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Lasar Segall

LASAR SEGALL
(66 anos)
Pintor, Escultor e Gravurista

* Vilnius, Lituânia (21/07/1891)
+ São Paulo, SP (02/08/1957)

"Tinha somente a convicção de estar enamorado desse país e que a dedicação que eu lhe devotava, era demais profunda e violenta para ser superficial."
(Lasar Segall)

Lasar Segall - em russo, Лазарь Сегал, em lituano, Lozarius Segalas, foi um pintor, escultor e gravurista nascido na Lituânia e naturalizado brasileiro. O trabalho de Segall teve influências do impressionismo, expressionismo e modernismo. Seus temas mais significativos foram representações pictóricas do sofrimento humano: a guerra e a perseguição.

No ano de 1923, aos 32 anos, Lasar Segall mudou-se definitivamente para o Brasil. Já era um artista conhecido. Contudo, foi aqui que, segundo suas próprias palavras, sua arte ficou como o "Milagre da Luz e da Cor". Foi um dos primeiros artistas modernistas a expor no Brasil.

Iniciou seus estudos em 1905, quando entrou para a Academia de Desenho de Vilnius, sua cidade natal. No ano seguinte, mudou-se para Berlim, passando a estudar na Academia Imperial de Berlim, durante cinco anos. Mudou-se, a seguir, para Dresden, estudando na Academia de Belas Artes.

Em fins de 1912, Lasar Segall veio ao Brasil, encontrar-se com seus irmãos, que moravam no país, entre eles a irmã Luba Segall Klabin, que havia se casado com Salomão Klabin e tiveram três filhos: Esther Klabin, Samuel Klabin e Horácio Klabin.

Lasar Segall em seu ateliê
Realizou suas primeiras exposições individuais em São Paulo e em Campinas, em 1913. Pela primeira vez o Brasil vinha a conhecer a arte expressionista europeia. Entretanto a repercussão junto ao público e à crítica foi mínima.

Logo depois ele voltou para à Europa, casando-se, em 1918, com Margarete Quack.

Fundou, com um grupo de artistas, o movimento "Secessão de Dresden", em 1919, realizando, a seguir, diversas exposições na Europa.

Lasar Segall mudou-se para o Brasil em 1923, dedicando-se, além da pintura, às artes decorativas. Criou a decoração do Baile Futurista, no Automóvel Clube de São Paulo, e os murais para o Pavilhão de Arte Moderna de Olívia Guedes Penteado.

Já separado de sua primeira esposa, casou-se em 1925 com Jenny Klabin, filha de Maurício Freeman Klabin, que era irmão de Salomão Klabin, portando Lasar Segall casou-se com a sobrinha do seu cunhado, com quem teve os filhos Maurício Klabin Segall (que se casaria nos anos 50 com a atriz Beatriz de Toledo, posteriormente Beatriz Segall) e Oscar Klabin Segall. Nessa época, passou a viver com a família em Paris, onde se dedicou também à escultura. Suas obras nessa fase remetem à atmosfera familiar e de intimidade. Suas cores fortes procuram expressar as paixões e sofrimentos dos seres humanos. Seus personagens são mulatas, prostitutas e marinheiros. Suas paisagens, favelas e bananeiras. Anos mais tarde dedicou-se à escultura em madeira, pedra e gesso.

Lasar Segall pintando o óleo "Navio de Emigrantes"
Em 1932, Lasar Segall retornou Brasil, vagou por todo tempo, instalando-se em São Paulo na casa projetada pelo arquiteto Gregori Warchavchik, seu concunhado. Essa casa abriga, atualmente, o Museu Lasar Segall. Nesse mesmo ano foi um dos criadores da Sociedade Pró-Arte Moderna (SPAM) na capital paulista.

Sua produção na década de 1930 incluiu uma série de paisagens de Campos do Jordão e retratos da pintora Lucy Citti Ferreira.

Em 1938, Lasar Segall realizou os figurinos para o balé "Sonho de uma Noite de Verão", encenado no Teatro Municipal de São Paulo.

Uma retrospectiva de sua obra no Museu Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, foi realizada em 1943. Nesse mesmo ano, foi publicado um álbum com textos de Mário de Andrade, Manuel Bandeira e Jorge de Lima.

Em 1951, Lasar Segall realizou uma exposição no Museu de Arte de São Paulo. Três anos depois, criou os figurinos e cenários do balé "O Mandarim Maravilhoso".

O Museu Nacional de Arte Moderna preparou uma grande retrospectiva de sua obra em 1957, em Paris. Lasar Segall morreu nesse mesmo ano, vítima de problemas cardíacos, em sua casa, aos 66 anos.

Lasar Segall pintando
O Museu Lasar Segall, idealizado por Jenny Klabin Segall - viúva de Lasar Segall - foi criado como uma associação civil sem fins lucrativos, em 1967, por seus filhos Mauricio e Oscar. Está instalado na antiga residência e ateliê do artista, projetados em 1932, por seu concunhado, o arquiteto de origem russa Gregori Warchavchik que era casado com Mina Klabin, irmã de Jenny Klabin, cunhada de Lasar Segall.

Em 1985, o Museu foi incorporado à Fundação Nacional Pró-Memória, integrou até 2009 o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) do Ministério da Cultura, como unidade especial.

A partir de 2010 converteu-se em uma das unidades museológicas do recém criado Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM), do Ministério da Cultura.

Além de seu acervo museológico, o Museu constitui-se como um centro de atividades culturais, oferecendo programas de visitas monitoradas para escolas, cursos e oficinas nas áreas de gravura, fotografia e criação literária, programação de cinema. Abriga a Biblioteca Jenny Klabin Segall, que mantém acervo único nas áreas das Artes do Espetáculo (Cinema, Teatro, Rádio e Televisão, Dança, Ópera e Circo) e de Fotografia. A Biblioteca, ainda, possui a mais completa documentação sobre a vida e a obra de Lasar Segall.

O Museu, como órgão federal, é apoiado pela Associação Cultural de Amigos do Museu Lasar Segall (ACAMLS), uma sociedade civil sem fins lucrativos, viabilizada pela colaboração de instituições públicas e privadas, além de pessoas físicas que cooperam com o Museu.

Fonte: Wikipédia

Lourival Vargas

LOURIVAL BARROSO VARGAS
(56 anos)
Artista Plástico e Pintor

* Ibertioga, MG (23/08/1952)
+ Barbacena, MG (20/11/2008)

Lourival Barroso Vargas foi um artista plástico e pintor brasileiro. Autodidata, destacou-se como pintor de temas sacros, contudo, era autor de obras ecléticas, com temas como paisagens bucólicas e natureza, motivos esotéricos, abstratos, com diversas inspirações. Também era retratista. Nascido em Ibertioga, MG, a 23/08/1952, teve contato com a arte desde a infância quando começou a desenvolver seu talento para o desenho e pintura.

