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Carlota Pereira de Queiroz

CARLOTA PEREIRA DE QUEIROZ
(90 anos)
Médica, Escritora, Pedagoga e Política

* São Paulo, SP (13/02/1892)
+ São Paulo, SP (14/04/1982)

Carlota Pereira de Queiroz foi a primeira mulher brasileira a votar e ser eleita deputada federal. Ela participou dos trabalhos na Assembléia Nacional Constituinte, entre 1934 e 1935.

Era filha de José Pereira de Queiroz e de Maria V. de Azevedo Pereira. Formou-se pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo em 1926,  ocasião em que recebeu o Prêmio Miguel Couto pela sua tese  "Estudos Sobre o Câncer".

Chefe do laboratório de clínica pediátrica da Faculdade de Medicina de São Paulo em 1928, foi comissionada pelo governo de São Paulo em 1929 para estudar Dietética Infantil em centros médicos da Europa. 

Membro da Associação Paulista de Medicina de São Paulo, Association Française Pour l'Étude du Cancer, Academia Nacional de Medicina e Academia Nacional de Medicina de Buenos Aires. Fundou a Academia Brasileira de Mulheres Médicas, em 1950.


Na Política, a Primeira Deputada

Durante a Revolução Constitucionalista, movimento de contestação à Revolução de 1930, ocorrido em São Paulo em 1932, organizou, à frente de 700 mulheres, a assistência aos feridos. Em maio de 1933, foi a única mulher eleita deputada à Assembléia Nacional Constituinte, na legenda da Chapa Única por São Paulo.

Na Constituinte, Carlota integrou a Comissão de Saúde e Educação, trabalhando pela alfabetização e assistência social. Foi de sua autoria o primeiro projeto sobre a criação de serviços sociais, bem como a emenda que viabilizou a criação da Casa do Jornaleiro e a criação do Laboratório de Biologia Infantil.

Seu mandato foi em defesa da mulher e das crianças. Trabalhava por melhorias educacionais que contemplassem melhor tratamento as mulheres. Além disso, publicou uma série de trabalhos em defesa da mulher brasileira.

Após a promulgação da Constituinte em 17 de julho de 1934, teve o seu mandato prorrogado até maio de 1935. Ainda em 1934, ingressou no Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo. Eleita pelo Partido Constitucionalista de São Paulo, no pleito de outubro de 1934, permaneceu na Câmara até 1937, quando foi instaurado o Estado Novo por Getúlio Vargas quando o mesmo  fechou o Congresso Nacional (1937-1945). Durante esse período lutou pela redemocratização do país.

Segue abaixo o discurso proferido por ela em 13 de março de 1934:

"Além de representante feminina, única nesta Assembléia, sou, como todos os que aqui se encontram, uma brasileira, integrada nos destinos do seu país e identificada para sempre com os seus problemas. (…) Acolhe-nos, sempre, um ambiente amigo. Esta é a impressão que me deixa o convívio desta Casa. Nem um só momento me senti na presença de adversários. Porque nós, mulheres, precisamos ter sempre em mente que foi por decisão dos homens que nos foi concedido o direito de voto. E, se assim nos tratam eles hoje, é porque a mulher brasileira já demonstrou o quanto vale e o que é capaz de fazer pela sua gente. Num momento como este, em que se trata de refazer o arcabouço das nossas leis, era justo, portanto, que ela também fosse chamada a colaborar. (…) Quem observar a evolução da mulher na vida, não deixará por certo de compreender esta conquista, resultante da grande evolução industrial que se operou no mundo e que já repercutiu no nosso país. Não há muitos anos, o lar era a unidade produtora da sociedade. Tudo se fabricava ali: o açúcar, o azeite, a farinha, o pão, o tecido. E, como única operária, a mulher nele imperava, empregando todas as suas atividades. Mas, as condições de vida mudaram. As máquinas, a eletricidade, substituindo o trabalho do homem, deram novo aspecto à vida. As condições financeiras da família exigiram da mulher nova adaptação. Através do funcionalismo e da indústria, ela passou a colaborar na esfera econômica. E, o resultado dessa mudança, foi a necessidade que ela sentiu de uma educação mais completa. As moças passaram a estudar nas mesmas escolas que os rapazes, para obter as mesmas oportunidades na vida. E assim foi que ingressaram nas carreiras liberais. Essa nova situação despertou-lhes o interesse pelas questões políticas e administrativas, pelas questões sociais. O lugar que ocupo neste momento nada mais significa, portanto, do que o fruto dessa evolução."

