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Leônidas Pires

LEÔNIDAS PIRES GONÇALVES
(94 anos)
Militar

☼ Cruz Alta, RS (19/05/1921)
┼ Rio de Janeiro, RJ (04/06/2015)

Leônidas Pires Gonçalves foi um general-de-Exército brasileiro, ministro do Exército durante o governo de José Sarney.

Graduou-se aspirante-a-oficial de artilharia em 1942, na Escola Militar do Realengo e exerceu inúmeras funções de destaque, ao longo de sua carreira.

Foi Aspirante a Oficial no 6° GMAC, na cidade de Rio Grande, RS. Integrou o contingente de cerca de 2 mil homens que fizeram a guarnição do litoral sul do Brasil durante a Segunda Guerra Mundial.

Foi o primeiro colocado de sua turma na Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME) e, em função disso, recebeu a Medalha Marechal Hermes de prata dourada com uma coroa.

Em março de 1964, servia no Estado Maior do Exército, sob a chefia do general Humberto de Alencar Castelo Branco. Em seguida, acompanhou o general Orlando Geisel na 1ª Divisão de Infantaria, na Vila Militar do Rio de Janeiro.

Como coronel, comandou o 2º Regimento de Obuses - Regimento Deodoro, em Itu, SP. Foi também adido militar na Colômbia.

Como oficial general, foi chefe do Estado-Maior do I Exército no Rio de Janeiro de 1974 a 1977, e Comandante Militar da Amazônia. No período de 23/12/1983 a 08/03/1985, foi Comandante do III Exército, em Porto Alegre.

Tancredo Neves o designou para ser seu ministro do Exército. Após o falecimento de Tancredo Neves, permaneceu à frente do ministério durante os cinco anos do governo de José Sarney. Desenvolveu projetos como a Força Terrestre 1990 (FT-90), que permitiram a modernização do Exército Brasileiro, que dentre outras coisas adquiriu a sua Aviação.

Episódio Político

Após a eleição indireta de Tancredo Neves, foi escolhido para ser o seu ministro do Exército. Com a morte de Tancredo Neves, foi quem garantiu a posse de seu vice, José Sarney, contrapondo-se ao que desejavam certos setores do Exército, que pretendiam dar posse ao presidente da Câmara dos Deputados, Ulysses Guimarães.

"Quem assume é o Sarney!
Imediatamente, Ulysses Guimarães concorda, para surpresa de Pedro Simon. (…) Ulysses Guimarães também retorna ao Congresso. Ali, Pedro Simon lhe pergunta porque aceitara tão rapidamente a tese de Leônidas Pires.
O Sarney chega aqui ao lado do seu jurista. Esse jurista é o ministro do Exército. Se eu não aceito a tese do jurista, a crise estava armada!"
(Ulysses Guimarães)

O episódio já foi lembrado em diversas entrevistas do general. Uma das mais detalhadas foi para os jornalistas Hélio Teixeira e Rose Arruda, autores de uma biografia sobre o governador paranaense José Richa.

O general Leônidas Pires após passar para a Reserva continuou sendo uma pessoa influente e nunca deixou de dar seu testemunho sobre os episódios que viveu. Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, em março de 2014, Leônidas Pires afirmou que o Exército nunca foi intruso na História do Brasil.

Morte

Leônidas Pires Gonçalves, faleceu na quinta-feira, 04/06/2015, no Rio de Janeiro, aos 94 anos. Ele sofreu complicações após uma queda que sofreu no início da semana. Leônidas Pires será velado com honras militares no sábado, 06/06/2015, pela manhã, no salão nobre do Palácio Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, e terá o corpo cremado à tarde.

O ex-presidente José Sarney afirmou:

"A participação de Leônidas na transição democrática foi decisiva e a ele se deve grande parte da extinção do militarismo - a agregação do poder militar ao poder político - no Brasil. Ele deu suporte a que transição fosse feita com as Forças Armadas e não contra as Forças Armadas. Pacificou o Exército e assegurou e garantiu o poder civil. Reconduziu os militares aos seus deveres profissionais, defendendo a implantação do regime democrático que floresceu depois de 1985."

Leônidas Pires foi casado com Dóris Pires Gonçalves, com quem teve dois filhos, quatro netos e sete bisnetos.

Fonte: Wikipédia

Henrique Teixeira Lott

HENRIQUE BATISTA DUFFLES TEIXEIRA LOTT
(89 anos)
Militar

☼ Antônio Carlos, MG (16/11/1894)
┼ Rio de Janeiro, RJ (19/05/1984)

Henrique Batista Duffles Teixeira Lott foi um militar brasileiro, que atingiu o posto de marechal. Estudou no Colégio Militar do Rio de Janeiro, onde foi comandante do Batalhão Escolar em 1910. Formou-se Aspirante a Oficial na Escola Militar de Realengo, em 1914. Foi adido militar do Brasil em Washington, Estados Unidos.

Em 1944 chegou ao generalato. Entre dezembro de 1944 e março de 1946, comandou a Infantaria Divisionária, em Santa Maria, RS.

Na crise de 1954 assinou o documento em que os generais, com receio de um golpe de estado devido à instabilidade política, exigiam o afastamento de Getúlio Vargas do poder em meio às inúmeras denúncias de corrupção.

Caracterizava-se pelos seus hábitos metódicos, pelo seu respeito à hierarquia militar e ao governo constituído. Após o suicídio de Getúlio Vargas, Café Filho assumiu a presidência da República e nomeou Teixeira Lott ministro de Guerra, devido às pressões da caserna, sobretudo de oficiais generais, mas especialmente visando afastar a influência do general pró-Vargas, Newton Estillac Leal, sobre os militares.

Quando Juscelino Kubitschek e João Goulart venceram as eleições presidenciais de outubro de 1955, respectivamente para presidente e vice-presidente, houve uma divisão das Forças Armadas, pois a chapa vitoriosa era constituída por dois candidatos getulistas, o mineiro Juscelino Kubitschek e o gaúcho João Goulart.


Em 11/11/1954 o então general Lott desencadeou o movimento militar, dito de "retorno ao quadro constitucional vigente". Houve então a declaração do impedimento do presidente em exercício, Carlos Luz (Café Filho havia sofrido um infarto e afastara-se da presidência), a entrega de seu cargo ao presidente do senado Nereu Ramos e a garantia da posse dos eleitos, em obediência à Constituição.