Lourival possuía um traço característico, bem como o uso das cores, especialmente ao abordar a natureza em suas obras. A vista da Serra de Ibitipoca a partir de Barbacena era uma paisagem muito apreciada pelo artista, além das redondezas da terra natal Ibertioga, e também a cidade de Barbacena, onde viveu por muitos anos, que eram temas recorrentes de suas obras.

Lembrança do Bonde (Óleo Sobre Tela)
É relevante também sua visão do universo urbano e da sociedade, pois em várias telas o artista fez seu autorretrato demonstrando um sentimento de marginalização e incompreensão, como artista e pensador, em relação à sociedade falida e hipócrita em que viveu.

Uma das principais obras do artista e que o imortalizaram são os afrescos da Catedral de Ibertioga. A magnífica mão de Deus retratada mostra a mão calejada de um trabalhador. A inspiração se deu numa tarde ao deixar a catedral. Após dias pensando em como seria a mão divina, deparou com um lavrador sentado na calçada da praça e nesse momento ele percebeu que a mão do Criador deveria ser como aquela, calejada pelo trabalho árduo da grande criação do mundo. Pediu ao homem que deixasse que ele desenhasse sua mão. Ao se ver a obra pronta percebe-se como foi sensível e precisa a observação do artista.

Algumas pessoas do círculo íntimo do artista emprestaram seus rostos para que ele compusesse as figuras ali retratadas como anjos e arcanjos. Essa obra foi um marco importante na sua carreira, e depois dela foi convidado para fazer a pintura do teto de capelas nas fazendas da região.

Morte

Lourival Vargas faleceu em Barbacena, MG, em 20/11/2008, aos 56 anos, depois de ficar 58 dia internado na Santa Casa de Misericórdia de Barbacena. Ele teve um AVC hemorrágico e foi colocado em coma induzido. Durante este período Lourival Vargas ficou ligado a aparelhos. O velório do artista plástico ocorreu na Capela de Santa Terezinha e o sepultamento aconteceu em Ibertioga, MG, sua cidade natal.

Fonte: Wikipédia

Albery

ALBERY SEIXAS DA CUNHA
(58 anos)
Pintor e Artista Plástico

* Belém, PA (04/10/1944)
+ Rio de Janeiro, RJ (07/04/2003)

Albery Seixas da Cunha foi um pintor e artista plástico brasileiro. Seus quadros mais famosos são de mulheres nuas. Ele nasceu no dia 04/10/1944 na cidade de Belém, PA, onde revelou sua vocação para pintura já na infância.

Seus primeiros óleos foram feitos em 1959, no Rio de Janeiro, onde morou até 1970. Neste ano, ele se transferiu para Paris, onde é até hoje um dos poucos artistas brasileiros realmente reconhecidos. Albery figura entre os mais importantes artistas da arte contemporânea brasileira. O artista sabe como poucos mesclar na dose certa a flora e a fauna brasileira colocando-as com perfeição nas formas e cores que cria. Muitas vezes registra em suas telas imagens que parecem sair de um sonho, como se quisesse desvendar seus mistérios.

No Rio de Janeiro, Albery despontou para a fama quando ganhou o primeiro prêmio, em uma galeria de arte, pintando o tema "Carolina", para a música de Chico Buarque. De acordo com a crítica, ele criou uma figura coerente com a música, ao mesmo tempo comunicativa, popular, simples e sofisticada. Ficou expresso nesse quadro que Albery estava atento à linguagem para a comunicação de massa utilizada na época.

Albery está sempre homenageando a mulher em seus quadros. O artista trabalha o corpo feminino sempre com um tratamento renovado e atual, acrescentando toques expressivos onde sobressaem os relevos da anatomia podendo-se quase perceber sua textura. Em suas viagens pelo mundo, o artista soube perceber as diferentes raça e formas faciais independente das classes sociais e cria rostos universais, como disse Walmir Ayala:

"O rosto de uma princesa contemporânea, ou de uma artista famosa, parece ter passado pelo carbono das histórias em quadrinhos, deixando assomar o lado heroico e mitológico subjacentes no lado da beleza feminina."

"Pintar é antes de tudo para mim um ato vital. Foi desde minha infància, a principal maneira de me expressar. Meu ideal de criança, era tornar-me no futuro um verdadeiro pintor e viver de minha arte. Sempre tive tendência inata para o surrealismo, e um gosto pelo mórbido que foi se diluindo com o tempo. Acho extremamente importante a qualidade técnica de minha obra e a temática sempre criada, baseando-me na natureza, no animal e na mulher. Dedico esta exposição a todos os mestres com os quais tive contato, em especial Salvador Dali."
(Albery - Texto do folder "25 Anos de Arte". Exposição individual do artista em novembro de 1992, na Bolsa do Rio)



Em 1962, Albery ingressou na Escola Nacional de Belas Artes.

Em 1965, participou dos Salões de Desenho na ENBA, de Gravura da Feira do Atlântico e o de Pintura da ENBA.

Em 1966, participou dos Salões Sesquicentenário da ENBA, de Gravura da Feira Industrial e da Gravura da ENBA. Fez sua primeira exposição coletiva na GEAD.

Em 1967, participou dos Salões da Jovem Pintura SBPC e de Desenhos e Gravuras da PUC. Realizou sua primeira individual na Galeria L'Atelier. Conquistou o primeiro prêmio do Concurso Nacional criado por Ruth Lauss e pela Galeria Domus. Participou do XVII Salão de Arte Moderna e do Salão da PUC e foi convidado pelo governo do Pará para realizar uma mostra em seu estado natal.

Em 1968 expôs na Galeria Meia Pataca, no Rio de Janeiro.

Em 1969, expôs nas Galerias Vice Rey em São Paulo e na Petite Galerie no Rio de Janeiro.

Em 1971, Realizou sua primeira exposição em Paris na Galeria André Weil.

Em 1972, expôs na Galeria Copacabana Palace. Apresentou uma individual na Galeria Pre-Design, de Bruxelas.

Em 1973, expôs na Galeria Albertus Magnus, de Paris, seguido de Happening com os mais destacados nomes da pintura francesa. Mostra na Galeria Chelsea em São Paulo.

Em 1974 expôs na Galeria Boris Orekhoff em Paris.

Em 1975, expôs na Galeria Debret e na Galeria Les Roseaux, ambas em Paris.

Sônia Braga e Albery (Participação Novela Dancin' Days)
Em 1976, realizou uma individual na Galeria Jacques Carrie em Paris.

Em 1977, expôs na Galeria Les Roseaux em Paris.

Em 1978 voltou ao Brasil para individual na Galeria B-75 Concorde, no Rio de Janeiro e na Galeria Acaiaca de Curitiba.