Teve valiosa participação na Revolução Constitucionalista de 1932 lutando pelos ideais democráticos defendidos por São Paulo.


Academia Nacional de Medicina

Eleita membro da Academia Nacional de Medicina em 1942, fundou, oito anos depois, a Academia Brasileira de Mulheres Médicas, da qual foi presidente durante alguns anos. Apoiou o golpe militar que derrubou o presidente João Goulart, em 1964.

Escritora

Foi escritora e historiadora, com as publicações "Um Fazendeiro Paulista no Século XIX" e "Vida e Morte de um Capitão".

Homenagens

Homenageada com o monumento intitulado "Carlota Pereira de Queiroz", na Praça Califórnia, bairro de Pinheiros, Zona Oeste da Capital de São Paulo e com a Avenida Drª Carlota Pereira de Queiroz, no distrito de Socorro, localizado na região Sul de São Paulo.

Laura de Vison

NORBERTO CHUCRI DAVID
(67 anos)
Ator, Professor e Transexual

* Rio de Janeiro, RJ (07/09/1939)
+ Rio de Janeiro, RJ (08/07/2007)

Norberto Chucri David, artisticamente Laura de Vison, foi um ator e transformista brasileiro.

Carioca do Engenho de Dentro, filho de pais libaneses que comercializavam tecidos com a ajuda dos filhos, Norberto estudou na Faculdade Nacional de Filosofia e licenciou-se em filosofia, psicologia e história. Como Norberto, viveu profissionalmente como professor de História em escolas públicas e particulares do Rio de Janeiro. Como professor, usava paletó e gravata, diariamente, mas não era sempre convencional. Certa vez, chegou a se vestir de Cleópatra para explicar a História do Egito.

Considerada a musa do underground carioca, Laura de Vison fez muito sucesso nas décadas de 70, 80 e 90 como transformista. Seu nome artístico surgiu ainda na década de 60 quando desfilava de biquíni e casaco de pele no Carnaval carioca. Até recentemente, Laura de Vison fazia shows na cena LGBT carioca e suas aparições eram sempre muito festejadas.

Norberto Chucri David

Um de seus principais palcos foi o Bar Boêmio, no Centro do Rio de Janeiro. Ali, era aplaudida por turistas, antropólogos, sociólogos, atores, cantores e personalidades internacionais, como o estilista Jean Paul Gaultier. Quando soube que Laura de Vison lecionava história e moral e cívica, Jean Paul Gaultier ficou pasmo: "Interessante essa faceta dupla, isso não seria permitido pela moral francesa", declarou à imprensa.

 Com reconhecimento internacional, principalmente pelo seu estilo exótico de se montar, Laura de Vison a ser capa da revista americana "Out Look".

Após 18 anos como professor no Colégio Cenecista Capitão Lemos Cunha, na Ilha do Governador, no Rio de Janeiro, perdeu o emprego porque respondeu às perguntas dos alunos sobre a transmissão sexual da AIDS. Na década de 1970 foi presa por homofobia, segundo ela "simplesmente por ser gay". Ficou dez dias em uma cela que lhe rendeu uma grande experiência de vida.

Muito profissional, em "O Fantasma da Ópera" chegou a comer o cérebro do fantasma: dois miolos crus, com quase 300 gramas. Laura de Vison geralmente era comparada a drag queen americana Divine, atriz preferida do diretor John Waters no longa metragem Pink Flamingos (1972) por suas performances bizarras e incomuns.

Durante sua carreira, Laura atuou em oito filme, entre curtas e longas, inclusive no premiado "Cazuza, o Tempo Não Para", onde viveu a si mesma. Seu último trabalho foi a peça teatral "Dei a Elza Em Você", em 2006. No espetáculo, três drag-queens decadentes decidem montar um show com rapazes musculosos.


