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Mário Pinotti

MÁRIO PINOTTI
(78 anos)
Médico e Político

☼ Brotas, SP (21/01/1894)
┼ Rio de Janeiro, RJ (03/03/1972)

Mario Pinotti foi um médico sanitarista brasileiro e o primeiro prefeito do município de Nova Iguaçu, RJ.

Mário Pinotti nasceu em Brotas, SP no dia 21/01/1894, era filho de Rafael Vitório Pinotti e de Precilda Bossel Pinotti. Formou-se em 1914 pela Escola de Farmácia de Ouro Preto, MG, e em 1918 pela Faculdade Nacional de Medicina, no Rio de Janeiro.

Iniciou sua carreira em 1919, como inspetor sanitário rural do Departamento Nacional de Saúde Pública. Em 1922 assumiu a prefeitura municipal de Nova Iguaçu, RJ. De volta ao Departamento Nacional de Saúde, trabalhou na campanha contra a Febre Amarela de 1928 a 1931.

Em 1936, durante a gestão de Gustavo Capanema no Ministério da Educação e Saúde, foi nomeado diretor-assistente do Serviço Nacional de Febre Amarela, e em 1937 passou a inspetor dos Serviços Especiais do Departamento Nacional de Saúde.

Entre 1938 e 1941, durante o Estado Novo, foi diretor-geral do Departamento de Saúde do estado do Rio de Janeiro. Nomeado em 1941 diretor do Serviço Nacional de Peste, assumiu no ano seguinte a direção do Serviço Nacional de Malária, onde permaneceu até 1954. Em 1945 tornou-se também diretor do Departamento Nacional de Saúde.

Durante o segundo governo de Getúlio Vargas, foi nomeado pelo presidente Ministro da Saúde. Com o suicídio de Getúlio Vargas, tomou posse o vice-presidente João Augusto Fernandes Campos Café Filho e, em meio às alterações ministeriais que se sucederam, Mário Pinotti permaneceu no cargo somente até 05/09/1954.


Em 1956 foi nomeado diretor do Departamento Nacional de Endemias Rurais, organismo que estruturou na gestão de Maurício Campos de Medeiros, Ministro da Saúde no governo de Juscelino Kubitschek.

De 1957 a 1959, foi presidente da Legião Brasileira de Assistência (LBA).

Ao longo do governo de Juscelino Kubitschek, as mudanças na composição do ministério foram constantes, refletindo a necessidade de conciliar os interesses partidários e saldar os compromissos assumidos na campanha eleitoral.

Como em junho de 1958 esgotava-se o prazo previsto pela Lei Eleitoral para a desincompatibilização dos candidatos que iriam concorrer às eleições legislativas de outubro, houve substituições em várias pastas. Mário Pinotti foi assim convidado para substituir Maurício Medeiros em 03/07/1958. Ambos representavam no governo o Partido Social Progressista (PSP), liderado nacionalmente por Ademar de Barros.

Em 03/10/1958, entretanto, Mário Pinotti candidatou-se a suplente de senador pelo Pará na legenda do Partido Social Progressista (PSP). Além de sua chapa ter sido derrotada, o registro de sua candidatura foi posteriormente impugnado, já que ele não se desincompatibilizara, permanecendo no Ministério da Saúde.

Em 1959, a Câmara dos Deputados redigiu uma moção, assinada por 274 parlamentares e encaminhada por Paulo Freire de Araújo, deputado do Partido Republicano (PR) de Minas Gerais, indicando Mário Pinotti para o Prêmio Nobel de Medicina como médico sanitarista que fora durante 40 anos e como criador de um novo método de combate à malária, o "Método Pinotti", aceito pela Organização Mundial de Saúde (OMS).


Devido às suas ligações com Ademar de BarrosMário Pinotti, à frente do Ministério da Saúde, criou dificuldades a solicitações feitas por Jânio Quadros, então governador de São Paulo, mas o presidente Juscelino Kubitschek interveio, favorecendo assinaturas de vários contratos do Departamento Nacional de Endemias Rurais com o governador paulista. Mário Pinotti acabou por incompatibilizar-se com essa política e foi afastado da pasta da Saúde em 10/08/1960, substituído por Pedro Paulo Penido, ligado ao Partido Social Democrático (PSD).

Logo após a saída de Mário Pinotti do ministério, Maurício Medeiros escreveu um artigo em que apontava Ademar de Barros como o grande causador do afastamento de Mário Pinotti e da perda de representação do Partido Social Progressista (PSP) no governo, já que o líder do partido vinha lançando seguidos ataques a Juscelino Kubitschek e ao candidato da situação, o general Henrique Teixeira Lott, à sucessão presidencial. Ao mesmo tempo, Juscelino Kubitschek instaurou inquéritos para apurar irregularidades na gestão de Mário Pinotti no Ministério da Saúde.

No período presidencial de Jânio Quadros, iniciado em janeiro de 1961, os resultados desses inquéritos se tornaram públicos. Em agosto, Mário Pinotti foi um dos indiciados no inquérito realizado no Departamento Nacional de Endemias Rurais, que constatou a prática de irregularidades, e retirou-se da vida pública. Alguns anos depois, esse inquérito foi arquivado por falta de provas.

Mário Pinotti foi membro da Academia Nacional de Medicina, da Royal Society Of Tropical Medicine And Hygiene, da Academia Militar de Medicina Militar e da New York Academy Of Sciences.

Casou-se com Margarida Pinotti, com quem teve dois filhos.

Mário Pinotti faleceu no Rio de Janeiro, no dia 03/03/1972, aos 78 anos.

Seu nome batiza o Hospital Pronto Socorro Municipal Mário Pinotti, em Belém. Há também a Rua Professor Mário Pinotti, localizada em Nova Cruz, cidade do interior do Rio Grande do Norte e a Avenida Mário Pinotti em Brotas, São Paulo.

Obras
  • O Problema da Malária Transmitida Por Kerteszia no Sul do Brasil
  • 1951 - Grande Programa de Erradicação da Malária no Brasil
  • 1956 - Campanha Contra a Doença de Chagas
  • 1959 - Vida e Morte do Brasileiro


Barão de Macaúbas

ABÍLIO CÉSAR BORGES
(66 anos)
Médico, Educador e Pedagogista

☼ Rio de Contas, BA (09/09/1824)
┼ Rio de Janeiro, RJ (17/01/1891)

Abílio César Borges, primeiro e único Barão de Macaúbas, foi um médico e educador, pedagogista brasileiro. Era filho de Miguel Borges de Carvalho e de Mafalda Maria da Paixão. Nasceu no povoado de Macaúbas, então pertencente à pequena Vila de Rio de Contas, ao sul da Chapada Diamantina, exatamente quando esta completava cem anos de emancipada. Ali efetuou os primeiros estudos e, em 1838 mudou-se para Salvador a fim de completar sua formação.