Em 1979, apresentou individuais nas Galerias Oscar Seraphico em Brasilia, Casa Grande em Goiània e Realidade Galeria de Arte no Rio de Janeiro. Participou da Coletiva Itinerante Brasileira no Hotel Le Meridien e outra coletiva no Othon Palace Hotel no Rio de Janeiro.

Em 1980, expôs na Don Camilo Galeria de Arte em Salvador e recebeu a Medalha Mérito Legionário conferida pela PRONAVE-LBA.

Em 1981, expôs na Galeria Realidade e numa Coletiva no Hotel Meridien no Rio de Janeiro.

Em 1982, expôs no Espaço Planetário do Rio e na Galeria Espaço Delfin no Rio de Janeiro.

Em 1983, expôs na Galeria Casa Branka em Curitiba e na Galeria Carimã em Foz do Iguaçu.

Participou em 1984, da Coletiva na Casa do Estudante Universitário, expôs na Galeria Engenho e Arte da Cidade, na Galeria Promorio e na Galeria Antonio Goulart no Rio de Janeiro. Recebeu ainda no mesmo ano homenagem de Dom Grenough e Jean Pierre Dutilleu no Clube Chez Moi, Beverly Hills, Los Angeles, Estados Unidos.

Em 1985, recebeu homenagem dos Salões de Arte CERJ e FCEB, participou do 1º Congresso Brasileiro de Serigrafia no Rio e Janeiro, expôs no seleto "Clube 1" e ainda pintou painéis para a Academia da Cidade no Rio de Janeiro.

Sônia Braga e Albery (Participação Novela Dancin' Days)
Em 1986, expôs na Galeria People, Coletiva na Cia. das Índias no Rio de Janeiro e realizou performance pictural na Academia GYM Center no Rio de Janeiro.

Em 1987, expôs na Galeria José de Alencar em Fortaleza.

Em 1988, expôs nas Galerias Art e Design em Maceió e Borghese no Rio de Janeiro. Participou da Expo Coletiva no Salão Nobre do Hotel Copacabana Palace no Rio de Janeiro.

Em 1989, exposição em Jarí, PA.

Em 1990 exposição na Ciudad de Leste, Paraguai.

Em 1991, fez uma nova viagem a Paris para execução de novos trabalhos.

Em 1992, de volta ao Brasil, participou do Projeto Jangada das Sete - Coco Beach Performance. Exposição Galeria de Arte da Biblioteca Pública Câmara Cascudo em Natal. Performance Trajano Shopping no Rio de Janeiro. Exposição Individual no Espaço Bolsa do Rio.

Em 1993, exposição individual em Natal, RN.

Em 1994, exposição individual em Campos, RJ.

Em 1995, exposição individual na Century's Gallery, no Rio de Janeiro.

Em 1997 foi para Miami e expôs individualmente na Foundation For The Contemporary Arts Gallery. Participou de coletiva na Lopez Negro Gallery, Dania, Flórida. Individual na Hidden Bay, Aventura, Flórida.

Em 1998, individual na Santayana Gallery, Key Biscayne, Florida, e no Gable's Club, Coral Gables, Flórida.

Em 1999, individual no BarRoom, em Miami Beach, Flórida. No mesmo ano, individuais no Pine Bank Bricckell, no Gran Bay Hotel , Coconut Grove, Flórida, e no Santa Maria, Brickell.

Em 2001 individual na Galeria Jordi no Rio de Janeiro e a Exposição "Retratos", mobilizando a alta sociedade carioca no Shopping Fashion Mall.

"O mundo deveria ser:

Todos para arte!

Todos pela arte!
Tudo sobre arte!"

Sônia Braga e Albery (Participação Novela Dancin' Days)
Morte

Albery morreu numa manhã chuvosa no dia 07/04/2003, no outono, na estação que tem as cores estilizadas marrom-vermelho-dourado, os mesmos tons que o artista utilizava para pintar seus cavalos também estilizados.

Exposições Individuais

  • 1967 - Rio de Janeiro - Primeira individual, na Galeria L'Atelier
  • 1970 - Paris, França - Individual, na Galeria Andre Weil
  • 1974 - Paris, França - Individual, na Galeria Boris Orekhoff
  • 1975 - Paris, França - Individual, na Galeria Debret
  • 1975 - Paris, França - Individual, na Galeria Les Roseaux
  • 1976 - Paris, França - Individual, na Galeria Jacques Carrie
  • 1977 - Paris, França - Individual, na Galeria Les Roseaux
  • 1977 - Flórida, Estados Unidos - Individual, na Hidden Bay
  • 1978 - Rio de Janeiro - Individual, na Galeria B-75 Concorde
  • 1978 - Curitiba - Individual, na Galeria Acaiaca
  • 1979 - Brasília - Individual, na Galeria Oscar Seraphico
  • 1979 - Goiânia - Individual, na Casa Grande
  • 1979 - Rio de Janeiro - Individual, na Realidade Galeria de Arte
  • 1980 - Salvador - Individual, na Don Camilo Galeria de Arte
  • 1981 - Rio de Janeiro - Individual, na Realidade Galeria de Arte
  • 1983 - Rio de Janeiro - Individual, na Galeria Pau Brasil
  • 1984 - Rio de Janeiro - Individual, no Estúdio Antônio Goulart
  • 1985 - Rio de Janeiro - Individual, na Forma Livre Academia da Cidade
  • 1987 - Fortaleza - Individual, na Galeria José de Alencar
  • 1988 - Rio de Janeiro - Individual, na Galeria de Arte Borguese no Shopping da Gávea
  • 1998 - Key Biscayne, Flórida, Estados Unidos - Individual, na Santayana Gallery
  • 1998 - Coral Gables, Flórida, Estados Unidos - Individual, no Gable´s Club
  • 1999 - Miami Beach, Flórida, Estados Unidos - Individual, no BarRoom
  • 1999 - Coconut Grove, Flórida, Estados Unidos - Individual, no Gran Bay Hotel
  • 1999 - Brickell, Estados Unidos - Individual, no Brickel
  • 2001 - Rio de Janeiro - Individual, na Galeria Jordi 

Exposições Coletivas

  • 1964 - Rio de Janeiro - 2ª O Rosto e a Obra, na Galeria Ibeu Copacabana
  • 1965 - Rio de Janeiro - Salão de Desenho da Enba
  • 1965 - Rio de Janeiro - Salão de Gravura da Feira do Atlântico
  • 1965 - Rio de Janeiro - Salão de Pintura da Enba
  • 1966 - Rio de Janeiro - Salão do Sesquicentenário da Enba
  • 1966 - Rio de Janeiro - Salão de Gravura da Feira Industrial
  • 1966 - Rio de Janeiro - Salão de Gravura da Enba
  • 1967 - Rio de Janeiro - Salão Jovem Pintura SBPC
  • 1967 - Rio de Janeiro - Salão de Desenhos e Gravuras da PUC/RJ
  • 1973 - Paris, França - Coletiva, na Galeria Albertus Magnus
  • 1977 - Flórida, Estados Unidos - Coletiva, na Lopez Negro Gallery
  • 1979 - Rio de Janeiro - Coletiva Itinerante Brasileira, no Hotel Le Meridien
  • 1979 - Rio de Janeiro - Coletiva, no Othon Palace Hotel
  • 1981 - Rio de Janeiro - Coletiva, no Hotel Meredien
  • 1984 - Foz do Iguaçu - Coletiva, na Casa do Estudante Universitário
  • 1987 - Rio de Janeiro - Coletiva, no Salão Nobre do Hotel Copacabana Palace