No início de 1956, Lott continuou como ministro da Guerra no governo de Juscelino Kubitschek, pois garantira a posse do presidente, mobilizando as tropas nas ruas. Foi quando recebeu uma espada de ouro da comunidade defensora da legalidade constitucional (segundo familiares e amigos próximos, Lott teria recusado a espada de ouro, ao brandir sua tradicional espada de general). Este acontecimento ficou conhecido com Movimento de 11 de Novembro.

Se distinguiu pelo legalismo e por suas convicções democráticas. Na eleição presidencial brasileira de 1960, o marechal Lott, já na reserva, foi postulado candidato à presidência da República pela coligação governista PTB/PSD que elegeu Juscelino Kubitschek em 1955, deu sustentação ao governo deste e recebeu apoio de Juscelino Kubitschek. A campanha de Teixeira Lott foi uma das primeiras a contar com um planejamento profissional, com técnicas de marketing político importadas dos Estados Unidos. O jingle utilizado em sua campanha é considerado um dos melhores já feitos em campanhas eleitorais no Brasil. Porém foi derrotado por Jânio Quadros. Após isso tentou ainda permanecer na vida pública.

Em 1961 declarou-se contrário à tentativa de golpe planejada pelos ministros militares para impedir a posse de João Goulart após a renúncia de Jânio Quadros e foi de extrema importância para a Campanha da Legalidade de Leonel Brizola ao aconselhar a buscar apoio em chefes militares nacionalistas locais. No caso, os generais de Exército Oromar Osório, comandante em Santiago, e Peri Constant Bevilacqua, comandante em Santa Maria, RS. Para assegurar a legalidade, em 26/08/1961, dia seguinte à renúncia do presidente Jânio Quadros, fez um importante manifesto às Forças Armadas:


Aos meus camaradas das Forças Armadas e ao povo brasileiro.
Tomei conhecimento, nesta data, da decisão do Senhor Ministro da Guerra, Marechal Odílio Denis, manifestada ao representante do governo do Rio Grande do Sul, deputado Rui Ramos, no Palácio do Planalto, em Brasília, de não permitir que o atual presidente da República, Sr. João Goulart, entre no exercício de suas funções, e ainda, de detê-lo no momento em que pise o território nacional.
Mediante ligação telefônica, tentei demover aquele eminente colega da prática de semelhante violência, sem obter resultado. Embora afastado das atividades militares, mantenho um compromisso de honra com a minha classe, com a minha pátria e as suas instituições democráticas e constitucionais. E, por isso, sinto-me no indeclinável dever de manifestar o meu repúdio à solução anormal e arbitrária que se pretende impor à Nação.
Dentro dessa orientação, conclamo todas as forças vivas do país, as forças da produção e do pensamento, dos estudantes e intelectuais, dos operários e o povo em geral, para tomar posição decisiva e enérgica no respeito à Constituição e preservação integral do regime democrático brasileiro, certo ainda de que os meus camaradas das Forças Armadas saberão portar-se à altura das tradições legalistas que marcam sua história no destino da Pátria.

Por conta desse pronunciamento, no qual se contrapunha ao Ministro da Guerra, que era contrário à posse de João Goulart, Henrique Teixeira Lott foi preso. Estava em seu apartamento em Copacabana, com a família, quando chegaram militares para prendê-lo. Todavia, o marechal recusou-se a ser detido por um oficial de patente inferior à sua e exigiu que fosse cumprida a hierarquia militar. Aguardou, assim, a chegada do marechal Nilo Sucupira, para finalmente sair.

Henrique Teixeira Lott recebeu uma pena de 30 dias de prisão, dos quais cumpriu 15, sendo três dias na inóspita Fortaleza da Laje. Após o Golpe Militar de 1964, residindo em Teresópolis, no estado do Rio de Janeiro, em 1965, foi impedido, pela Justiça Eleitoral, de lançar sua candidatura ao governo do então estado da Guanabara. Foi declarado inelegível por falta de domicílio regular.

Henrique Teixeira Lott afastou-se definitivamente da vida pública por não concordar com o regime militar que estava iniciando no Brasil.

Enterro Sem Honras Militares

Quando morreu em 1984, seu enterro aconteceu sem honras militares. O Ministério do Exército tentou minimizar e justificar o fato, mas a imprensa da época divulgou a ausência das honras militares no enterro de Henrique Teixeira LottLeonel Brizola, na época governador do Rio de Janeiro decretou luto oficial de três dias e declarou que, na sua volta do exílio, a primeira pessoa que visitou foi o marechal. Cerca de trezentas pessoas compareceram ao seu enterro.

Na ocasião, seu grande amigo Sobral Pinto declarou:

"Se tivesse ido para a presidência do Brasil, teria instaurado um governo de legalidade e de respeito à pessoa humana, e uma vinculação com partidos políticos, porque era um democrata sincero, inteligente e honrado. Com Lott na presidência, não teríamos ditadura militar durante vinte anos, não teríamos a falência nacional. Nada disso teria acontecido."

Representações na Cultura

Quando a vida e a carreira política de Juscelino Kubitschek é mostrada na TV ou no cinema, a presença de Henrique Teixeira Lott é quase que obrigatória, por causa de sua importância histórica neste período.

No filme "Bela Noite Para Voar", de 2005, é vivido pelo ator Cecil Thiré.

Em 2006, na minissérie "JK" da TV Globo, Henrique Teixeira Lott foi interpretado por Arthur Kohl.

Fonte: Wikipédia

Barão de Ivinhema

FRANCISCO PEREIRA PINTO
(93 anos)
Militar

* Rio de Janeiro, RJ (23/05/1817)
+ Rio de Janeiro, RJ (07/05/1911)

Francisco Pereira Pinto, primeiro e único Barão de Ivinhema, foi um militar brasileiro, tendo alcançado a patente de vice-almirante.

Filho de José Pereira Pinto e de Maria Genoveva Souto Maior. Casou-se em primeiras núpcias quando ainda não tinha o título de Barão, com Francisca Eulália Gavião e em segundas, já como Barão de Ivinhema, com Rita Jacques Pereira Pinto, viúva do Conselheiro e Marechal de Campo Francisco Félix da Fonseca Pereira Pinto.

Tendo-se formado na Academia da Marinha em 1834, cinco anos depois já comandaria um patacho como segundo-tenente, em força naval formada para debelar uma revolta em Laguna, Santa Catarina.

