. Pedro Álvares Cabral, 201, apenas para pedestres. O sepultamento ocorrerá no Cemitério Gethsêmani Morumbi, às 17h00.

Carreira

Cinema
  • 2017 - O Filme da Minha Vida ... Giuseppe
  • 1999 - O Tronco ... Pedro Melo
  • 1987 - Ele, o Boto ... Narrador
  • 1978 - Doramundo ... Pereira
  • 1958 - Os Miseráveis

Televisão Como Apresentador
  • 2005-2022 - Sr. Brasil (TV Cultura)
  • 1995-1996 - Estação Brasil (TV Gazeta com a Rede CNT)
  • 1989-1990 - Empório Brasil (SBT)
  • 1984-1986 - Empório Brasileiro (Bandeirantes)
  • 1981-1984 - Som Brasil (TV Globo)

Televisão Como Ator
  • 1981 - Os Imigrantes ... Décio
  • 1980 - Pé de Vento ... Junqueira
  • 1980 - Cavalo Amarelo ... Alberto
  • 1979 - Cara a Cara ... Orestes
  • 1978 - Roda de Fogo ... Eduardo
  • 1977 - O Espantalho ... Juca
  • 1977 - O Profeta ... João Henrique
  • 1975 - A Viagem ... Alberto
  • 1975 - Ovelha Negra ... Júlio Monteiro
  • 1974 - Os Inocentes ... Otávio Queiróz
  • 1973 - Mulheres de Areia ... César
  • 1972 - Quero Viver ... Alfredo
  • 1972 - O Tempo Não Apaga ... Bernardo
  • 1971 - Quarenta Anos Depois ... Leôncio
  • 1971 - Os Deuses Estão Mortos ... Barão
  • 1970 - As Pupilas do Senhor Reitor ... Padre José
  • 1969 - Algemas de Ouro ... Cícero
  • 1969 - Seu Único Pecado ... Hélio
  • 1968 - Ana ... César
  • 1968 - O Direito dos Filhos ... Ernesto
  • 1966 - Calúnia ... Belot
  • 1965 - Fatalidade
  • 1965 - Olhos Que Amei ... Alexandre
  • 1964 - Gutierritos, o Drama dos Humildes ... Pedro
  • 1964 - O Direito de Nascer ... Ricardo
  • 1964 - Quem Casa Com Maria? ... Igor
  • 1964 - Se o Mar Contasse ... Padre Juca
  • 1964 - Alma Cigana ... Afonso
  • 1963 - Moulin Rouge, a Vida de Toulouse-Lautrec ... Van Gogh
  • 1962 - A Estranha Clementine
  • 1960 - TV de Vanguarda
  • 1959 - Senhorita Reed ... Johnson
  • 1958 - O Mordomo e a Dama
  • 1958 - O Comediante ... Cornier
  • 1958 - O Preço da Glória ... Resfriado
  • 1958 - O Grande Amor de Maria Waleska
  • 1954 - A Muralha ... Don Jerônimo Taveira

Fonte: Wikipédia
#FamososQuePartiram #RolandoBoldrin

Makota Valdina

VALDINA DE OLIVEIRA PINTO
(75 anos)
Professora, Religiosa, Líder Comunitária e Militante da Liberdade Religiosa

☼ Salvador, BA (15/10/1943)
┼ Salvador, BA (19/03/2019)

Valdina de Oliveira Pinto, mais conhecida como Makota Valdina, foi uma educadora, líder comunitária e religiosa brasileira, militante da liberdade religiosa, como porta-voz das religiões de matriz africana, bem como dos direitos das mulheres e da população negra.

Valdina de Oliveira Pinto nasceu em 15/10/1943 no bairro do Engenho Velho da Federação, na cidade de Salvador, BA. Sempre morou neste bairro que é, ainda hoje, um local onde a maioria da população é negra, e onde a presença de comunidades de terreiro de Candomblé é marcante. 

Desde a juventude, Valdina Pinto esteve envolvida com ações sociais na sua comunidade, acompanhando seu pai, Paulo de Oliveira Pinto, o Mestre Paulo, ou sua mãe, Eneclides de Oliveira Pinto, mais conhecida como Dona Neca, que foi líder comunitária e primeira referência política da filha.

Da adolescência à fase adulta, junto com a sua família, com a Associação de Moradores e com a Igreja Católica do Bairro, Valdina Pinto desenvolveu diversas atividades assistenciais à população, logo se concentrando na alfabetização de adultos como principal área de trabalho.

Quando veio a se formar pelo antigo Instituto Educacional Isaías Alves (IEIA), atual ICEIA, em 1962, já era uma educadora atuante e conhecida na própria comunidade. Ensinou na sede da Associação de Moradores, ensinou em barracão de terreiro de candomblé, ensinou em escolas e até na própria casa.


Por seu trabalho educacional na comunidade, foi convidada pelo Corpo da Paz para lecionar Português nas Ilhas Virgens a um grupo de estrangeiros que viria ao Brasil - e aí começou a desenvolver a noção do valor que suas referências étnico-culturais tinham para fora da comunidade em que vivia.

Como professora do ensino fundamental do município de Salvador, BA, Valdina de Oliveira Pinto se aposentou no final da década de 80, mas a sina de ser quem dá a lição continuaria acompanhando a sua trajetória.

No início da década de 70, Valdina Pinto abandonou o catolicismo, e em 1975 foi iniciada na religião do Candomblé. No Terreiro Tanuri Junsara, liderado pela Srª Elizabeth Santos da Hora, ela foi confirmada para o cargo de Makota - assessora da Nengwa Nkisi (Mãe-de-Santo). Com a iniciação, recebeu seu nome de origem africana, tornando-se a Makota Zimewaanga.

A iniciação numa religião de matriz africana impôs a Valdina Pinto uma revisão da sua história e da cultura na qual havia sido criada. Todo um conjunto de práticas cotidianas vivenciadas por ela desde a infância no gueto negro do Engenho Velho da Federação passou a adquirir novos significados, importância e sentidos a partir das lições aprendidas no terreiro de candomblé.