Morte

Laura de Vison faleceu no dia 8 de julho de 2007 vítima de Insuficiência Cardiorrespiratória decorrente de complicações de uma cirurgia para tratamento de problemas de Hérnia. O enterro aconteceu no dia posterior, às 14:00 hs, no cemitério de Inhaúma, no Rio de Janeiro. Deixou irmãos, sobrinhos, amigos, "afilhados" e uma legião de fãs. 

Filmografia
  • 2005 - Mamãe Parabólica
  • 2005 - Laura, Laura
  • 2004 - Cazuza - O Tempo Não Pára
  • 2001 - Memórias Póstumas
  • 1999 - Você Decide (Episódio: Ninguém é Perfeito)
  • 1994 - Incidente em Antares … Cantora Garcia  (Minissérie)
  • 1987 - No Rio Vale Tudo (Si Tu Vas à Rio… Tu Meurs)
  • 1985 - Noite

Prêmios

  • Medalha de Ouro no Festival du Court-Métrage de Bruxelles, na Bélgica, em virtude do filme "O Bigode da Aranha"
  • Candango de Ouro, em Brasília, e Sol de Prata, no Fest Rio, na categoria de melhor ator em "Mamãe Parabólica"

Fonte: Wikipédia

Myriam Muniz

MYRIAM MUNIZ DE MELO
(73 anos)
Atriz, Diretora e Professora

+ São Paulo, SP (28/10/1931)
+ São Paulo, SP (18/12/2004)

Myriam Muniz de Melo foi uma atriz brasileira. Durante sua carreira, seu nome foi grafado de formas diferentes, dependendo da ocasião e do espetáculo: Myrian ou Mirian Muniz, Myriam ou Miriam Muniz. Na Escola de Arte Dramática, no final dos anos 50, havia adotado o nome de Miriam Melo. Ao estrear no teatro profissional em 1961, adotou o nome artístico de Myrian Muniz.

Descendente de portugueses e italianos, nasceu no bairro do Cambuci, em São Paulo. Seu pai, Agostinho Muniz de Melo, filho de José e de Albina Muniz de Melo, era natural de Ponta Delgada, nos Açores, onde nasceu em 1904. Sua mãe, Rosaria Ferri, era paulistana, nascida em 1911, filha dos imigrantes italianos, Gaetano Fierro e Maria Teresa Menchise, ele de Spinazzola, província de Bari, na Puglia (Apúlia, em português), e ela de Genzano di Lucania, província de Potenza, na Basilicata.

Casou-se em primeiras núpcias com o ator e diretor Sylvio Zilber. Separaram-se no final dos anos 70, depois de quase vinte anos de relacionamento. Casou-se pela segunda vez com Carlos Henrique D'Andretta (Cacá D'Andretta) e separaram-se depois de vinte anos de vida em comum, no final da década de 1990. É mãe de dois filhos: Marcelo de Melo Zilber, casado com Teresa Fogaça de Almeida, e Rodrigo de Melo Zilber, este falecido em 1986, aos dezoito anos.

Seu irmão, José Muniz de Melo, foi proprietário do restaurante Mamarana, na Rua Pará, 196, em Higienópolis, São Paulo, fundado por seus pais em 1961. O restaurante atualmente é dirigido por Adriana Muniz de Melo, filha de José, e lá encontra-se farto material fotográfico e jornalístico sobre a carreira de Myriam Muniz, com fotos sobre sua trajetória artística. No segundo andar do restaurante foi inaugurado em outubro de 2006 o Espaço Cultural Mamarana para leituras dramáticas e pequenas apresentações de teatro e música.

Formação

Antes de dedicar-se ao teatro estudou e praticou enfermagem no Hospital Samaritano, em São Paulo. Também estudou balé clássico, com Halina Biernacka, integrando o Corpo de Baile do Teatro Municipal de São Paulo. Decidindo-se a ser atriz, ingressou na Escola de Arte Dramática de São Paulo (EAD) em 1958, formando-se em 1961, quando a escola estava ainda sob direção de seu fundador, Drº Alfredo Mesquita, que foi seu professor, ao lado de nomes como Décio de Almeida Prado, Paulo Mendonça, Sábato Magaldi, Maria José de Carvalho, Haydée Bittencourt, Leila Coury, Chinita Ullmann, Mylène Pacheco.