Devemos muito do nosso conhecimento aos educadores que fizeram da sua profissão uma luta para o aperfeiçoamento da educação no Brasil. Entre tantos outros está Abílio César Borges, o Barão de Macaúbas, que marcou presença no cenário da educação do Brasil entre 1856 e 1880. Ele também era médico e cirurgião e talvez por isso - por ter transformado a educação em opção de vida - tenha sido um pensador educacional.

Em 1841, depois de haver interrompido os estudos por causa da saúde, entrou para a Faculdade de Medicina da Bahia, transferindo-se em seguida para o Rio de Janeiro, onde diplomou-se em 1847 - tendo realizado o curso de forma brilhante. Voltando para a Bahia, dedicou-se ao magistério por quatro anos.

Em 1845, fundou, junto a outros, o Instituto Literário da Bahia, uma espécie de prelúdio de Academia de Letras (ABL), onde são realizados saraus, discutidas ideias e reunia os mais expressivos nomes da literatura baiana da época.

Era casado, desde 1848, com Francisca Antônia Wanderley, oriunda de importante família pernambucana, com quem teve vários filhos.

O Formador de Gênios

Em Salvador, ainda sem o baronato, Abílio César Borges fundou em 1858 o Ginásio Bahiano. Ali, mais que um professor e diretor, aplicava as novidades pedagógicas que incorporava em seus estudos.

Esta instituição, assim como o também famoso e contemporâneo Colégio Sebrão, foi responsável pelos fundamentos educacionais de futuras genialidades da Bahia, como Ruy Barbosa, Aristides Spínola, Castro Alves, Plínio de Lima, Cezar Zama, dentre tantos outros.

Conservou-se à frente da instituição por quase 14 anos. Viajou a Europa com o propósito de melhorar os seus conhecimentos sobre os problemas pedagógicos, de forma a torná-los aplicáveis aos seus trabalhos.

De volta da Europa, em 1871 mudou-se para o Rio de Janeiro, fundando ali o Colégio Abílio. Onze anos depois, graças à fama alcançada por sua instituição, foi nomeado como representante do Brasil no Congresso Pedagógico Internacional de Buenos Aires.

Em Barbacena, Minas Gerais, em 1881 instalou uma filial do colégio do Rio de Janeiro, por onde passaram ilustres personalidades da vida pública mineira. O prédio, que ainda hoje preserva características da construção original, serviu de sede para o antigo Colégio Militar de Minas Gerais e hoje é a sede do comando da Escola Preparatória de Cadetes-do-Ar.

Suas ideias, na época, eram inovadoras na educação brasileira: abolia completamente qualquer espécie de castigo físico, realizava torneios literários, culto ao civismo, etc. Imaginou um método de aprendizagem de leitura que denominou de Leitura Universal, para facilitar o estudo das primeiras letras, abriu vários cursos públicos gratuitos de leitura, convencido de que assim prestava o melhor serviço ao país.

A fim de poder ministrar as lições aos seus alunos, sem ofender entretanto os rígidos costumes da época, chegou até a mandar publicar, na Bélgica, um volume especial, adaptado para menores, de "Os Lusíadas".

Civista Extremado e Grande do Império

Ainda na Bahia, por ocasião da Guerra do Paraguai, manifestava-se exaltadamente pela imprensa, conclamando ao povo à luta em defesa da soberania brasileira. Mas, não restringiu-se a isto: chegou mesmo a patrocinar, de suas próprias rendas, o batalhão dos "Zuavos Baianos".

Pioneiro do Abolicionismo, fundou a Sociedade Libertadora 7 de Setembro, que publicava o jornal "Abolicionista".

A 30/07/1881, foi agraciado com o título de Barão de Macaúbas, depois elevado com a honra de Grande do Império, em 03/06/1882. Além dessa honraria, foi comendador da Imperial Ordem da Rosa, da Ordem de Cristo e da de São Gregório, o Magno.

Dom Pedro II demonstrava, através do reconhecimento dos méritos do Barão de Macaúbas, sua preocupação com a educação no país, Imperador que valorizava o magistério e que declarava que, se não fosse imperador, queria ser "Mestre-Escola".

O Barão de Macaúbas foi um homem à frente do seu tempo, que amava o seu país. Como educador, manteve-se sempre afeito às novidades quanto aos métodos de ensino, sem nunca perder o aprendizado próprio. Não tivesse deixado vestígios, bastaria o fato de ter sido o alicerce de Castro Alves e Ruy Barbosa, dentre muitos outros.

Barão de Macaúbas pertenceu à Academia Filomática, foi diretor geral do ensino na Bahia (1856), membro do Instituto Histórico e Geográfico da Bahia, além de muitas outras entidades lítero-científicas no Brasil e na Europa.

Morte

Nossa nação teve a infelicidade de nascer sob a fatalidade de uma desigualdade social tão profunda, que nos dividiu, primeiro, entre brancos conquistadores e índios, depois, entre brancos senhores e pretos escravos, o que sucede na classe dominante só tem real importância para o país, se o regime de divisão social se mantém e as duas nações continuam a coexistir no estranho paralelismo de sua simbiose a educação também acompanha essa divisão.

Abílio César Borges morreu em 16/02/1891 e hoje seu nome significa muito mais do que nome de ruas e escolas pelo Brasil afora. Seu exemplo se ergueu como um padrão do nosso orgulho, inspirando-nos a certeza e a segurança de podermos ter, como têm os países civilizados, escolas primárias que sejam escolas primárias, ginásios que sejam ginásios, escolas superiores que sejam escolas superiores e universidades que sejam universidades para todos os brasileiros, do mesmo modo por que esse grande educador do Império pôde fazê-los para os poucos selecionados daqueles remotos tempos.

Algumas Obras Publicadas

  • 1847 - Proposições Sobre Ciências Médicas (Tese de Doutoramento)
  • Vinte Anos de Propaganda Contra o Emprego da Palmatória e Outros Castigos Aviltantes no Ensino da Mocidade
  • Desenho Linear ou Geometria Prática Popular
  • 1858 - Memória Sobre a Mineração da Província da Bahia
  • Discursos Sobre a Educação
  • Gramática Portuguesa
  • Gramática Francesa
  • Epítome de Geografia
  • Livros e Leitura
  • Vinte e Dois Anos em Prol da Elevação dos Estudos no Brasil
  • Os Lusíadas de Camões
  • A Lei Nova do Ensino Infantil
  • Conferência Sobre o Aparelho Escolar Múltiplo e o Fracionamento
  • Segundo Livro de Leitura Para Uso da Infância Brasileira

Fonte: Wikipédia

Alfredo Halpern

ALFREDO HALPERN
(74 anos)
Médico e Professor

☼ São Paulo, SP (29/08/1941)
┼ São Paulo, SP (25/11/2015)

Alfredo Halpern nasceu na cidade de São Paulo, em 29/08/1941. Ele era médico e professor-livre docente da Faculdade de Medicina das Universidade de São Paulo (USP), e criador da "Dieta dos Pontos". Com este projeto ele se tornou um dos endocrinologistas mais respeitados do país.

