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Sarah Corrêa

SARAH CORRÊA
(22 anos)
Nadadora

☼ Rio de Janeiro, RJ (14/08/1992)
┼ Rio de Janeiro, RJ (02/05/2015)

Sarah Corrêa foi uma nadadora brasileira nascida no Rio de Janeiro, RJ, no dia 14/08/1992.

Nos Jogos Sul-Americanos de 2010, Sarah Corrêa ganhou a medalha de ouro no revezamento 4x200m livres, batendo o recorde da competição.

Integrando a delegação nacional que disputou os Jogos Pan-Americanos de 2011, em Guadalajara, no México, ganhou a medalha de prata nos 4x200m livres por participar das eliminatórias da prova. Também ficou em 15º lugar nos 800 metros livres.

Sarah Corrêa se aposentou da natação em 2014, passando a iniciar uma carreira de modelo. Em sua carreira na natação, representou os clubes Unisanta, Minas Tênis Clube, Flamengo e Fluminense.

No período entre seus 11 e 17 anos, treinou com o técnico Daniel Wolokita, no Marina Barra Clube, na condição de sócia atleta, e a partir dos 18 anos, obteve autorização por mérito, visão esportiva e social do comando deste Clube, na época, e também pela afinidade com este treinador.


No final de fevereiro de 2014, com nova gestão, o Marina proibiu-a de lá continuar seus treinos, pois competia com a camisa de outro Clube que a patrocinava, apesar que o Marina não participava com qualquer apoio financeiro. Este fato dificultou muito sua continuidade como atleta, desestimulando-a e desistindo da carreira.

Foi trabalhar como vendedora de loja de varejo. Apesar da grande decepção, mas com verdadeiro espírito esportivo, ela deixou uma emocionante carta de agradecimento, encaminhada ao Diretor de Esportes, relativo ao período que treinou no Marina Barra Clube, abaixo transcrita:

Mensagem original de Sarah Corrêa enviada no sábado, 01/03/2014 para a Diretoria Esportiva do Marina Barra Clube:

"Bom dia Rogério! Tudo bom? Então, esta semana o Daniel veio me comunicar sobre a decisão do clube em relação a minha permanência. Por isso, venho por meio deste email agradecer imensamente o que vocês fizeram por mim em 2013, deixando com que eu treinasse no clube. O Marina sempre foi uma casa pra mim, já que eu cheguei no clube aos 11 anos e só fui me desligar aos 17. Sempre tive um grande carinho por todos os profissionais!! Então esse é o meu muito obrigada! Pois esse novo período ao lado do Daniel foi de extrema importância para minha carreira. Por ultimo, irei retomar a faculdade de educação física no segundo semestre e gostaria de talvez no futuro ter a oportunidade e privilégio de estagiar no Marina e manter esta relação com esse clube que faz parte da minha carreira como atleta. Atenciosamente, Sarah Corrêa."

Morte

Sarah Corrêa morreu na tarde de sábado, 02/05/2015, aos 22 anos. Sarah Corrêa foi atropelada por um carro na noite de sexta-feira, 01/05/2015, e levada em estado gravíssimo para o Hospital Municipal Miguel Couto, na Gávea, Zona Sul do Rio de Janeiro.

A mãe de Sarah Corrêa, Maria Fatima Alves Gonçalves, publicou no Facebook, no começo da madrugada, que Sarah estava em "estado de morte cerebral". A assessoria da Secretaria Municipal de Saúde, no entanto, afirmou que a jovem morreu em decorrência de falência múltipla dos órgãos.

Maria Fátima afirmou em outra postagem que a filha foi "assassinada" e cobrou justiça. "Minha filha foi assinada por mais um maluco bêbado do trânsito dessa cidade quero justiça e não vou descansar enquanto não acabar com esse cara", desabafou a mãe na rede social.


De acordo com o Corpo de Bombeiros, o atropelamento ocorreu por volta das 18h00 na Estrada dos Bandeirantes. O veículo atingiu Sarah Corrêa e um homem identificado como Paulo Soares, de 58 anos. Ele morreu no local e Sarah Corrêa foi socorrida inconsciente.

