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Dodô da Portela

MARIA DAS DORES RODRIGUES
(95 anos)
Porta-Bandeira

* Barra Mansa, RJ (03/01/1920)
+ Rio de Janeiro, RJ (06/01/2015)

Maria das Dores Rodrigues, mais conhecida como Dodô da Portela, foi uma porta-bandeira brasileira.

A lendária porta-bandeira da escola, estreou na agremiação aos 14 anos, conduzindo o pavilhão azul e branco. Natural de Barra Mansa, ela nunca deixou de estar com a Portela na Avenida. Ocupou o posto de primeira porta-bandeira até a década de 50. Seu primeiro desfile, em 1935, contribuiu para o primeiro campeonato conquistado pela escola. Dodô desfilou até 1966.

Desde então, tornou-se personalidade querida e admirada pelos sambistas, por sua dedicação ao samba e, principalmente, à escola de coração.

No ano 2000, Dodô voltou a desfilar como porta-bandeira, comovendo a todos na Sapucaí.

Em 2003, Dodô foi homenageada no Centro Cultural Carioca. No ano seguinte, recebeu o Estandarte de Ouro, do jornal O Globo, na categoria Personalidade do Ano.

Em 2004, teve papel de destaque no Sambódromo ocupando o posto de Rainha de Bateria.

Em 2009, foi homenageada, com outras personalidades do samba, no documentário "Velhas Guardas", de Joatan Berbel.

Há anos era de responsabilidade dela a organização da Ala das Damas, uma das mais tradicionais da escola, e à frente da qual sempre fez questão de desfilar. Católica fervorosa, era Dodô quem cuidava das cerimônias religiosas na quadra da agremiação, em Madureira.

Entrevista

Dodô conversou com a Portela Web e revelou: "Recebi a bandeira de 1935 das mãos de Paulo da Portela".

PW: Como a senhora chegou à Portela?
Dodô: Foi a rainha da Portela que me trouxe, em 1935.

PW: A senhora foi a primeira porta-bandeira da Portela?
Dodô: Eu cheguei para pegar a bandeira da Portela. E nunca saí em outro lugar.

PW: A senhora foi a porta-bandeira no primeiro título da Portela, não é verdade?
Dodô: No primeiro título, e quem me entregou a bandeira foi Paulo da Portela.

PW: E quem era seu mestre-sala?
Dodô: Seu Antônio, o primeiro mestre-sala da Portela.

PW: E qual lembrança a senhora guarda de Paulo da Portela?
Dodô: Muito trabalho. E se hoje em dia a escola tem esse nome, Grêmio Recreativo Escola de Samba Portela, agradeça a ele. Ele, Seu Rufino, Seu Cláudio... os fundadores da escola.

PW: Como era ser porta-bandeira naquele tempo?
Dodô: Era diferente. Tanto para mim quanto para as outras porta-bandeiras antigas. A dança era diferente. O rodopio era diferente.

PW: O carnaval mudou muito, não é, Dodô?
Dodô: Mudou. Mudou muito.

PW: O que a senhora acha do carnaval de hoje? Naquela época todos na escola se conheciam, não é verdade?
Dodô: Bom, justamente, todo mundo se conhecia, como agora. Vocês agora já passaram a me conhecer (risos) e assim todo mundo vai se conhecendo. Mas, quando eu vim para a Portela, tinha mais harmonia, tinha mais vontade, tinha mais garra no samba. Os compositores, para concorrer com o samba, tinham as pastoras julgando na quadra, cantando. O samba mais bem cantado é que a gente levava para a avenida. O samba não podia ser pequeno como agora.

PW: Como assim? Como era o samba naquela época?
Dodô: Quando eu vim para cá, as pastoras cantavam em coro. O estribilho era versado. Os compositores vinham na frente da bateria e versando. Agora não. De 1935 para cá, o samba já teve que ter estribilho.

PW: A senhora acha que hoje o som da avenida atrapalha, impedindo que as pessoas cantem?
Dodô: Ué, atrapalha por quê? Só não canta quem não quer. Quanto mais som, melhor. Para quais escolas vocês torcem?

PW: Todos somos portelenses.
Dodô: Vocês são portelenses, mas no meu tempo, no primeiro ano em que eu saí, em 1935, ninguém me ensinou, meu mestre-sala disse apenas: "Quando tocar o sinal você entra", era garra. Mas agora o que está faltando ao nosso samba é amor. Cada um por sua escola. Se você era Portela, você não podia sair na Mangueira, no Salgueiro... agora não. As pessoas somente em uma noite saem em 4 ou 5 escolas. Estão enganando os outros.

PW: O que a Portela representa para a senhora?
Dodô: Tudo. É minha família.