Graduou-se na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo em 1966, na 49ª turma dessa prestigiada escola médica. Fez dois anos de residência em clínica médica (1967 e 1968) na 1ª Clínica Médica - no serviço do professor Antonio Barros de Ulhôa Cintra e, em 1969, iniciou seu aprendizado específico de endocrinologia e metabologia, no grupo chefiado pelo professor Bernardo Leo Wajchenberg.

Ao mesmo tempo tornou-se assistente do pronto-socorro do Hospital das Clínicas, tendo permanecido neste posto até 1973, quando foi contratado pelo Departamento de Clínica Médica, onde permaneceu até sua morte.

Defendeu doutorado em 1973 com uma tese sobre os "Efeitos da Fenformina e do Álcool em Indivíduos Obesos Diabéticos e Não Diabéticos".

Tornou-se professor livre-docente em clínica médica no Departamento de Clínica Médica da Universidade de São Paulo em 1986, com tese sobre "Imunoglobulinas Tireoativas no Bócio Endêmico".

Criou o grupo geral de endocrinologia em 1977 e o grupo de obesidade, agora chamado de grupo de obesidade e síndrome metabólica, em 1987. Era chefe desse grupo até o dia de sua morte. Criou também a disciplina "Obesidade" de pós-graduação da Universidade de São Paulo (USP).

Foi orientador de pós-graduação da endocrinologia e metabologia, tendo tido a oportunidade de formar doutores e mestres há mais de 15 anos.

Publicou vários livros médicos, mais de 200 artigos médicos (nacionais e internacionais) e tem capítulos escritos em mais de 30 livros médicos.

Suas atividades básicas eram o ensino, o atendimento aos pacientes e pesquisas clínicas. Tinha papel destacado como comunicador de assuntos médicos para o público leigo, tendo tido centenas de aparições em jornais, revistas, televisão e internet.

Livros

É autor dos seguintes livros para leigos:
  • Entenda a Obesidade e Emagreça
  • Obesidade, Pontos Para o Gordo
  • Desta Vez Eu Emagreço
  • Magro Para Sempre, Abaixo o Regime
  • A Dieta Dos Pontos
  • Pontos Para a Garotada
  • A Nova Dieta dos Pontos
  • Estômago Possuído


A credibilidade lhe trouxe o convite para ser consultor do programa "Bem Estar" da TV Globo.

Morte

Alfredo Halpern morreu na quarta-feira, 25/11/2015, aos 74 anos, vítima de câncer. Há um ano ele lutava contra um câncer de pâncreas. 

Indicação: Miguel Sampaio

Lucídio Portella

LUCÍDIO PORTELLA NUNES
(93 anos)
Médico e Político

☼ Valença do Piauí, PI (08/04/1922)
┼ Teresina, PI (30/10/2015)

Lucídio Portela Nunes foi um médico e político brasileiro, governador do estado do Piauí de 1979 a 1983. Era o irmão mais velho do falecido Petrônio Portella Nunes, articulador da abertura política ocorrida nos governos de Ernesto GeiselJoão Baptista Figueiredo.

Filho de Eustáquio Portella Nunes e Maria Ferreira de Deus, era formado em Medicina na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) com especialização em Tisiologia pelo Ministério da Saúde e pós-graduação em Radiologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Era membro da Associação Piauiense de Medicina.

Durante pelo menos três décadas sua atividade política resumiu-se a acompanhar a carreira de seu irmão sempre recusando um papel mais ativo no cenário político estadual. Tal postura mudaria em 1978 quando foi referendado pela Aliança Renovadora Nacional (ARENA) para o cargo de Governador do Piauí, indicação feita pelo presidente Ernesto Geisel e confirmada pelo Colégio Eleitoral Estadual em 01/09/1978, sendo o último governador eleito pelo voto indireto. Com a morte de seu irmão em 1980 assumiu o comando do Partido Democrático Social (PDS) e presidiu as eleições gerais de 1982 nas quais seu partido conquistou uma ampla maioria.

Em 15/11/1982 o PDS elegeu o governador Hugo Napoleão, o vice-governador Bona Medeiros e o senador João Lobo. Além disso seus filiados conquistaram 6 das 9 vagas na Câmara dos Deputados e 17 das 27 cadeiras na Assembleia Legislativa, além de assegurar o controle de 102 das 113 prefeituras em disputa, número elevado para 104 por causa da nomeação de Freitas Neto para prefeito de Teresina por decisão de Hugo Napoleão e a manutenção de Júlio César como prefeito de Guadalupe, PI.


Dos 971 vereadores eleitos 774 pertenciam ao partido governista. O Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) apresentou a candidatura do senador Alberto Silva e elegeu 3 deputados federais, 10 deputados estaduais, 11 prefeitos e 194 vereadores. Já o Partido dos Trabalhadores (PT) elegeu 3 vereadores no município de Esperantina, PI, e teve José de Ribamar Santos como candidato a governador.

Lucídio Portella deixou o governo em 15/03/1983 mas conservou influência no meio político e se manteve afinado com o sucessor até que Hugo Napoleão e os membros da Frente Liberal no Piauí ignoraram a candidatura de Paulo Maluf à presidência da República em favor do oposicionista Tancredo Neves. O resultado foi a "implosão" do PDS e a criação do Partido da Frente Liberal (PFL), partido liderado por Hugo Napoleão e que contou com a adesão de quase a totalidade dos antigos despesistas. Para se ter uma ideia do estrago feito nas hostes do PDS, dos 17 deputados estaduais eleitos em 1982 apenas 01 ficou ao lado de Lucídio Portella, justamente seu sobrinho Marcelo Coelho.

Aturdido pelo golpe encorajou a candidatura de sua esposa Myriam Portella a prefeitura de Teresina em 1985 com o intuito de avaliar o quanto lhe restava de capital político. No ano seguinte avalizou a coligação de seu partido com o PMDB e foi eleito vice-governador do Piauí na chapa de Alberto Silva, até então o mais combatido inimigo político de sua família, em especial de seu irmão Petrônio Portella. Como resultado o PDS foi revigorado com a eleição de 03 deputados federais e 06 deputados estaduais.

Após a necessária convivência política com Alberto Silva, o PDS rompeu com o governador que ajudou a eleger e firmou uma aliança com o PFL, visando as eleições de 1990 e em meio as negociações para a formalização da coligação "Frente de Recuperação do Piauí", Lucídio Portella fez valer seu cacife ao assegurar a vaga de vice-governador para o seu então genro Guilherme Melo na chapa de Freitas Neto e apresentou-se como candidato a senador, união afinal vitoriosa ante o desgaste do bloco situacionista.

Lucídio Portella recebendo o papa João Paulo II em Teresina, PI
Extinto o PDS em 1993, Lucídio Portella migrou para seus sucedâneos, ora o Partido Progressista Reformador (PPR), depois o Partido Progressista Brasileiro (PPB) e por fim o atual Partido Progressista (PP). Apesar das mudanças, a condução de seu grupo político sempre coube ao próprio Lucídio Portella.