Exposições Póstumas

  • 2003 - Rio de Janeiro - Projeto Brazilianart, na Almacén Galeria de Arte

Indicação: Cidia Martins

Monsueto

MONSUETO CAMPOS MENEZES
(48 anos)
Cantor, Compositor, Instrumentista, Ator e Pintor

* Rio de Janeiro, RJ (04/11/1924)
+ Rio de Janeiro, RJ (17/02/1973)

Monsueto Campos de Menezes foi um sambista, cantor, compositor, instrumentista, pintor e ator brasileiro. Nasceu na Gávea e foi criado no Morro do Pinto. Com menos de três anos ficou órfão de mãe e pai e foi criado pela avó e por uma tia. Na adolescência, trabalhou como guardador de carros no Jockey Club.

Monsueto estudou até o quinto ano primário, aos 15 anos, já tocava em baterias de escola de samba e aos 17 começou a trabalhar como baterista free lancer em bailes de gafieira e cabarés.

Prestou serviço militar no Forte de Copacabana e ao sair casou-se com Maria Aparecida Carlos, indo morar em Vieira Fazenda, subúrbio carioca. Lá, abriu uma tinturaria, a exemplo de seu irmão Francisco, que também fora proprietário de uma tinturaria na qual chegou a trabalhar. Apesar de ter seu próprio negócio, continuou tocando na noite, frequentando os pontos de encontro de músicos, principalmente nas redondezas do Teatro João Caetano.

Monsueto teve seis filhos.

Na década de 40, atuou como baterista em vários conjuntos, entre os quais, a Orquestra de Copinha, que tocava no Copacabana Palace Hotel. Teve sua primeira composição gravada em 1951, o samba "Me Deixe Em Paz" (Monsueto e Aírton Amorim), lançado por Linda Batista na RCA Victor e que fez bastante sucesso no carnaval do ano seguinte. Em seguida, teve várias músicas incluídas no show "Fantasia, Fantasias", do Copacabana Palace Hotel.

Em 1953, teve os sambas "Mulher de Mau Pensar" (Monsueto e Elói Marques) e "A Fonte Secou",(Monsueto, Tufyc Lauar e Marcléo) gravadas por Raul Moreno na Todamérica. O samba "A Fonte Secou" foi o grande sucesso no carnaval seguinte e seu maior êxito.

Em 1954, compôs com R. Filho o samba "Maldição" gravado por Francisco Carlos na RCA Victor. Nesse ano, seu samba "Quando Vem a Noite" (Monsueto e Álvaro Gonçalves) foi gravado na Todamérica por Virgínia Lane, os sambas "Rosto Bonito" (Monsueto e Caribé da Rocha) e "Carrasco" (Monsueto, Raul Marques e F. Fernandes) foram lançados por Carlos Augusto na Sinter e o xote "Sem Amor" (Monsueto e João do Vale) foi gravado na Columbia por Índio e Seu Conjunto. Ainda em 1954, Marlene gravou para o carnaval o samba "Mora na Filosofia" (Monsueto e Arnaldo Passos), que fez muito sucesso, fazendo com que a expressão "mora", no sentido de percebe, entrasse para o vocabulário popular carioca. Esta música, aliás, havia substituído uma outra, "Couro do Falecido", em show do Copacabana Palace, apresentado pela mesma Marlene, em virtude do suicídio de Getúlio Vargas, um pouco antes.

Teve mais dois sambas gravados por Raul Moreno na Todamérica em 1955, "Me Empresta Teu Lenço" (MonsuetoElano de Paula e Nicolau Durso) e "Cachimbo da Paz" (MonsuetoRaul Moreno e Plínio Gesta). Nesse ano, Marlene lançou na Sinter os sambas "Canta, Menina, Canta" e "Na Casa de Corongondó", ambos parcerias de Monsueto com Arnaldo Passos. Ainda em 1955, Monsueto gravou seu primeiro disco, pelo selo pernambucano Mocambo, com os sambas "Nega Pompéia" (Estanislau Silva e Ferreira Gomes) e "Q.G. do Samba" (MonsuetoRossini Pacheco e Sebastião Nunes). Também em 1955, seu samba "Mora na Filosofiafoi escolhido por uma comissão julgadora reunida no Teatro João Caetano como uma das cinco melhores letras e melodias do carnaval daquele ano.

Em 1956, Linda Batista gravou o samba "Levou Fermento" (Monsueto e José Batista). Nesse ano, teve mais três sambas gravados na Todamérica, "Rua Dom Manoel" e "Senhor Juiz" (Monsueto e Jorge de Castro) na voz de Raul Moreno, e "Tô Chegando Agora" (Monsueto e José Batista) na voz de Odete Amaral. Na SinterMarlene gravou o samba "O Lamento da Lavadeira" (MonsuetoNilo ChagasJoão Violão).


Em 1957 Monsueto teve três sambas gravados na RCA Victor, foram eles, "O Gemido da Saudade" (Monsueto e José Batista), por Linda Batista, "Fogo na Marmita" (MonsuetoAldacir Louro e Amado Régis), por Marlene e "Não se Sabe a Hora" (Monsueto e José Batista), por Dircinha Batista. Nesse ano, atuou no filme "13 Cadeiras", com Oscarito, dirigido por Franz Eichhorn. Também gravou um disco pela Copacabana com os sambas "Prova Real" (Odelandes Rodrigues, Amado Régis e Edson Santana) e "Bola Branca" (Estanislau Silva, Otávio Lima e Antônio Guedes).

Em 1958, participou como cantor nos números musicais do filme "Na Corda Bamba", de Eurides Ramos e compôs músicas para os filmes "O Cantor Milionário" e "Quem Roubou Meu Samba?", ambos de José Carlos Burle. Ao todo, Monsueto teve participação em dez filmes brasileiros, três argentinos e um filme italiano. Ainda em 1958, teve gravados na Todamérica o samba-canção "Boa Noite", por Ted Moreno, o samba "Giro Pelo Norte", por Ari Cordovil e o choro "Trote" (Monsueto e Dilermando Rodrigues), por Cora Mar. Por essa época, fez vários shows com Herivelto Martins. Pouco depois criou seu próprio grupo com o qual excursionou pelo Brasil e países da América, Europa e África.