Entre 1977 e 1978, Valdina Pinto integrou a primeira turma do Curso de Iniciação à Língua Kikongo, ministrado pelo congolês Nlaando Lando Ntotila no Centro de Estudos Afro-Oriental (CEAO), marcando uma nova etapa no aprofundamento dos seus estudos sobre as culturas de origem bantu no Brasil, sobretudo nos aspectos religiosos.


A valorização das especificidades da nação de candomblé angola-congo, de matriz bantu, tinha sido uma das marcas da trajetória de Valdina Pinto que, por isso, passou a ser conhecida como Makota Valdina.

Outro pensamento de Makota Valdina é de que a comunidade de terreiro não devia fechar-se em si mesma, buscando, ao contrário, relacionar-se com os organismos políticos e sociais externos que fossem necessários à manutenção e consolidação das tradições vivenciadas no terreiro - tradições que, por outro lado, ela defendia que fossem, estas sim, resguardadas exclusivamente ao contexto religioso de quem as pratica.

Vale ressaltar que, ainda em tempos de ditadura política no Brasil, Makota Valdina tornou-se a primeira mulher a presidir a Associação de Moradores do seu Bairro, enfrentando preconceitos políticos e de gênero, dada a suas inclinações oposicionistas e ao fato mesmo de estar numa função até então ocupada por homens.

Estas compreensões, que estão na base da sua formação, levaram-na a compor, durante alguns anos, a diretoria da Federação Baiana de Culto Afro Brasileiro (FEBACAB), atual FENACAB. Nesse período, seu respeito e preocupação com as tradições do Candomblé, independente da nação, tornaram-na mais conhecida e considerada junto aos praticantes do candomblé.

Antes de terminar sua gestão, filiou-se às lutas em defesa do Parque São Bartolomeu, um antigo santuário natural do povo-de-santo de Salvador. O Parque, uma extensa reserva urbana da Mata Atlântica, definhava ante a depredação por parte das pessoas e o silêncio dos poderes públicos. Com outras educadoras, a Makota Valdina desenvolveu programas de educação ambiental, destacando a perspectiva religiosa acerca da natureza - "A natureza é a essência do candomblé", ensinava.


Desta luta surgiu o Centro de Educação Ambiental São Bartolomeu (CEASB), onde foi educadora e conselheira. Um outro trabalho importante do qual esteve à frente foi a catalogação e plantio de ervas medicinais em áreas do entorno do Parque São Bartolomeu, no subúrbio de Salvador.

Perifraseando-a, podemos dizer que "o candomblé é a essência da Makota Valdina". Fincada nestas tradições religiosas, ela tornou-se um instrumento de expressão da sabedoria popular baiana, brasileira, de base africana. Como é próprio de uma visão de mundo dessa origem, os conhecimentos e habilidades da Makota Valdina se articulavam e interagiam constantemente, e não se estancavam, ou se resumiam a uma determinada dimensão do saber. Nela, reflexões filosóficas acerca da cosmogonia do Candomblé, mais especificamente os de origem bantu, coabitavam com um apurado senso estético na execução de danças, ou confecção de artesanatos rituais; ao domínio da culinária, ou do uso de ervas, uniam-se um repertório de cantigas sagradas de rara extensão. 

Em fevereiro de 2003, a Makota Valdina foi a porta-voz das religiões de matriz africana de Salvador num encontro com o então recém empossado Ministro da Cultura, Gilberto Passos Gil Moreira, como também foi uma das representantes do Movimento Contra a Intolerância Religiosa em Brasília, em março do mesmo ano, sentando-se à mesa da Câmara dos Deputados, na histórica sessão presidida pelo Deputado Federal Luiz Alberto.

Com a sua palavra calma e firme, que iluminava, com a sua indignação veemente que entusiasmava, a Makota Valdina impressionava inúmeras plateias nas conferências e palestras que realizava pelo Brasil e no exterior. Mas, como fazia questão de frisar no cotidiano das suas relações, num terreiro de candomblé estava o seu local predileto de ensino e aprendizagem.


Diversas foram as instituições que a tinham como conselheira, ou madrinha, como é o caso da Associação de Preservação e Defesa do Patrimônio Bantu (ACBANTU). Noutros casos, era o próprio nome que emprestava à causa da luta contra o racismo, como ao Grupo de Estudantes Universitários Makota Valdina.

Valdina Pinto recebeu diversas condecorações por seu papel na preservação do patrimônio cultural afro-brasileiro, como o Troféu Clementina de Jesus, da União de Negros Pela Igualdade (UNEGRO). Troféu Ujaama, do Grupo Cultural Olodum, em agosto de 2004. Recebeu a Medalha Maria Quitéria, a maior honraria da Câmara Municipal de Salvador, em dezembro de 2005. Recebeu também da Fundação Gregório de Mattos o Troféu de Mestra Popular do Saber.

Valdina Oliveira Pinto, a Makota Zimewaanga ou Makota Valdina era, atualmente, a conselheira 'mor' da Cidade de Salvador, convidada a avaliar e avalizar plataformas de governo, campanhas eleitorais e mandatos parlamentares, ou ONG's e eventos em defesa das tradições de origem africana e do Meio Ambiente. Era também chamada a orientar grupos do Movimento Negro e a sistematizar propostas educacionais que dessem conta da diversidade cultural da cidade.

Dirigido por Joyce Rodrigues, o documentário "Makota Valdina - Um Jeito Negro de Ser e Viver", retratou sua vida e recebeu o primeiro Prêmio Palmares de Comunicação, da Fundação Cultural Palmares, na categoria Programas de Rádio e Vídeo.

Em 2013, Makota Valdina publicou o livro de memórias intitulado "Meu Caminhar, Meu Viver".

Morte

Makota Valdina faleceu na madrugada de terça-feira, 19/03/2019, aos 75 anos, em Salvador, BA. Segundo a família, Makota Valdina estava hospitalizada há um mês, no Hospital Teresa de Lisieux. Por meio de nota, a assessoria da unidade de saúde informou que Makota Valdina foi atendida no hospital com dores abdominais. Após avaliação médica, foi diagnosticado um quadro grave de disfunção renal e abscesso hepático (infecção do fígado). O hospital informou, ainda, que Makota Valdina chegou a ter melhora após o tratamento, mas veio à óbito por disfunção renal aguda.