Segundo a Polícia Militar, o atropelador foi levado para a 42ª DP. Já a assessoria da Polícia Civil informou que o motorista se apresentou espontaneamente na 42ª DP. Ele teria alegado que não prestou socorro às vítimas porque procurou atendimento em um hospital antes de se dirigir à unidade policial. Ele foi liberado depois de prestar depoimento, mas será chamado para dar novas declarações. A identidade dele não foi revelada pela corporação.

Ainda segundo a assessoria da Polícia Civil, foi feita perícia no local do acidente, imagens de câmeras de vigilância das imediações foram solicitadas e testemunhas do atropelamento estão sendo ouvidas.

Fonte: Wikipédia e G1

Maria Lenk

MARIA EMMA HULGA LENK ZIGLER
(92 anos)
Nadadora

* São Paulo, SP (15/01/1915)
+ Rio de Janeiro, RJ (16/04/2007)

Maria Emma Hulga Lenk Zigler foi a principal nadadora brasileira, tendo sido a única mulher do país a ser introduzida no Swimming Hall Of Fame, em Fort Lauderdale, Flórida.

Filha de imigrantes alemães que vieram ao Brasil em 1912. Com apenas 17 anos, Maria Lenk foi a primeira atleta do Brasil a disputar uma Olimpíada. Depois foi pioneira no nado borboleta, venceu provas, quebrou recordes mundiais, lutou pela Educação Física e pelos direitos das mulheres.

Maria Lenk começou a nadar por causa de uma pneumonia dupla, aos 10 anos de idade. Seu pai, Paul Lenk, decidiu ensinar a filha a nadar para fortalecer o pulmão. Alemão que imigrou para o Brasil em 1912, Paul Lenk mantinha o costume de fazer exercícios. Ele foi campeão de ginástica de aparelhos em São Paulo e queria que os filhos também praticassem esportes. Maria Lenk escolheu a natação, assim como sua irmã caçula, Sieglinde, enquanto seu irmão, Ernesto, foi campeão brasileiro de basquete.

"Meu pai me levou para o Rio Tietê. Ele prendia meu maiô num anzol, ficava segurando a vara com uma corda do lado de fora do rio e dizia como eu devia fazer, enquanto desajeitadamente eu batia pernas e braços e bebia muita água. Mas não foi ele que inventou esse método. Todas as crianças daquela época aprendiam a nadar assim, presas por uma vara nas margens do Tietê, já que não existia piscina em São Paulo.
Naquela época, o Tietê tinha águas transparentes e ali eram realizadas competições de remo, natação e saltos. Com o tempo, a natação ganhou popularidade e os clubes resolveram criar áreas exclusivas para competições, evitando que os nadadores fossem levados pela correnteza ou atropelados por barcos do remo.
As provas mais longas aconteciam no trecho do rio que atravessava a cidade. A mais famosa era a Travessia de São Paulo a Nado, que foi criada, em 1924 pelo jornalista Cásper Líbero, o mesmo que criaria depois a Corrida de São Silvestre, em 1925. Por causa da poluição, a Travessia de São Paulo a Nado foi extinta em 1944.
Eu só comecei a participar da travessia nos anos 30, quando ela tinha patrocínio do jornal A Gazeta e até rendia fotos no jornal. Como atleta do Clube de Regatas Tietê, venci quatro anos seguidos, de 1932 a 1935, até que me mudei de São Paulo e não fiz mais aquela prova. Quem ficou no meu lugar no alto do pódio foi Sieglinde, minha irmã. No masculino, o vencedor da travessia todos os anos era João Havelange. Somos amigos desde aqueles tempos."

A travessia, com percurso de cerca de sete quilômetros, acontecia sempre no último domingo do ano e milhares de pessoas iam para as margens do rio assistir à prova. Era o maior evento esportivo da cidade, mas nem tudo era perfeito. Quando chovia, as águas ficavam barrentas e alguns animais mortos por afogamento passavam boiando. Maria Lenk chegou a contrair tifo em função dos treinamentos e competições nestas águas.

