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Eurico Gaspar Dutra

EURICO GASPAR DUTRA
(91 anos)
Militar e Presidente do Brasil

☼ Cuiabá, MT (18/05/1883)
┼ Rio de Janeiro, RJ (11/06/1974)

Eurico Gaspar Dutra foi um militar brasileiro e décimo sexto presidente do Brasil e único presidente do Brasil oriundo do Mato Grosso.

Em 1902, Eurico Gaspar Dutra ingressou na Escola Preparatória e Tática do Rio Pardo, no Rio Grande do Sul, e, depois, na Escola Militar de Realengo e na Escola de Guerra de Porto Alegre.

Em 1922 formou-se na Escola de Estado-Maior. Eurico Gaspar Dutra não participou da Revolução de 1930, estando, na época, no Rio de Janeiro, tendo defendido a ambiguidade frente à Revolução de 1930.

Em 1935 comandou a repressão à Intentona Comunista nas cidades do Rio de Janeiro, Natal e Recife, uma das primeiras, da I Região Militar, durante o governo provisório de Getúlio Vargas, que o nomearia Ministro da Guerra, atual Ministro da Defesa, em 05/12/1936.

Nesse posto, cumpriu papel decisivo, junto com Getúlio Vargas e com o general Pedro Aurélio de Góis Monteiro, na conspiração e na instauração da ditadura do Estado Novo, em 10/11/1937. Permaneceu como Ministro da Guerra até sair do cargo para disputar a eleição presidencial de 1945.

Após a Segunda Guerra Mundial, pregou a redemocratização do país. Sendo novamente expulso do ministério em 03/08/1945, e participando a seguir, embora não muito intensamente, da deposição de Getúlio Vargas em outubro de 1945. Paradoxalmente o líder deposto anunciou seu apoio à candidatura de Eurico Gaspar Dutra à presidência da República nas eleições que se seguiriam.

Presidencialmente

Eurico Gaspar Dutra candidatou-se pelo Partido Social Democrático (PSD), em coligação com o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), e venceu as eleições de 02/12/1945, com 3.351.507 votos, superando Eduardo Gomes da União Democrática Nacional (UDN) e Iedo Fiúza do Partido Comunista do Brasil (PCB). Para vice-presidente, a escolha recaiu sobre o político catarinense Nereu Ramos, também do Partido Social Democrático (PSD), eleito pela Assembleia Nacional Constituinte de 1946. Quando Eurico Gaspar Dutra foi eleito presidente, ainda estava em vigência a constituição de 1937, que não previa a figura do vice-presidente.

Eurico Gaspar Dutra assumiu o governo em 31/01/1946, juntamente com a abertura dos trabalhos da Assembleia Nacional Constituinte, em clima da mais ampla liberdade. O pacto constitucional surgiu do entendimento dos grandes partidos do centro liberal, o Partido Social Democrático (PSD) e aUnião Democrática Nacional (UDN), embora ali tivessem assento atuantes bancadas de esquerda, como as do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e Partido Trabalhista Brasileiro (PTB).

Eurico Gaspar Dutra não interferiu nas decisões, mesmo quando teve seu mandato reduzido de seis para cinco anos, pois fora eleito na vigência da Constituição de 1937 que previra mandato de 6 anos. O quinquênio presidencial, que começara com a proibição do jogo no Brasil, em abril de 1946, entraria no ano de 1948 em sua fase mais característica, marcada pelo acórdão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que considerou fora da lei o Partido Comunista Brasileiro (PCB) em 1947, e depois pela ruptura de relações com a União Soviética em 1948.

A Questão das Reservas Cambiais

A política comercial de Eurico Gaspar Dutra foi criticada pela má utilização das divisas acumuladas no curso da guerra. Na política externa, reforçou-se a aliança com os Estados Unidos. Eurico Gaspar Dutra deixou o governo em 31/01/1951.

O governo avaliou mal a situação das reservas. Em 1946, metade das reservas era considerada estratégica, estava em ouro. A outra metade, US$ 235 milhões estava em libras esterlinas bloqueadas, e apenas US$ 92 milhões eram realmente líquidos e utilizáveis em países com moedas conversíveis. Uma das origens do problema: Brasil tinha superávit com área de moedas inconversíveis e déficits com os Estados Unidos e outros países de moeda forte. Também, no pós-guerra não houve afluxo de capitais públicos ou privados para o Brasil, que não era prioridade no novo contexto global.


  • A taxa de câmbio sobrevalorizada, ao desestimular a oferta do produto, poderia ser usada para sustentar os preços internacionais do café.
  • O governo temia que alterações no câmbio aumentassem a inflação doméstica.
  • 40% das exportações eram para as áreas de moedas inconversíveis, enquanto o café representava mais de 70% das exportações para as áreas de moedas conversíveis, então superávits comerciais adicionais na área inconversível apenas pressionariam a base monetária.

Realizações Administrativas

De caráter desenvolvimentista, Eurico Gaspar Dutra reuniu sugestões de vários ministérios e deu prioridade a quatro áreas: Saúde, Alimentação, Transporte e Energia, cujas iniciais formam a sigla SALTE. Os recursos para a execução do Plano SALTE seriam provenientes da Receita Federal e de empréstimos externos. Entretanto, a resistência da coalizão conservadora e a ortodoxia da equipe econômica acabaram por inviabilizar o plano, que praticamente não saiu do papel.

O governo de Eurico Gaspar Dutra iniciou a construção e inaugurou a ligação rodoviária do Rio de Janeiro a São Paulo, pavimentada, a BR-2, atual Rodovia Presidente Dutra, duplicada em 1967, e uma das mais importantes do país.

Foi com o Plano SALTE também, que Eurico Gaspar Dutra abriu a rodovia Rio de Janeiro - Bahia e instalou a Companhia Hidrelétrica do São Francisco (CHESF). Foi durante sua gestão na Presidência da República que surgiram o Conselho Nacional de Economia, as Comissões de Planejamento Regional e o Tribunal Federal de Recursos. Em seu governo foi elaborado o Estatuto do Petróleo, a partir do qual tiveram início a construção das primeiras refinarias e a aquisição dos primeiros navios petroleiro.

Durante seu governo foram extintos os territórios federais de Ponta Porã e Iguaçu. Visitou os Estados Unidos, em 1950, sendo o segundo presidente brasileiro a fazer esta visita, o primeiro fora Júlio Prestes.

Uma de suas medidas mais polêmicas foi certamente a proibição dos jogos de azar no Brasil, em 30/04/1946.

Em 18/09/1950, foi inaugurada a TV Tupi, a primeira emissora de televisão do Brasil. Entre 24 de junho e 16 de julho daquele ano, o Brasil sediou a Copa do Mundo, em cuja partida final a equipe do Uruguai derrotou o Brasil dentro do estádio do Maracanã e levantou o título de campeão mundial de futebol.

Depois da Presidência

Eurico Gaspar Dutra deixou a presidência em janeiro de 1951, mas continuou a participar da vida política brasileira. Fez um pronunciamento importante em 1964, contra o governo João Goulart que teve ampla repercussão entre os militares.

Em 1964, logo após o Golpe Militar contra João Goulart, tentou voltar à presidência, mas já estava por demais afastado do grupo militar dominante, sendo preterido por Humberto de Alencar Castelo Branco.

Eurico Gaspar Dutra tinha um problema de dicção onde trocava a letra c pela letra x.