Seu familiar mais conhecido é Petrônio Portella Nunes, político que ao longo de trinta anos foi guindado de deputado estadual a Ministro da Justiça com passagens pelo Governo do Piauí e ainda pelo Senado Federal onde ocupou funções de destaque. Seu sobrinho, Marcelo Coelho, foi eleito deputado estadual em 1982, 1986, 1998 e 2002 sempre pelo PDS e pelas legendas que o sucederam, sem mencionar que sua esposa Myriam Portella, foi candidata a prefeita de Teresina em 1985, eleita deputada federal em 1986 e novamente derrotada na eleição para a prefeitura da capital piauiense em 1988, isso quando filiada ao PDS. A seguir seu então genro Guilherme Melo trocou o PMDB pelo PDS e foi eleito deputado estadual em 1986, vice-governador do Piauí em 1990 sendo efetivado em 1994 ante a renúncia de Freitas Neto.

Entre abril de 1998 e janeiro de 1999 seu irmão Elói Portella Nunes exerceu o mandato de senador enquanto Freitas Neto foi Ministro Extraordinário das Reformas Institucionais ao final do primeiro governo Fernando Henrique Cardoso. Atualmente, seu genro Ciro Nogueira exerce seu primeiro mandato como senador, e sua filha, Iracema Portella, é deputada federal.

O Terminal Rodoviário de Teresina é oficialmente "Terminal Rodoviário Governador Lucídio Portella" e uma escola da rede estadual de ensino localizada na referida cidade também leva o seu nome.

Morte

Lucídio Portella morreu no fim da tarde de sexta-feira, 30/10/2015, aos 93 anos. Segundo informações da assessoria de imprensa da deputada federal Iracema Portella, filha do ex-político, Lucídio Portella estava na clínica do filho, para onde ia todos os dias, quando passou mal e veio a falecer em questão de minutos. O velório aconteceu na Assembleia Legislativa do Piauí a partir das 21:00 hs e o enterro ocorreu no sábado, 31/10/2015, às 12:00 hs, no Cemitério Jardim da Ressurreição.

Fonte: Wikipédia e G1
Indicação: Fadinha Veras

Içami Tiba

IÇAMI TIBA
(74 anos)
Psiquiatra, Colunista, Escritor e Palestrante

☼ Tapiraí, SP (15/03/1941)
┼ São Paulo, SP (02/08/2015)

Içami Tiba foi um médico psiquiatra, psico-dramatista, colunista, escritor de livros sobre educação familiar e escolar e palestrante brasileiro. Professor em diversos cursos no Brasil e no exterior, criou a Teoria da Integração Relacional, que facilita o entendimento e a aplicação da psicologia por pais e educadores. Como palestrante Içami Tiba fez mais de 3.200 participações de eventos do gênero, tanto no Brasil como em outros países.

Filho de imigrantes japoneses, que chegaram ao Brasil por conta das dificuldades que passaram, em consequência dos tempos de guerra que o Japão passava. Seus pais chegaram ao Brasil em 1936, juntamente com outros familiares. Construíram em Tapiraí, SP, um armazém de alvenaria, chamada de Casa Tiba - Secos e Molhados. E aos fundos desse estabelecimento era a casa da família Tiba e também local de nascimento de Içami Tiba, onde vivia com os pais, irmãos, avós e mais uns irmãos caçulas de seu pai.

Sonhou em ser caminhoneiro, mas inspirado pelo médico da cidade de Piedade, Drº Imamura, resolveu ser médico, quando este foi atender sua família em Tapiraí.

Formou-se em medicina pela Universidade de São Paulo (USP), em 1968. Em seguida especializou-se em psiquiatria pelo Hospital de Clínicas da mesma Universidade, onde foi professor assistente por sete anos.

Entre seus diversos títulos, encontram-se os de Membro da Equipe Técnica da Associação Parceria Contra Drogas (APCD), membro eleito do Board Of Directors Of The International Association Of Group Psychotherapy, professor-supervisor de Psicodrama de Adolescentes pela Federação Brasileira de Psicodrama, conselheiro do Instituto Nacional de Capacitação e Educação Para o Trabalho, conselheiro do Instituto Via de Acesso, ONG de capacitação e educação de jovens para o mercado de trabalho.

Sua especialidade era a psicoterapia para adolescentes e suas famílias, atendendo, em sua clínica particular mais de dois mil pacientes a cada ano, aos quais aplicava os princípios da Teoria da Integração Relacional, por ele próprio criada, e técnicas de psicodrama.


Para Içami Tiba, a maior parte dos problemas psíquicos dos adolescentes pode ser atribuída ao comportamento de seus pais, que agem eles próprios como adolescentes. Esses pais, na expressão criada pelo médico, estariam vivendo numa fase de "adultescência".

Segundo uma pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (IBOPE), a pedido do Conselho Federal de Psicologia, seu nome está em terceiro lugar como o autor de pesquisa e referência, antecedido por Freud (1° lugar) e Jung (2° lugar). Há três décadas que trabalhava com adolescentes e conflitos familiares, Içami Tiba atualmente era um dos maiores especialistas nessa área no Brasil.

Içami Tiba mantinha colunas no Jornal da Tarde de São Paulo no Caderno de Educação, e Revista Viva São Paulo na seção Pais & Filhos, bem como o programa semanal "Quem Ama, Educa!" na Rede Vida de Televisão. Recentemente, tornou-se colunista do portal UOL no link de educação, escrevendo artigos quinzenalmente.

Com 22 obras publicadas e regularmente reeditadas, foi campeão absoluto de vendas de livros no Brasil em 2003, segundo a Revista Veja.

Lançado em 2002, o clássico "Quem Ama Educa!", já passou de 170 edições, um verdadeiro fenômeno editorial no Brasil. Foi editado em Portugal, Espanha e Itália, e vendeu mais de 1 milhão de exemplares, considerando a também a versão atualizada.

Seu livro, "Quem Ama, Educa! Formando Cidadãos Éticos" chegou às livrarias em 2007. A nova versão, totalmente revista e atualizada, traz a visão do autor sobre a importância da educação dos pais na vida dos filhos.

Suas obras foram referência para pais, filhos, educadores, psicólogos, psiquiatras e psicopedagogos. Içami Tiba tinha uma visão considerada moderna e adequada aos dias atuais. Ele foi reconhecido por usar uma linguagem coloquial e bem humorado.

Morte

Içami Tiba morreu em São Paulo, no domingo, 02/08/2015, às 19:00 hs. Ele estava internado no Hospital Sírio Libanês para tratamento de um câncer desde janeiro de 2015, mas a causa da morte não foi divulgada. O velório ocorrerá no Cemitério do Morumbi, em São Paulo, na segunda-feira, 03/08/2015, a partir das 08:00 hs. O sepultamento está programado para 16:00 hs, no mesmo local.

Içami Tiba deixou a mulher Maria Natércia, os filhos Natércia Tiba, André Luiz Martins Tiba e Luciana Martins Tiba, os netos Kaká e Dudu.