Na Escola de Arte Dramática de São Paulo encenou textos de grandes autores do teatro mundial, como: "Ubu Rei", de Alfred Jarry, "A Tempestade", de William Shakespeare, "Os Persas", de Ésquilo, "As Preciosas Ridículas", de Molière, "O Defunto", de René de Obaldia (ganhou o Prêmio Chinita Ullmann, juntamente com Aracy Balabanian), "Bodas de Sangue", de Garcia Lorca, e textos de Pirandello, John Millington Synge e Maria Clara Machado. Garcia Lorca permaneceu como uma de suas grandes paixões na dramaturgia teatral.

Myriam Muniz e Ary Fontoura
Carreira Artística

Em sua carreira atuou no teatro como atriz e diretora, no cinema e na televisão como atriz, e foi professora de interpretação. Teve sua trajetória artística documentada em livro, organizado pela historiadora e pesquisadora Maria Thereza Vargas, livro esse para o qual Myriam Muniz fez importante depoimento.

No Teatro

Como Atriz:

  • Teatro Oficina: "José, do Parto à Sepultura", de Augusto Boal, direção de Antonio Abujamra (1961); no Oficina, ensaiou, mas não estreou, "Um Bonde Chamado Desejo", de Tennessee Williams; posteriormente fez produção de espetáculos dessa companhia, como "Os Inimigos", de Gorki.
  • Companhia Nydia Licia: "A Bruxinha Que Era Boa", de Maria Clara Machado, direção de Silnei Siqueira - segundo o diretor, esta é que foi a estréia de Myriam Muniz no teatro após formar-se na Escola de Arte Dramática; "As Lobas", de Frédéric Valmain, direção de Alice Pincherle (1962);
  • Companhia Dulcina de Moraes: "Tia Mame", de Jérome Lawrence e Robert E. Lee, direção de Dulcina de Moraes; e "Chuva", de John Colton e Clemence Randolph, inspirados em Somerset Maugham, direção de Dulcina de Moraes (1962); por "Tia Mame" ganhou o Prêmio Sacy de Melhor Atriz Coadjuvante. Dulcina de Moraes, Odilon de Azevedo e Conchita de Moraes, nessa temporada em São Paulo, apresentaram-se no Teatro Bela Vista, sob os auspícios da Companhia Nydia Licia.
  • Teatro Brasileiro de Comédia (TBC): "A Revolução dos Beatos", de Dias Gomes, direção de Flávio Rangel (1962); posteriormente, em 1964, ensaiou, mas não estreou, "Vereda da Salvação", de Jorge Andrade.
  • Teatro de Arena de São Paulo: "A Mandrágora", de Nicolau Maquiavel, direção de Augusto Boal (1963), "O Noviço", de Martins Penna, direção de Augusto Boal (1963), "Tartufo", de Molière, direção de Augusto Boal (1964), "O Inspetor Geral", de Gogol, direção de Augusto Boal (1966), "O Círculo de Giz Caucasiano", de Bertolt Brecht, direção de Augusto Boal (1967), "La Moschetta", de Angelo Beolco (Ruzzante), direção de Augusto Boal (1967) e "1ª Feira Paulista de Opinião", de vários autores, direção de Augusto Boal (1968). Para essa companhia, onde trabalhou ao lado de artistas como Gianfrancesco Guarnieri e Flávio Império, fez produção de outros espetáculos, como "O Melhor Juiz, o Rei", "O Filho do Cão", "Arena Conta Zumbi" e "Arena Conta Tiradentes". Por "O Noviço" ganhou o Prêmio Governador do Estado como Melhor Atriz.
  • Centro de Estudos Teatrais, dirigido por Cacilda Becker, Walmor Chagas e Maria Thereza Vargas: Leitura dramática de "Os Carecentes", de Eudynir Fraga (1967).
  • Grupo Vereda: "Tom Paine", de Paul Foster, direção de Ademar Guerra (1970).
  • Produção Independente: "Tudo de Novo", colagem musical, direção de Sylvio Zilber, ao lado de Marília Medalha, Gianfrancesco Guarnieri e Toquinho (1970).
  • Companhia Paulo Autran: "Assim é, Se Lhe Parece" (com o título de "Só Porque Você Quer"), de Pirandello, direção de Flávio Rangel; e "As Sabichonas", de Molière, direção de Silnei Siqueira (1971).
  • Produção Myriam Muniz e Sylvio Zilber: "Fala Baixo, Senão Eu Grito", de Leilah Assumpção, direção de Sylvio Zilber (1973).
  • Produção Mensagem Produções Artísticas: "Eva Perón", de Copi (1979), direção de Iacov Hillel (1979).
  • Grupo Isca de Polícia: "Às Próprias Custas", espetáculo musical com Itamar Assumpção (1983).
  • Produção Fundação Brasil Arte: "Pegando Fogo, Lá Fora", de Gianfrancesco Guarnieri, direção de Celso Nunes (1988).
  • Produção Tarô dos Ventos: "A História Acabou", de Fauzi Arap, direção do autor (1991).
  • Produção Sérgio Famá D'Antino e Marcos Caruso: "Porca Miséria", de Marcos Caruso e Jandira Martini (pelo papel de Miquelina foi indicada ao Prêmio Shell de Teatro em São Paulo), direção de Gianni Ratto (1993).