Ele faleceu em 11/06/1974, no Rio de Janeiro, ex-Estado da Guanabara, aos 91 anos, sendo o segundo mais longevo de todos os presidentes brasileiros, ficando atrás somente de Wenceslau Brás.

Fonte:  Wikipédia

Júlio Prestes

JÚLIO PRESTES DE ALBUQUERQUE
(63 anos)
Poeta, Advogado, Político e Presidente do Brasil

* Itapetininga, SP (15/03/1882)
+ São Paulo, SP (09/02/1946)

Foi o último presidente do Brasil na República Velha. Não assumiu o cargo de presidente da república, impedido que foi pela Revolução de 1930. Júlio Prestes foi o único político eleito presidente da república do Brasil pelo voto popular a ser impedido de tomar posse. Foi o último paulista a ser eleito presidente do Brasil.

Foi o décimo terceiro e último presidente eleito do estado de São Paulo (1927–1930), apesar de que Heitor Teixeira Penteado o sucedeu como presidente interino devido à candidatura de Prestes à presidência da República. É filho do quarto presidente do estado de São Paulo Fernando Prestes de Albuquerque.

Em 23 de junho de 1930 tornou-se o primeiro brasileiro a ser capa da revista Time.

Júlio Preste Brinca Com Seus Cães
Início da Carreira

Graduado em direito pela Faculdade de Direito de São Paulo em 1906. Casou com Alice Viana Prestes, com quem teve 3 filhos.

Iniciou sua carreira política em 1909, elegendo-se deputado estadual em São Paulo pelo Partido Republicano Paulista (PRP). Reelegeu-se várias vezes até 1923, defendendo o funcionário público de São Paulo.

Apresentou, como deputado estadual, os projetos de lei que criaram o Tribunal de Contas de São Paulo e a Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo. Foi autor da lei que incorporou a Estrada de Ferro Sorocabana ao patrimônio do Estado de São Paulo.

Na Revolta Paulista de 1924, combateu na Coluna Sul, junto com Ataliba Leonel e Washington Luís Pereira de Sousa, expulsando os rebeldes da região da Sorocabana.

Deputado Federal

Em 1924, foi eleito para a Câmara dos Deputados, onde exerceu a liderança da bancada dos deputados paulistas. Posteriormente, assumiu a presidência da Comissão de Finanças e a liderança da bancada governista do presidente Washington Luís.

Como líder da maioria na Câmara dos Deputados, foi o responsável pelas articulações que resultaram na aprovação, em dezembro de 1926, do Plano de Estabilização Econômica e Financeira do governo Washington Luís.

Conseguiu que fossem transformadas em lei, as pensões e aposentadorias dos ferroviários. Trabalhou para a aprovação de um Código do Trabalho.

Foi reeleito deputado federal para o período de 1927 a 1929 com 60 mil votos, a maior votação do Brasil na época.

Presidente do Estado de São Paulo

Seu pai, o coronel Fernando Prestes de Albuquerque, diversas vezes deputado e presidente do estado de São Paulo entre 1898 e 1900, ocupava o cargo de vice-presidente do estado na gestão de Carlos de Campos, que foi vítima de Embolia Cerebral e faleceu em 27 de abril de 1927.

Em seguida à morte de Carlos de Campos, o coronel Fernando Prestes renunciou ao cargo de vice-presidente. Com a vacância dos cargos de presidente e vice, foram realizadas novas eleições e Júlio Prestes foi eleito presidente do estado de São Paulo.

Júlio Prestes assumiu o governo do estado de São Paulo em 14 de julho de 1927.

Iniciou a construção da estação São Paulo da Estrada de Ferro Sorocabana, hoje chamada Estação Júlio Prestes, que ficou pronta em 1937, no governo de Ademar Pereira de Barros.

Sua principal obra de governo foi a construção do Ramal de Mairinque, segunda ligação ferroviária do interior de São Paulo com o Porto de Santos, quebrando o monopólio da Estrada de Ferro Santos-Jundiaí.

O Ramal de Mairinque sendo de bitola estreita, permitia a chegada de trens da Estrada de Ferro Sorocabana, Estrada de Ferro Noroeste do Brasil e da Companhia Mogiana de Estradas de Ferro, ao Porto de Santos sem necessidade de baldeação das cargas.

Retomou a construção de estradas de rodagem, iniciadas na gestão de Washington Luís, entre elas a São Paulo-Rio e São Paulo-Paraná.

Em uma medida pioneira em privatização de rodovias, autorizou a construção, em regime de concessão privada, através da lei 2.360 de 1929, de uma rodovia de concreto ligando São Paulo a Santos: a futura Rodovia Anchieta, a qual foi iniciada por Júlio Prestes, os primeiros quilômetros e implementada, posteriormente, pelo interventor federal Ademar Pereira de Barros.

Criou a Diretoria de Estradas de Rodagem, embrião do Departamento de Estradas de Rodagem (DER).

No dia 13 de julho de 1928, é inaugurado o serviço telefônico automático na cidade de São Paulo.

Reorganizou o Banespa e o Instituto do Café de São Paulo, para a defesa do café através do tripé: Limitação dos estoques nos portos, financiamento da retenção de café e propaganda no exterior.

Construiu mais de 1200 salas de aula, na época, chamadas "Escolas Isoladas", aumentando o número de alunos matriculados em escolas estaduais de 80000 para 120000, ou 50%.

Criou o Manicômio Judiciário do Estado. Promoveu uma intensa campanha de combate à hanseníase. Criou o Instituto Biológico de Defesa Agrícola e Animal e a Escola de Medicina Veterinária de São Paulo.

Conseguiu que fosse promulgado o Código de Processo Civil e Comercial de São Paulo, que tramitava havia 8 anos no Congresso Legislativo do estado. Construiu os asilos-colônias Cocais, Aimorés e Pirapitingui, para portadores de hanseníase.

Com relação à ecologia, fez leis pioneiras sobre a proteção da caça e pesca já se referindo à extinção de espécies, lei sobre fiscalização de produção e consumo de alimentos e ao combate a doenças próprias da lavoura e da pecuária.

Criou o Parque da Água Branca, preservando uma grande área verde na cidade de São Paulo. Incentivou a policultura. Introduziu na lavoura canavieira paulista a cana-de-açúcar tipo Java que triplicou a produtividade daquela lavoura.

Conseguiu que o aproveitamento das águas da Represa de Santo Amaro, atual Represa de Guarapiranga, para o abastecimento da capital, resolvendo, por vários anos o problema da deficiência de abastecimento de água na cidade de São Paulo. Elaborou os projetos para retificação do leito do Rio Tietê na capital, obra executada posteriormente por Ademar Pereira de Barros. Iniciou a retificação do Rio Pinheiros em São Paulo.

Construiu os edifícios do Palácio da Justiça, da Faculdade de Medicina, o Instituto Biológico e iniciou, em 1928, a formação do Jardim Botânico de São Paulo.

Fez pesquisa pioneira de petróleo em São Paulo, trazendo do exterior geólogos renomados para a pesquisa do subsolo paulista. Foram perfurados poços de petróleo em Bofete, São Pedro e Guareí encontrando-se pequena quantidade de xisto e uma pequena quantidade de óleo líquido. Em São Pedro, os poços perfurados terminaram por encontrarem água mineral dando origem à estância hidromineral de Águas de São Pedro.