O corpo foi velado no Cemitério Jardim da Saudade e o enterro está ocorreu às 15h30 de 19/03/2019.

Makota Valdina não deixou filhos biológicos, mas ficaram muitos sobrinhos que ela considerava como filhos.

"Ela era a mãe de todo mundo aqui. O que ela sempre pediu foi que a gente perpetuasse o legado e os ensinamentos que ela deixou perante a religião e a luta dos negros", disse o sobrinho Júnior Pakapym

#famososquepartiram #makotavaldina

Elson do Forrogode

ELSON CRUZ
(75 anos)
Cantor e Compositor

☼ São Fidélis, RJ (20/03/1942)
┼ Rio de Janeiro, RJ (02/11/2017)

Elson Cruz, mais conhecido como Elson do Forrogode, foi um cantor e compositor brasileiro, nascido em São Fidélis, RJ, no dia 20/03/1942. Seu nome artístico originou-se da junção de dois ritmos populares nacionais, o forró e o pagode.

Após participar de vários programas, nas rádios Tupi, Nacional, dentre outras, e programas de televisão como "A Grande Chance", com Flávio Cavalcanti, Elson teve participação marcante nos festivais de música na época, tais como o Festival Internacional da Canção (FIC) onde cantou em 1971 e 1972 as músicas "Karanuê" e "Nó Na Cana" (César Fome e Ary do Cavaco).

Em 1973, na RCA faz de seu primeiro compacto simples com produção de Milton Nascimento e arranjos de Wagner Tiso.

Em 1975 lançou seu primeiro LP "Desafio da Navalha" também pela RCA, com produção do jornalista Sérgio Cabral, tendo como arranjadores, Wagner Tiso, Oberdan Magalhães, Rildo Hora e Paulo Moura.

O nome artístico de Elson do Forrogode já anunciava a mistura sonora que o artista procurou emplacar a partir de 1987, promovendo no álbum "Forrogode", a fusão de forró - genérico gênero musical que designa vários ritmos nordestinos, dos quais o cantor sempre gostou, com o pagode que conquistou o Brasil a partir de 1985 e que gerou ídolos como Zeca Pagodinho. A rigor, a mistura não emplacou.

Seu auge ocorreu em 1989, com a canção "Talismã" (Michael Sullivan e Paulo Massadas), lançada no álbum "Alô Brasil" pela gravadora RGE, foi uma das mais executadas, fato que lhe garantiu o disco de ouro na época. A música seria regravada tempos depois pela dupla Leandro & Leonardo.

"Talismã" se tornou uma das músicas mais tocadas no Brasil naquele ano de 1989 e virou o maior sucesso da carreira de Elson do Forrogode.

Em 1993, lançou o álbum "Cada Dia Quero Mais", contendo o sucesso "Jeito Atrevido" (Arandas Júnior). Desde então, Elson do Forrogode participou ativamente da vida cultural do país, seja compondo, fazendo shows e produzindo e dirigindo projetos.

Entre um disco e outro, Elson gravou álbuns como "Imã" (RGE, 1990) e "Amor Na Palma Da Mão" (CID, 2002), além de ter feito shows pelo Brasil e na África, no rastro do estouro de "Talismã".

Morte

Elson do Forrogode morreu na tarde de quinta-feira, 02/11/2017, aos 75 anos em decorrência de complicações do diabetes e insuficiência renal. Ele estava internado desde o dia 06/10/2017 no Hospital Mario Kroeff, na Penha Circular, Zona Norte do Rio de Janeiro, após ser transferido do Hospital Municipal Rocha Faria.

Elson foi velado na sexta-feira, 03/11/2017, às 7h00, no Cemitério do Caju, Zona Norte do Rio de Janeiro. O sepultamento foi marcado para às 12h00.

Discografia
  • 1975 - Desafio Da Navalha
  • 1987 - Forrogode
  • 1989 - Alô Brasil
  • 1990 - Imã
  • 1993 - Cada Dia Quero Mais
  • 1994 - Coisas Do Peito
  • 1996 - Não Vivo Sem Você
  • 1996 - 20 Preferidas
  • 1998 - Só Vale a Paixão
  • 2000 - Talismã e Outros Sucessos
  • 2000 - Amor Na Palma Da Mão
  • 2006 - 7 Dias De Forró
  • 2015 - Me Leva

Fonte: Wikipédia
Indicação: Miguel Sampaio
#FamososQuePartiram #ElsondoForrogode

Cláudio Chirinhan

CLÁUDIO CHIRINHAN
(46 anos)
Humorista

☼ São Paulo, SP (14/08/1963)
┼ São Paulo, SP (02/02/2010)


Cláudio Chirinhan foi um comediante e cantor nascido em São Paulo, SP, no dia 14/08/1963.

Cláudio Chirinhan ficou conhecido por seu personagem ET, que fez dupla com Rodolfo no "Programa Ratinho Livre", em 1997. O sucesso da dupla fez com que ela fosse contratada pelo SBT, em 1998, para o "Domingo Legal", apresentado por Gugu Liberato.

Rodolfo & ET

Rodolfo começou a carreira como repórter na Rádio Cruzeiro, no município de Cruzeiro, SP. Posteriormente, foi assistente do apresentador Ratinho no programa "190 Urgente", na CNT/Gazeta.

Juntamente com o apresentador, transferiu-se para a TV Record em 1997, onde tornou-se conhecido nacionalmente quando compôs uma dupla humorística Rodolfo & ET no programa "Ratinho Livre".

O sucesso da dupla fez Rodolfo e seu parceiro ET serem contratados pelo SBT em fevereiro de 1998, para trabalharem no programa "Domingo Legal". No programa, a dupla possuía um quadro fixo, onde acordavam artistas, incluindo várias tentativas frustradas de acordar o próprio dono do SBT, Sílvio Santos.