Obras

  • 1985 - Sexo e Adolescência
  • 1986 - Puberdade e Adolescência
  • 1989 - Saiba Mais Sobre Maconha e Jovens
  • 1994 - 123 Respostas Sobre Drogas
  • 1994 - Adolescência, o Despertar do Sexo
  • 1995 - Seja Feliz, Meu Filho
  • 1995 - Abaixo a Irritação
  • 1996 - Disciplina, Limite na Medida Certa
  • 1998 - O(A) Executivo(a) & Sua Família - O Sucesso dos Pais Não Garante a Felicidade dos Filhos
  • 1998 - Amor, Felicidade & Cia.
  • 1998 - Ensinar Aprendendo
  • 1999 - Anjos Caídos - Como Prevenir e Eliminar as Drogas na Vida do Adolescente
  • 2001 - Obrigado, Minha Esposa
  • 2002 - Quem Ama, Educa!
  • 2004 - Homem-Cobra, Mulher-Polvo
  • 2008 - Adolescentes: Quem Ama, Educa!

Entre 2006 e 2007 lançou as versões revisadas e atualizadas dos livros:

  • 2008 - Disciplina: Limite na Medida Certa. Novos Paradigmas
  • 2008 - Ensinar Aprendendo. Novos Paradigmas na Educação
  • 2007 - Educação & Amor
  • 2007 - Seja Feliz, Meu Filho
  • 2008 - Juventude & Drogas: Anjos Caídos
  • 2008 - Quem Ama, Educa! Formando Cidadãos Éticos

Fonte: Wikipédia e G1

Waldo Vieira

WALDO VIEIRA
(83 anos)
Médico, Médium e Escritor

☼ Monte Carmelo, MG (12/04/1932)
┼ Foz de Iguaçu, PR (02/07/2015)

Waldo Vieira foi um médico, médium e autor brasileiro, mais conhecido por ser o propositor da Conscienciologia e da Projeciologia.

Já na sua infância Waldo Vieira começou a ter suas primeiras manifestações mediúnicas, tornando-se consequentemente adepto do Espiritismo. Afirma-se que sua primeira projeção consciente ocorreu aos 9 anos de idade.

Na juventude se radicou em Uberaba, MG, onde se graduou em Medicina e Odontologia. Posteriormente tornou-se também médico pós-graduado em plástica e cosmética, ambos em Tóquio, Japão.

Quando ainda estudante, em 1955, conheceu pessoalmente o médium Chico Xavier e juntos, desenvolveram nos anos 50 e 60 trabalho mediúnico no centro espírita Comunhão Espírita Cristã, que fundaram em Uberaba. Tal parceria resultou na publicação de diversos livros e estudos espíritas, mais notadamente em livros psicografados da série André Luiz. Juntos também exerceram a função de médium em sessões de psicografia de cartas e trabalho voluntário de distribuição de mantimentos a multidões de pessoas carentes.

Entre 1964 e 1968, o renomado quadrinista Messias de Mello adaptou seis contos psicografados por Waldo VieiraChico Xavier. As histórias em quadrinhos foram republicadas em um álbum em 2011.

Em 1965, Waldo Vieira e Chico Xavier viajaram para Washington, Estados Unidos, a fim de divulgar o Espiritismo no exterior. Com a ajuda de Salim Salomão Haddad, presidente do centro Christian Spirit Center, e sua esposa Phillis, estudaram inglês e lançaram o livro "Ideal Espírita", com o título "The World Of The Spirits".

Waldo Vieira e Chico Xavier
Trabalhos Solo Como Médium Espírita

Como médium espírita, psicografou sozinho os seguintes livros: "Conduta Espírita" (André Luiz - FEB, 1960), "Bem-Aventurados os Simples" (Valerium - FEB, 1962), "Cristo Espera Por Ti" (Honoré de Balzac - IDE, 1965), "De Coração Para Coração" (Maria Celeste - FEB, 1962), "Seareiros de Volta" (Diversos Espíritos - FEB, 1966), "Sonetos de Vida e de Luz" (Diversos Espíritos - IDE, 1966), "Sol Nas Almas" (André Luiz - CEC, 1964) e "Técnica de Viver" (Kelvin van Dine - CEC, 1967).

Estudos da Consciência e Desligamento do Espiritismo

Em 1966 Waldo Vieira se mudou para o município do Rio de Janeiro, desligando-se do centro Comunhão Espírita Cristã. Ao mesmo tempo tornou-se um dissidente do Espiritismo e decidiu se dedicar à pesquisa da experiência fora-do-corpo, ou projeção da consciência, fenômeno que considera chave para o desenvolvimento integral da consciência.

Tornou-se membro de duas das mais importantes organizações de pesquisa parapsicológicas do mundo, a americana American Society for Psychical Research (ASPR) e a britânica Society For Psychical Research (SPR).

Em 1979 lançou o livro "Projeções da Consciência: Diário de Experiências Fora do Corpo Humano", atraindo a atenção dos interessados na Projeciologia, para em 1981 co-fundar o Centro da Consciência Contínua, dedicado a pesquisa das experiências fora-do-corpo e estados alterados de consciência.

Em 1986 lançou o tratado "Projeciologia: Panorama das Experiências da Consciência Fora do Corpo Humano", com a primeira edição de 5000 exemplares, distribuída gratuitamente entre pesquisadores e bibliotecas do país e do exterior. O tratado consiste em uma exaustiva pesquisa, mais de 1900 referências bibliográficas de 37 países, que chancela o estudo sério e científico sobre o assunto. Tal tratado fundamenta também os estudos da Projeciologia e Conscienciologia e é considerado hoje a principal obra brasileira sobre projeções da consciência.

Ao longo dos anos Waldo Vieira também montou uma considerável biblioteca sobre a projeção da consciência e relacionados, incluindo milhares de referências populares e científicas na temática.

Em 1988, Waldo Vieira co-fundou o Instituto Internacional de Projeciologia e Conscienciologia (IIPC), no Rio de Janeiro. Uma organização sem fins lucrativos voltada ao ensino e pesquisa da consciência em abordagem integral da personalidade. Ele também presidiu a instituição entre 1988 e 1999, sendo que no final deste período o Instituto Internacional de Projeciologia e Conscienciologia  foi reconhecido como instituição de Utilidade Pública Federal (UPF).

Em 1994, Waldo Vieira publicou mais um tratado chamado "700 Experimentos de Conscienciologia".

Em 2001, Waldo Vieira foi incluído na publicação inglesa "Who's Who In The 21st Century", editada pelo International Biographical Centre.

Waldo Vieira também era conhecido como um dos maiores colecionadores de histórias em quadrinhos do país e doou sua coleção pessoal para o Centro de Altos Estudos da Conscienciologia (CEAEC).

CEAEC e Atividades Atuais

Waldo Vieira passou a residir no Centro de Altos Estudos da Conscienciologia (CEAEC), localizado em no bairro Cognópolis, também apelidado de Cidade do Conhecimento ou Bairro do Saber, em Foz do Iguaçu, PR. Entre outras atividades, se dedicava à produção de uma Enciclopédia da Conscienciologia e dicionários relacionados ao tema.