Essa pesquisa de petróleo, no interior de São Paulo, não é considerada a descoberta oficial de petróleo no Brasil, a qual correu em Lobato, Salvador, em 1939, descoberta esta coordenada pelo ministro da agricultura Fernando de Sousa Costa, que como secretário da agricultura de Júlio Prestes, também foi quem coordenou as pesquisas de petróleo em São Paulo.

Foi pioneiro no incentivo à utilização do álcool de cana-de-açúcar como combustível em automóveis, promovendo programa chamado "Alcohol Motor" (Álcool Motor).

A Campanha Presidencial e a Revolução de 1930

Em 1929, Júlio Prestes foi indicado, depois de uma consulta a todos os 20 governadores de estado, por Washington Luís como candidato do governo à sucessão presidencial, contando com o apoio do oficialismo, ou seja, os governadores de dezessete estados. Negaram apoio a Júlio Prestes apenas os Governos de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraíba.

Júlio Prestes passou o governo de São Paulo ao seu vice, Heitor Teixeira Penteado, e candidatou-se à Presidência da República, tendo como candidato a vice Vital Soares, então presidente da Bahia.

Essa indicação, porém, desagradou o Partido Republicano Mineiro (PRM), especialmente os partidários do governador Antônio Carlos Ribeiro de Andrada, que esperava que fosse mantida a tradição de revezamento entre mineiros e paulistas na Presidência da República, regra não escrita que garantira a estabilidade da República Velha. O vice-presidente da República Fernando de Melo Viana, mineiro, e seus partidários mantiveram o apoio a Washington Luís e Júlio Prestes.

O Partido Republicano Mineiro, então, articulou a Aliança Liberal, integrada pelos oficialismos de Minas Gerais, Paraíba e Rio Grande do Sul, a que se somaram forças opositoras de diversos estados.

Os candidatos da Aliança Liberal foram o presidente do Rio Grande do Sul Getúlio Vargas, para a Presidência da República, e o presidente da Paraíba, João Pessoa, para vice.

Após uma campanha acirrada, em 1 de março de 1930, realizaram-se as eleições. Pela contagem oficial finalizada pelo Congresso Nacional em maio de 1930, o candidato Júlio Prestes, chamado de "Candidato Nacional", obteve 1.091.709 votos contra 742.794 votos recebidos por Getúlio Vargas, chamado "Candidato Liberal". Em São Paulo, Júlio Prestes teve 91% dos votos. Como era hábito nos pleitos da República Velha, o resultado oficial foi recebido com descrédito pelos candidatos derrotados e por boa parte da opinião pública, havendo acusações de fraude também contra a Aliança Liberal.

Após a divulgação dos resultados oficiais, Júlio Prestes passou o governo do estado em definitivo para o seu vice-presidente Heitor Teixeira Penteado, em maio de 1930, e viajou para o exterior, sendo recebido como presidente eleito em Washington, Paris e Londres. Discursando em Washington, Júlio Prestes afirmou que o Brasil nunca seria uma ditadura. Júlio Prestes só retornou a São Paulo em 6 de agosto, sendo recebido por uma multidão de adeptos, na Estação da Luz.

A situação tornava-se tensa com as denúncias de fraude veiculadas pela Aliança Liberal e, sobretudo, pelo assassinato do candidato à vice-presidência pela coligação, João Pessoa. Nesse ambiente, começou a gestar-se uma revolução que visava a depor o presidente Washington Luís antes da transmissão do mando a Júlio Prestes.

A Revolução de 1930 teve início em 3 de outubro de 1930. Enquanto as forças revolucionárias colhiam sucessos em sua campanha que avançava do Rio Grande do Sul rumo ao Rio de Janeiro, em 24 do mesmo mês, Washington Luís foi deposto por um golpe militar gestado na Capital Federal. Instalou-se no poder uma junta militar que, no dia 3 de novembro de 1930, entregou o poder a Getúlio Vargas, líder das forças revolucionárias.

A Revolução de 1932, Exílio e Morte

Após a deposição de Washington Luís, Júlio Prestes, já de regresso ao Brasil, pediu asilo ao consulado britânico. Viveu no exílio até 1934, quando retornou ao Brasil após a reconstitucionalização do país, passando a dedicar-se ao cultivo do algodão em sua Itapetininga natal, na fazenda Araras, de seu pai, o Coronel Fernando Prestes de Albuquerque.

Ainda no exílio, apoiou, fervorosamente a Revolução de 1932. Criticou a Revolução de 1930, quando, em 1931, estava em Portugal dizendo:

"O que não compreendo é que uma nação, como o Brasil, após mais de um século de vida constitucional e liberalismo, retrogradasse para uma ditadura sem freios e sem limites como essa que nos degrada e enxovalha perante o mundo civilizado!"
(Júlio Prestes)

Nos quatro anos de exílio, Júlio Prestes voltou a fazer poesia, sua paixão de juventude. Merecem menção o poema de desabafo Brutus, dedicado ao seu cachorro, e Prece, poema sobre seu exílio em Portugal. Nas duas obras, os versos buscam revelar a angústia vivida longe do país e dos amigos que, segundo o autor, não lhe foram solidários no momento de maior necessidade.

Tanto Júlio Prestes quanto os demais políticos da República Velha, tiveram suas administrações devassadas pela chamada Justiça Revolucionária e por um Tribunal Especial criado, por decreto de Getúlio Vargas em 1930. Esse Tribunal Especial encerrou suas atividades meses depois, sem nada ter encontrado de irregular nas administrações de Júlio Prestes e dos demais próceres políticos da República Velha.

Escreveu uma carta a Getúlio Vargas apoiando a entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial.

Júlio Prestes somente voltou à cena política em 1945, com a deposição de Getúlio Vargas por novo golpe militar, que levou à redemocratização do país, após a promulgação da Constituição de 1946.

Júlio Prestes foi fundador da União Democrática Nacional (UDN) e membro da comissão diretora desse partido.

Faleceu em 09 de fevereiro de 1946 na cidade de São Paulo.

Júlio Prestes escondeu, no porão da casa sede de sua fazenda, seu arquivo particular, onde este permaneceu emparedado, por 50 anos, para não ser confiscado pela Revolução de 1930.

No Centenário de Júlio Prestes em 1982, como parte das comemorações, seu arquivo particular foi desenterrado e doado ao Arquivo Público do Estado de São Paulo.

Homenagens

A antiga Estação São Paulo da Estrada de Ferro Sorocabana, por ele construída no centro de São Paulo foi rebatizada como Estação Júlio Prestes após sua morte em 1946.

Nesse local, existe hoje, dentro do projeto de revitalização do centro da cidade de São Paulo, uma sala de concertos sinfônicos, chamada Sala São Paulo, inaugurada em 9 de julho de 1999, fazendo parte do Complexo Cultural Júlio Prestes que é a sede da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo.

Na cidade natal de Itapetininga, ainda se fazem homenagens à família do Coronel Prestes e de Seu Julinho, família que não mais milita na política devido às perseguições sofridas.

Fonte: Wikipédia

Tasso Fragoso

AUGUSTO TASSO FRAGOSO
(76 anos)
Militar e Presidente do Brasil

* São Luís, MA (28/08/1869)
+ Rio de Janeiro, RJ (20/09/1945)

Militar, nascido na cidade de São Luís, estado do Maranhão, em 28 de agosto de 1869, teve seu ano de nascimento alterado para 1867, para ingressar na vida militar. Estudante da Escola Militar da Praia Vermelha, foi um dos alunos que divulgaram na academia discursos abolicionistas de Ruy Barbosa, em agosto de 1887. Freqüentou os cursos de estado-maior e engenharia da Escola Superior de Guerra, bacharelando-se em matemática e ciências físicas e naturais.