Participou da esquadra que trouxe a futura imperatriz-consorte Teresa Cristina Maria de Bourbon.

Durante a Guerra do Paraguai, participou da Batalha do Paiçandu. Exerceu diversos cargos administrativos da Marinha, como diretor da Escola da Marinha, diretor do Arsenal e Ministro Supremo do Tribunal Militar.

Moço fidalgo da Corte, recebeu os graus de grã-cruz da Imperial Ordem de São Bento de Avis e da Ordem Militar de Avis, de Comendador da Imperial Ordem de Cristo e da Imperial Ordem de Francisco José da Áustria, entre outras.

Fonte: Wikipédia

Marquês de Tamandaré

JOAQUIM MARQUES LISBOA
(89 anos)
Militar

* Rio Grande, RS (13/12/1807)
+ Rio de Janeiro, RJ (20/03/1897)

Joaquim Marques Lisboa, Marquês de Tamandaré ou Almirante Tamandaré, foi um militar da Marinha do Brasil. Na carreira, atingiu o posto de almirante. Herói nacional, é o patrono da Marinha de Guerra do Brasil. O dia de seu nascimento, 13 de dezembro, é lembrado como o Dia do Marinheiro.

Participou nas lutas da Guerra da Independência do Brasil, na Bahia, da Confederação do Equador e da repressão às revoltas ocorridas durante o Período Regencial: a Cabanagem, a Sabinada, a Farroupilha, a Balaiada e a Praieira.

No plano externo, participou da Guerra Contra Oribe e Rosas e, com a eclosão da Guerra do Paraguai, comandou as forças navais em operação na bacia do Rio da Prata, em apoio à Batalha do Passo da Pátria, à Batalha de Curuzu e a Batalha de Curupaiti.

Era filho de Francisco Marques Lisboa, nascido na antiga província portuguesa de Estremadura em 1767, e de Eufrásia Joaquina de Azevedo Lima, nascida em Viamão, RS, radicados na vila vizinha ao município do Rio Grande e atual município de São José do Norte. Era irmão de Henrique Marques de Oliveira Lisboa.

Aos 13 anos de idade, alistou-se como voluntário na Marinha do Brasil, onde iniciou carreira como praticante de piloto na fragata Niterói, sob o comando de John Taylor. Nesse posto tomou parte em vários combates navais no litoral da então Província da Bahia, inclusive na perseguição à força naval portuguesa que se retirava em 1823.


Em 1825, durante a Guerra da Cisplatina (1825-1828), em que as Províncias Unidas do Rio da Prata pretendiam anexar a Província Cisplatina, então pertencente ao Império do Brasil, Joaquim Marques Lisboa, como tenente, se destacou em muitos combates pela liderança e coragem. Capturado com outros brasileiros, arrebatou ao inimigo o navio de guerra que os levava prisioneiros, assumindo o seu comando aos 18 anos de idade.

Aos 20 de idade, no comando da escuna Bela Maria, depois de travar combate de artilharia com um navio argentino e vencendo, demonstrou o seu espírito humanitário com o inimigo, o que lhe valeu o reconhecimento dos vencidos (1827). No mesmo ano foi capturado pelo navio argentino Patagonia.

Em 1840 já era Capitão-de-Fragata e, em 1847, Capitão de Mar-e-Guerra.

Em 1848 recebeu, na Grã-Bretanha, a fragata D. Afonso, primeiro navio misto - a vela e a vapor - de grande porte da armada brasileira. Durante esse comando, tendo a bordo o príncipe de Joinville, Francisco Fernando de Orléans, os duques de Aumale e o chefe da esquadra, almirante John Grenfell, teve a oportunidade de socorrer o navio Ocean Monarch, incendiado próximo ao porto de Liverpool, resgatando mais de cem pessoas.

Em 06/03/1850 socorreu a nau Vasco da Gama, perdida e avariada ao largo da barra do Rio de Janeiro, depois de uma forte tempestade.

Participou da Guerra Contra Oribes e Rosas, ou Guerra do Prata, em 1851, na Passagem do Tonelero.


Em 1852 foi promovido ao posto de Chefe-de-Divisão, correspondente a Comodoro em outra marinhas e, em 1854, a Chefe-de-Esquadra, correspondente Contra-Almirante.

Em 1857, durante uma permanência na Europa para acompanhar o tratamento de saúde da sua esposa, foi incumbido pelo governo imperial de fiscalizar a construção de duas canhoneiras na França e de oito outras na Grã-Bretanha. Eram navios de propulsão mista vela-vapor que significavam uma atualização necessária para que a Marinha brasileira continuasse a defender cabalmente os interesses do país. Esses navios atuaram na Guerra Contra Aguirre (Guerra do Uruguai) e na Guerra do Paraguai. Nesta questão, que evoluiu para uma intervenção militar brasileira, antes da rendição de Montevidéu, o Almirante Tamandaré liderou os combates em Salto e Paiçandu, ocupando-as com tropas brasileiras.

Em 1864, já com o título de Barão de Tamandaré, assumiu o cargo de Comandante-em-Chefe das operações navais brasileiras no Rio da Prata.

Durante a Guerra do Paraguai (1864 - 1870), coube a Marques Lisboa o comando das forças navais no início do conflito entre 1865 e 1866. Ele estabeleceu o bloqueio naval e organizou o apoio logístico para a força em operação, fundamentais para o seu bom êxito.


Na Batalha Naval do Riachuelo, em 11/06/1865, Francisco Manoel Barroso da Silva, por ele designado para comandar as Divisões em operação no Rio Paraná, obteve a vitória que mudou o curso da guerra em favor da Tríplice Aliança.

Marques Lisboa comandou a operação militar do Passo da Pátria num bem sucedido desembarque de tropas de grande envergadura e assim como o apoio naval na conquista das fortificações do Rio Paraguai, que impediam o avanço aliado.

Em 1866, por razões de saúde e políticas pediu o afastamento do cargo, sendo substituído pelo almirante Joaquim José Inácio, mais tarde Visconde de Inhaúma.

Quando da Proclamação da República do Brasil, no dia 15/11/1889, o Marquês de Tamandaré permaneceu fiel a Dom Pedro II do Brasil, quedando-se cerca de uma hora a sós com o Imperador, pedindo-lhe permissão para a Armada Imperial debelar o golpe de Estado, o que lhe foi negado.