Com ET, Rodolfo gravou um CD com músicas humorísticas, produzido por Rick Bonadio, que vendeu mais de 100 mil cópias, sendo premiado com Disco de Ouro pela Associação Brasileira dos Produtores de Discos (ABPD).

Com o fim da dupla em janeiro de 2001, Rodolfo manteve-se como repórter do "Domingo Legal" até julho de 2009 quando pediu demissão, Rodolfo trabalhou no SBT por 11 anos.

Morte

Cláudio Chirinhan faleceu à 1h30 de terça-feira, 02/02/2010, vítima de uma parada cardíorrespiratória em decorrência de choque séptico, broncopneumonia e insuficiência renal. Ele estava internado em coma induzido no Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo.

Cláudio Chirinhan sofria de problemas cardíacos, além de pulmonares gerados pelo tabagismo, o que o levou a ser internado no Hospital Cruzeiro do Sul, em Osasco, no último dia 16/01/2010. Segundo seu irmão, Fábio Chirinian, o quadro se agravou e por isso ele foi transferido de hospital.

O velório de Cláudio Chirinhan aconteceu na manhã de terça feira, 02/02/2010, no Cemitério Bela Vista, no centro de Osasco, e o enterro ocorreu no mesmo local, às 16h00.

Diversos amigos e familiares estiveram no local, como Walter Wanderley, o Goiabinha, diretor do programa "Domingo Legal", do SBT, que comandou as matérias externas de Rodolfo & ET.

Dona Tereza Chirinhan, mãe de Cláudio Chirinhan, estava muito emocionada durante a cerimônia e ficou quase o tempo todo ao lado do caixão.

Cláudio Chirinhan foi velado com o famoso terno branco, que utilizava durante suas matérias como ET.

Discografia

  • 1998 - Rodolfo & ET
  • 2000 - Deus Ajude que Venda

Fonte: Wikipédia
#FamososQuePartiram #ClaudioChirinhan

Márcia Kubitschek

MÁRCIA LEMOS KUBITSCHEK DE OLIVEIRA
(56 anos)
Jornalista e Política

* Belo Horizonte, MG (22/10/1943)
+ São Paulo, SP (05/08/2000)

Márcia Lemos Kubitschek de Oliveira foi uma jornalista e política brasileira.

Filha do casal Juscelino Kubitschek e Sarah Kubitschek, Márcia Kubitischek nasceu num parto com complicações, o que quase custou sua vida e a vida de sua mãe, mas felizmente ela nasceu aparentemente saudável. Aos dez anos descobriu um problema na coluna vertebral, uma possível sequela do parto. Esse problema a impediu de seguir carreira de bailarina, que era seu sonho.

Com o agravamento do seu estado de saúde, foi levada à Europa pelos pais a fim de ser operada pelo melhor médico ortopedista da época. Conseguiu ser curada, apesar de não ter seu sonho realizado de ser bailarina, ficou feliz por ter recuperado sua vida saudável de antes. Seu pai Juscelino Kubitschek chegou á fase final de seu governo inaugurando Brasilia a nova capital do Brasil em 21 de abril de 1960.

Vida Pessoal

Em terras lusitanas, casou-se com o banqueiro Baldomero Barbará Neto e teve duas filhas: Anna Christina Kubitschek Barbará, nascida na Cidade do Rio de Janeiro em 1 de junho de 1968, casada com Paulo Octávio, e Júlia Diana Kubitschek Barbará, nascida em Nova York, dia 29 de abril de 1976. Casaram-se em Lisboa, em 1965 e depois de mais de dez anos de casamento com Baldomero Barbará Neto, acabou por pedir o divórcio. 

Mudou-se para os Estados Unidos com as filhas e continuou trabalhando. Casou-se novamente em 1980, com o bailarino norte americano, nascido em Miami, de ascendência cubana, Fernando Bujones. Desta união nasceu em Nova York, no ano de 1983, sua filha caçula, Alejandra Patrícia Kubitschek Bujones. O casal separou em 1988 e ela voltou a morar no Brasil com as três filhas.

Alguns anos depois, reencontrou seu namorado de adolescência, o advogado gaúcho José Carlos Barroso e com ele se casou. Foi seu último marido.

Carreira

Foi aluna do curso de Comunicação Social, onde estudou de 1960 a 1963, na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e se formou jornalista, trabalhando ao se formar em jornais como o Última Hora e o Jornal do Brasil. Também trabalhou na revista Manchete.

Foi diretora da Fundação Cultural do Rio de Janeiro e fez mestrado em Ciências Políticas de 1977 a 1980 pela Universidade de Nova York, cidade na qual dirigiu o escritório da Embratur durante o primeiro ano do governo de José Sarney.

Márcia Kubitschek falava fluentemente cinco idiomas e viajou o mundo diversas vezes.

Teve dois netos e duas netas: Felipe e André, filhos de Anna Christina com o deputado mineiro Paulo Octávio Alves Pereira e Maria Vitoria e Luiza filhas de Júlia Diana com o banqueiro Frederico Albarran. Alejandra Patrícia ainda não teve filhos, nem se casou.

Juscelino Kubitschek e Família
Vida Política

Na política, Márcia Kubitschek defendia a valorização política e social da mulher, a industrialização do Distrito Federal para a geração de empregos e uma reforma agrária sem radicalismo. Na comemoração dos 40 anos de Brasília, Márcia Kubitschek fez um discurso emocionado. Os convidados foram às lágrimas.

"Brasília não é de JK. Não é de Lúcio Costa. Não é de Oscar Niemeyer. Mas de todos nós brasileiros que acreditamos que esse sonho poderia se tornar realidade."

Márcia Kubitschek assinou sua filiação ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) em 1982 e foi eleita deputada federal pelo Distrito Federal em 1986, atuando na Assembléia Nacional Constituinte. Permaneceu na legenda até 1989, quando ingressou no Partido da Reconstrução Nacional (PRN) a convite de Fernando Collor, que inclusive lhe havia oferecido a vaga de vice em sua chapa naquele ano, quando ele se elegeria presidente da República.

Em 1990 houve a primeira eleição direta para o governo do Distrito Federal e Joaquim Roriz (PTR) foi eleito governador tendo como vice-governadora Márcia Kubitschek, que renunciou ao mandato parlamentar em 21 de dezembro de 1990.