"Sair do corpo humano, com lucidez, é a mais preciosa e prática fonte de esclarecimentos e informações prioritárias acerca dos mais importantes problemas da vida, elucidando-nos sobre quem somos, de onde viemos e para onde vamos!"
(Waldo Vieira)

Morte

Waldo Vieira morreu no fim da tarde de quinta-feira, 02/07/2015, em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, aos 83 anos. Ele sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) no dia 26/06/2015 e desde então permanecia internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Costa Cavalcanti.

A pedido do próprio Waldo Vieira, não houve velório ou cortejo. O corpo de Waldo Vieira foi encaminhado diretamente para o crematório. Para ele, a morte era apenas uma viagenzinha.

Bibliografia Espírita

Seleção de obras solo ou em parceria com o médium Chico Xavier
  • 1960 - A Vida Escreve
  • 1962 - Bem-Aventurados os Simples
  • 1962 - De Coração Para Coração
  • 1962 - Timbolão (Livro Infantil)
  • 1962 - Espírito da Verdade
  • 1963 - Leis de Amor
  • 1964 - Opinião Espírita
  • 1965 - Cristo Espera Por Ti
  • 1965 - Estude e Viva
  • 1966 - Entre Irmãos de Outras Terras
  • 1966 - Seareiros de Volta
  • 1966 - Sonetos de Vida e Luz
  • 1967 - Técnica de Viver
  • 2007 - Cristo Espera Por Ti (Edição comentada por Ramos Filho)


Obras Atribuídas Ao Espírito André Luiz
  • 1958 - Evolução em Dois Mundos
  • 1960 - Mecanismos da Mediunidade
  • 1960 - Conduta Espírita
  • 1963 - Sexo e Destino
  • 1964 - Sol Nas Almas
  • 1964 - Desobsessão


Bibliografia Conscienciológica

Algumas de suas obras conscienciológicas já foram ou estão sendo traduzidas para o inglês, espanhol, italiano, alemão e chinês.

  • 1979 - Projeções da Consciência: Diário de Experiências Fora do Corpo Humano
  • 1986 - Projeciologia: Panorama das Experiências da Consciência Fora do Corpo Humano
  • 1994 - 700 Experimentos da Conscienciologia
  • 1994 - O Que é a Conscienciologia
  • 1995 - Manual da Tenepes: Tarefa Energética Pessoal
  • 1996 - A Natureza Ensina
  • 1996 - Máximas da Conscienciologia
  • 1996 - Mini Definições Conscienciais
  • 1996 - Nossa Evolução
  • 1996 - Conscienciograma: Técnica de Avaliação da Consciência Integral
  • 1997 - 100 Testes da Concienciometria
  • 1997 - 200 Teáticas da Conscienciologia
  • 1997 - Manual da Dupla Evolutiva
  • 1997 - Manual da Proéxis: Programação Existencial
  • 1997 - Manual da Redação da Conscienciologia
  • 1997 - Temas da Conscienciologia
  • 2003 - Homo Sapiens Reurbanisatus
  • 2006 - Enciclopédia da Conscienciologia
  • 2007 - Homo Sapiens Pacificus
  • 2008 - Projeções da Consciência (9ª Edição)
  • 2009 - Manual dos Megapensenes Trivocabulares
  • 2009 - Projeciologia (10ª Edição)
  • 2010 - Nossa Evolução (3ª Edição)
  • 2013 - Dicionário de Neologismos da Conscienciologia
  • 2013 - Enciclopédia da Conscienciologia (co-autor - 7ª Edição)

Fonte: Wikipédia
Indicação: Douglas Bachine

Roberto Freire

JOAQUIM ROBERTO CORRÊA FREIRE
(81 anos)
Psiquiatra, Escritor, Diretor, Autor, Letrista e Pesquisador

☼ São Paulo, SP (18/01/1927)
┼ São Paulo, SP (23/05/2008)

Joaquim Roberto Corrêa Freire foi um médico psiquiatra e escritor brasileiro, conhecido por ser o criador de uma nova e heterodoxa técnica terapêutica denominada Soma (somaterapia), baseada no anarquismo e nas ideias de Wilhelm Reich. Foi também diretor de cinema e teatro, autor de telenovela, letrista e pesquisador científico.

Nasceu em São Paulo no dia 18/01/1927. Formou-se em Medicina, na Universidade do Brasil, no Rio de Janeiro, em 1952. Enquanto estudante, e após a sua formatura, trabalhou como pesquisador em eletrofisiologia e em biofísica celular no Instituto de Biofísica da Universidade do Brasil, sob a orientação do professor Carlos Chagas Filho.

Em 1953 foi trabalhar no Collège de France, em Paris, desenvolvendo trabalhos de endocrinologia experimental, sob orientação do professor Robert Courrier. Publicou vários trabalhos nas revistas das Academias de Ciências do Rio de Janeiro e de Paris.

Após alguns anos trabalhando como endocrinologista clínico, Roberto Freire realizou sua formação em psicanálise através da Sociedade Brasileira de Psicanálise, em São Paulo, com o professor Henrique Schlomann.


Em 1956, realizou trabalhos de acompanhamento clínico no Centro Psiquiátrico Franco da Rocha, em São Paulo.

A partir deste período Roberto Freire buscou novas fontes de pesquisa, realizando estágios no exterior. Em bioenergética, com os discípulos de Wilhem Reich, em Paris. Em gestalterapia, com os discípulos de Frederich Perls, em Bourdeaux. Suas divergências teóricas e ideológicas se ampliaram e Roberto Freire acaba se distanciando da psicanálise, ao mesmo tempo em que se aproxima cada vez mais do campo artístico, literário e político brasileiro.

Roberto Freire, militante clandestino lutando contra a ditadura militar, não encontrava na psicanálise nem na psicologia tradicional as ferramentas necessárias que auxiliassem nos conflitos emocionais e psicológicos de seus companheiros de luta que o procuravam buscando algum tipo de ajuda. Foram principalmente as pesquisas de um cientista renegado pelo meio acadêmico - considerado por muitos como o dissidente mais radical da psicanálise - Wilhelm Reich, que influenciaram Roberto Freire na criação de uma nova técnica terapêutica corporal e em grupo.

A Soma nasceu de uma pesquisa sobre o desbloqueio da criatividade, realizada no Centro de Estudos Macunaíma, com as contribuições de Myriam Muniz e Sylvio Zilber. Através de exercícios teatrais, jogos lúdicos e de sensibilização, Roberto Freire foi criando uma série de vivências que possibilitavam uma rica descoberta sobre o comportamento, suas infinitas e singulares diferenças.

Roberto Freire e Roberto Carlos
Perceber como o corpo reage diante de situações comuns no cotidiano das relações humanas, como a agressividade, a comunicação, a sensualidade, e sua associação com os sentimentos e emoções, permite um resgate daquilo que nos diferencia enquanto individualidade, para criar um jeito novo, a originalidade contra a massificação. Assim, a Soma se construiu como um processo terapêutico com conteúdo ideológico explícito, o Anarquismo.