Participou ativamente da proclamação da República, incorporado às tropas do 2º Regimento de Artilharia em 1889. Foi eleito deputado constituinte pelo Maranhão (1890), contra sua vontade. Apoiou o movimento que levou à renúncia de Deodoro da Fonseca (1891), sendo nomeado chefe do Departamento de Obras e Viação Geral da capital (1891-1892), após recusar a proposta de Floriano Peixoto para ser o prefeito do Distrito Federal.

Participou da repressão à Revolta da Armada (1893-1894), sendo ferido em combate. Serviu na comissão de limites com a Bolívia (1900-1901), e foi adjunto militar à delegação brasileira na Argentina (1909-1910). Foi comandante do 8º Regimento de Cavalaria em Uruguaiana (RS), exercendo diversas vezes o comando interino da 2ª Brigada de Cavalaria (1910-1915). Ocupou a chefia da Casa Militar do presidente Venceslau Brás (1914-1917).

Comandou o 1º Regimento de Cavalaria, no Distrito federal, em 1918, e a 4ª Brigada de Cavalaria no mesmo ano. Exerceu a direção de Material Bélico (1918-1922). Foi encarregado do inquérito que apurou a responsabilidade dos tenentes Eduardo Gomes e Antônio de Siqueira Campos no episódio conhecido como "Os 18 do Forte", ocorrido em 1922.

Chefiou o Estado-Maior do Exército (1922-1929), e, por ser o oficial da ativa mais antigo à época da Revolução de 1930, aceitou a proposta de Mena Barreto para liderar a operação militar de deposição do presidente e os entendimentos com outros generais da ativa, presidindo a junta governativa que assumiu o controle do país até a chegada de Getúlio Vargas à capital.

Foi nomeado por Getúlio Vargas mais uma vez chefe do Estado-Maior do Exército (EME) em 1931, se demitindo no ano seguinte. Em 1933, foi nomeado ministro do Supremo Tribunal Militar (STM - hoje, Superior Tribunal Militar), e exerceu a vice-presidência do órgão em 1934, foi aposentado compulsoriamente ao atingir o limite de idade em 1938.

Apesar de seu estado de saúde bastante precário, passou a se dedicar às suas pesquisas históricas. Faleceu no Rio de Janeiro, em 20 de setembro de 1945.

Junta Governativa

Com a eclosão do Movimento Revolucionário de 1930, a junta governativa composta pelos generais Tasso Fragoso e Mena Barreto e pelo almirante Isaías de Noronha depôs o presidente Washington Luís, e assumiu o controle do país. Em meio a pressão de manifestações populares, dos movimentos militares como o de Minas Gerais, revolucionários gaúchos chegam ao Rio de Janeiro, obrigando a junta a entregar a chefia do governo a Getúlio Vargas em 3 de novembro de 1930.

Fonte: Jornal Eletrônico Novo Milênio

João Goulart

JOÃO BELCHIOR MARQUES GOULART
(57 anos)
Político e Presidente do Brasil

* São Borja, RS (01/03/1919) Nota
+ Mercedes, Província de Corrientes, Argentina (06/12/1976)

Conhecido popularmente como Jango, foi um político brasileiro e o 24° presidente do Brasil, de 1961 a 1964. Antes disso, também foi vice-presidente, de 1956 a 1961, tendo sido eleito com mais votos que o próprio presidente, Juscelino Kubitschek.

A família de Goulart era de ascendência portuguesa, sendo ele filho de Vicente Goulart, estancieiro do Rio Grande do Sul que tinha grande influência na região, ajudando em sua entrada na vida política. Formou-se em Direito na Universidade Federal do Rio Grande do Sul em 1939. Foi deposto pelo Golpe Militar de 1964, liderado pelo alto escalão do exército.

Infância e Adolescência

João Goulart (Estados Unidos, 1962)
João Goulart nasceu na Estância de Yguariaçá, no distrito (hoje município) de Itacurubi, em São Borja, no Rio Grande do Sul, em 01/03/1919. Seus pais eram Vicente Rodrigues Goulart, um estancieiro e coronel da Guarda Nacional que havia lutado a favor de Borges de Medeiros na Revolução de 1923, e Vicentina Marques Goulart, uma dona-de-casa.

A maioria das fontes indica seu ano de nascimento como sendo 1918, mas na verdade é 1919. Isso acontece por causa de uma segunda certidão de nascimento que seu pai mandou fazer, na qual foi acrescentado um ano na idade de Jango para que ele pudesse ingressar na Faculdade de Direito de Porto Alegre.

Seu avô materno, Belchior Rodrigues Goulart, descendia de imigrantes açorianos que chegaram no Rio Grande do Sul na segunda metade do século XVIII. No grupo dos primeiros açorianos a se estabelecerem em solo gaúcho, mais especificamente em Rio Grande, no ano de 1749, e no Porto de Viamão, em 1752, havia pelo menos três imigrantes que usavam o sobrenome de origem flamenga Govaert, que pode ter sido depois modificado para Goulart. Mas tanto os nomes Govaert ou Gouvaert, como Goulars, Goulard ou Goulart têm registro entre as famílias da Valônia e de Bruxelas, mas como duas famílias diferentes.

Quando Jango nasceu, a Estância de Yguariaçá era um ponto isolado no interior do município de São Borja. Sua mãe Vicentina, não teve, portanto, nenhuma assistência médica no momento do parto. Mas teve, entretanto, a importante ajuda de sua mãe, Maria Thomaz Vasquez Marques, que impediu a ocorrência de um infortúnio na família. De acordo com a irmã de Jango, Yolanda, "minha avó foi quem conseguiu reanimar o Janguinho que, ao nascer, já parecia estar morrendo".

Como a maioria dos descendentes de açorianos, Maria Thomaz era uma católica muito devota. Enquanto reanimava o neto, aquecendo-o junto ao corpo, ela rezava para São João Batista. Ela prometeu ao santo que se o recém-nascido sobrevivesse, receberia seu nome, e não teria seus cabelos cortados até os três anos de idade, quando, vestido de São João Batista, acompanharia a procissão de 24 de junho.

Jango era o mais velho de oito irmãos. Teve cinco irmãs – Eufrides, Maria, Yolanda, Cila e Neuza – e dois irmãos, ambos falecidos prematuramente. Rivadávia (1920) morreu seis meses após nascer, e Ivan (1925), a quem era profundamente ligado, morreu de Leucemia aos 33 anos de idade, em 1958, quando Jango já era vice-presidente da República.

Após passar a infância em Yguariaçá, Jango partiu para o município vizinho de Itaqui para estudar, como resultado da decisão de seu pai de formar uma parceria com Protásio Vargas, irmão de Getúlio Vargas, após arrendarem um pequeno frigorífico naquele município de um empresário inglês. Enquanto Vicente permaneceu à frente do negócio nos dois anos seguintes, Jango estudou no Colégio das Irmãs Teresianas, junto com suas irmãs. Apesar de ser um colégio misto durante o dia, apenas as garotas podiam passar a noite no internato. Então ele tinha que dormir na casa de amigos de seu pai. Foi em Itaqui que Jango apaixonou pelo futebol e desenvolveu gosto pela natação em um açude localizado no terreno do frigorífico.