Durante o processo que culminaria com o impeachment de Fernando Collor, desligou-se do Partido da Reconstrução Nacional (PRN) e, em 1994, concorreu a uma cadeira de senadora pelo Partido Progressista (PP), ficando em terceiro lugar. Nomeada assessora do Ministério da Indústria e Comércio no ano seguinte pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, foi vice-presidente da Embratur entre 1996 e 2000. Foi seu último emprego.

Dez dias antes de ser internada, Márcia Kubitschek fez sua última aparição em público. Ela se encontrou com o presidente da Câmara dos Deputados, deputado Michel Temer (PMDB/SP), para pedir a reabertura das investigações sobre a morte do pai. Márcia Kubitschek duvidava da morte acidental de Juscelino Kubitschek. Acreditava que houvera um atentado. Na versão oficial, o ex-presidente Juscelino Kubitschek morreu em acidente com o carro em que viajava de São Paulo para o Rio de Janeiro, em 1976.

Depois do acidente, Márcia Kubitschek mudou-se para Nova York. Morou lá durante oito anos e retornou ao Brasil decidida a investir na carreira política. "O povo há de ver em mim a sucessora política de JK", costumava dizer. A vida política, no entanto, nem sempre foi sucedida por vitórias. Conseguiu eleger-se deputada federal, depois da Constituinte de 1985, mas perdeu as eleições para o Senado Federal, em 1994.

Na época, Márcia Kubitschek reclamou que não teve o apoio prometido pelo então governador Joaquim Roriz, do qual foi vice. Durante esse mandato, chegou a assumir o Governo do Distrito Federal (GDF) em algumas ocasiões, durante viagens de Joaquim Roriz.

Márcia Kubitschek era muito ligada ao pai. Falava sempre dele, venerava-o. Era diante do túmulo dele, no Memorial JK, que ela buscava inspiração para o dia-a-dia. Sempre que precisava tomar uma decisão importante, costumava ir para lá, meditar.

Márcia acompanhou de perto o sonho de Juscelino Kubitschek. Em 1957, do lado de fora da obra de construção do Palácio do Catetinho, a menina de 11 anos olhava o ermo ao lado do pai que apontava. "Você está duvidando que isso vai ser possível, não é?", dizia ele. "Pois você vai ver que não é bobagem. Seu pai vai ser o Aladim, nós vamos ter uma lâmpada maravilhosa. Eu vou esfregá-la e todas essas coisas que estou lhe dizendo aqui vão surgir."

Márcia Kubitschek era descrita pelos amigos próximos como pessoa doce, conciliadora, bastante caseira e culta. Mas, ao mesmo tempo, era vista como uma pessoa dinâmica e persistente. Falava três línguas fluentemente: inglês, espanhol e francês. Apesar de muitos políticos afirmem que são seguidores de Juscelino Kubitschek, era Márcia quem ele queria que trilhasse o seu caminho. Imaginava vê-la, pelo menos, governadora do Distrito Federal.


Saúde e Morte

Márcia Kubitschek morreu no sábado, (05/08/2000), às 21:45 hs, aos 56 anos, no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo. Depois de permanecer internada por dois meses no hospital, após entrar em coma, vítima de Insuficiência Renal e Falência Múltipla dos Órgãos.

O corpo de Márcia Kubitschek foi transportado na madrugada para Brasília, onde foi velado durante todo o dia no Memorial JKO presidente Fernando Henrique Cardoso compareceu ao velório.

A morte era inevitável e a família sabia disso. "O estado de saúde dela não permitia um transplante de fígado", explicou o empresário Paulo Octávio, casado com Anna Christina, a filha mais velha de Márcia Kubitschek.

A ex-deputada e ex-vice-governadora do Distrito Federal, Márcia Kubitschek foi enterrada no final da tarde no cemitério Campo da Esperança, em Brasília, ao lado de sua mãe, dona Sarah Kubitschek.

O empresário Paulo Octávio, genro de Márcia Kubitschek, prestou a última homenagem ressaltando suas qualidades e seu amor por Brasília.

Segundo o Corpo de Bombeiros cerca de 500 pessoas compareceram ao enterro.

Fonte: Wikipédia e Diário de Cuiabá
#FamososQuePartiram #MarciaKubitschek

João Baptista Figueiredo

JOÃO BAPTISTA DE OLIVEIRA FIGUEIREDO
(81 anos)
Geógrafo, Militar e Presidente do Brasil

* Rio de Janeiro, RJ (15/01/1918)
+ Rio de Janeiro, RJ (24/12/1999)

João Baptista de Oliveira Figueiredo foi um geógrafo, político e militar brasileiro, tendo sido 30º Presidente do Brasil de 1979 a 1985 e o último presidente do período da Ditadura Militar.

Nascido na Rua Sá Freire no bairro Imperial de São Cristóvão no Rio de Janeiro, era filho do general Euclides Figueiredo, comandante da Revolução Constitucionalista de 1932. Figueiredo estudou no Colégio Militar de Porto Alegre, na Escola Militar do Realengo, na Escola de Comando e Estado-Maior do Exército e na Escola Superior de Guerra.

Ingressou na carreira política ao ser nomeado Secretário Geral do Conselho de Segurança Nacional do governo do Presidente Jânio Quadros e, em 1964, foi integrante do movimento que culminou com o Golpe Militar de 1964, que depôs o então presidente João Goulart, e deu início ao Regime Militar no Brasil.

Comandou e chefiou várias companhias militares durante os primórdios do Regime Militar, como a agência do Serviço Nacional de Informações (SNI) no Rio de Janeiro de 1964 a 1966. Exerceu o comando da Força Pública de São Paulo de 1966 a 1967, do 1º Regimento de Cavalaria de Guardas de 1967 a 1969 e foi Chefe do Estado-Maior do III Exército em 1969.