Aos 82 anos de idade, e o último dos grandes militares monarquistas do passado ainda vivo, pois Duque de Caxias, Marquês do Herval, Almirante Barroso, Marechal Polidoro e todos os demais já haviam falecido, recusou-se a aceitar o fim da monarquia e permaneceu esperançoso da possibilidade de um contra-golpe. Permaneceu ao lado da Família Imperial até ao seu embarque definitivo no navio Alagoas para o exílio.

Foi reformado em 1890, falecendo sete anos depois, no dia 20/03/1897.

O Testamento do Almirante Tamandaré

A historiografia oficial omite todo o primeiro parágrafo deste documento alterando-lhe com isso o sentido do texto. Em 23/09/1893, Almirante Tamandaré assim dispôs:

Não havendo a Nação Brasileira prestado honras fúnebres de espécie alguma por ocasião do falecimento do Imperador, o senhor Dom Pedro II, o mais distinto filho desta terra, tanto por sua moralidade, alta posição, virtudes, ilustração, como pela dedicação no constante empenho ao serviço da Pátria durante quase 50 anos que presidiu a direção do Estado, creio que a nenhum homem de seu tempo se poderá prestar honras de tal natureza, sem que se repute ser isso um sarcasmo cuspido sobre os restos mortais de tal indivíduo pelo pouco valor dele em relação ao elevadíssimo merecimento do grande imperador.
Não quero pois, que por minha morte que me prestem honras militares, tanto em casa como em acompanhamento para sepultura.
Exijo que meu corpo seja vestido somente com camisa, ceroula e coberto com um lençol, metido em caixão forrado de baeta, tendo uma cruz na mesma fazenda, branca, e sobre ela colocada a âncora verde que me ofereceu a Escola Naval em 13 de dezembro de 1892, devendo colocar no lugar que faz cruz a haste e o cepo, um coração imitando o de Jesus, para que assim ornado signifique que a âncora cruz, o emblema da fé, esperança e caridade que procurei conservar sempre como timbre dos meus sentimentos. Sobre o caixão não desejo que se coloque coroas, flores nem enfeites de qualquer espécie, e só a Comenda do Cruzeiro que ornava o peito do Sr. Dom Pedro II em Uruguaiana, quando compareceu como o primeiro dos Voluntários da Pátria para libertar aquela possessão brasileira do jugo dos paraguaios, que a aviltavam com a sua pressão; e como tributo de gratidão e benevolência com que sempre me honrou e da lealdade que constantemente a Sua Majestade Imperial tributei, desejo que essa Comenda Relíquia esteja sobre meu corpo até que baixe a sepultura, devendo ficar depois pertencente a minha filha D.M.E.L. (Dona Maria Eufrásia Marques Lisboa) como memória d’Ele e lembrança minha.
Exijo que se não faça anúncios nem convites para o enterro de meus restos mortais, que desejo sejam conduzidos de casa ao carro e deste à cova por meus irmãos em Jesus Cristo que hajam obtido o foro de cidadãos pela lei de 13 de maio.
Isto prescrevo como prova de consideração a esta classe de cidadãos em reparação à falta de atenção que com eles se teve pelo que sofreram durante o estado de escravidão, e reverente homenagem à Grande Isabel Redentora, benemérita da Pátria e da Humanidade, que se imortalizou libertando-os.
Exijo mais, que meu corpo seja conduzido em carrocinha de última classe enterrado em sepultura rasa até poder ser exumado, e meus ossos colocados com os de meus pais, irmãos e parentes, no jazigo da Família Marques Lisboa.
Como homenagem à Marinha, minha dileta carreira, em que tive a fortuna de servir à minha Pátria e prestar algum serviço à humanidade, peço que sobre a pedra que cobrir minha sepultura se escreva: Aqui jaz o Velho Marinheiro.
Almirante Joaquim Marques Lisboa

Fonte: Wikipédia
Indicação: Miguel Sampaio

Professor Hermógenes

JOSÉ HERMÓGENES DE ANDRADE FILHO
(94 anos)
Escritor, Professor, Militar e Divulgador do Hatha Yoga

* Natal, RN (09/03/1921)
+ Rio de Janeiro, RJ (13/03/2015)

José Hermógenes de Andrade Filho, mais conhecido como Professor Hermógenes, foi um escritor, professor e divulgador do Hatha Yoga. Era doutorado em Yogaterapia pelo World Development Parliament da Índia e Doutor Honoris Causa pela Open University For Complementary Medicine.

O Professor Hermógenes recebeu a Medalha de Integração Nacional de Ciências da Saúde e o Diploma d'Onore no IX Congresso Internacional de Parapsicologia, Psicotrónica e Psiquiatria em Milão no ano de 1977. Escolhido o Cidadão da Paz do Rio de Janeiro, em 1988, e a Medalha Tiradentes em 08/05/2000. A premiação foi conferida pela Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, pelo bem-estar e benefícios à saúde que as obras de José Hermógenes de Andrade Filho levaram para os brasileiros.

Ele foi o fundador da Academia Hermógenes de Yoga. Seguiu carreira militar, chegando ao posto de tenente-coronel.

Aos 35 anos, foi diagnosticado com tuberculose avançada, que quase o matou. Foi neste contexto que descobriu os benefícios da yoga para a saúde física e mental, cujas posturas e respirações passou a praticar escondido no banheiro de casa. Com a prática sentiu uma grande melhora de sua saúde e desta forma passou a divulgar a yoga.

Foi um dos primeiros a trazer a mensagem de Sathya Sai Baba para o Brasil. Traduziu obras importantes de Satya Sai Baba para o português: "O Fluir da Canção do Senhor (Gita Vahini)" e "Sadhana, o Caminho Interior".

A inauguração do primeiro centro aconteceu no dia 27/06/1987 e foi denominado Centro Bhagavan Sri Sathya Sai Baba do Rio de Janeiro. Mas apesar de seu nome oficial, acabou ficando informalmente conhecido como Centro Sathya Sai de Vila Isabel, devido ao bairro de sua localização.

O Professor Hermógenes foi um dos precursores da yoga no Brasil e escreveu mais de 30 livros, traduzidos em diversas línguas. Também publicou diversos artigos, disponíveis gratuitamente para estudo.

Em 2012, foi lançado um livro sobre sua biografia, "Hermógenes: Vida, Yoga, Fé e Amor", escrito por um aluno e discípulo. Está em fase de produção um documentário sobre sua história, obra e vida.