Após retornar ao município de São Borja, com o fim de sua experiência como parceiro no frigorífico, Vicente decidiu matricular Jango no Ginásio Santana, escola pertencente a Irmãos Marista em Uruguaiana. Jango cursou as quatro primeiras séries no Internato Santana, mas, ao final de 1931, foi reprovado. Irritado com o fraco desempenho do filho naquela escola, Vicente decidiu mandá-lo estudar no Colégio Anchieta, em Porto Alegre. Embora esta fosse sua primeira vez na capital do estado, Jango não teve nenhum problema de adaptação, já que foi morar numa pensão em companhia dos amigos Almir Palmeiro e Abadé dos Santos Ayub, este último de São Borja e muito ligado a ele.

Conhecedores das habilidades excepcionais de Jango nos jogos de futebol da escola, onde atuava na posição de lateral-direito, Almir e Abadé o convenceram a fazer um teste para o time infanto-juvenil do Sport Club Internacional. Jango conseguiu ser selecionado e passou a dividir os períodos de aula no Colégio Anchieta com os treinos e jogos do Internacional. Em 1932 foi campeão estadual na categoria infanto-juvenil. O centroavante da equipe juvenil, Salvador Arísio, relatou que Jango era "um guri excepcional, meio fechado e muito, muito bom". Apesar de ser originário de uma família rica, ele nunca usou a influência do pai para conseguir qualquer coisa dentro do clube, segundo Arísio.

Ainda em 1932, Jango completou a terceira série do então curso ginasial no Colégio Anchieta, com uma atuação um tanto irregular, o que se repetiria durante os estudos na Faculdade de Direito. De volta a Uruguaiana, Jango concluiu o ensino médio no Ginásio Santana.

Carreira Política

Mandado para Porto Alegre após concluir o ensino médio, Jango cursou a Faculdade de Direito, a fim de satisfazer as necessidades do pai, que desejava ver seu primogênito com um diploma de ensino superior. Lá, ele restabeleceu contato com os amigos de infância Abadé Ayub e Salvador Arísio, ao mesmo tempo em que consolidou novas amizades através de incursões na vida noturna da capital do estado. Foi durante este período de intensa boêmia que Jango contraiu uma doença venérea que paralisou seu joelho esquerdo quase por completo. Mesmo após caros tratamentos médicos, incluindo uma viagem para São Paulo, Jango perdeu a esperança de que andaria normalmente de novo. Por causa da paralisia do joelho, Jango se formou separadamente do resto de sua turma, em 1939. Ele nunca atuaria no ramo do Direito.

Logo em seguida, Jango voltou para São Borja. Entretanto, seu abatimento em razão do problema na perna era visível. Ele se afastou do resto da cidade e passou a viver recluso no interior do município, na Estância de Yguariaçá. Arrumou novos amigos entre os peões da estância. Mas o abatimento em razão do problema do joelho não durou muito. Jango logo voltou a frequentar a cidade, tendo assumido publicamente o problema na perna ao desfilar na Ala dos Rengos do bloco carnavalesco Comigo Ninguém Pode.

Começo no PTB

João Goulart e Leonel Brizola
Vicente morreu em 1943, deixando ao filho mais velho a responsabilidade de cuidar de suas propriedades rurais. Jango logo se tornou um dos estancieiros mais influentes da região. Após a renúncia de Getúlio Vargas e seu retorno a São Borja em outubro de 1945, Jango já era um homem rico antes dos 30 anos de idade. Ele não precisava da política para subir na vida, mas os frequentes encontros com Getúlio Vargas, amigo íntimo de seu pai, influenciaram-no a escolher a carreira política.

O primeiro convite que Jango recebeu para entrar em um partido político foi o de Protásio Vargas, responsável por organizar o Partido Social Democrático (PSD) em São Borja. Protásio percebeu que Jango poderia ter sucesso na carreira política, mas ele recusou o convite por intervenção de Getúlio Vargas. Alguns meses depois, entretanto, Jango aceitou o convite de Getúlio Vargas para entrar no Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). Ele foi o primeiro presidente do PTB local e se tornaria, mais tarde, presidente do PTB estadual e nacional.

Em 1947, Getúlio Vargas convenceu Jango a concorrer a um assento na Assembleia Legislativa. Ele foi eleito com 4.150 votos, se tornando o quinto candidato mais votado, a frente de seu cunhado Leonel Brizola (casado com sua irmã Neusa até a morte dela em 1993), outra estrela em ascensão do PTB.

Jango não era um membro ativo da Assembleia Legislativa, mas lutou em defesa de um subsídio ao mais pobres na compra de comida. Ele logo virou um confidente e protegido político de Getúlio Vargas, se tornando um dos membros do partido que mais insistiram para que ele concorresse nas eleições de 1950. Em 19 de abril de 1949, Jango lançou a candidatura presidencial de Getúlio numa festa que deu em comemoração ao aniversário do ex-presidente na Granja São Vicente, de propriedade de Jango.

Em 1950, Jango foi eleito para a Câmara dos Deputados com quase 40 mil votos, se tornando o segundo candidato mais votado do PTB no Rio Grande do Sul.

Jango assumiu o cargo de deputado federal em fevereiro de 1951, mas logo em seguida licenciou-se do mandato para exercer o cargo de Secretário de Estado de Interior e Justiça na gestão de Ernesto Dorneles, primo de Getúlio Vargas, no Rio Grande do Sul. Durante o período em que foi secretário, que durou até 24 de março de 1952, Jango se comprometeu com a reestruturação do sistema carcerário, com a intenção de melhorar as condições de vida dos presos. Mais tarde ele renunciou ao cargo a pedido de Getúlio Vargas, a fim de ajudar o presidente com um impasse político no Ministério do Trabalho, usando sua influência no movimento sindical.

Ministro do Trabalho

João Goulart e Kennedy
Em 1953, com o agravamento do impasse, Getúlio Vargas nomeia Jango o novo Ministro do Trabalho. A gestão Vargas estava numa profunda crise. Os trabalhadores, insatisfeitos com os salários baixos, promoviam greves, e a União Democrática Nacional (UDN) mobilizava um golpe de estado com a mídia, a classe média e as Forças Armadas. Assim que assumiu, Jango teve que responder às acusações de vários jornais, incluindo o New York Times, que o acusou de manipular o movimento sindical aos moldes do Peronismo.

Como Ministro do Trabalho, ele convocou o primeiro Congresso Brasileiro de Previdência Social. Assinou uma série de decretos em favor da previdência, tais como o financiamento de casas, a regulação de empréstimos pelo Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Bancários (IAPB) e o reconhecimento dos funcionários do Conselho Fiscal do Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Industriários.

Em janeiro de 1954, Jango começou a estudar um aumento no salário mínimo, enfrentando dois tipos de pressão: a mobilização dos trabalhadores nas grandes cidades a favor de um reajuste de 100% e a rejeição dos empresários à revisão do salário desde o governo de Eurico Gaspar Dutra, que contribuiria para o empobrecimento de vários segmentos da sociedade brasileira. As entidades empresariais concordavam com um aumento de 42% no mínimo, uma medida que, segundo elas, igualaria os custos de vida aos de 1951. No Dia do Trabalhador, Getúlio Vargas assinou o decreto do novo salário mínimo, aumentado em 100%, como exigia a classe trabalhadora.

Jango foi forçado a renunciar ao cargo em 23 de fevereiro de 1954, após conceder o aumento do mínimo, que causou forte reação entre empresários e imprensa. Presidente nacional do PTB, tornou-se o principal nome trabalhista do país, após o suicídio de Getúlio.

