No Império, pertenceu ao Partido Liberal (PL), monarquista. Elegeu-se vereador, sendo o mais votado, com 420 votos em 1864, presidindo a Câmara Municipal de Piracicaba. Em 1877, no exercício de vereador, Prudente de Moraes conseguiu mudar o nome da cidade, que na época chamava-se Vila Nova da Constituição, e passou a denominar-se Piracicaba.
Em 1873, transferiu-se para o Partido Republicano Paulista (PRP), declarando-se republicano, tendência que representou na Assembleia Provincial.
Foi deputado provincial em São Paulo e deputado à Assembleia Geral do Império, defendendo, além da forma republicana de governo, o abolicionismo e o federalismo. Como deputado provincial trabalhou na complexa questão das divisas de São Paulo com Minas Gerais, tema no qual era especialista.
Proclamada a república, foi nomeado por
Deodoro da Fonseca chefe da junta governativa que governou São Paulo de 16/11 a 14/12/1889, nomeado em seguida governador, permanecendo no cargo até 18/10/1890, quando renunciou para assumir uma cadeira no senado.
No governo de São Paulo, reorganizou e modernizou a administração, especialmente o Tesouro
e o Arquivo do Tesouro, ampliou Força Pública, sendo que a transição para a república em São Paulo, com a nomeação de novos administradores, secretários e intendentes municipais ocorreu em tranquilidade. Reorganizou a Escola Normal, que deu origem à Escola Normal Caetano de Campos.
Chegou a ser vice-presidente do Senado, e presidiu a Assembleia Constituinte de 1890-1891. Elaborada a Constituição, disputou com
Deodoro da Fonseca a presidência da república, sendo derrotado.
Após a derrota para
Deodoro da Fonseca, eleito indiretamente com 129 votos contra 97,
Prudente de Moraes presidiu o Senado até o fim do seu mandato.
Na Presidência da República
Na disputa pela sucessão de
Floriano Peixoto, que chegara à presidência devido ao golpe de 23/11/1891, candidatou-se pelo Partido Republicano Federal (PR Federal), fundado pelo paulista
Francisco Glicério em 1893. Venceu as eleições presidenciais de 01/03/1894 e tomou posse no dia 15/11/1894, tornando-se o primeiro presidente do Brasil a ser eleito pelo voto direto e o primeiro presidente civil do Brasil.
Prudente de Moraes teve 276.583 votos contra 38.291 de seu principal competidor
Afonso Pena, em uma eleição que teve mais 29 políticos que foram votados. Seu vice-presidente foi o médico
Manuel Vitorino Pereira. A sua eleição marcou a chegada ao poder da oligarquia cafeeira paulista em substituição aos setores militares.
Os quatro anos de governo de
Prudente de Moraes foram agitados, tanto por problemas político-partidários (a perda do apoio do Partido Republicano Federal) como pela oposição dos setores
florianistas e pela continuação, no Rio Grande do Sul, da Revolta Federalista (1893-1895).
Prudente de Moraes dedicou todos os seus esforços à pacificação das facções, que tinham em seus extremos os defensores do governo forte de
Floriano Peixoto e os partidários da monarquia. Durante seu governo, abandonou uma a uma as medidas inovadoras de
Floriano Peixoto. Essa cautela de
Prudente de Moraes foi necessária, já que os
florianistas ainda tinham uma certa força, principalmente no Exército. Além disso, o vice-presidente estava ligado às ideias de
Floriano Peixoto.
Prudente de Moraes imprimiu uma direção ao governo que atendia mais aos cafeicultores e afastava os militares da política.
Mandato (1894-1898)
No início do seu governo conseguiu pacificar a Revolução Federalista no Rio Grande do Sul, assinando a paz com os rebeldes, que receberam anistia.
Em 1896, enfrentou a questão diplomática envolvendo os ingleses, que acharam por bem tomar posse da Ilha da Trindade em 1895, e a revolta da Escola Militar. Fez então valer sua autoridade: fechou a escola e o clube militar. A questão diplomática foi resolvida favoravelmente ao Brasil.
Prudente de Moraes restabeleceu as relações com Portugal e assinou o Tratado de Amizade, Comércio e Navegação com o Japão, em novembro de 1895, com o objetivo de incitar a vinda de imigrantes japoneses.
Mas pouco tempo depois enfrentaria um movimento rebelde ainda maior: a Guerra de Canudos, no sertão baiano.
Obrigado a submeter-se a uma cirurgia, se afastou do poder entre 10/11/1896 e 04/03/1897, passando o cargo ao vice-presidente, o médico
Manuel Vitorino Pereira. Nesta interinidade,
Manuel Vitorino transferiu a sede do governo do Palácio Itamaraty para o Palácio do Catete.
Com a vitória dos amotinados de
Antônio Conselheiro sobre várias expedições militares, a situação voltou a deteriorar-se.
Prudente de Moraes interrompeu então a convalescença e nomeou ministro da Guerra o general
Carlos Machado Bittencourt, que liderou nova expedição e derrotou os rebeldes.
As divergências internas no Partido Republicano Federal (PR Federal) e a Guerra de Canudos desgastaram o governo. Mesmo com a vitória das tropas do governo na guerra, os ânimos não se acalmaram.
Em 05/11/1897, durante uma cerimônia militar, sofreu um atentado contra a sua vida praticado por
Marcellino Bispo de Mello. Escapou ileso, mas o seu ministro da Guerra, marechal
Carlos Machado Bittencourt, faleceu defendendo a vida de
Prudente de Moraes. O presidente decretou, então, estado de sítio, para o Distrito Federal, Rio de Janeiro e Niterói, conseguindo assim livrar-se dos oposicionistas mais incômodos.
As dificuldades econômico-financeiras, herdadas da crise do encilhamento, acentuaram-se em sua administração, sobretudo devido aos gastos militares, aumentando as dívidas com os credores estrangeiros.
Com a assessoria de seus ministros da Fazenda,
Rodrigues Alves e
Bernardino de Campos, negociou com os banqueiros ingleses a consolidação da dívida externa, operação financeira que ficou conhecida como
Funding Loan, base da política executada por
Joaquim Murtinho nos quatro anos seguintes.
No plano da política externa, resolveu, favoravelmente, para o Brasil a questão de limites com a Argentina, arbitrada pelo presidente norte-americano
Grover Cleveland e na qual se destacou o representante brasileiro, o
Barão do Rio Branco.
Vida Após a Presidência e Homenagens
Prudente de Moraes desfrutava de grande popularidade ao fim do mandato, em 15/11/1898, quando passou o cargo de Presidente da República a
Campos Salles e retirou-se para Piracicaba, onde exerceria a advocacia por alguns anos.
Faleceu devido a uma tuberculose em 03/12/1902.
Prudente de Moraes está enterrado no
Cemitério da Saudade, localizado na cidade de Piracicaba, SP.
É homenageado dando seu nome à cidade de Presidente Prudente, SP, Prudentópolis, PR e Prudente de Moraes, MG.
Ministros de Estado
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