Apontado pelo Presidente Ernesto Geisel, concorreu para presidente na eleição de 1978 pelo Aliança Renovadora Nacional (ARENA), na chapa com Aureliano Chaves para vice-presidente. Seus adversários eram o general Euler Bentes Monteiro para presidente na chapa com Paulo Brossard, ambos do Movimento Democrático Brasileiro (MDB). Foi eleito pelo Colégio Eleitoral com 355 votos (61,1%), contra 226 dados a Euler Bentes Monteiro (38,9%).

Figueiredo no desfile de 7 de setembro
Ao fundo, Aureliano Chaves (vice-presidente) e João Leitão de Abreu (ministro da Casa Civil)
Brasília, 1984
Seu mandato foi marcado pela continuação da abertura política iniciada no governo de Ernesto Geisel, e pouco após assumir, houve a concessão de uma anistia ampla geral e irrestrita aos políticos cassados com base em atos institucionais. Em 1980, extinguiu-se o bipartidarismo instaurado. A partir disto, foi criado o Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) como sucessor do MDB, e o Partido Democrático Social (PDS) como sucessor da ARENA, além de outros novos partidos. Figueiredo, assim, virou filiado ao PDS.

A 22 de setembro de 1981 foi agraciado com o Grande-Colar da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada de Portugal. Em 1982, engendrou-se uma reforma eleitoral para assegurar a situação maioria nas eleições de 1982 onde se defrontariam os governistas do PDS e quatro legendas de oposição. Contudo, durante o seu governo ocorreram vários atentados terroristas, atribuídos a setores da direita e militares da Linha Dura. Sua gestão ficou marcada pela grave crise econômica que assolou o mundo, com as altas taxas de juros internacionais, pelo segundo choque do petróleo em 1979, a disparada da inflação, que passou de 45% ao mês para 230% ao longo de seis anos, e com a dívida externa crescente no Brasil, que pela primeira vez rompeu a marca dos 100 bilhões de dólares, o que levou o governo a recorrer ao Fundo Monetário Internacional (FMI) em 1982. Neste ano, houve a criação do estado de Rondônia.

Figueiredo foi o presidente que, até sua despedida, governou por mais tempo, depois de Getúlio Vargas.

O ex-presidente faleceu no Rio de Janeiro, em 24 de dezembro de 1999 vítima de insuficiência renal e insuficiência cardíaca. Encontra-se sepultado no Cemitério de São João Batista no Rio de Janeiro.

Figueiredo e Ernesto Geisel dias antes da posse de Figueiredo em Brasília - 1979
Vida Antes da Presidência

Aos onze anos de idade João Figueiredo iniciou sua carreira militar obtendo o primeiro lugar no concurso para o Colégio Militar de Porto Alegre transferindo-se a seguir para o Colégio Militar do Rio de Janeiro ingressando por fim na Escola Militar do Realengo onde optou pela Cavalaria. Aos quarenta anos trabalhou ao lado de Golbery do Couto e Silva no Estado-Maior do Exército e durante o curto governo de Jânio Quadros chefiou o Serviço Federal de Informações e foi secretário-geral do Conselho de Segurança Nacional.

Iniciado o Regime Militar de 1964 foi lotado na agência fluminense do Serviço Nacional de Informações. Em 1969 foi promovido a General de Brigada e comandou o Estado-Maior do III Exército pouco antes de ser nomeado chefe do Gabinete Militar no governo Emílio Garrastazu Médici (1969-1974). Com a posse de Ernesto Geisel foi nomeado ministro-chefe do Serviço Nacional de Informações, cargo do qual se afastou para se candidatar a Presidência da República.

Viveu no exílio na Argentina entre 1932 e 1934 pois seu pai comandara a Revolução Constitucionalista de 1932, no Vale do Paraíba no estado de São Paulo.

Casou-se com  Dulce Maria de Guimarães Castro (Dulce Figueiredo) em 1942.

Presidência da República

Apontado pelo presidente Ernesto Geisel como seu sucessor em 31 de dezembro de 1977, Figueiredo foi eleito Presidente da República pelo Colégio Eleitoral em 15 de outubro de 1978 como candidato da ARENA com o resultado de 355 votos contra 266 dados ao general Euler Bentes Monteiro do MDB. Vitorioso, prometeu a "mão estendida em conciliação" jurando fazer "deste país uma democracia".

No plano político concedeu anistia ampla geral e irrestrita aos políticos cassados com base em atos institucionais, permitindo o retorno ao Brasil dos exilados pelo Regime Militar. Logo após extinguiu o bipartidarismo e engendrou uma reforma eleitoral para assegurar à situação maioria nas eleições de 1982 onde se defrontariam os governistas do PDS e quatro legendas de oposição. Apurados os votos os adversários do regime obtiveram dez governos estaduais sendo nove do PMDB e um do PDT num equilíbrio inédito de forças desde 1965.

Embora tenha conquistado doze governos estaduais e tenha eleito a maior bancada no Senado Federal e na Câmara dos Deputados e conseguido o maior número de prefeitos e vereadores, a vitória do governo se deu em face de um conjunto de regras eleitorais talhadas para favorecer o pedessismo: proibição de coligações partidárias (forçando a incorporação do PP ao PMDB), voto vinculado (o eleitor só poderia votar em candidatos de um mesmo partido) e as sublegendas (nas eleições para senador e prefeito cada partido poderia lançar até três nomes). Ademais os eleitores das capitais dos estados e de municípios considerados áreas de segurança nacional e estâncias hidrominerais não puderam eleger seus prefeitos, o que só ocorreria em 1985. Também os eleitores de Rondônia ficaram privados de eleger seu governador pelo voto direto, situação remediada apenas em 1986.

Após as eleições o governo ensaiou em maio de 1983 uma tênue aliança com os parlamentares do PTB para reaver a maioria na Câmara, entretanto uma série de fissuras na bancada governista fez com que o Congresso Nacional rejeitasse em outubro o decreto 2.045 numa atitude inédita desde o início do regime militar. No mês seguinte o PT realizou em São Paulo a primeira manifestação em favor das eleições diretas para presidente. No início do ano seguinte houve em todo o país uma intensa mobilização popular em favor do tema num movimento denominado Diretas Já.