Vice-Presidente

João Goulart e Kennedy
Em 1955 foi eleito vice-presidente do Brasil, na chapa PTB/PSD. Na ocasião, obteve mais votos que o presidente eleito, Juscelino Kubitschek. Naquela época, as votações para presidente e vice eram separadas. No ano seguinte, casou-se com a jovem Maria Teresa Fontela Goulart, com quem veio a ter dois filhos: Denise e João Vicente.

Na eleição de 1960, foi novamente eleito vice-presidente, concorrendo pela chapa de oposição ao candidato Jânio Quadros, do Partido Democrata Cristão (PDC) e apoiado pela União Democrática Nacional (UDN), que venceu o pleito.

Em 25 de agosto de 1961, enquanto João Goulart realizava uma missão diplomática na República Popular da China, Jânio Quadros renunciou ao cargo de Presidente da República. Os ministros militares Odílio Denys (Exército), Gabriel Grün Moss (Aeronáutica) e Sílvio Heck (Marinha) tentaram impedir a posse de Jango, e o presidente da Câmara dos Deputados, Ranieri Mazzilli, foi empossado presidente.

Presidente da República

A renúncia de Jânio Quadros criou uma grave situação de instabilidade política. Jango estava na China e a Constituição Brasileira era clara: o vice-presidente deveria assumir o governo. Porém, os ministros militares se opuseram à sua posse, pois viam nele uma ameaça ao país, por seus vínculos com políticos do Partido Comunista Brasileiro (PCB) e do Partido Socialista Brasileiro (PSB). Apesar disso, não havia unanimidade nas altas esferas militares sobre o veto a Jango.

Liderada por Leonel Brizola, cunhado de Jango e governador do Rio Grande do Sul, teve início o que ficou conhecido como Campanha da Legalidade. Leonel Brizola e o general Machado Lopes, comandante do III Exército, baseado no Rio Grande do Sul, mobilizaram o estado em defesa da posse de Jango. Usando uma cadeia de mais de cem emissoras de rádio, o governador gaúcho conclamava a população a sair às ruas e defender a legalidade. A Campanha da Legalidade logo recebeu o apoio dos governadores Mauro Borges Teixeira, de Goiás, e Ney Aminthas de Barros Braga, do Paraná.

No Congresso Nacional, os parlamentares também se opuseram ao impedimento da posse de Jango. Na volta da China, Goulart aguardou em Montevidéu, capital do Uruguai, a solução da crise político-militar desencadeada após da renúncia de Jânio Quadros. Como os militares não retrocediam, o Congresso Nacional fez uma proposta conciliatória: a adoção do parlamentarismo. O presidente tomaria posse, preservando a ordem constitucional, mas parte de seu poder seria deslocada para um primeiro-ministro, que chefiaria o governo.

No dia 2 de setembro de 1961, o sistema parlamentarista foi aprovado pelo Congresso Nacional. No dia 8, Jango assumiu a Presidência da República. Tancredo Neves, do PSD de Minas Gerais, ministro do Governo Vargas, tornou-se primeiro-ministro.

Tancredo Neves demitiu-se do cargo em julho de 1962 para concorrer às eleições de outubro do mesmo ano, que iriam renovar o Congresso Nacional e eleger os governadores. Goulart articulou a retomada do Regime Presidencialista. Após a saída de Tancredo Neves, tornou-se primeiro-ministro o gaúcho Francisco de Paula Brochado da Rocha, também do PSD, que deixou o cargo em setembro do mesmo ano, sendo sucedido por Hermes Lima.

Em 1962 o governo divulgou o Plano Trienal, elaborado pelo economista Celso Furtado, para combater a inflação e promover o desenvolvimento econômico. O Plano Trienal falhou, após enfrentar forte oposição, e o governo brasileiro se viu obrigado a negociar empréstimos com o Fundo Monetário Internacional, o que exigiu cortes significativos nos investimentos.

Nesse período foi convocado um plebiscito sobre a manutenção do parlamentarismo ou o retorno ao presidencialismo, para janeiro de 1963. O parlamentarismo foi amplamente rejeitado, graças, em parte, a uma forte campanha publicitária promovida pelo governo.

Um Governo Reformista

A economia continuava com uma taxa inflacionária elevada e, com San Tiago Dantas como Ministro da Fazenda e Celso Furtado Ministro do Planejamento, lançou-se o Plano Trienal, um programa que incluía uma série de reformas institucionais visando atuar sobre os problemas estruturais do país. Entre as medidas, previa-se o controle do déficit público e, ao mesmo tempo, a manutenção da política desenvolvimentista com captação de recursos externos para a realização das chamadas reformas de base, que eram medidas econômicas e sociais de caráter nacionalista que previam uma maior intervenção do Estado na economia.

Nessa ampla denominação de reformas de base, incluíam-se as reformas bancária, fiscal, urbana, eleitoral, agrária e educacional. Defendia-se também o direito de voto para os analfabetos e para os militares de patentes subalternas. Além disso, eram propostas medidas de corte nacionalista, com maior intervenção do Estado na vida econômica e maior controle dos investimentos estrangeiros no país, mediante a regulamentação das remessas de lucros para o exterior. No que se refere a essas reformas, destacaram-se no governo João Goulart as seguintes medidas:

  • Reforma Agrária: Consistia em promover a democratização da terra, paralelamente à promulgação do Estatuto do Trabalhador Rural, estendendo ao campo os principais direitos dos trabalhadores urbanos. Nessa área, havia um decreto que previa a desapropriação das áreas rurais inexploradas ou exploradas contrariamente à função social da propriedade, situadas às margens dos eixos rodoviários e ferroviários federais e as terras beneficiadas ou recuperadas por investimentos da União em obras de irrigação, drenagem e açudagem. No entanto, a implementação da reforma agrária exigia mudança constitucional, já que o governo pretendia que as indenizações aos proprietários fossem pagas com títulos da dívida pública, enquanto que a Constituição Brasileira previa indenização paga previamente e em dinheiro.
  • Reforma Educacional: Visava a valorização do magistério e do ensino público em todos os níveis, o combate o analfabetismo com a multiplicação nacional das pioneiras experiências do Método Paulo Freire. O governo também se propunha a realizar uma reforma universitária, com abolição da cátedra vitalícia.
  • Reforma Fiscal: Tinha como objetivo promover a justiça fiscal e aumentar a capacidade de arrecadação do Estado. Além disso, pretendia-se limitar a remessa de lucros para o exterior, sobretudo por parte das empresas multinacionais, o que foi feito através do decreto nº 53451/64.
  • Reforma Eleitoral: Consistia basicamente na extensão do direito de voto aos analfabetos e aos militares de baixa patente. Previa-se também a legalização do Partido Comunista Brasileiro.
  • Reforma Urbana: Entendida como conjunto de medidas do Estado, "visando à justa utilização do solo urbano, à ordenação e ao equipamento das aglomerações urbanas e ao fornecimento de habitação condigna a todas as famílias". O projeto foi elaborado principalmente por urbanistas ligados ao Instituto de Arquitetos do Brasil.
  • Reforma Bancária: Com o objetivo de ampliar o acesso ao crédito pelos produtores.

As reformas também incluíam a nacionalização de vários setores industriais - energia elétrica, refino de petróleo, químico-farmacêutico. Os congressistas não aprovaram a proposta, o que impediu que o Plano Trienal obtivesse sucesso.