Morte

Professor Hermógenes morreu na sexta-feira, 13/03/2015, no Rio de Janeiro, aos 94 anos. Ele sofria do Mal de Parkinson e teve falência de múltiplos órgãos. A cremação do corpo ocorreu no domingo, 15/03/2015, no Rio de Janeiro. Ele deixou duas filhas, seis netos e nove bisnetos.

Obras
  • Autoperfeição Com Hatha Yoga
  • Mergulho na Paz
  • Canção Universal
  • Yoga Para Nervosos
  • Convite a Não Violência
  • Superação
  • Setas no Caminho de Volta
  • Dê Uma Chance a Deus
  • Deus Investe em Você
  • O Essencial da Vida
  • O Presente
  • Yoga: Caminho Para Deus
  • Saúde na Terceira Idade
  • Superação
  • Yoga: Paz Com a Vida
  • Silêncio, Tranquilidade, Luz
  • O Que é Yoga
  • Cintilações I e II
  • Saúde Plena: Yogaterapia
  • Coleção Sabedoria de Hermógenes, Vol. 1: Amor Universal
  • Coleção Sabedoria de Hermógenes, Vol. 2: Ânimo de Viver
  • Coleção Sabedoria de Hermógenes, Vol. 3: Saúde Para o Corpo e o Espírito


Fonte: Wikipédia
Indicação: Miguel Sampaio e Fadinha Veras

Filinto Müller

FILINTO STRUBING MÜLLER
(73 anos)
Militar e Político

* Cuiabá, MT (11/07/1900)
+ Paris, França (11/07/1973)

Filinto Strubing Müller foi um militar e político brasileiro. Participou dos levantes tenentistas entre 1922 e 1924. Durante a ditadura Vargas, destacou-se por sua atuação como chefe da polícia política e por diversas vezes foi acusado de promover prisões arbitrárias e a tortura de prisioneiros. Ganhou repercussão internacional o caso da prisão da judia alemã Olga Benário, militante comunista e companheira de Luís Carlos Prestes, à época grávida quando deportada para a Alemanha, onde seria executada em Bernburg, em 1942.

Formou-se aspirante a oficial, arma de artilharia, pela Escola Militar de Realengo, no Rio de Janeiro. Bacharelou-se em Direito, na Faculdade de Direito da Universidade Federal Fluminense em Niterói, em 1938.

Teve duas filhas biológicas: Maria Luiza Müller de Almeida, que também se bacharelou em Direito em 1951, e Rita Júlia Lastra Müller, que se bacharelou em psicologia, e uma filha adotiva, Maria Luísa Beatriz del Rio Lastra, sua sobrinha, que foi casada com Edgar Ferreira do Nascimento Filho (1928 - 1988), procurador da República.

Participou da Revolta Paulista de 1924, quando servia no Quartel de Quitaúna, em São Paulo, como primeiro tenente do Exército. Com a retirada dos revoltosos, em 28/07/1924, acompanhou o que viria a ser a Coluna Miguel Costa, principal comandante da revolta. Durante a Coluna Miguel Costa-Prestes, Filinto Müller foi promovido de capitão a major das forças revolucionárias, em 14/04/1925, por Luís Carlos Prestes. Entretanto, oito dias depois, Filinto Müller escreveu uma carta aos seus sargentos e soldados propondo deserção coletiva da Coluna, confessando que não tinha mais esperanças do seu sucesso. Essa carta acabou nas mãos de Luís Carlos Prestes, não chegando às mãos dos subordinados de Filinto MüllerLuís Carlos Prestes então exigiu que Miguel Costa, comandante da 1ª Divisão Revolucionária e superior de Filinto Müller, o expulsasse da Coluna, acusando Filinto Müller de covarde, desertor e indigno.

Filinto Müller tornou-se Chefe de Polícia do Distrito Federal, então no Rio de Janeiro, em 1933 e permaneceu no cargo durante o governo de Getúlio Vargas até 1942, período no qual há quem afirme que cerca de vinte mil pessoas foram presas.

O repórter David Nasser, no livro "Falta Alguém em Nuremberg", traça o perfil dos subordinados escolhidos por Filinto Müller para conduzir a sua polícia política, recrutados entre a escória do Exército, como o capitão Felisberto Batista Teixeira, delegado especial de Segurança Política e Social, capitão Afonso de Miranda Correia, delegado auxiliar, tenentes Emílio Romano, chefe da Segurança Política, Serafim Braga, chefe da Segurança Social, e, ainda, o tenente Amaury Kruel e seu irmão, capitão Riograndino Kruel, ambos da inspetoria da Guarda Civil, indivíduos cujo servilismo ao governo e brutalidade com os presos contribuíram, segundo David Nasser, para as violações dos direitos humanos ocorridas na época.

Em 1935, após a Intentona Comunista, ocorrida durante a vigência do regime constitucional da Constituição Federal de 1934, Filinto Müller participou das operações visando capturar os subversivos do movimento comunista. Conforme Fernando Morais, biógrafo de Olga Benário, investigadores da polícia comandados por Filinto Müller torturaram, por semanas, Arthur e Elise Ewert, ambos agentes da Komintern, como Olga Benário, enviados para o Brasil para promover a revolução, até conseguir chegar em Luís Carlos Prestes, eventualmente o prendendo, em março de 1936.

Fernando Morais especula que Filinto Müller se dedicou à caça de Luís Carlos Prestes também por causa do incidente que levou a sua expulsão da Coluna Prestes, e também o teria perseguido especialmente por este ter ordenado a morte da menor Elvira Cupelo Colonio, conhecida como Elza Fernandes, suspeita de ter traído os revolucionários comunistas. Filinto Müller também deportou a mulher de Luís Carlos Prestes, a referida militante comunista e agente do Komintern, a judia alemã Olga Benário, para a Alemanha nazista, onde foi morta numa câmara de gás no campo de concentração de Bernburg.

Porém, há controvérsias em relação à deportação de Olga Benário: Filinto Müller era somente chefe de polícia do Rio de Janeiro e obedecia as ordens do presidente Getúlio Vargas. Acresce que essa deportação foi decidida e autorizada pelo Supremo Tribunal Federal, mesmo não havendo pedido de extradição de iniciativa da justiça alemã, contra a mencionada ré (Morais, 1994, pg 167, 17ª edição).