Preconceito e Superação

Dentro da comunidade alemã, havia muito incentivo para a prática de esportes e de ginástica e para cuidar do corpo e da saúde. Mas fora da comunidade, ser atleta causava muito estranhamento. Maria Lenk foi morar em Amparo, interior de São Paulo. Ela já tinha ido a dois Jogos Olímpicos e era famosa. Mas, mesmo assim, foi excomungada pelo bispo local por causa do seu maiô.

"Tinha acabado de me formar em Educação Física. Não conseguia trabalho no Rio de Janeiro, nem em São Paulo. Me mudei para Amparo, onde consegui uma vaga de professora. Ao chegar lá, descobri que não havia piscina pública. Mas não desanimei e acabei convencendo um clube local a reformar sua piscina e motivar as crianças da cidade a aprenderem a nadar. A natação contagiou Amparo e encheu a piscina de gente de todas as idades. O bispo não aguentou ver tanto maiô e calção e me acusou de péssimo exemplo para a sociedade amparense. Uma pecadora. Acabei sendo excomungada."

A Primeira Olimpíada: Los Angeles

No início da década de 30, Maria Lenk se destacou num campeonato interestadual e foi convidada para participar dos Jogos de Los Angeles. A delegação tinha 82 atletas e ela era a caçula, com 17 anos e a única atleta feminina. Ela viajou sem os pais, numa época em que a presença feminina em Olimpíadas ainda era interpretada como ameaça aos valores morais. A viagem durou seis semanas e os atletas ficaram este tempo todo sem treinar. "Não fez diferença, porque não sabia mesmo o que era treinamento. Mas aprendi lá", dizia.

Quando retornou dos Jogos Olímpicos de Los Angeles, Maria Lenk recebeu inúmeras críticas por não ter trazido nenhuma medalha. A importância desta participação só seria reconhecida anos depois. Ela participou das provas de 100m livres, 100m costas e 200m peito. Nesta última obteve seu melhor resultado: oitavo lugar. Para quem só tinha participado de competições no Tietê e um interestadual, não foi nada mal.

"Lá conheci grandes campeãs e vi como elas treinavam. Nós, mulheres, ficamos todas juntas em um hotel de luxo. Os homens ficaram na Vila Olímpica, a primeira da história dos Jogos. O Brasil estava vivendo um período difícil. A delegação desembarcou em meio à Revolução Constitucionalista de 1932. Os atletas da delegação brasileira não voltaram como heróis, mas todos voltaram mais experientes e com muita vontade de treinar e representar bem o país em outras oportunidades."

Uma Nova Chance: Jogos Olímpicos de 1936

Para esta competição a delegação viajou de cargueiro para a Alemanha com seis mulheres. Os organizadores construíram um tanque que servia de piscina no convés, para que os atletas treinarem. O tanque era muito pequeno e não permitia que dessemos mais de duas braçadas.

"Nosso técnico, Carlito, Carlos de Campos Sobrinho, teve uma ideia: com uma corda ele amarrava a gente na borda. Assim, eu podia nadar sem sair do lugar. Mas as ondas fortes faziam com que eu fosse lançada contra as paredes do tanque. Treinar ali era uma aventura."

Mais uma vez os resultados não foram os esperados. Maria Lenk engordou um bocado por causa das seis refeições diárias do navio e não passou das provas semifinais. Mas naquela competição ela começava a escrever seu nome em âmbito mundial: Maria Lenk entrou para a história por ser a primeira mulher a nadar borboleta, estilo que aprendeu lendo uma revista alemã.

"Minha mãe insistia para que a gente aprendesse alemão. Ela importava revistas alemãs para que eu e meus irmãos pudéssemos praticar o idioma. E foi numa dessas revistas que fiquei sabendo que o nadador John Higgins criara uma nova maneira de nadar peito.
Até então, o regulamento do nado de peito na época dizia que os braços tinham que ir simultaneamente de frente para trás e de trás para frente, mas não dizia se era por dentro ou por fora d'água. O campeão de natação americano John Higgins tirou vantagem disso e levou os braços por fora d'água, dando origem ao nado borboleta. O estilo só ganharia provas próprias nos Jogos Olímpicos de 1956.
Eu comecei a fazer a mesma coisa e, então, nos Jogos de Berlim, ele era o único homem e eu a única mulher a nadar o que seria, hoje, o borboleta. Mas eu estava pesada e não fui bem nas provas como era de se esperar. Pouco antes dos Jogos cheguei a bater um recorde mundial nadando borboleta, mas ele não foi homologado."