Em 1959, foi convidado a participar do programa humorístico "Noites Cariocas", da TV Rio, onde recebeu o apelido de "Comandante" e fez muito sucesso com seu quadro, lançando gírias como: "Castiga", "Vô Botá Pra Jambrá", "Mora" "Ziriguidum". Nesse ano, seus sambas "O Bafo do Gato" e "Comício no Morro" foram lançados por Edgardo Luiz na gravadora Polydor. Ao final da década de 50, teve composições incluídas em espetáculos de Carlos Machado como "Copacabana de Tal" e "Zelão Boca Rica"

Em 1961, gravou pela Odeon os sambas "Ajudai o Próximo" e "Eu Quero Essa Mulher Assim Mesmo", ambos de sua autoria. Nesse ano, Agostinho dos Santos gravou "Na Casa do Antônio Jó" (Monsueto e Venâncio).

Em 1962, lançou seu único LP, "Mora na Filosofia dos Sambas de Monsueto", lançado pela Odeon e cujo destaque foi o samba "Lamento da Lavadeira" (MonsuetoNilo Chagas e João Violão).

Em 1963, também na Odeon, gravou os sambas "Chica da Silva" (Anescar e Noel Rosa de Oliveira) e "Mané João" (Monsueto e José Batista). Nesse ano, teve o samba "Ai Meu Calo" (Monsueto e José Batista) gravado por Ivon Curi na Odeon. Ainda em 1963, gravou pelo selo Orion os sambas "Sambamba" (Monsueto) e "Retrato de Cabral" (Monsueto e Raul Marques) e o samba "Mora na Filosofia" foi regravado por Walter Santos no LP "Bossa Nova - Walter Santos", com acompanhamento do conjunto de Walter Wanderley.

Por volta de 1964, tentou sem sucesso criar um selo de gravações com seu nome, mas que, no entanto, somente lançou um disco com ele mesmo interpretando os sambas "O Sucesso Está na Cara" (Monsueto e Linda Batista) e "Larga o Meu Pé" (Monsueto e Aloísio França).

Em meados da década de 60, começou a ser redescoberto pelos grandes nomes da Música Popular Brasileira. Em 1968, Maria Bethânia regravou "Mora na Filosofia". Em 1971, Caetano Veloso também gravou "Mora na Filosofia", em seu LP "Transa".

Em 1969 Milton Nascimento gravou "Me Deixa Em Paz", em seu LP "Clube da Esquina" ao lado de Alaíde Costa. Nessa época, passou a se interessar por pintura e acabou tornando-se profissional, sendo premiado com uma medalha de bronze no Salão Nacional de Belas-Artes do Rio de Janeiro, em 1972. Seu quadro mais conhecido é uma Santa Ceia em que Jesus e seus apóstolos são negros.

Sem nunca ter se ligado oficialmente a nenhuma escola de samba, passou por várias delas, a última, foi a Unidos Vila Isabel.


Morte

Em 1973, quando participava na Bahia das filmagem do filme "O Forte", de Olney São Paulo, passou mal, foi hospitalizado e veio a falecer, em decorrência de um câncer no fígado. Nesse ano, Caetano Veloso regravou "Eu Quero Essa Mulher Assim Mesmo", em seu LP "Araçá Azul" com um arranjo de rock, popularizando ainda mais o compositor entre os jovens. Na mesma época, pot-pourris com composições suas foram gravados por Martinho da Vila e MPB-4.

Na década de 90, teve o samba "Lamento da Lavadeira" regravado pela cantora Marisa Monte.

Em maio de 2002, foi um dos grandes homenageados no show "Marleníssima", estreado pela cantora Marlene no Teatro Rival BR, escrito e dirigido por Ricardo Cravo Albin, quando, em cena, eram lembrados e cantados um a um dos seus sucessos criados por ela, tais como "Aperta o Cinto", "Lamento da Lavadeira" e "Fogo na Marmita".

Em 2004, recebeu homenagem especial durante a entrega do Prêmio Rival BR de Música que foi dedicado a ele. Na ocasião foram cantadas músicas de sua autoria e exibidos trechos de filmes nos quais atuou.


Discografia

  • 1964 - O Sucesso Está na Cara / Larga o Meu Pé (Monsueto, 78)
  • 1963 - Chica da Silva / Mané João (Odeon, 78)
  • 1963 - Sambamba / Retrato de Cabral (Orion, 78)
  • 1962 - Mora na Filosofia dos Sambas de Monsueto (Odeon, LP)
  • 1961 - Ajudai o Próximo / Eu Quero Essa Mulher Assim Mesmo (Odeon, 78)
  • 1957 - Prova Real / Bola Branca (Copacabana, 78)
  • 1955 - Nega Pompéia / Q.G. do Samba (Mocambo, 78)

Fonte: Dicionário Cravo Albin da MPB

Gilvan Samico

GILVAN JOSÉ DE MEIRA LINS SAMICO
(85 anos)
Pintor, Desenhista e Gravurista

* Recife, PE (15/06/1928)
+ Recife, PE (25/11/2013)

Gilvan José de Meira Lins Samico foi um pintor, desenhista e gravurista brasileiro. Gilvan Samico era um dos maiores gravuristas do Brasil.

Nascido na capital pernambucana, Gilvan Samico era o penúltimo de seis filhos de um casal de classe média do bairro de Afogados. Na adolescência, depois de dois empregos frustrados, o pai percebeu a aptidão do filho para a ilustração e o levou ao professor, pintor e arquiteto Hélio Feijó.

Gilvan Samico iniciou-se na pintura como autodidata, influenciado pelo expressionismo de artistas como Oswaldo Goeldi e Lívio Abramo, mas atualmente era conhecido por suas meticulosas xilogravuras, inspiradas na temática e estilo da gravura popular do nordeste do Brasil.

Em 1948, começou a frequentar a Sociedade de Arte Moderna do Recife. Em 1952, fundou, juntamente com outros artistas, o Ateliê Coletivo da Sociedade, idealizado por Abelardo da Hora

Em 1957, estudou xilogravura com Lívio Abramo, na Escola de Artesanato do Museu de Arte Moderna de São Paulo. No ano seguinte, estudou gravura com Oswaldo Goeldi, na Escola Nacional de Belas Artes, na cidade do Rio de Janeiro.

Em 1968, recebeu de prêmio uma viagem ao exterior no 17º Salão Nacional de Arte Moderna do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, e permaneceu por dois anos na Europa. Em 1965, fixou residência em Olinda, PE. Lecionou xilogravura na Universidade Federal da Paraíba (UFPB).

Em 1971, convidado por Ariano Suassuna, passou a integrar o Movimento Armorial, voltado à cultura popular. Sua produção é particularmente pela recuperação do romanceiro popular e pela literatura de cordel. Suas gravuras são povoadas por personagens da Bíblia, de lendas e por animais fantásticos, com reduzido uso da cor e de texturas.