Os Atentados e a Abertura

Contudo, durante o seu governo ocorreram vários atentados terroristas, atribuídos a setores da direita e militares da Linha Dura. Em janeiro de 1980, ocorreu uma onda de ataques e, nos meses seguintes, são registrados 25 atentados, sem vítimas, em sua maioria explosões de bombas em bancas de jornais que vendiam periódicos de esquerda, da chamada imprensa alternativa. A situação se agravou com a detonação, em 27 e 28 de agosto, de cartas-bombas enviadas ao vereador do Rio de Janeiro Antônio Carlos de Carvalho, do PMDB, e a Eduardo Seabra Fagundes, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Em consequência desses atentados, o jornalista José Ribamar de Freitas, chefe de gabinete do vereador, ficou gravemente ferido e dona Lyda Monteiro da Silva, secretária da Ordem dos Advogados do Brasil, faleceu. Imediatamente, os presidentes de todos os partidos reuniram-se no Congresso para manifestar solidariedade à luta contra o terrorismo.

O mais notório atentado, porém, aconteceu no Riocentro, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, na noite de 30 de abril de 1981, quando duas bombas explodiram durante um show de música popular promovido pelo Centro Brasil Democrático (Cebrade), em comemoração ao Dia do Trabalho. No local havia cerca de 20 mil pessoas, a maioria delas jovens. Não se sabe se por acidente ou imperícia, uma das explosões ocorreu num carro particular que manobrava no estacionamento, matando um dos ocupantes, o sargento Guilherme Pereira do Rosário, e ferindo gravemente o motorista, capitão Wilson Luís Chaves Machado, ambos do DOI-CODI do I Exército. A imprensa e a opinião pública se convenceram de que as vítimas eram os próprios terroristas, mas o general Gentil Marcondes, comandante do I Exército, divulgou a versão de que ambos cumpriam "missão de rotina" e determinou que o sepultamento do sargento fosse com honras militares.

O atentado provocou uma crise política, que acabou sendo solucionada à base de mútuas concessões. Não houve punição ostensiva aos militares integrantes da Linha Dura e o I Exército pôde fazer seu próprio inquérito, "concluindo" que os dois militares haviam sido "vítimas de uma armadilha ardilosamente colocada no carro do capitão". O governo negou conhecimento da operação no Riocentro, mas, em compensação, não ocorreu a partir daí nenhum outro atentado terrorista significativo. Tal solução, entretanto, não agradou a todos os membros do governo. No dia 6 de agosto, em decorrência da não-punição dos autores do atentado, o general Golbery do Couto e Silva, tido como o principal articulador do processo de distensão política, pediu demissão da chefia do Gabinete Civil, cargo que ocupava desde o início do governo de  Ernesto Geisel, alegando "divergências irreconciliáveis".

Figueiredo atribuía os atentados aos "bolsões radicais porém sinceros", ou seja, militares Linha Dura que não queriam que a abertura política de Figueiredo fosse em frente, por medo de revanchismo, caso a oposição chegasse ao poder.

Economia

Como presidente, discursou de forma marcante na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, criticando os altos juros impostos pelos países desenvolvidos.

Sua gestão ficou marcada pela grave crise econômica que assolou o Brasil e o mundo, com as altas taxas de juros internacionais, pelo segundo choque do petróleo em 1979, a disparada da inflação que passou de 45% ao mês para 230% ao longo de seis anos, e com a dívida externa crescente no Brasil que pela primeira vez rompeu a marca dos 100 bilhões de dólares, o que levou o governo a recorrer ao Fundo Monetário Internacional em 1982.

No entanto, em seu último ano de governo o país havia conseguido sair da recessão e o Produto Interno Bruto (PIB) atingido um crescimento superior a 7%. As contas externas também encontraram relativo equilíbrio ao final de seu governo, com uma explosão das exportações e aumento da independência nacional do mercado externo, especialmente na área do petróleo.

Implementou, também, o programa de incentivo à agricultura, que tinha como slogan "Plante que o João Garante". Esse programa foi criado por Antônio Delfim Neto, então Ministro do Planejamento, e seu vice José Flávio Pécora. Muitos pequenos agricultores quebraram por causa dos incentivos, que visavam modernizar a agricultura brasileira.

A agricultura, porém, foi realmente modernizada, e o programa é grande responsável pelo Brasil, atualmente, ser um dos maiores e melhores exportadores agrícolas do mundo. O preço dos alimentos como feijão, arroz (alimentos básicos), baixou consideravelmente, antes muito caros para a população mais humilde.

Aconteceu em 1981, uma grande seca no Nordeste do Brasil, acontecendo saques a armazéns pelos flagelados, e foram criadas frentes de trabalho para gerar renda para as vítimas da seca.

Também foi autor do maior programa de habitação da história do Brasil, construindo quase 3 milhões de casas populares - mais do que a soma de toda a história do  Banco Nacional de Habitação (BNH, que posteriormente foi incorporado à caixa econômica) implantada pelo então Ministro do Interior Mario Andreazza.

Figueiredo com Tancredo Neves, governador de Minas Gerais - Uberlândia, Minas Gerais - 1984
Sucessão Presidencial

Em mensagem de fim de ano transmitida por cadeia nacional de rádio e televisão ao final de 1983, Figueiredo comunicou sua renúncia ao posto de coordenador da sucessão presidencial devolvendo tal prerrogativa ao PDS. Saudada como uma vitória pelos defensores de uma candidatura civil, tal atitude evidenciava, na verdade, a ausência de consenso nas fileiras partidárias quanto ao nome a ser escolhido dada a profusão de nomes tanto de origem militar (Costa Cavalcanti, Otávio Medeiros, Mário Andreazza) quanto civil (Paulo Maluf, Aureliano Chaves, Marco Maciel, Hélio Beltrão). Paralelo à efervescência de nomes no campo governista, a oposição preferiu se empenhar pelo retorno das eleições diretas para presidente na campanha das Diretas Já.