Os Recordes e a Decepção

Segundo Maria Lenk, disputas políticas entre a Confederação Brasileira de Desportos e a Federação Brasileira de Natação fizeram com que a primeira não reconhecesse seu tempo. Mas, em 1939, ela superaria essa mágoa e corrigiria este erro, batendo dois recordes mundiais. Em 11 de outubro, fez a melhor marca do mundo nos 400 metros nado peito, na piscina do Botafogo, com o tempo de 6m15s80. Pouco depois, em 8 de novembro, na piscina do Fluminense, bateu o recorde mundial dos 200 metros peito, com o tempo de 2m56s.

"Com certeza, naquela época, eu estava no auge de minha condição atlética. Me preparava para os Jogos Olímpicos de 1940 e poderia ter vencido se eles não tivessem sido cancelados. Mas a Segunda Guerra acabou com esse sonho. Essa foi a maior decepção da minha vida. Meu tempo nos 200 metros nado peito foi melhor até do que o recorde brasileiro masculino, que era de Antonio Laviola, com 2m59s. Nunca me conformei com o cancelamento destes Jogos Olímpicos."

Depois disso, Maria Lenk resolveu encerrar sua carreira de atleta e dedicou seu tempo à família e aos livros. Mas nem por isso abandonou o que mais amava. Além da carreira acadêmica, ela escreveu vários livros sobre natação e voltou a competir, na categoria Masters.

Maria Lenk continuou competindo e vencendo. Na categoria de 90 a 94 anos, Lenk é dona de três recordes mundiais do nado de peito, obtidos no fim de 2005: o dos 50 metros (1m25s91), o dos 100 (3m12s88) e o dos 200 (6m57s76).

Sempre Pioneira

Em 1939, a nadadora também ajudou a fundar a Escola Nacional de Educação Física na antiga Universidade do Brasil, da qual foi a primeira Diretora.

"Eu já tinha participado de grandes torneios e tinha muita experiência. Fui então convidada a co-participar da fundação da Escola de Educação Física da Universidade do Brasil, hoje Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A equipe teve bastante reconhecimento e eventualmente me mandavam para a Alemanha buscar informações sobre instalações esportivas mais modernas, para serem construídas na Universidade, na ilha do Fundão. Tenho muito orgulho de ter participado deste processo. Todas as instalações de Educação Física que lá estão foram uma obra minha, até as árvores eu ajudei a plantar."

Ela foi também a primeira mulher a participar do Conselho Nacional de Desportos, na década de 60, e a primeira mulher da América do Sul a entrar para o Swimming Hall Of Fame, em Fort Lauderdale, Flórida.

Pioneira também na defesa do esporte feminino, Maria Lenk foi presença marcante na CPI da Mulher, em 1977. Ela foi uma das 39 personalidades dos mais diversificados setores ouvidas pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito para examinar a situação da mulher em todos os ramos de atividades. O colegiado promoveu estudos e audiências públicas, de março a outubro de 1977, para verificar até que ponto a legislação vigente à época contribuía para manter a posição de inferioridade atribuída à mulher e em que pontos deveria ser alterada.

Em seu depoimento, realizado no dia 25 de agosto, Maria Lenk, então com 62 anos, lamentou a baixa participação das mulheres nos esportes no Brasil e disse que havia discriminação. Para ela, a prática desportiva poderia ser uma forma de luta contra as barreiras impostas pelo preconceito.

"Se a posição da mulher na Educação Física e no esporte no Brasil ainda deixa muito a desejar, isso é conseqüência do conceito geral que se tem da mulher e da posição que se quer dar a ela na sociedade. O modelo de mulher é o de uma criatura frágil, submissa, muito humilde e dependente, incapaz de cuidar de si mesma e de se defender."