Fiel a Getúlio Vargas, perseguiu tanto comunistas como integralistas. Foi eleito quatro vezes senador pelo Estado de Mato Grosso entre 1947 a 1973.

Entre 1969 e 1973, foi presidente da Aliança Renovadora Nacional (ARENA), o partido de sustentação do governo no período militar. Foi presidente do Senado Federal em 1973.

Morte

Filinto Müller morreu em 11/07/1973, aos 73 anos, juntamente com sua esposa Dona Consuello e seu neto Pedro, num dos mais dramáticos acidentes aéreos da aviação internacional, o voo Varig 820, no aeroporto de Orly, em Paris. A aeronave realizou um pouso de emergência sobre uma plantação de cebolas em decorrência de um incêndio iniciado no banheiro e que chegou a invadir a cabine da aeronave. O incêndio, a fumaça e a aterrissagem forçada resultaram em 123 mortes, com apenas 11 sobreviventes, sendo 10 tripulantes e 1 passageiro.

Filinto Müller era, na época, líder do governo no Senado Federal. Recebeu mais de dezesseis condecorações oficiais. No Senado Federal há uma ala em sua homenagem.

Cargos

Filinto Müller exerceu os seguintes cargos na administração do país:
  • 1930 - Oficial de Gabinete do Ministro da Guerra
  • 1932 - Secretário da Interventoria João Alberto em São Paulo
  • 1932 - Oficial de Gabinete do Ministro da Guerra
  • 1932 - Diretor da Guarda Civil do Distrito Federal
  • 1933 - Delegado Especial de Segurança Política e Social (DF)
  • 1933-1942 - Chefe de Polícia do Distrito Federal
  • 1942 - Oficial de Gabinete do Ministro da Guerra
  • 1943-1945 - Presidente do Conselho Nacional do Trabalho
  • 1947 - Senador
  • 1954 - Senador
  • 1962 - Senador
  • 1970 - Senador
  • 1973 - Senador
  • 1955-1958 - Líder do Governo na Maioria
  • 1959-1961 - Vice-Presidente do Senado Federal
  • 1961 - Líder do PSD
  • 1964 - Líder do Governo
  • 1966-1968 - Líder da Arena
  • 1969 - Líder do Governo e da Maioria
  • 1969-1973 - Presidente da Arena

Fonte: Wikipédia

Estácio de Sá

ESTÁCIO DE SÁ
(47 anos)
Militar

* Santarém, Portugal (1520)
+ Rio de Janeiro, RJ (20/02/1567)

Quem se depara com a natureza exuberante da cidade do Rio de Janeiro dificilmente pode imaginá-la palco de lutas ferozes. No entanto, a cidade maravilhosa foi fundada por Estácio da Sá sob a marca dos combates entre franceses, índios e portugueses.

Estácio de Sá foi um militar português, fundador da cidade do Rio de Janeiro, e primeiro governador-geral da Capitania do Rio de Janeiro, no período colonial.

Filho de Gonçalo Correia e Filipa de Sá, sua primeira esposa. Da segunda esposa, Maria Rodrigues Gonçalo Correia teria outros filhos. Eram seu irmão Francisco de Sá e seu primo Salvador Correia de Sá nascido em 1540. Alguns historiadores dizem que da segunda esposa, Gonçalo Correia teve um filho, Manuel Correia Vasques. Outros dizem ser este filho de Martim Correia de Sá e de Dona Maria de Mendoza.

Estácio de Sá era sobrinho de Mem de Sá, terceiro governador geral do Brasil. Desembarcou na Bahia em 1563, vindo de Portugal, trazendo reforços com o objetivo de expulsar definitivamente os franceses que ainda permaneciam na baía da Guanabara e ali fundar uma cidade.

Diante da situação vulnerável da Colônia, a rainha de Portugal, Dona Catarina, nomeou Estácio de Sá capitão de uma armada destinada a expulsar os franceses da costa brasileira.

Em 1564, a bordo do navio Conceição, Estácio de Sá partiu de Salvador, Bahia, sede do governo geral do Brasil, em direção ao sul. Foi nomeado comandante da esquadra que rumou para a Baía da Guanabara, para expulsar os franceses que estavam instalados na região desde 1555. Ao chegar ao destino, foram duramente repelidos pelos índios Tamoios, que eram numerosos e fizeram Estácio de Sá desistir de aportar na Guanabara.

A esquadra seguiu para a Capitania de São Vicente, em busca de reforços. Desembarcaram no porto de Santos. Os padres Manuel da NóbregaJosé de Anchieta, influentes em toda região, conseguiram recrutar muita gente para reforçar a armada de Estácio de Sá. No dia 20/01/1565, a esquadra partiu para o destino. Índios e mamelucos, sob o comando dos padres José de Anchieta e Gonçalo de Oliveira, desembarcaram em nove canoas, se unindo a mais índios vindos do Espírito Santo.

Marco de Posse e Fundação da Cidade do Rio de Janeiro
Desembarcando na Baía da Guanabara, no dia 01/03/1565, Estácio de Sá iniciou o trabalho de construção da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, entre o Pão de Açúcar e o Morro de São João. Junto ao Pão de Açúcar ergueram fortificações. Hoje, na Fortaleza de São João há um marco simbólico da fundação do Rio de Janeiro. Foi lá que Estácio de Sá ergueu as primeiras paliçadas para enfrentar os franceses.

No dia 06/03/1565 ocorreu a primeira batalha. A vitória foi dos tamoios e dos franceses. Dias depois, em nova luta, os portugueses saíram vitoriosos.

No início de 1566, José de Anchieta partiu para Salvador com a missão de levar a Mem de Sá um relato da situação. Três meses depois o padre José de Anchieta se integrou à esquadra preparada por Mem de Sá para auxiliar seu sobrinho Estácio de Sá, para conquistar definitivamente o Rio de Janeiro.

Seguiram também com a esquadra, o bispo Dom Pero Leitão e o novo provincial dos jesuítas, Luís de Grã.

Chegaram ao Rio de Janeiro no dia 18/01/1567. Com a chegada da esquadra comandada por Cristóvão de Barros com reforços comandados pessoalmente por seu tio Mem de Sá e indígenas mobilizados pelos padres jesuítas José de Anchieta e Manuel da Nóbrega, lançou-se ao ataque, travando os combates de Uruçu-Mirim (atual praia do Flamengo) e Paranapuã (atual Ilha do Governador).

