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Barão de Capanema

GUILHERME SCHÜCH
(84 anos)
Naturalista, Engenheiro e Físico

☼ Ouro Preto, MG (17/01/1824)
┼ Rio de Janeiro, RJ (26/08/1908)

Guilherme Schüch, posteriormente Guilherme Capanema, primeiro e único Barão de Capanema, foi um naturalista, engenheiro e físico brasileiro, nascido em Ouro Preto, MG, no dia 17/01/1824. Foi o responsável pela instalação da primeira linha telegráfica do Brasil. Era bisavô do político Gustavo Capanema.

Filho do austríaco Rochus Schüch, natural da Morávia, que veio para o Brasil em 1817 como integrante da comitiva da Princesa Leopoldina, e da suiça Josefina Roth, que seu pai conhecera na colônia de Nova Friburgo, RJ.

Guilherme Schüch casou-se com Eugênia Amélia Delamare, nascida em Havre de Grace, França, no dia 12/07/1824, filha de Charles Robert Delamare e Reine Germaine Virginie, falecida no Rio de Janeiro no dia 12/04/1907. O casal teve três filhos: Paulina, Guilherme e Gustavo S. Capanema, médico e político.

Em 1841 foi enviado para a Europa, aos cuidados do Visconde de Barbacena, para estudar engenharia. Depois de 60 dias, pois a navegação se fazia à vela, chegou à Inglaterra, onde o ministro brasileiro Marquês Lisboa o fez seguir para Antuérpia e dali diretamente para Munique. Ali o ilustre botânico Carl Friedrich Philipp von Martius e o zoólogo Johann Baptiste von Spix lhe prestaram bons serviços, encaminhando-o nos seus estudos.

A viagem de Antuérpia a Munique foi feita de carruagem, pois ainda não existiam na época estradas de ferro. Concluiu o curso na Escola Politécnica de Viena. Formou-se doutor em matemática e ciência pela antiga Escola Militar do Rio de Janeiro.

De volta ao Brasil foi responsável pela fundação, em 11/05/1852, do Telégrafo Nacional, sendo seu primeiro diretor.

Guilherme Schüch frequentemente visitava o Imperador, que insistia por essas visitas para aperfeiçoar-se, dizia ele, na conversação da língua alemã.

Em uma das visitas, Manuel de Araújo Porto Alegre (Barão de Santo Angelo), informou ao Imperador que o Drº Azeredo Coutinho era de opinião que o Drº Guilherme Schüch devia ser nomeado para uma das cadeiras vagas da Escola Central, indicando a de mineralogia. O coronel Pedro de Alcântara Bellegarde, comandante da Escola Central, opinou para que sua nomeação fosse feita, devendo ela ser confirmada no fim do ano, se assim decidisse a congregação.

Dom Pedro II mandou que o Drº Guilherme Schüch se apresentasse ao Ministro da Guerra. Havia, porém, um impedimento: é que a lei dispunha que o magistério só poderia ser exercido por engenheiros formados pela Escola Central. O Ministro da Guerra resolveu o caso lembrando que o Drº Guilherme Schüch deveria ser sujeito a um exame do conjunto de matérias, inclusive arte militar. O Drº Guilherme Schüch deliberou, então, estudar a arte militar e para isto adquiriu os livros necessários e foi passar uma temporada na fazenda da família Paes Leme.

De volta, sujeitou-se aos exames exigidos pelo Ministro da Guerra, nos quais foi aprovado e em seguida nomeado lente substituto da Escola Central.

Engenheiro militar, na década de 1850 conseguiu fabricar munição para os fuzis Dreyse utilizados na Guerra Contra Oribe e Rosas, segredo militar prussiano. Também realizou diversas experiências com foguetes, tendo fabricado alguns foguetes de Halle por volta de 1852.

Em 1855 fez várias experiências com os foguetes de Halle junto com José Mariano de Mattos. No mesmo ano foi enviado à Bélgica com ordens de "comprar 1200 fuzis, 1000 clavinas com baionetas, sabres, e 500 clavinas sem baionetas".

Membro da Sociedade Velosiana de Ciências Naturais, onde participava da comissão de botânica, sugeriu sua fusão ao Instituto Histórico e Geográfico do Brasil, o que não aconteceu. Tendo a sociedade se desmembrado, parte dos sócios, incluindo Guilherme Schüch, então fundou a Sociedade Palestra Científica do Rio de Janeiro, que teve sua primeira sessão em 25/06/1856.

Participou da comissão científica do Instituto Histórico e Geográfico do Brasil, criada em 1856, onde foi diretor da Seção Geológica e Mineralógica.

Em 1863 foi enviada à Real Fábrica de Ferro São João do Ipanema, em Iperó, perto de Sorocaba, tendo revitalizado-a. Inventor, desenvolveu também um formicida contra a saúva.

Notando o Drº Guilherme Schüch a dificuldade que havia em Minas Gerais de pronunciarem seu nome alemão, resolveu adotar o sobrenome de "Capanema", pertencente a uma serra e povoado daquela província, e nas vizinhanças de Ouro Preto.

Em 1877, o botânico João Barbosa Rodrigues homenageou Guilherme Schüch de Capanema, seu amigo, dando o nome de Capanemia a um novo gênero de orquídeas descrito em seu livro Genera Et Species Orchidearum Novarum.

Recebeu o título de Barão em 26/02/1881 por decreto de Dom Pedro II. O engenheiro Guilherme Schüch comandou a instalação das primeiras redes telegráficas do norte do Brasil.

Posteriormente, em homenagem à sua mediação no conflito entre Brasil e Argentina pela posse região do Rio Iguaçu, uma localidade do Paraná recebeu o nome de Capanema. Assim, configurou-se um caso em que um topônimo originou um antropônimo que, por sua vez, foi posteriormente motivo para a denominação de um outro nome de lugar.

Em 1889 com a Proclamação da República se aposentou da direção do Telégrafo Nacional.

Em 1903 foi nomeado diretor do Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

Foi também professor de física e de mineralogia na Escola Militar.

Recipiente da comenda da Imperial Ordem da Rosa e da Imperial Ordem de Cristo, além de ter sido membro do Instituto Histórico e Geográfico do Brasil.

Fonte: Wikipédia