Na CPI, Maria Lenk defendeu a união de homens e mulheres esclarecidos para a adoção de medidas gerais para uma modificação na forma de se julgar o papel da mulher em todas as esferas.

Ao final dos trabalhos, a CPI da Mulher concluiu que era indisfarçável a existência da discriminação contra a mulher em quase todos os setores de atividade humana que compõem o mecanismo da sociedade brasileira. O relatório final propôs alterações legislativas nos mais diversos âmbitos, especialmente no trabalhista, para garantir a igualdade de tratamento entre homens e mulheres.

Dentre as recomendações feitas aos poderes constituídos, há uma que responde às reivindicações da premiada nadadora: o relatório sugere revogar as determinações vigentes que limitam, quanto à mulher, as modalidades de esporte que pode praticar. E assegurar e mesmo estimular a presença de mulheres nas direções dos órgãos desportivos brasileiros, escolhendo para tais missões, ao lado dos homens, aquelas que notoriamente estão capacitadas a oferecer ao país importante contribuição nesse setor.

Em 2003, após três anos de pesquisas, lançou o livro "Longevidade e Esporte", que mostra os benefícios trazidos pela prática de esportes. Antes deste, ela já havia publicado vários livros, entre eles, "Braçadas e Abraços" (1986), "Natação Olímpica" (1966), "Organização de Educação Física e Desportos" (1943),  "Natação" (1942).

O Troféu Brasil de Natação passou a se chamar Troféu Maria Lenk. O evento, que aconteceu entre os dias 1 e 6 de maio, no Rio de Janeiro, foi a última seletiva para os Jogos Pan-Americanos de 2007.

Considerações e Legado

"Quando eu era jovem, existia a Lei do Amadorismo que determinava que nós, atletas, não podíamos ganhar dinheiro com o esporte. Não se podia receber nem mesmo roupas especiais. Tínhamos que devolver os uniformes após a competição. Era feio receber dinheiro. Era um amadorismo muito severo e treinávamos por amor ao esporte. Agora os jovens podem ter patrocínios, uma grande vantagem para continuar a carreira esportiva. O treinamento também era exaustivo. Os estilos de então eram diferentes do que se faz hoje, exatamente porque não se tinha conhecimento maior dessas técnicas de natação. Hoje, a natação brasileira está muito bem informada, com técnicos preparados e com experiência internacional.
Enquanto Deus me der saúde, vou continuar nadando. As pessoas têm que entender que ao atingir certa idade, não podem ficar apenas vendo televisão ou descansando na cadeira de balanço. Nado, todos os dias, 1.500 metros."

Em uma de suas últimas entrevistas, ao ser interrogada sobre as homenagens que a Organização do RIO 2007 iria fazer para ela respondeu:

"Fiquei emocionada e achei um exagero, mas se eles acharam que eu merecia, fico feliz. Eu pretendo estar lá na inauguração. Pois vi a piscina sem água e quando estiver cheia, eles querem que eu seja a primeira pessoa a nadar no local."

Morre Maria Lenk, Exemplo Que Se Torna Mito

Era uma manhã como todas as outras na piscina do Flamengo, na Gávea, Rio de Janeiro. Mais uma vez estava ali a nadadora Maria Lenk, mito do esporte brasileiro, para os seus dois quilômetros de braçadas diárias.

O dia 16/04/2007 começou como sempre na piscina do Flamengo. Por volta das 10:00 hs, cerca de 30 alunos da turma de Masters do clube treinavam e Maria Lenk nadava com desenvoltura. O técnico de pólo aquático do clube, professor Antônio Carlos Canetti (CREF 006766-G/RJ), ocupava a mesma raia. "Ela chegou às 9:30 hs, nadou 25 minutos num ritmo impressionante. Depois soube que treinava para uma competição", explicou.

À certa altura, Antônio Carlos Canetti percebeu que Maria Lenk mantinha sua cabeça curvada, dentro d'água. "Pensei que estivesse se alongando. Eu então me aproximei e a vi bebendo água", contou Canetti.