Jango e os Militares

Ao longo do ano de 1963, cresceu a politização entre os setores da baixa hierarquia das Forças Armadas (sargentos, cabos, soldados e marinheiro).

Em 12 de setembro de 1963 irrompeu em Brasília uma rebelião de sargentos da Aeronáutica e da Marinha, inconformados com a decisão do Supremo Tribunal Federal, baseada na Constituição vigente, de não reconhecer a elegibilidade dos sargentos para o Legislativo.

O movimento foi facilmente debelado, mas a posição de neutralidade adotada por Jango diante do movimento desagradou grande parte da oficialidade militar, preocupada com a quebra dos princípios de hierarquia e disciplina das Forças Armadas. Intensificaram-se suspeitas de que estivesse em preparação um Golpe de Estado, de orientação esquerdista, apoiado por cabos e sargentos. Ao mesmo tempo, fortalecia-se a posição dos oficiais generais que, em 1961, haviam sido contra a posse de João Goulart como Presidente da República.

Mesmo os chamados legalistas estavam inquietos: ainda em setembro, o general Peri Bevilaqua, comandante do II Exército, que fora um dos apoiadores da Campanha da Legalidade, divulgou ordem-do-dia contra a rebelião dos sargentos, denunciando a infiltração esquerdista e a atuação política do Comando Geral dos Trabalhadores nos quartéis. Na seqüência, o general foi exonerado do comando.

Em outubro, uma entrevista concedida pelo governador do estado da Guanabara, Carlos Lacerda, ao jornal Los Angeles Times tem forte repercussão.

Na entrevista, Carlos Lacerda atacava violentamente o presidente da República e criticava também os chefes militares. A situação política do país é tensa. Os ministros militares solicitam ao presidente a decretação de Estado de Sítio. O pedido, encaminhado ao Congresso Nacional, não encontra receptividade diante da maioria dos parlamentares, sendo então retirado. Diante disso, oficiais até então neutros passam a apoiar a conspiração golpista.

Em 20 de março de 1964, o general Humberto de Alencar Castelo Branco, chefe do Estado-Maior do Exército, envia uma circular reservada aos oficiais do Exército, advertindo contra os perigos do Comunismo.

No dia 28 de março, irrompe a revolta dos marinheiros e fuzileiros Navais no Rio de Janeiro. João Goulart recusou-se a punir os insubmissos, concentrados na sede do Sindicato dos Metalúrgicos, o que provocou a indignação dos oficiais da Marinha.

No dia 30 de março, Jango compareceu, como convidado de honra, a uma festa promovida pela Associação dos Sargentos e Suboficiais da Polícia Militar, na sede do Automóvel Clube do Brasil. Na ocasião, pronuncia um discurso no qual denuncia a existência de uma poderosa campanha contra o governo. De fato, o golpe já estava em curso. Na madrugada de 31 de março, em Minas Gerais, o general Olímpio Mourão Filho inicia a movimentação de tropas. No final da tarde, o general Peri Bevilaqua alerta o Presidente para a necessidade de ele optar imediatamente entre as Forças Armadas e os Sindicatos. No mesmo dia, o governo é derrubado.

O Golpe de 1964

Desgastado com a crise econômica e com a oposição de militares, o presidente procurou fortalecer-se, participando de manifestações e comícios que defendiam suas propostas. O comício mais importante ocorreu no dia 13 de março de 1964, em frente ao Edifício Central do Brasil, sede da Estrada de Ferro Central do Brasil. O Comício da Central, como ficou conhecido, reuniu cerca de 150 mil pessoas, incluindo sindicatos, associações de servidores públicos e estudantes. Os discursos pregavam o fim da política conciliadora do presidente com apoio de setores conservadores que, naquele momento, bloqueavam as reformas no Congresso Nacional. O presidente, em seu discurso, anunciou uma série de medidas, que estavam no embrião das reformas de base. Defendeu a reforma da Constituição para ampliar o direito de voto a analfabetos e militares de baixa patente e criticou seus opositores que, segundo ele, sob a máscara de democratas, estariam a serviço de grandes companhias internacionais e contra o povo e as reformas de base. João Goulart anunciou que tinha assinado um decreto encampando as refinarias de petróleo privadas e outro desapropriando terras às margens de ferrovias e rodovias federais.

A oposição acusava o presidente de desrespeito á ordem constitucional, pois o Congresso Nacional não havia aprovado a proposta do governo de alteração na forma de pagamento das indenizações aos proprietários. Carlos Lacerda, então governador da Guanabara, disse que o presidente era um "subversivo".

O decreto da Superintendência de Política Agrária (SUPRA) assinado no Comício da Central do Brasil, em 13 de março de 1964, provocou forte reação nos setores mais conservadores e contribuiu para a derrubada de João Goulart. O decreto nº 53.700, de 13 de março de 1964 (revogado por Ranieri Mazzilli, em 9 de abril de 1964), dizia:

"Declara de interesse social para fins de desapropriação as áreas rurais que ladeiam os eixos rodoviários federais, os leitos das ferrovias nacionais, e as terras beneficiadas ou recuperadas por investimentos exclusivos da União em obras de irrigação, drenagem e açudagem, atualmente inexploradas ou exploradas contrariamente à função social da propriedade, e dá outras providências."

Em 19 de março, em São Paulo, foi organizada a Marcha da Família Com Deus Pela Liberdade, cujo objetivo era mobilizar a opinião pública contra o governo de Jango e a política que, segundo eles, culminaria com a implantação de um regime totalitário comunista no Brasil.

Após a revolta dos marinheiros - que, para os militares, representou uma quebra da hierarquia - e o forte discurso no Automóvel Clube do Brasil, na reunião da Associação dos Sargentos e Suboficiais da Polícia Militar, o general Olímpio Mourão Filho iniciou, em 31 de março de 1964, a movimentação de tropas de Juiz de Fora, em direção ao Rio de Janeiro. Este foi o início da Revolução Redentora, um dos nomes dados pelos militares ao golpe de estado, que derrubou o governo de João Goulart .

No dia 1º de abril de 1964, Jango retornou a Brasília e, de lá, para o Rio Grande do Sul. Leonel Brizola sugeriu um novo movimento de resistência, mas João Goulart não acatou, para evitar "derramamento de sangue" (uma guerra civil).

Jango exilou-se no Uruguai e mais tarde na Argentina, onde veio a falecer em 1976.

No dia 2 de abril de 1964, o Congresso Nacional declarou a vacância de João Goulart no cargo de Presidente da República, entregando o cargo de chefe da nação novamente ao presidente da Câmara dos Deputados Ranieri Mazzilli.

No dia 10 de abril de 1964, João Goulart teve seus direitos políticos cassados por 10 anos, após a publicação do Ato Institucional Número Um (AI-1).

Documentos recentemente "desclassificados" fornecem indicações sobre o papel do governo dos Estados Unidos no golpe contra Jango. Em arquivo sonoro de cinco minutos, obtido na Biblioteca Lyndon Baines Johnson, há uma conversa entre o Subsecretário de Estado, George Ball, o Secretário Assistente para a América Latina, Thomas Mann, e o presidente Lyndon Johnson em que este mostra claramente seu apoio à derrubada de Jango: "Penso que devemos tomar todas as medidas que pudermos e estar preparados para fazer tudo o que for preciso."