Contudo, mesmo fissurada, a ação política do governo foi eficiente: impediu, por falta de quórum, a aprovação da emenda de Dante de Oliveira, que propunha o retorno das eleições diretas do presidente da república, na Câmara dos Deputados. Isto impediu a apreciação da emeda pelo Senado Federal. Mesmo apoiada por 298 votos favoráveis e apenas 25 contrários, a ausência de 112 parlamentares impediu que se chegassem aos dois terços válidos à continuidade da proposição. Compelida a se readaptar ao novo cenário político, a oposição logo articulou a candidatura do governador mineiro Tancredo Neves à sucessão de Figueiredo. Seu companheiro de chapa foi o senador José Sarney que se filiou ao PMDB em agosto de 1984 como egresso da Frente Liberal, grupo de dissidentes do PDS que cerrou fileiras ao lado dos antigos rivais políticos, em especial após a derrota de Mário Andreazza na convenção nacional do partido que escolheu Paulo Maluf como candidato presidencial do governo.
Figueiredo com Tancredo Neves, Brasília - 1984

Apoiado em um espectro político que agregava tanto oposicionistas de primeira hora como uma crescente leva de dissidentes e mesmo o apoio dos prescritos partidos comunistas, Tancredo Neves se apresentou como candidato em comícios realizados pelo país e terminou por ser eleito Presidente da República em 15 de janeiro de 1985 por 480 votos contra 180 dados a Paulo Maluf e 26 abstenções. O vitorioso, porém, não chegou a governar pois foi internado na véspera da posse devido a um problema de saúde que o obrigou a se submeter a sete cirurgias, porém, a despeito das tratativas, Tancredo Neves faleceu em 21 de abril daquele ano.

Foi sucedido na presidência por José Sarney (seu antigo desafeto de partido), vice de Tancredo Neves, eleito indiretamente pelo Congresso Nacional que, embora fosse candidato da oposição, havia recebido apoio até do ex-presidente Ernesto Geisel, com quem se encontrara três vezes.

Figueiredo não quis entregar a faixa presidencial a José Sarney na cerimônia de posse em 15 de março de 1985, pois o considerava um "impostor", vice de um presidente que nunca havia assumido.

Depois de seu governo, afastou-se definitivamente da vida política. Ficou célebre a sua "Declaração de Despedida", dada ao jornalista Alexandre Garcia para a extinta TV Manchete:

"Bom, o povo, o povão que poderá me escutar, será talvez os 70% de brasileiros que estão apoiando o Tancredo. Então desejo que eles tenham razão, que o doutor Tancredo consiga fazer um bom governo para eles. E que me esqueçam."

Foi o presidente do ciclo do Regime Militar com maior tempo de mandato: seis anos, sendo também o quarto mandatário com mais tempo à frente da Presidência da República, atrás somente de Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Henrique Cardoso (oito anos) e de Getúlio Vargas (dezoito anos).

Figueiredo, Brasília - 1979
Principais Realizações

  • Anistia aos punidos pelo AI-5 e perdão aos crimes de abuso de poder, tortura e assassinato cometidos por órgãos de segurança.
  • Extinção do bipartidarismo, o que dividiu a oposição entre os novos partidos criados e manteve a união dos arenistas, agora no PDS, que garantiram dessa forma a presidência da Câmara.
  • Garantiu o processo de abertura política, iniciado por Geisel, que resultou no fim do regime militar.
  • Estabeleceu o reajuste semestral do salário.
  • No seu governo foi criado o programa Grande Carajás.
  • Criação do Estado de Rondônia.
  • Amplo programa de reforma agrária no norte do Brasil.

Figueiredo na primeira reunião ministerial, Brasília - 1979
Extinção da TV Tupi

Em julho de 1980, Figueiredo assinou o decreto que extinguia a TV Tupi, a primeira emissora de televisão da América Latina. Sete emissoras foram lacradas. As emissoras de São Paulo e do Rio de Janeiro estavam com dívidas. As emissoras de Belo Horizonte (TV Itacolomi), Recife (TV Rádio Clube de Pernambuco), Fortaleza (TV Ceará Tupi), Porto Alegre (TV Piratini) e Belém (TV Marajoara) estavam saudáveis, mas também foram fechadas. Cerca de um ano depois, Sílvio Santos obteve a concessão para utilizar os canais da  TV Tupi São Paulo, TV Piratini e TV Marajoara.

Frases

Durante e depois de seu mandato, João Figueiredo ficou conhecido pela extrema franqueza das suas declarações. Eis algumas delas:
  • Sobre a abertura política: "Se alguém for contra, eu prendo e arrebento"
  • Na posse como presidente: "Vou fazer deste país uma democracia"
  • Sobre o exercício do poder: "Prefiro cheiro de cavalo do que cheiro de povo"
  • Sobre a realidade econômica do país: "Sei que o Brasil é um país essencialmente agrícola. Viram, não sou tão ignorante quanto dizem"
  • Sobre as peculiaridades do Rio Grande do Sul: "Durante muito tempo o gaúcho foi gigolô de vaca"
  • Em resposta a um menino que perguntou o que faria se recebesse salário mínimo: "A única solução é dar um tiro no coco"
  • Em resposta aos estudantes que o insultavam durante visita a Florianópolis, em Santa Catarina: "Minha mãe não está em pauta"
  • Sobre os rumores de um golpe contra Tancredo Neves: "O que sei é que no dia da posse vou embora de Brasília levando apenas minhas mulheres". Diante do espanto, a primeira-dama Dulce Figueiredo esclareceu: "É assim que ele se refere aos cavalos"
  • Em resposta ao jornalista André Luiz Azevedo, quando perguntado se o Ato Institucional nº 5 (AI-5) faria aniversário: "AI-5? Quem é esse menino?"
  • Em resposta à jornalista Leila Cordeiro, quando perguntado se seria candidato ao governo do Rio de Janeiro: "Tenho juízo, não sou maluco"
  • Sobre a militância política da classe artística: "Uma coisa que nunca entendi é porque todo artista, esse tal de Caetano Veloso por exemplo, tem de ser dessa tal de esquerda"
  • No final do seu mandato de presidente, em entrevista ao jornalista Alexandre Garcia, da TV Manchete: "Eu quero que me esqueçam"

Fonte: Wikipédia
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