Os 40 anos de gravura do artista foram comemorados em 1997 com importante exposição no Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro.

Gilvan Samico tem obras no Museum Of Modern Art (MoMA) de Nova York e participou duas vezes de Bienal de Veneza tendo sido premiado em uma delas.


Crítica

Ferreira Gullar em seu livro "Relâmpagos" dedica um capítulo inteiro para tratar da obra de Gilvan Samico que começa assim:

"É uma linguagem clara, límpida, mas plena de ecos. Ela é assim jovem e arcaica. A linha, que Samico traça, para definir as figuras é também expressiva em si mesma como linha, tem intensidade e melodia. É uma gravura sem truques, sem retórica, sem falsas emoções. É tudo gráfico: o que está ali está ali, à nossa vista."
(Ferreira Gullar, Relâmpagos, p. 1275)

É exaltado por Ariano Suassuna ao dizer:

"É, então, por ter encontrado seu caminho dentro da maravilha que é a arte popular brasileira, que o mundo de Samico aparece com tanta força e novidade, harmonizados, nela, todos os contrastes e violências."

Gilvan Samico, com a esposa Célida, em seu ateliê em Olinda, em imagem de 2008
Morte

Gilvan Samico morreu, na manhã de segunda-feira, 25/11/2013, no Recife, PE, aos 85 anos. Ele estava internado há uma semana no Hospital Português, no bairro do Paissandu, devido a um câncer na bexiga. A doença, segundo os médicos, era incurável e ele recebia tratamentos paliativos.

Ele foi internado por várias vezes nos últimos meses para tratar do câncer. Gilvan Samico morava em Olinda, PE onde também funcionava seu ateliê. O velório ocorreu no Cemitério Morada da Paz, em Paulista, no Grande Recife. O corpo dele foi encaminhado para cremação.

Fonte: Wikipédia

Hélio Oiticica

HÉLIO OITICICA
(42 anos)
Pintor, Escultor e Artista Plástico

* Rio de Janeiro, RJ (26/07/1937)
+ Rio de Janeiro, RJ (22/03/1980)

Hélio Oiticica foi um pintor, escultor, artista plástico e performático de aspirações anarquistas. É considerado por muitos um dos artistas mais revolucionários de seu tempo e sua obra experimental e inovadora é reconhecida internacionalmente.

Hélio Oiticica era filho de José Oiticica Filho, um dos importantes fotógrafos brasileiros, que também era engenheiro, professor de matemática e entomólogo e de Ângela Santos Oiticica. Teve mais dois irmãos, César e Cláudio, nascidos respectivamente em 1939 e 1941.

A educação de Hélio e seus irmãos começou em sua casa, onde tiveram aulas de matemática, ciências, línguas, história e geografia dadas pelo pai e a mãe. Também teve grande influência em sua formação o avô José Oiticica, conhecido intelectual filólogo, professor, escritor, anarquista e jornalista.

No ano de 1947, seu pai, José Oiticica Filho foi premiado com uma bolsa da Fundação Guggenheim. A família se mudou para Washington, Estados Unidos, e seu pai passou a trabalhar no United States National Museum - Smithsonian Institution. Ficaram lá por dois anos e Hélio, então com 10, e seus irmãos foram matriculados pela primeira vez numa escola oficial, a Thomson School. A a proximação com a arte se deu nessa época. Hélio e os irmãos tinham à disposição galerias de arte e museus.

A família retornou ao Rio de Janeiro, em 1950, e, em 1952, Hélio começou a escrever e a traduzir peças de teatro que encenava em casa com os irmãos. Sua tia, a atriz Sônia Oiticica, passou a o incentivá-lo nessa empreitada.


Primeiras Exposições

Durante a II Bienal do Museu de Arte Moderna de São Paulo, realizada em 1953, Hélio Oiticica tomou contato com a obra de Paul Klee, Alexander Calder, Piet Mondrian e Pablo Picasso, e no ano seguinte começou a estudar pintura com Ivan Serpa. Entrou para o Grupo Frente e junto fez a sua primeira exposição no Museu de Arte Moderna. Nessa época começou a conviver com artistas e críticos, como Lygia Clark, Ferreira Gullar e Mário Pedrosa. Sua obra desse período (1955-1957) são pinturas geométricas sob guache e cartão, que resultou em 27 trabalhos nessa técnica, intitulados "Secos", que foram expostos no Rio de Janeiro, na Exposição Nacional de Arte Concreta.

Paralelo a esse evento esteve presente à polêmica conferência proferida por Décio Pignatari, na "Noite de Arte Concreta" na União Nacional dos Estudantes. Esse evento teve grande importância pois lançou as bases da arte concreta e colocou, de um lado, poetas e críticos como Haroldo de Campos, Augusto de Campos, Décio Pignatari e Ferreira Gullar, e de outro, os defensores da arte tradicional.

Em 1959, convidado por Lygia ClarkFerreira Gullar, integrou o Grupo Neoconcreto do Rio de Janeiro e passou a realizar pinturas a óleo sobre tela e compensado. São obras monocromáticas que incluem pinturas triangulares em vermelho e branco. Nesse mesmo ano participou da V Bienal do Museu de Arte Moderna de São Paulo. Em 1960 trabalhou como auxiliar técnico de seu pai, José Oiticica Filho, no Museu Nacional.


Parangolés e Penetráveis

A partir do início dos anos 60, Hélio Oiticica começou a definir qual seria o seu papel nas artes plásticas brasileiras e a conceituar uma nova forma de trabalhar, fazendo uso de maneiras que rompiam com a ideia de contemplação estática da tela. Surgiu aí uma proposta da apreciação sensorial mais ampla da obra, através do tato, do olfato, da audição e do paladar. Exemplo disso é o penetrável PN1 e a maquete do "Projeto Cães de Caça", composto de cinco penetráveis (1961) e os bólides, que são as estruturas manuseáveis, chamados de B1 Bólide Caixa 1 (1963).

No período de 1964, aproximou-se da cultura popular e passou a frequentar a Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira, tornando-se passista e integrando-se na comunidade do morro. Vem dessa época o uso da palavra parangolé que passou a designar as obras em que estava trabalhando naquele momento. Os primeiros parangolés se compunham de tenda, estandarte e bandeira e P4, a primeira capa para ser usada sobre o corpo. São obras que causaram polêmicas e ele definia como "antiarte por excelência". Na exposição Opinião 65, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, foi proibido de desfilar - os passistas da Mangueira vestiam seus parangolés - nas dependências do museu. Hélio Oiticica realizou a apresentação no jardim, com grande aceitação pública.

Hélio Oiticica, além de realizar as sua obras, também teorizava sobre elas em textos como "Os Bólides e o Sistema Espacial Que Neles Se Revela", "Bases Fundamentais Para Definição do Parangolé", e "Anotações Sobre o Parangolé", entre muitos outros, que divulgava mimeografadas.