Gravemente ferido por uma lança indígena que lhe vazou um olho durante a Batalha de Uruçu-mirim em 20/01/1567, veio a falecer um mês mais tarde, em 20/02/1567, provavelmente por septicemia decorrente do ferimento.


Existe uma capela na Igreja de São Sebastião dos Frades Capuchinhos, na cidade do Rio de Janeiro, com a sua campa tumular onde encontra-se a seguinte inscrição:

"Aqui jaz Estácio de Saa, 1o Capitam e Conquistador desta terra cidade, e a campa mandou fazer Salvador Correa de Saa, seu primo, 2o Capitam e Governador, com suas armas e essa Capela acabou o ano de 1583."

O túmulo de Estácio de Sá foi colocado em 1583 na Igreja Matriz de São Sebastião do Morro do Castelo, antes seus restos mortais encontravam-se na Capela de São Sebastião, junto ao Morro Cara de Cão.

Em 1922, antes da demolição do Morro do Castelo o túmulo foi removido e depois transferido para a Igreja de São Sebastião na Tijuca, onde ainda se encontra.

Indicação: Miguel Sampaio

Márcio de Souza Mello

MÁRCIO DE SOUZA MELLO
(84 anos)
Militar e Presidente do Brasil

* Florianópolis, SC (26/05/1906)
+ Rio de Janeiro, RJ (31/01/1991)

Márcio de Souza Mello foi um militar brasileiro, marechal-do-ar da Força Aérea Brasileira. Nasceu em Florianópolis, Santa Catarina, em 26/05/1906.

No final dos anos 1940, o filho de contra-almirante, que ingressara na Escola Militar do Realengo em 1925, no Rio de Janeiro, foi designado adido aeronáutico junto às embaixadas brasileiras em Buenos Aires e Montevidéu. Nessa função, estreitou laços de amizade com Arthur da Costa e Silva, à época adido militar e que na ocasião do 13/12/1968 era o presidente do Brasil.

O leitor assíduo de Eça de Queirós, e representante da linha dura das Forças Armadas, ocupou, em 1964, o cargo de ministro da Aeronáutica por 22 dias, no governo Castelo Branco. Pediu a exoneração da posição por discordar da decisão presidencial sobre a posse de um porta-aviões. Dois anos depois foi empossado novamente à frente do Ministério da Aeronáutica, a pedido de Arthur da Costa e Silva.

Exerceu o cargo de presidente da República numa junta composta pelos ministros Augusto Hamann Rademaker Grünewald, da Marinha, Aurélio de Lyra Tavares, do Exército, e Márcio de Souza e Mello, da Aeronáutica, em 31/08/1969, quando o presidente Artur da Costa e Silva foi afastado devido a uma trombose cerebral. A nomeação da junta composta por militares foi feita pelo Alto Comando das Forças Armadas, que temia a abertura do Congresso e suspensão dos atos institucionais que vigoravam.

Augusto Rademaker, Márcio de Souza Mello e Aurélio de Lyra Tavares
Em entrevista para o livro "1968, o Ano Que Não Terminou", de Zuenir Ventura, Márcio de Souza Mello admitiu a existência do plano de utilizar o Para-Sar, unidade de buscas e salvamento da Força Aérea Brasileira (FAB), na contenção dos "subversivos", fato que negou quando surgiu a denúncia, em outubro de 1968.

Este período teve grande conturbação política, incluindo o sequestro do embaixador americano Charles Elbrick no Rio de Janeiro, em 04/09/1969, por movimentos rebeldes Ação Libertadora Nacional (ALN) e do Movimento Revolucionário 8 (MR-8). Entre outras exigências, os militantes exigiam a libertação de presos políticos. O governo atendeu a condição dos sequestradores e libertou 15 pessoas em troca da liberdade do embaixador.

Após o episódio, o governo militar decretou mais dois atos institucionais, o AI-13, que estabeleceu a pena de banimento em caso de ameaça à segurança do Estado e o AI-14, que instituiu a pena de morte e prisão perpétua para casos de guerra revolucionária ou subversiva.

Em outubro de 1969, a junta militar editou o AI-16, que extinguiu o mandato do presidente Costa e Silva e de seu vice Pedro Aleixo e criou um calendário para a nova eleição presidencial.


Numa manobra política para acabar com a oposição à indicação do general Emílio Garrastazu Médici, foi instituído ainda o AI-17, que mandava para a reserva os militares considerados ameaçadores à coesão das forças armadas.

Ainda com o objetivo de reprimir os movimentos de esquerda, a junta editou a emenda constitucional número 1 ao AI-5, um dos mais populares que foi criado em 1967 instituindo a censura, através da qual aumentavam os poderes punitivo e repressivo do Estado.

Em 22/10/1969, o Congresso Nacional foi reaberto para eleger Emílio Garrastazu Médici como presidente e Augusto Hamann Rademaker Grünewald, como vice.

Márcio de Souza Mello foi novamente ministro da Aeronáutica durante o governo de Emílio Garrastazu Médici, mas pediu exoneração do cargo em 26/11/1971.

Exatos dez anos após a assinatura do AI-5, em dezembro de 1978, o ministro da Aeronáutica declarou ao jornal O Estado de S. Paulo que assinara o documento "porque sabia de sua transitoriedade ou, pelo menos, assim imaginava (...) Não se pode negar que foi desvirtuado (...) dos ideais revolucionários". Estava afastado da vida pública havia sete anos, quando foi exonerado do cargo de ministro no governo de  Emílio Garrastazu Médici, devido a conflito de doutrina na direção da Aeronáutica.

Márcio de Souza Mello morreu no Rio de Janeiro, em 31/01/1991 aos 85 anos. Foi casado e teve duas filhas.

Promoções
  • Tornou-se praça em 31/03/1925
  • Aspirante a oficial em 20/01/1928
  • Segundo-tenente em 09/08/1928
  • Primeiro-tenente em 14/08/1930
  • Capitão em 16/06/1933
  • Major em 07/09/1938
  • Tenente-coronel em 20/12/1941
  • Coronel em 01/11/1946
  • Brigadeiro em 10/04/1954
  • Major-brigadeiro em 22/04/1961


Aurélio de Lyra Tavares

AURÉLIO DE LYRA TAVARES
(93 anos)
Militar e Presidente doo Brasil

* João Pessoa, PB (07/11/1905)
+ Rio de Janeiro, RJ (18/11/1998)

Aurélio de Lyra Tavares foi um general de exército brasileiro, membro da junta provisória que governou o Brasil durante sessenta dias, de 31 de agosto a 30 de outubro de 1969.