Entre os documentos altamente secretos há telegramas enviados pelo embaixador americano no Brasil, Lincoln Gordon, que pressionavam Washington a se envolver diretamente no apoio na conspiração em curso. O embaixador envia telegramas a altos funcionários do governo americano, incluindo o diretor da CIA John McCone e aos Secretários de Defesa e de Estado, Robert McNamara e Dean Rusk.

Gordon informa que Jango está trabalhando com o Partido Comunista Brasileiro para instaurar uma ditadura e pede apoio dos Estados Unidos para o então general Humberto de Alencar Castelo Branco. Lincoln Gordon recomenda "uma remessa clandestina de armas", bem como gasolina e petróleo para os apoiadores de Castelo Branco, e sugere que esse apoio seja suplementado por operações secretas da CIA, sugerindo que o governo americano se prepare rapidamente para a possibilidade de intervenção aberta, em um segundo estágio.

Morte

João Goulart morreu, oficialmente, vítima de um Ataque Cardíaco, no município argentino de Mercedes, Corrientes em 6 de dezembro de 1976.

Existem, contudo, suspeitas por parte de familiares, colegas de política e outras personalidades de que João Goulart tenha sido assassinado por agentes da Operação Condor. Por decisão da família, não foi realizada autópsia alguma em seu corpo antes de seu sepultamento.

No dia 27 de janeiro de 2008, o jornal Folha de São Paulo, publicou uma matéria com o depoimento do ex-agente do serviço de inteligência uruguaio Mario Neira Barreiro, que declarou que João Goulart foi envenenado por ordem de Sérgio Fernando Paranhos Fleury, delegado do Departamento de Ordem Política e Social (DOPS). A autorização teria vindo do presidente da época, Ernesto Geisel.

Em julho do mesmo ano, uma comissão especial da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul divulgou um relatório afirmando que "são fortes os indícios de que Jango foi assassinado de forma premeditada, com o conhecimento do governo Geisel".

Em março de 2009, a revista CartaCapital publicou documentos inéditos do Serviço Nacional de Informações (SNI) produzidos por um agente infiltrado nas propriedades de Jango no Uruguai que reforçam a tese de envenenamento.

A família Goulart ainda não conseguiu identificar quem seria o "Agente B", como é denominado nos documentos. O agente era tão próximo de Jango que descreveu que durante a festa de 56 anos do ex-presidente, este teve uma discussão com o filho por causa de uma briga entre os funcionários Manoel dos Santos e Tito. De acordo com o agente, Manoel sacou uma faca contra Tito, um "invertido sexual", por não ter sido "atendido" por ele.

Após a publicação da reportagem, a Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados decidiu investigar a suspeita de envenenamento de Jango.

Posteriormente, na mesma revista, Maria Teresa Fontela Goulart mostra documentos do governo uruguaio que reforçam suas denúncias do monitoramento a Jango. Os militares uruguaios seguiam os passos de Jango, seus negócios, etc. Nessas fichas de 1965 (um ano após do golpe no Brasil), em que há dados sobre Jango e a sua vida no Uruguai, consta que ele poderia ser vítima de atentado. Em documento requisitado ao Uruguai pelo Movimento de Justiça e Direitos Humanos e pelo Instituto João Goulart, o Ministério do Interior uruguaio informou que "fontes sérias e responsáveis brasileiras" falavam de um "presumível complô contra o ex-presidente brasileiro".

Em maio de 2010, após investigar por dois anos as circunstâncias da morte de Jango, o historiador Luiz Alberto Moniz Bandeira afirmou em entrevista à Folha de São Paulo que a teoria do envenenamento não condiz com a verdade, acusando a família Goulart de endossar a suspeita na tentativa de obter indenizações do governo. A tese sobre o suposto assassinato do ex-presidente é analisada num apêndice inédito a seu livro O Governo João Goulart. Segundo o historiador, companheiro do ex-presidente no exílio, as denúncias carecem de provas, e a autópsia do corpo não foi feita não por veto da ditadura, mas por decisão da família. Ele afirma ainda não ter dúvidas de que Goulart morreu de Infarto, dado seu histórico de problemas cardíacos e falta de cuidados com a própria saúde.

Mesmo Miro Teixeira, aliado de Leonel Brizola reconhece: "Não há como afirmar, peremptoriamente, que João Goulart foi assassinado".


Homenagens e Anistia

Em 1984, exatos vinte anos após o Golpe Militar, o cineasta Sílvio Tendler realizou um documentário reconstruindo a trajetória política de João Goulart através de imagens de arquivo e entrevistas.
Jango atraiu mais de meio milhão de espectadores às salas de cinemas, se tornando o sexto documentário de maior bilheteria do país. O filme também foi aclamado pela crítica, recebendo três troféus no Festival de Gramado e um no Festival de Havana, além da Margarida de Prata da CNBB.

Existem em todo país pelo menos onze escolas cujo nome é uma homenagem a João Goulart, de acordo com o Google Maps. A maioria delas ficam no Rio Grande do Sul, nos municípios de Alvorada, Ijuí, Novo Hamburgo, Porto Alegre, Viamão e em São Borja, cidade natal do ex-presidente. Na cidade do Rio de Janeiro há três escolas homenageando Goulart: uma estadual e duas municipais (uma em Ipanema e outra na Tijuca). Há também uma no município catarinense de Balneário Camboriú e outra no município de São João de Meriti no Rio de Janeiro.

No centro do município de Niterói, Rio de Janeiro, há o Terminal Rodoviário João Goulart. O início das obras foi em 1992 e inaugurado em 1995. É dividido em 13 plataformas, conta com 102 linhas de ônibus municipais e intermunicipais e uma circulação de cerca de 350 mil pessoas por dia.

Ainda em Balneário Camboriú foi inaugurada, no dia 6 de dezembro de 2007, exatos 31 anos após a morte do ex-presidente, uma escultura de João Goulart sentado num dos bancos da Avenida Atlântica brincando com seus dois filhos pequenos. A obra foi concebida pelo artista plástico Jorge Schroder a pedido do prefeito Rubens Spernau.

No dia 28 de junho de 2008 foi inaugurada a Avenida Presidente João Goulart em Osasco, São Paulo. A avenida tem cerca de 760 metros de extensão e é a primeira da cidade com ciclovia.

Cidades como Canoas, Caxias do Sul, Cuiabá, Lages, Pelotas, Porto Alegre, Porto Velho, Ribeirão Preto, Rio de Janeiro, Rondonópolis, São Borja, São Leopoldo, São Paulo e Sobral já possuem vias homenageando João Goulart, de acordo com o Google Maps.

Em 15 de novembro de 2008, foi julgado pela Comissão de Anistia Política do Ministério da Justiça o pedido de anistia movido por Maria Teresa Fontela Goulart. O julgamento ocorreu em caráter de sessão extraordinária e foi realizado durante o 20º Congresso Nacional dos Advogados, em Natal, no Rio Grande do Norte. O pedido foi aprovado e, de acordo com tal, a viúva de Goulart receberá uma pensão mensal de R$ 5.425, valor correspondente ao salário de um advogado sênior, pois Jango era bacharel em Direito. O valor é retroativo a 1999, o que totaliza R$ 643,9 mil. Maria Teresa também foi anistiada e recebeu uma indenização de R$ 100 mil.

"O governo reconhece os erros do passado e pede desculpas a um homem que defendeu a nação e seu povo do qual jamais poderíamos ter prescindido"
(Presidente Luiz Inácio Lula da Silva)

Fonte: Wikipédia