Em 1965, começou carreira internacional e realizou exposição, Soundings Two, em Londres, ao lado de obras de Duchamp, Klee, Kandinsky, Mondrian, Léger, entre outros.


Em 1967, iniciou suas propostas supra-sensoriais, com os bólides da "Trilogia Sensorial", além dos penetráveis PN2 e PN3 que faziam parte da obra Tropicália, mostrada na exposição Nova Objetividade Brasileira, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.

Caetano Veloso usou como cenário a bandeira "Seja Marginal Seja Herói", de Hélio Oiticica, em show na boate Sucata no Rio de Janeiro. A bandeira foi apreendida e o espetáculo suspenso pela Polícia Federal. Essa aproximação com Hélio Oiticica foi de grande importância na definição dos rumos da música brasileira.

Além da militância artística no Brasil, a carreira internacional de Hélio Oiticica passou a tomar grande parte de seu tempo, com exposições e intervenções em Londres, Nova York e Pamplona, a partir dos fins dos de 60 e início dos anos 70.

Em 1972, usou o formato super 8 e realizou o filme "Agripina é Roma - Manhattan". O cinema passou a ser uma referência, e em 1973 criou o projeto Quase-Cinema, com a obra "Helena Inventa Ângela Maria", série de slides que evocam a carreira da cantora Ângela Maria.

Uma nova série de penetráveis intitulados Magic Square e os objetos Topological Ready-Made Landscapes foram mostrados na exposição Projeto Construtivo Brasileiro, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, em 1977.

Em 1979, criou o seu último penetrável chamado "Azul In Azul". Neste ano, Ivan Cardoso realizou o filme "HO", retratando a obra de Hélio Oiticica.

No dia 22/03/1980, Hélio Oiticica sofreu um acidente vascular cerebral, vindo a falecer, no Rio de Janeiro.


Chico da Silva

FRANCISCO DOMINGOS DA SILVA
(75 anos)
Pintor, Desenhista, Sapateiro e Ajudante de Marinheiro

☼ Alto Tejo, AC (1910)
┼ Fortaleza, CE (06/12/1985)

Francisco Domingos da Silva ou Chico da Silva, foi um pintor brasileiro de estilo Naïf, desenhista, sapateiro e ajudante de marinheiro, nascido em Alto Tejo, AC, em 1910. Era descendente de uma cearense e um índio da Amazônia peruana. Viveu até os 10 anos de idade na antiga comunidade de Alto Tejo, no Estado do Acre.

A família de Chico da Silva embarcou para o Ceará, indo morar em Fortaleza. Semi-analfabeto, teve diversas profissões não relacionadas à arte. Perdeu o pai alguns anos depois e começou a fazer todos os tipos de serviços: Consertava sapatos e guarda-chuvas, fazia fogareiros de lata para vender, entre outras coisas, para ajudar no seu sustento e de sua família.

Nos intervalos de suas caminhadas a procura de trabalho, parava em frente aos muros e paredes das casas dos pescadores e fazia desenhos com carvão, giz e lascas de tijolos, colorindo-os com folhas.

Semi-analfabeto, autodidata, ele pintava sem regras mas com incrível habilidade. Foram esses painéis que chamaram a atenção do artista e crítico suíço Jean-Pierre Chabloz que passou a procurá-lo pela cidade. Pelos moradores da Praia Formosa, Chico da Silva era chamado de "indiozinho débil mental".

Jean-Pierre Chabloz perguntou para alguns habitantes quem era o autor daqueles desenhos, mas a constante resposta que ouvia era:
"É um cara meio louco. Um caboclo que veio não se sabe de onde. Ele se diverte rabiscando os muros e desaparece, sem deixar endereço!" 
Quadro de propriedade de Gustavo Veras e Isabel Marback

Jean-Pierre Chabloz não encontrou Chico da Silva facilmente pois este ao saber que um estrangeiro alto e forte estava a sua procura, fugiu achando que o suíço fosse um dos donos das casas de muros recém ornados por ele. Após o encontro, Jean-Pierre Chabloz ficou admirado com a simplicidade do artista e passou a incentivá-lo na pintura à guache. Além de fornecer todos os materiais para a produção dos trabalhos, Jean-Pierre Chabloz comprou mais de 40 obras prontas levando-as à diversas exposições, como o Salão Cearense de Pintura e o Salão de Abril de 1943.

Chico da Silva foi estimulado por Jean-Pierre Chabloz a desenhar e pintar cada vez mais. Essa amizade e confiança mútua foi o suficiente para tornar as obras de Chico da Silva, peças de qualidade para o mundo das artes.

Por ter sido criado desde menino frente as exuberantes paisagens da amazônia, com cores e formas exóticas, a genialidade de Chico da Silva floresceu, resultando em pinturas primitivistas (pinturas Naïfs) e sedutoras para os olhos dos artistas, críticos e pesquisadores do Brasil e da Europa. 

Pintor de lendas, folclore nacional, cotidiano e seres fantásticos, Chico da Silva seduz o observador por sua originalidade, pela diversidade de cores e formas e pela genialidade nas pinturas primitivistas. Com seu talento e a influência de Jean-Pierre ChablozChico da Silva conseguiu reconhecimento no cenário artístico mundial.

Nos últimos anos a Secretaria de Cultura do Estado do Ceará conseguiu reunir vários trabalhos do artista que pertenciam a Jean-Pierre Chabloz. Um deles tem exposição permanente no Museu de Arte da Universidade Federal do Ceará (UFCE) e outros fazem parte de acervos de museus e pinacotecas do mundo.

Quadro de propriedade de Gustavo Veras e Isabel Marback

Em 1945, na companhia de Jean-Pierre Chabloz, Antônio Bandeira, Inimá de Paula e outros artistas expôs na Galeria Askanasy, no Rio de Janeiro.

Chico da Silva não foi influenciado por nenhuma escola ou grupo específico. Na verdade, ele criou um estilo novo. Fundou uma escola no bairro de Pirambu, onde cresceu, formado por seguidores de suas obras.

Pela supervalorização de seus trabalhos quis produzir cada vez mais obras recorrendo a ajudantes para desenhar, deixando para ele somente a assinatura. Uma pesquisa estimou que 90%, dos quadros posteriores a 1972, eram falsos. Tal acontecimento cercou o artista de aproveitadores que vendiam essas falsificações em qualquer lugar por pequenos preços.

Mesmo havendo questionamento de suas obras no mercado de arte, foi convidado à participar da Bienal de Veneza em 1966, de onde recebeu Menção Honrosa. Três anos depois, Jean-Pierre Chabloz cortou relação com Chico da Silva, afirmando mais tarde em uma entrevista para um jornal que estava insatisfeito com a qualidade do artista.

Na década de 70, além de lutar contra a falta de crédito de suas obras, enfrentou a perda da esposa e seus próprios problemas de saúde. Se recuperou fisicamente mas não conseguiu sua recuperação artística.