O salva-vidas e o médico do clube prestaram os primeiros-socorros. Maria Lenk recebeu oxigênio e foi levada de ambulância para o Hospital Copa D'Or, onde deu entrada às 11:02 hs. Estava inconsciente, com insuficiência respiratória e quadro compatível com choque circulatório.

Lenda viva da Educação Física e do esporte nacionais, Maria Lenk faleceu às 13:00 hs., no momento em que os médicos se preparavam para uma cirurgia de emergência.

Depoimentos

"Foi uma perda muito grande. Ela acompanhou grande parte da minha carreira profissional e me deu bons conselhos quando decidi passar uma temporada nos Estados Unidos. Fico feliz por ela ter sido homenageada ainda em vida, dando seu nome ao parque aquático que está sendo construído para o PAN."
(Gustavo Borges - Ex-nadador)

"Todos no Flamengo admiravam sua vontade de treinar. Era algo que emocionava e inspirava. (...) Ela era como um anjo para todos nós. Uma pessoa que marcava com seus brilhantes olhos azuis e que estava todos os dias na piscina do Flamengo. Vamos sentir uma saudade muito grande."
(Vereadora Patrícia Amorim)

"Ela deixou as muletas ali e nadou 1.500 metros. Teve imenso prazer com a natação, não se importando com a idade."
(Cláudia Coutinho, que treinava com ela, sobre quando Maria Lenk quebrou o fêmur em 2006)

"Minha mãe começou a nadar aos 72 anos, depois que conheceu Maria Lenk aqui no Flamengo."
(Elaine Romero, nadadora)

"Estivemos juntos nos Jogos de Los Angeles, em 1932, e também em Berlim, quatro anos depois. Ela foi uma querida irmã, atleta inesquecível, eficientíssima, que entra para a história dos grandes nomes que deram ao Brasil momentos de glória e respeito internacional. É com grande tristeza que a vejo partir, mas fica o exemplo para as futuras gerações."
(João Havelange - Presidente de honra da Fifa)

"É o maior nome da natação brasileira. Uma mulher guerreira, determinada, que cumpriu sua missão com galhardia. A professora Maria Lenk, tenho certeza, está agora num lugar acolhedor, em paz."
(Coaracy Nunes - Presidente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos)

"Uma perda irreparável por tudo o que ela representa. Este é um momento de luto."
(Carlos Arthur Nuzman - Presidente do  Comitê Olímpico Brasileiro)

"Maria Lenk foi mais que uma pioneira. Foi um exemplo da garra e da coragem das mulheres brasileiras. Fez e marcou a história do nosso Brasil. Viveu abrindo caminhos e deixou o melhor legado: o de que o impossível não existe. Assim será lembrada."
(Deputada Roseana Sarney)

"Tomei conhecimento, com tristeza, da morte da extraordinária nadadora brasileira Maria Lenk. Às vésperas da realização dos tão esperados Jogos Pan-Americanos no Rio de Janeiro, o Brasil perde um de seus maiores ídolos no esporte. Maria Lenk foi a primeira nadadora brasileira e sul-americana a participar de uma Olimpíada - a de Los Angeles, em 1932. Recordista mundial, entrou para o Hall da Fama da Federação Internacional de Esportes Aquáticos e, aos 92 anos de idade, dava exemplo a todos nós, competindo e ganhando títulos na categoria Master. Deixo o meu carinho e solidariedade à família e aos amigos de Maria Lenk. E que ela, de onde estiver, ilumine os nossos atletas no PAN."
(Luis Inácio Lula da Silva - Presidente do Brasil)


Maria Lenk foi a primeira nadadora brasileira a estabelecer um recorde mundial e deu ao Flamengo diversos importantes títulos. Ela foi uma precursora. Sua vida como atleta serve de base para toda a história do esporte olímpico feminino brasileiro. Das 76 medalhas olímpicas do Brasil, as mulheres têm 10 e foi Maria Lenk quem abriu este caminho para o esporte brasileiro ao ser a primeira brasileira a ir a uma Olimpíada, a de Los Angeles em 1932.