Como Diretora:

  • 1971 - "Cândido, ou o Melhor dos Mundos", de Voltaire, direção e adaptação de Sylvio Zilber (Myriam fez a direção de atores)
  • 1975 - "Falso Brilhante", espetáculo musical com Elis Regina, grande sucesso de público e de crítica.
  • 1976 - "Dorotéia Vai à Guerra", de Carlos Alberto Ratton
  • "Torre de Babel", de Arrabal, direção de Luiz Carlos Ripper (Myriam fez assistência de direção)
  • 1978 - "Por Um Beijo", espetáculo musical com Célia
  • 1979 - "O Banquete", de Mário de Andrade, adaptação de José Rubens Siqueira
  • 1981 - "Sinal de Amor", espetáculo musical com Diana Pequeno
  • 1982 - "O Reino Jejua, Mas o Rei Nem Tanto", de José Antonio de Souza
  • 1982 - "Festa - Encontro de Gerações", espetáculo musical com Isaurinha Garcia, Itamar Assumpção, Nana Caymmi e Rosinha de Valença
  • 1984 - "O Exercício", de Lewis John Carlino
  • 1984 - "Fugaz", espetáculo musical com Itamar Assumpção, Denise Assumpção, Suzana Salles e Virginia Rosa
  • 1984 - "Boca Molhada, de Paixão Calada", de Leilah Assumpção
  • 1985 - "Saber Sobre Viver", espetáculo musical com Maricene Costa
  • 1985 - "Feito Brasileiro", espetáculo musical com Paulo Garfunkel e Jean Garfunkel, Beto Martins e Gil Allegro
  • 1985 - "Raices de América - Dulce América", espetáculo musical
  • 1985 - "Deu Bicudo no Algodão", espetáculo musical
  • 1985 - "No Caminho com Maiakovski", espetáculo de poesia
  • 1985 - "Marlui Miranda", espetáculo musical
  • 1987 - "Prazer em Conhecê-lo", espetáculo de música e poesia
  • 1987 - "A Grosso Modo", espetáculo teatral com textos de Obaldia e Molière
  • 1988 - "Dança da Meia-Lua", espetáculo de dança do Ballet Teatro Guaira, Myriam fez a coordenação cênica
  • 1994 - "O Empresário", de Mozart, adaptação de Madrigal Cantátimo, espetáculo musical

No Cinema

  • 1969 - "Macunaíma", de Joaquim Pedro de Andrade
  • 1970 - "Cléo e Daniel", de Roberto Freire
  • 1971 - "Pequena Ilha da Sicília", de Flávio Império, Renina Katz e Marlene Milan
  • 1977 - "Mar de Rosas", de Ana Carolina 
  • 1977 - "O Jogo da Vida", de Maurice Capovilla, pelo qual ganhou Prêmio de Melhor Atriz no Festival de Gramado
  • 1982 - "O Homem do Pau Brasil", de Joaquim Pedro de Andrade
  • 1982 - "Das Tripas Coração", de Ana Carolina
  • 1997 - "Alô?", de Mara Mourão, como Maria.
  • 2000 - "Amélia", de Ana Carolina
  • 2004 - "Nina", seu último trabalho, pelo qual ganhou Prêmio de Melhor Atriz, póstumo, do Festival de Porto Alegre