Simultaneamente a vida científica, desenvolveu atividades artísticas e culturais, desde seu retorno da Europa, especialmente no campo da poesia e do teatro. Desta época resultou um trabalho de poesia ainda inédito, "Pé no Chão, Roupa Suja, Olho no Céu". A maioria desses poemas foi musicada pelo compositor Caetano Zama, sendo que um deles, "Mulher Passarinho", teve gravação de Agostinho dos Santos, no período inicial da bossa nova.

No teatro, Roberto Freire foi diretor das peças "Escurial", de Michel Guelderhode e "Morte e Vida Severina", de João Cabral de Melo Neto, além de autor e co-diretor de "O&A", co-direção com Sionei Siqueira.

A peça "Morte e Vida Severina" é sempre muito lembrada por diretores e atores, pois foi a revelação de um jovem músico, Chico Buarque. Além disso, esta peça, de 1965, enaltecia dois pilares essenciais no teatro: a sua alta qualidade artística associada ao trabalho de mobilização do grupo de atores, músicos e diretores. Esses elementos foram fundamentais na superação da estrutura material ainda precária, e impulsionaram o grupo de tal maneira que, no ano seguinte, a peça obtivesse o primeiro lugar no Festival de Teatro de Nancy, na França.


Roberto Freire trabalhou também em funções administrativas, como presidente da Associação Paulista da Classe Teatral, diretor do Serviço Nacional de Teatro, e diretor artístico no Teatro da Universidade Católica de São Paulo (TUCA).

Na música, Roberto Freire foi letrista e jurado de diversos Festivais da Música Popular Brasileira. Nesta época trabalhava para a TV Globo na criação e redação, em parceria com Max Nunes, no programa "A Grande Família". Mesmo assim, Roberto Freire e o grupo de jurados, Nara Leão (presidente), Rogério Duprat, Décio Pignatari, Sérgio Cabral, César Camargo Mariano, Big Boy, entre outros, decidem que Roberto Freire seria o representante do júri nacional que leria o manifesto assinado por eles no palco do Maracanãzinho.

O pesquisador Zuza Homem de Mello, em seu livro "A Era dos Festivais, Uma Parábola" (2003, Editora 34, pag. 429), descreve claramente de que maneira os resultados dos Festivais passaram a ser ditados pelos interesses ligados à ditadura militar e enfoca o papel de Roberto Freire no último Festival Internacional da Canção (FIC) da TV Globo.

"Ao tentar ler no palco do VII Festival Internacional da Canção um manifesto contra a destituição do júri nacional, Roberto Freire foi violentamente arrastado por policiais, que o levaram a uma sala e o espancaram barbaramente (…) Terminava a Era dos Festivais."

Na televisão, Roberto Freire foi autor de teleteatro, exibido na TV Record e na TV Globo. No cinema fez a direção e roteiro do longa-metragem "Cleo e Daniel", com Myriam Muniz, John Herbert, Beatriz Segall, Irene Stefânia (no papel de Cleo), Chico Aragão (como Daniel). O roteiro é uma adaptação do romance homônimo, escrito por Roberto Freire em 1966, inspirado na tragédia "Daphnis e Chloe" do poeta romano Longus. O primeiro livro de Roberto Freire é reconhecido como um marco para as gerações de 1960 e 1970, que se identificava fortemente com os conflitos familiares e amorosos das personagens.


No jornalismo Roberto Freire foi repórter e redator de medicina e saúde pública no jornal OESP. Diretor-responsável e redator do jornal Brasil Urgente. Cronista do jornal A Última Hora, de São Paulo. Repórter da revista Realidade, da Editora Abril, na qual obteve o Prêmio Esso com a reportagem "Meninos do Recife". Diretor de reportagem da revista Bondinho. Editor da revista Grilo (histórias em quadrinhos).

Na área da educação, foi assessor do professor Paulo Freire no Plano Nacional de Alfabetização de Adultos, associando as pesquisas pedagógicas a um movimento nacional de cultura popular. Este trabalho foi interrompido após 1964. Além desta experiência, Roberto Freire foi professor na disciplina Psicologia do Ator na Escola de Artes Dramáticas da Universidade de São Paulo, então dirigida por Alfredo Mesquita, onde acumulava a função de médico clínico dos alunos.

Em 1958, a convite dos alunos e por insistência do amigo e mestre Alberto D’Aversa, também professor da Escola de Artes Dramáticas e recém chegado da Argentina, escreveu a peça "Quarto de Empregada", cujos dois únicos papéis eram representados, como exercício didático, pelas alunas Ruthnéia de Moraes e Assunta Peres. "Quarto de Empregada" é, até hoje, a peça mais encenada de Roberto Freire.

Em todas as atividades às quais se dedicou - psicanálise, teatro, televisão, jornalismo e a literatura - Roberto Freire deixou suas marcas. Porém, segundo o próprio Roberto Freire, a Somaterapia foi a sua principal contribuição enquanto teórico e libertário.

Roberto Freire morreu na noite de sexta-feira, 23/05/2008, aos 81 anos. O corpo foi cremado no sábado, 24/05/2008, no Crematório da Vila Alpina, em São Paulo. A causa da morte não foi divulgada pela família. 

Aloysio Campos da Paz

ALOYSIO CAMPOS DA PAZ JÚNIOR
(80 anos)
Médico

* Rio de Janeiro, RJ (1934)
+ Brasília, DF (25/01/2015)

Aloysio Campos da Paz Júnior foi um médico brasileiro que idealizou e criou a Rede Sarah de Hospitais de Reabilitação, hoje referência mundial em traumatologia e ortopedia. A vida e a luta desse homem são por ele mesmo narradas em "Repassando Memórias" (SarahLetras, 2010), leitura para todo estudante de Medicina e para o público em geral, como belo exemplo de idealismo, pertinácia e respeito à profissão.

Carioca de Copacabana, onde nasceu em 1934, herdou a vocação e a consciência social do avô e do tio médicos, presos como comunistas, juntamente com Graciliano Ramos, pela ditadura de Getúlio Vargas.

Aos 16 anos, aprendeu a tocar trompete e formou, com Luizinho Eça, um conjunto que animava festas e bailes no Fluminense. A formação profissional era vista com a franqueza que lhe era própria:

"Tinha entrado para a Faculdade de Medicina pensando no que ouvia nas conversas da mesa de domingo na casa de meu avô: amor, humanismo e dedicação ao próximo. Encontrei em aulas áridas professores na maioria indiferentes, quando não sádicos, que jogavam ossos do punho em cima da mesa de exame e rosnavam: 'Identifique-os!'"