Ela entrou para o Hall da Fama da Federação Internacional de Natação (Fina) em 1988. No mesmo ano foi homenageada com o Top Ten da Fina, por ser uma das dez melhores atletas Masters (masculino e feminino) de natação no mundo.

Em 2004, Maria Lenk recebeu o Troféu Adhemar Ferreira da Silva na cerimônia de entrega do Prêmio Brasil Olímpico, destinado aos melhores atletas do ano.

No dia 12/02/2007 ela foi homenageada pelo prefeito do Rio de Janeiro, César Maia, que deu seu nome para o Parque Aquático que estava sendo construído no autódromo do Rio de Janeiro para receber as provas de natação, nado sincronizado e saltos ornamentais nos Jogos Pan-Americanos.

"Ao chegar lá, descobri que não havia piscina pública. Mas não desanimei e acabei convencendo um clube local a reformar sua piscina e motivar as crianças da cidade a aprenderem a nadar!"

Indicação: Miguel Sampaio

Tetsuo Okamoto

TETSUO OKAMOTO
(75 anos)
Nadador

* Marília, SP (20/03/1932)
+ Marília, SP (02/10/2007)

Foi o primeiro atleta a ganhar uma medalha olímpica da história da natação brasileira. Foi uma medalha de bronze conquistado nos Jogos de Helsinque, em 1952, nos 1.500 metros livre.

Foi o primeiro campeão pan-americano da natação brasileira, com a medalha de ouro nos 400 m livre e nos 1.500 m livre na primeira edição dos jogos, em Buenos Aires, em 1951.

Carreira

Okamoto procurou o esporte porque sofria de Asma. Suas primeiras braçadas foram no Yara Clube, de Marília. Em 1950, depois de competir nos Estados Unidos com os atletas americanos e japoneses, descobriu que precisava mudar o método de treinamento. Na época, nadava 1.500 metros por dia e foi orientado pelos estrangeiros a treinar muito mais. Passou a nadar 10 mil metros. A mudança deu certo e, um ano depois, já ganhava ouros na Argentina.

De volta ao Brasil, foi recebido como herói em Marília, a cidade natal, que decretou feriado municipal. Enquanto desfilava em carro aberto, sua casa era assaltada e os ladrões foram presos. Okamoto chegou a recusar um carro oferecido pela comunidade japonesa como prêmio pelo resultado inédito na Argentina. Como era atleta amador, temia que o presente pudesse ser visto como pagamento e, conseqüentemente, profissionalização, e lhe tirasse a chance de ir aos Jogos de Helsinque.

Ainda em Buenos Aires, não houve muita comemoração pelas medalhas no Pan. A Argentina vivia sob ditadura e os atletas ficaram hospedados em acampamento militar. A alimentação era de caserna, não estavam nem aí, contava Okamoto. Mas o jantar em um restaurante de Buenos Aires, com direito a um bife, serviu de festa pelo ouro nos 1.500 metros. Foi o máximo de luxo concedido ao herói brasileiro.

Morreu em São Paulo, aos 75 anos, vítima de Insuficiência Respiratória e Insuficiência Cardíaca. Okamoto também sofria com problemas renais e fazia Hemodiálise.

O ex-nadador foi enterrado no Cemitério Getsêmani, em São Paulo.

A Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos decretou três dias de luto oficial na ocasião de sua morte.

Fonte: Wikipédia

Rômulo Arantes

RÔMULO DUNCAN ARANTES JÚNIOR
(42 anos)
Nadador e Ator

☼ Rio de Janeiro, RJ (12/06/1957)
┼ Maripá de Minas, MG (10/06/2000)

Rômulo Duncan Arantes Junior, mais conhecido por Rômulo Arantes, foi um nadador e ator nascido no Rio de Janeiro, RJ, no dia 12/06/1957.

Rômulo Arantes é pai do ator Rômulo Neto e participou de três Jogos Olímpicos:

  • Munique 1972, onde participou das provas dos 100 metros costas, 200 metros costas e do 4x100m medley (onde foi à final e terminou em 5º lugar);
  • Montreal 1976, onde esteve nas provas dos 100 e 200 metros costas e 100 metros borboleta, não chegando à final;
  • Moscou 1980, onde esteve nos 100 metros costas (não chegando à final) e nos 4x100m medley (onde chegou à final, terminando em 8º lugar).