Morte

Dodô da Portela morreu na terça-feira, 06/01/2015, aos 95 anos. Ela tinha quadro de desnutrição e desidratação. A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa da Portela. O corpo de Dodô da Portela será velado na capela 2 do Cemitério São João Batista, em Botafogo, RJ, a partir das 10:00 hs de quarta-feira, 07/01/2015, e o sepultamento será às 13:30 hs.

O vice-presidente da Portela, Marcos Falcon, que esteve com Dodô várias vezes durante o período em que ela esteve internada, cuidou pessoalmente dos detalhes referentes ao velório e ao enterro. O velório, a pedido da própria Dodô, não será na quadra da escola. Segundo a assessoria, ela repetiu diversas vezes que achava que a sede da escola era pra ser um local de alegria permanente.

Ela estava internada desde o dia 22/12/2014 no Hospital Municipal Ronado Gazolla, o Hospital de Acarí, no Subúrbio do Rio de Janeiro.

Portela Lamenta a Morte de Dona Dodô

"Um clima de profunda tristeza toma conta da quadra e do barracão da Portela nesta terça-feira quando perdemos uma das maiores referências da história da escola e uma figura importante na história do Carnaval carioca. Tia Dodô foi um exemplo de dedicação para todos os portelenses. Figura que frequentou a quadra até poucos dias antes de ser internada, Dodô irradiava energia, apesar da idade, e sempre foi uma grande conselheira de toda a Família Portelense.
Estamos profundamente consternados e orando pela alma de nossa querida madrinha, que, ao nos deixar, abriu uma profunda lacuna no seio portelense"

Indicação: Miguel Sampaio

Mocinha da Mangueira

RIVAILDA DO NASCIMENTO SOUZA
(76 anos)
Porta-Bandeira

* Rio de Janeiro, RJ (1926)
+ Rio de Janeiro, RJ (26/07/2002)

Mocinha era filha de Angenor de Castro, um dos fundadores da Mangueira, e sobrinha de Raimunda, a primeira Porta-Bandeira da história da Escola. E foi Tia Raimunda, a primeira porta-estandarte da Estação Primeira de Mangueira, quem lhe ensinou a sambar e a amar aquela bandeira. A menina que acompanhava os ensaios, em 1952, já Mocinha, defendia o pavilhão da Verde-e-Rosa, como 2ª Porta-Bandeira. E parecia inevitável ser a segunda, posto que a primeira, era Neide, uma lenda, que disputava com Vilma, da Portela, outra fera, o posto de Rainha da Passarela.

Mas quem aprendeu com a primeira de todas, acabaria por roubar a cena. No auge da disputa pelo Estandarte de Ouro, o "Oscar" do Carnaval carioca, no ano de 1980, de um lado a primeira da Mangueira, e do outro a primeira da Portela, o prêmio foi parar justamente nas mãos da segunda da Mangueira. No ano seguinte já desfilava na Avenida Presidente Vargas como 1ª Porta-Bandeira.

E Mocinha passou a ser adulta, entrou no meio das gigantes, e no seu reinado, absoluta, levantou mais dois "Estandartes de Ouro", acumulando assim três prêmios "Estandartes de Ouro" em sua carreira.

Seu principal parceiro foi o Mestre-Sala Delegado. Além dele, outros também se destacaram como Lilico, Edinho, Jorge Rasgado, Arísio e Arilton.

No ano de 1988, em decorrência de problemas de saúde, teve que se afastar da função que a consagrou como símbolo da Escola em 36 anos de dedicação.

Integrante do Conselho de Baluartes da Escola, presidido pelo intérprete JamelãoMocinha desfilou como primeira porta-bandeira da escola por 36 anos consecutivos. Ela era uma das porta-bandeiras mais antigas da Verde-e-Rosa. Desde 1991, quando entregou o posto, Mocinha saía no carro dos baluartes, junto com Dona Zica e Dona Neuma, e outros destaques da agremiação.

Mocinha morava no Morro da Mangueira, na zona norte do Rio de Janeiro, com a filha. Diabética, nos últimos anos vinha sofrendo problemas de saúde, como complicações nos rins e insuficiência respiratória.

Beth Carvalho, Mocinha e Delegado (Inauguração da Marquês de Sapucaí)
Morte

Rivailda do Nascimento Souza, a Mocinha, um dos principais símbolos da escola, morreu na manhã de 26/07/2002, aos 76 anos, vítima de insuficiência renal crônica. Ela estava internada no Hospital Geral de Bonsucesso desde segunda-feira, 22/07/2002. O corpo de Mocinha foi velado por integrantes da Escola no Cemitério Memorial do Carmo, no Caju, zona Portuária do Rio de Janeiro.

Indicação: Miguel Sampaio