Graduou-se em Medicina pela Universidade Federal do Rio de Janeiro em 1960. Recebeu o diploma e trocou o Rio de Janeiro pela recém inaugurada Brasília, pois em terras cariocas não aprenderia muito: nas arguições, os professores elogiavam os veteranos colegas, faziam uma pergunta besta e se davam por satisfeitos: "Vá embora, menino, 10! Você já aprendeu Medicina em casa..."

Chegada em Brasília

Em 1960, chegou à nova capital da República sem proteção política, sem experiência e sem saber que naquele fim de mundo sequer havia táxi. Num dia da primeira quinzena de maio de 1960, um ortopedista recém-formado saiu de casa, na 106 Sul, para se apresentar no primeiro emprego. Estava vestido de branco até os pés - "roupa que os médicos, os babalorixás e os atendentes de farmácia usavam na época". Afundando em poeira, caminhou até uma estrada por onde transitavam caminhões cheios de operários. Sem demora, um deles parou e perguntou aonde o candango vestido de branco avermelhado pretendia ir. "Vou ao Hospital Distrital de Brasília". Começou então uma discussão entre os peões de obra até que se chegou a um consenso. O caroneiro queria ir para a obra da Pederneiras. Naquele tempo, os endereços eram identificados pelo nome da construtora do prédio.

Em 1961, assumiu a Direção do então Centro de Reabilitação Sarah Kubitschek. Realizou Pós-Graduação em Ortopedia e Reabilitação na Oxford University, Inglaterra, em 1963/1964 e Doutorado em Ortopedia e Traumatologia na Universidade Federal de Minas Gerais em 1966.

O primeiro ortopedista da nova capital que havia se preparado para atuar em ortopedia infantil tinha caído no que parecia ser um hospital de campanha de um campo de batalha. "Foi uma loucura. Os caminhões chegavam e literalmente despejavam no pátio do barracão os candangos feridos em acidente de trabalho". O que salvou o recém-formado foi um livro, "Fraturas y Luxacones", que até os dias atuais ficava guardado na estante de sua sala no Sarah Kubitschek da 301 Sul.

"É todo cheio de diagramas, para tal coisa, faça tal coisa, e eu andava com aquele negócio debaixo do braço!"

O Motivo da Mudança Para Brasília

O que trouxe o casal para Brasília foi o desejo de fundar o próprio futuro.

"Eu era a quinta geração de médicos, praticamente todos eles professores de medicina. Minha mulher e eu vimos em Brasília a oportunidade de a gente se realizar não pelo nome. No Rio, meu nome era nome de praça, de rua. Na Faculdade de Medicina, eu ia fazer prova e o sujeito, em vez de me perguntar sobre a matéria em questão, começava a perguntar como vai o fulano, o beltrano e me mandava embora. Se eu ficasse lá, ia ser mais um por causa do nome, não por causa de uma realização pessoal!"

E foi pensando em Brasília que Campos da Paz percorreu 16 cidades da Grã-Bretanha em busca do conhecimento.

"Meu chefe sabia que eu ia voltar, tanto que ele investiu muito em mim pra que eu pudesse construir a base. O volume de informações que recebi, seja sob o ponto de vista técnico, seja de gestão, seja sob o ponto de vista filosófico, foi enorme para um garoto de 26 anos!"
E sem que soubesse, plantava naquele chão vermelho a semente do "Sarinha", o Centro de Reabilitação Sarah Kubitschek, hoje uma rede com unidades em Macapá, Belém, São Luís, Fortaleza, Salvador, Brasília, Belo Horizonte e Rio de Janeiro.

Para viabilizar-lhe a existência, protagonizou uma façanha que bem poderia entrar para a história não da Medicina, mas da Igreja, como o "Milagre de Campos da Paz": uma lei do Congresso Nacional que criou a primeira (e até agora única) instituição pública não estatal do Brasil, a salvo da burocracia, da incompetência e do corporativismo funcional que tornam péssimos os serviços a que tem direito o cidadão.

Em "Um Homem Diferente", escreveu o filósofo Leandro Konder, apresentador do livro:

"Com a criação da Rede Sarah, Aloysio desencadeou uma autêntica guinada histórica: a retomada de valores humanos que não se deixam liquidar pelo exclusivismo dos critérios comprometidos exclusivamente com o lucro ou o prejuízo."

Essa, a trajetória do médico que, cheio de clientes no consultório particular, resolveu fechá-lo quando enxergou em uma radiografia de joelho não a escolha do tratamento indicado, mas a intervenção cirúrgica com que pagaria uma promissória a vencer.

As Amizades

Da solidão do Planalto Central, Campos da Paz cultivou ao longo de meio século interlocutores de primeira grandeza. Cita alguns: Leandro Konder, Florestan Fernandes, Darcy Ribeiro e Lúcio Costa.

"Tive oportunidade de conhecer e conviver com figuras notáveis. Meu horizonte era o Oceano Atlântico, eu vivia de costas para o país. Passei a conhecer o Brasil. O significado de Brasília foi esse: o Brasil dava as costas para o Brasil. A relação era com o oceano e com o que estava do outro lado do oceano. Não era com o país. Brasília obrigou o Brasil a se interiorizar, foi esse o grande significado dela, a conquista do país."

Em 1975, criou o "Plano Para Desenvolvimento de um Programa Regional de Ortopedia e Reabilitação" que originou o Instituto Nacional de Medicina do Aparelho Locomotor - Sarah. Coordenou também o Comitê de Saúde da Assembléia pré-Contituinte Comissão Affonso Arinos.

Em 1982, iniciou a expansão do Centro de Reabilitação Sarah Kubitschek com a fundação de uma nova unidade hospitalar em Brasília. Participou também dos projetos de implantação das unidades Sarah em São Luís, Salvador, Belo Horizonte, Fortaleza, Macapá, Belém e Rio de Janeiro.

Morte

A diretoria da Rede Sarah informou que o médico Aloysio Campos da Paz Júnior, fundador da instituição, morreu em Brasília na tarde de domingo, 25/01/2015. Aloysio Campos tinha 80 anos e estava na direção do hospital desde 1960.

Segundo a diretoria, ele morreu às 14:30 hs, no Sarah Centro, vítima de insuficiência respiratória. Ele se sentiu mal e estava internado.

Aloysio Campos da Paz será sepultado na segunda-feira, 26/01/2015, em Brasília.

Ele era casado com a bibliotecária Elsita Campos, com quem tinha três filhos. Deixou também quatro netos. A atual presidente da Rede Sarah é a doutora Lúcia Willadino Braga.

A presidente Dilma Roussef divulgou nota de pesar após a divulgação da morte de da Aloysio Campos da Paz. Ela afirmou que a filosofia do médico era trabalhar para que cada paciente fosse tratado com base no seu potencial e não nas suas dificuldades.

"Foi com esta fé na potencialidade de cada paciente que ele e sua equipe ajudaram a melhorar a qualidade de vida de milhares de brasileiros. O Brasil e a medicina são devedores da sua dedicação e determinação. Nesta hora de dor, meus sentimentos aos familiares, amigos, colegas de trabalho e pacientes."

Indicação: Fadinha Veras e Miguel Sampaio