Na Universíada de 1977, ele foi medalha de ouro nos 100 metros costas, com a marca de 58s45. E na Universíada de 1981, obteve o bronze na mesma prova, fazendo 58s24.

Rômulo Arantes foi o primeiro medalhista brasileiro em Mundiais. No Campeonato Mundial de Esportes Aquáticos de 1978, realizado em Berlim, Alemanha Ocidental, ele obteve a medalha de bronze na prova dos 100 metros costas, com a marca de 58s01.

Nos Jogos Pan-Americanos de 1979, foi medalha de prata na prova dos 100 metros costas. Também ganhou o bronze no revezamento 4x100m livres, em ambos batendo o recorde sul-americano.

Entre 1977 e 1981 ele estudou Administração e treinou na Universidade de Indiana, e se tornou bacharel em 1981. Após encerrar a carreira na natação, nos anos 80, ele tornou-se ator e técnico de natação.

Sua carreira como ator começou em uma ponta na novela "Brilhante" (1981), e seus maiores sucessos na TV foram em "Sassaricando" (1987)"Riacho Doce" (1990), "Pantanal" (1990), "Perigosas Peruas" (1992)"Quatro Por Quatro" (1994) e "Vira Lata" (1996).

Rômulo Arantes chegou a trabalhar como cantor, montando, junto com os também atores Kadu Moliterno e Marcelo Serrado, uma banda chamada Piloto Automático.

No cinema, Rômulo Arantes fez quatro filmes, entre eles "Leila Diniz" (1987), onde interpretou o cantor Toquinho.

Morte

Rômulo Arantes faleceu no sábado, 10/06/2000, aos 42 anos, em Maripá de Minas, MG, vítima de um acidente de ultraleve, dois dias antes de completar 43 anos. No acidente morreu também o co-piloto, Fábio Amorim Ribeiro Ruivo, 24 anos.

Rômulo Arantes possuía uma fazenda na região, onde também morava sua esposa, a empresária Valéria Braga. Ele viajava em um ultraleve monomotor, modelo Pelicano (prefixo 2347) que, por volta das 10h30, teria sofrido uma pane antes de cair.

Segundo testemunhas, cinco minutos depois da decolagem, o ultraleve se espatifou no solo, a 200 metros da casa. No momento da queda, toda a família estava na fazenda, reunida para comemorar o 43º aniversário do ator, que aconteceria dois dias depois.

Rômulo Arantes foi enterrado no Cemitério Municipal de Bicas, cidade vizinha de Maripá de Minas, em Minas Gerais.

Rômulo Arantes deixou dois filhos: Rômulo Cloé. O filho Rômulo Arantes Neto, tornou-se ator como o pai.

Carreira

Televisão
  • 2000 - Zorra Total
  • 1997 - Canoa do Bagre ... Pedro
  • 1996 - Xica da Silva ... Capataz
  • 1996 - Vira-lata ... Ítalo
  • 1994 - Quatro Por Quatro ... Pedrão
  • 1993 - Sex Appeal ... Maurício
  • 1992 - Perigosas Peruas ... Téio
  • 1990 - Riacho Doce ... Julião
  • 1990 - Pantanal ... Levi
  • 1987 - Sassaricando ... Adônis
  • 1987 - Direito de Amar ... Nelo
  • 1985 - A Gata Comeu ... Participação Especial
  • 1984 - Vereda Tropical ... Professor de natação de Téo
  • 1982 - O Homem Proibido ... Juca
  • 1982 - Paraíso
  • 1982 - Caso Verdade
  • 1981 - Brilhante ... Omar Silva

Cinema
  • 1987 - Leila Diniz ... Toquinho
  • 1986 - Hell Hunters ... Tonio
  • 1984 - Blame It On Rio ... Diego
  • 1984 - Patriamada

Fonte: Wikipédia