Aluno da Escola Militar do Realengo, no Rio de Janeiro, formou-se também em direito e em engenharia.

Aurélio de Lyra Tavares nasceu na cidade da Paraíba (atual João Pessoa), na Paraíba, em 07/11/1905. Militar, fez parte do Estado-Maior do Exército, onde foi encarregado de organizar a Força Expedicionária Brasileira (FEB) e comandou o 4º Exército pelo período de governo de Castelo Branco

Foi Comandante da Escola Superior de Guerra (ESG), entre 28 de setembro de 1966 e 13 de março de 1967. Em seguida, foi ministro do Exército no governo Costa e Silva, de 1967 a 1969.

Exerceu o cargo de presidente da República numa junta composta pelos ministros Augusto Hamann Rademaker Grünewald, da Marinha, Aurélio de Lyra Tavares, do Exército, e Márcio de Souza e Mello, da Aeronáutica, em 31/08/1969, quando o presidente Artur da Costa e Silva foi afastado devido a uma trombose cerebral. A nomeação da junta composta por militares foi feita pelo Alto Comando das Forças Armadas, que temia a abertura do Congresso e suspensão dos atos institucionais que vigoravam.

Este período teve grande conturbação política, incluindo o sequestro do embaixador americano Charles Elbrick no Rio de Janeiro, em 04/09/1969, pelos movimentos rebeldes Ação Libertadora Nacional (ALN) e Movimento Revolucionário 8 (MR-8). Entre outras exigências, os militantes exigiam a libertação de presos políticos. O governo atendeu a condição dos sequestradores e libertou 15 pessoas em troca do embaixador.


Após o episódio, o governo militar decretou mais dois atos institucionais, o AI-13, que estabeleceu a pena de banimento em caso de ameaça à segurança do Estado e o AI-14, que instituiu a pena de morte e prisão perpétua para casos de guerra revolucionária ou subversiva.

Em outubro de 1969, a junta militar editou o AI-16, que extinguiu o mandato do presidente Costa e Silva e de seu vice Pedro Aleixo e criou um calendário para a nova eleição presidencial. Numa manobra política para acabar com a oposição à indicação do general Emílio Garrastazu Médici, foi instituído ainda o AI-17, que mandava para a reserva os militares considerados ameaçadores à coesão das forças armadas.

Ainda com o objetivo de reprimir os movimentos de esquerda, a junta editou a emenda constitucional número 1 ao AI-5, um dos mais populares dos atos, que foi criado em 1967 instituindo a censura, através da qual aumentavam os poderes punitivo e repressivo do Estado. 

Em 22/10/1969, o Congresso Nacional foi reaberto para eleger Emílio Garrastazu Médici como presidente e Augusto Hamann Rademaker Grünewald, como vice.

Amante das letras, Aurélio Lyra  dirigiu, durante seu período no Colégio Militar, a revista literária "A Inspiração", dos alunos do colégio. A literatura e a poesia eram, ao lado do Exército, a grande paixão do general. Um pouco antes de assumir o cargo de embaixador, em abril de 1970, foi eleito para a Academia Brasileira de Letras (ABL), ganhando a disputa contra o poeta Lêdo Ivo

Augusto Rademaker, Márcio de Souza Mello e Aurélio de Lyra Tavares
No dia de sua nomeação para a Academia Brasileira de Letras, uma festa foi organizada na casa de seu irmão, no bairro do Jardim Botânico, no Rio de Janeiro. Brincou com os jornalistas presentes e, ao ser questionado se iria tomar parte da "revolução da linguagem", tentou fugir da pergunta, mas acabou respondendo de forma bem humorada: "Lá vem você com revolução. Mas que revolução? Está bem, pronto, vou tomar, sim".

Na mesma ocasião afirmou ser um romântico e contou que havia jogado como meia-direita do Fluminense, numa época em que, pelos jogos, "só se ganhava uma garrafa de gasosa".

Aurélio Lyra publicou 17 livros, a grande maioria versando sobre historiografia militar. Nos dois volumes de o "O Brasil de Minha Geração", de 1976 e 1977, contou a história da "revolução" e da ditadura, atendo-se, no entanto, a uma mera cronologia dos fatos. Também escreveu poesias, sob o pseudônimo "Adelita", formado pela combinação das primeiras sílabas de seu nome e sobrenomes.

Após voltar da França, recusava-se sistematicamente a conceder entrevistas sobre questões políticas. Dizia que, depois "daquilo" (AI-5), havia morrido para outras coisas.

"Dedico minha vida à Academia Brasileira de Letras e ao Instituto Histórico, nada mais"

Depois de compor a junta militar, foi embaixador do Brasil em Paris, de 1970 a 1974. Foi ainda o autor da letra da "Canção da Engenharia" do Exército Brasileiro.

Aurélio Lyra teve duas filhas. Sobre a neta que vivia na Bahia com a mãe, disse, uma vez, "avô é pai com mel" e reclamou da saudade. Fazia caminhadas regulares na orla de Copacabana, bairro onde morou pela maior parte de sua vida.

Aurélio de Lyra Tavares faleceu no Rio de Janeiro, em 18/11/1998, aos 93 anos de idade vítima de uma parada cardíaca.

Obras
  • 1931 - Domínio Territorial do Estado
  • 1942 - História da Arma de Engenharia
  • 1951 - Quatro Anos na Alemanha Ocupada
  • 1955 - Território Nacional
  • 1965 - Temas da Vida Militar
  • 1965 - A Engenharia Militar Portuguesa na Construção do Brasil
  • 1968 - Além dos Temas da Caserna
  • 1973 - A Independência do Brasil na Imprensa Francesa
  • 1973 - A Amazônia de Júlio Verne
  • 1976 - O Brasil de Minha Geração
  • 1977 - O Brasil de Minha Geração
  • 1978 - Brasil-França ao Longo de Cinco Séculos
  • 1981 - Crônicas Ecléticas
  • 1981 - Vilagran Cabrita e a Engenharia de Seu Tempo
  • 1982 - Reminiscências Literárias
  • 1984 - O Centenário de Augusto dos Anjos
  • 1985 - Nosso Exército, Essa Grande Escola
  • 1987 - Aristides Lobo e a República


E muitas outras conferências e discursos sobre temas militares.