Depois de permanecer quatro anos internado em um hospital psiquiátrico, voltou a pintar em 1981.

Quadro de propriedade de Gustavo Veras e Isabel Marback
Exposições

Individuais
  • 1950 - Lausanne, Suíça - Galeria Pour L'Art
  • 1961 - Fortaleza CE - Sede dos Diários Associados
  • 1963 - Rio de Janeiro, RJ - Galeria Relevo
  • 1965 - Rio de Janeiro, RJ - Galeria Goeldi
  • 1965 - São Paulo, SP - Galeria Selearte
  • 1965 - Salvador, BA - Galeria Querino
  • 1966 - Rio de Janeiro, RJ - Petite Galerie
  • 1966 - Veneza, Itália - Menção Honrosa
  • 1966 - Moscou, Rússia
  • 1967 - Rio de Janeiro, RJ - Galeria Gemini e Galeria Dezon
  • 1967 - São Paulo, SP - A Galeria


Coletivas
  • 1943 - Fortaleza, CE - Salão de Abril
  • 1944 - Fortaleza, CE - 3ª Salão Cearense de Pintura
  • 1945 - Rio de Janeiro, RJ - Galeria Askanasy
  • 1949 - Genebra, Suíça - Salão Beauregard
  • 1956 - Neuchâtel, Suíça - Museu Etnográfico
  • 1965 - Paris, França - Galeria Jaques Massol
  • 1966 - Europa - Artistas Primitivos Brasileiros
  • 1966 - Paris, França - Maison Janson
  • 1966 - Madri, Espanha - Instituto de Cultura Hispânica
  • 1966 - Veneza, Itália - 33ª Bienal de Veneza
  • 1967 - São Paulo, SP - 9ª Bienal Internacional de São Paulo
  • 1970 - Fortaleza, CE - 20º Salão de Abril
  • 1972 - São Paulo, SP - Galeria Collectio
  • 1977 - Fortaleza, CE - 27º Salão de Abril
  • 1978 - Fortaleza, CE - 28º Salão de Abril
  • 1978 - Penápolis, SP - 3º Salão de Artes Plásticas da Noroeste
  • 1978 - São Paulo SP - 1ª Bienal Latino-Americana de São Paulo
  • 1984 - Fortaleza, CE - 3º Salão Nacional de Artes Plásticas

Exposições Póstumas
  • 1988 - Rio de Janeiro, RJ - O Mundo Fascinante dos Pintores Naïfs, Paço Imperial
  • 1989 - Fortaleza, CE - Retrospectiva Chico da Silva: Do Delírio ao Dilúvio, Espaço Cultural do Palácio da Abolição
  • 1996 - Osasco, SP - Expo FIEO, Centro Universitário FIEO
  • 2001 - São Paulo, SP - Biografias Instantâneas, Casa das Rosas
  • 2002 - São Paulo, SP - Santa Ingenuidade, Unifieo
  • 2002 - São Paulo, SP - Pop Brasil: A Arte Popular e o Popular na Arte, CCBB
  • 2002 - Piracicaba, SP - 6ª Bienal Naifs do Brasil, SESC

Clóvis Graciano

CLÓVIS GRACIANO
(81 anos)
Pintor, Desenhista, Cenógrafo, Figurinista, Gravador e Ilustrador

* Araras, SP (29/01/1907)
+ São Paulo, SP (29/06/1988)

Clóvis Graciano nasceu em Araras, São Paulo, em 1907. Em 1927, iniciou sua carreira artística, pintando tabuletas, carros e sinalizações da Estrada de Ferro Sorocabana, em Conchas, no interior paulista. Na década de 1930 começa a pintar, sempre como autodidata, com grande interesse pelas tendências modernas, com as quais travou contato através de publicações e álbuns.

Em 1934, faz suas primeiras pinturas a óleo e aquarela, freqüentando o atelier de Valdemar da Costa e o curso livre da Escola Paulista de Belas-Artes, embora sem aceitar orientação de professores. Transferiu-se para São Paulo, como fiscal do consumo, passando a partir daí a dividir seu tempo entre o emprego e a arte, com evidentes vantagens para a última, tanto que dez anos depois foi demitido por abandono de emprego.

Ligou-se a partir de 1935 a Rebôlo Gonzales e Mário Zanini, integrantes do chamado Grupo Santa Helena.

Alfredo Mesquita e Clóvis Graciano no cenário da peça Fora da Barra (São Paulo, 1944)  - Roberto Maia
Em 1937, já tendo travado contato com a arte de Alfredo Volpi, Clóvis Graciano instala-se no Palacete Santa Helena e integra, então, o Grupo Santa Helena, com os artistas Francisco Rebôlo, Mario Zanini, Aldo Bonadei, Fulvio Pennacchi, Alfredo Rizzotti, Humberto Rosa e outros, além do próprio Alfredo Volpi. Começou a participar de coletivas, quando expôs no I Salão da Família Artística de São Paulo, do qual foi um dos fundadores. Desde então, participou de diversos Salões Oficiais e Coletivas, conquistando o prêmio de viagem ao exterior no Salão Nacional de Belas Artes, Divisão Moderna, seguindo para a Europa em 1949 e retornando em 1951.

A partir dos anos 50, dedicou-se ao muralismo, executando cerca de 120 painéis pelo estado de São Paulo, e à cenografia e indumentária teatral, trabalhando para o Grupo de Teatro Experimental, Grupo Universitário de Teatro e Teatro Brasileiro de Comédia (TBC). Mário de Andrade destacou na pintura de Clóvis Graciano "o peso em luta com a leveza, a efusão dramática do movimento".

Fez amizade com Cândido Portinari e, ao final da década de 1940, foi estudar em Paris, onde aprendeu técnicas de produção de murais, inclusive com mosaicos. Ao retornar ao país, realizou diversos painéis: Em 1962 o mural "Armistício de Iperoig", na Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP); o painel "Operário", na Avenida Moreira Guimarães (1979), murais na Avenida Paulista e no edifício do Diário Popular, entre outros.


Em 1971, exerceu a função de diretor da Pinacoteca do Estado de São Paulo, e presidente da Comissão Estadual de Artes Plásticas e do Conselho Estadual de Cultura.

Além da pintura, Clóvis Graciano dedicou-se a diversas atividades paralelas, lecionando cenografia na Escola de Arte Dramática de São Paulo (EAD), e ilustrando jornais, revistas e livros, principalmente nos anos 1980.

No decurso de toda a sua carreira, Clóvis Graciano permaneceu fiel ao figurativismo, jamais tendo sequer de leve sentido a sedução pelo abstracionismo. Tratou constantemente de temas sociais, como o dos retirantes, além de temas de músicos e de dança.

Suas obras figuram em museus e coleções particulares do Brasil e do exterior.