Na Televisão

  • Anos 60 - "Florence Nightingale", onde estreou ao lado de Cleyde Yáconis e de Ziembinski (TV Record)
  • 1962 - "Gente Como a Gente", de Roberto Freire, direção de Ademar Guerra (TV Record)
  • 1969 - "Nino, o Italianinho", direção de Geraldo Vietri. Myriam fez grande sucesso popular com o personagem Dona Santa (TV Tupi)
  • 1969 - "A Sopa", de Dalton Trevisan, direção de Alfredo Mesquita (TV Cultura)
  • 1970 - "A Casa de Bernarda Alba", de Garcia Lorca, direção de Heloísa Castellar (TV Cultura)
  • 1971 - "A Fábrica", direção de Geraldo Vietri (TV Tupi)
  • 1996 - "Brava Gente", de Marcos Caruso e Jandira Martini, direção de Roberto Talma (SBT)
  • 1998 - "Dona Flor e Seus Dois Maridos", direção de Mauro Mendonça Filho (TV Globo)
  • 2001 - "Os Maias", de Maria Adelaide Amaral, onde interpretou a personagem Titi, de "A Relíquia" (TV Globo - A autora, na minissérie, juntou a história de "A Relíquia" à de "Os Maias")
  • 2004 - "Metamorphoses", de Mário Prata (TV Record).

Como Professora de Interpretação

  • Fundadora, juntamente com Sylvio Zilber, e professora de interpretação, do Teatro Escola Macunaíma, em 1974. A escola, instalada na antiga casa de Mário de Andrade, na Rua Lopes Chaves, bairro da Barra Funda, em São Paulo, teve uma fase de grande efervescência cultural, na época em que ambos a dirigiram, com diversos cursos de interpretação, leituras dramáticas e psicodramas (estes, a cargo do terapeuta, escritor e dramaturgo Roberto Freire).
  • Professora de interpretação da Escola de Arte Dramática da Escola de Comunicação e Artes, da Universidade de São Paulo, onde dirigiu diversos espetáculos com seus alunos (décadas de 1970 e 1980).
  • Fundadora, diretora e professora do Curso de Interpretação Teatral, onde trabalhou durante vinte anos, a partir de 1978. Esse curso, que Myriam manteve até 1999, teve como sede, durante muitos anos, a Sala Guiomar Novaes, da Funarte de São Paulo, na Alameda Nothmann. Seu método de trabalho, com depoimentos de alunos e ex-alunos, está documentado no livro sobre sua trajetória artística "Giramundo: O Percurso de Uma Atriz - Myriam Muniz", organizado em 1997 por Maria Thereza Vargas.

Homenagens

  • Em 20 de outubro de 2004, prestou depoimento no Teatro de Arena Eugênio Kusnet, em São Paulo, parte integrante do ciclo de depoimentos sobre os 50 anos desse teatro. Coordenação da Cia. Livre, de Cibele Forjaz. O depoimento foi tomado pela atriz Isabel Teixeira. Encontra-se gravado em CD-ROM, na capa do qual Myriam aparece fotografada, homenagem da Cia. Livre a ela.
  • No primeiro aniversário de seu falecimento, foi lançado um DVD em sua homenagem pelas amigas Carmo Sodré, Muriel Matalon, Vânia Toledo, Angela Dória e Sandra Mantovani, responsável pela entrevista com Myriam que se vê no DVD, feita em 1999 no apartamento onde ela então morava, na Rua Rio de Janeiro, em Higienópolis, São Paulo.
  • Em 2006, a Funarte / Ministério da Cultura instituiu para todo o Brasil o "Prêmio de Teatro Myriam Muniz", estímulo e fomento à produção e à pesquisa de artes cênicas.
  • Em 2006, ainda, o SESC publicou o livro "Arena, Oficina, Anchieta e Outros Palcos", com prefácio de Lauro César Muniz, sendo um dos depoimentos o de Myriam, sobre sua trajetória artística.
  • Seu livro biográfico, "Giramundo: O Percurso de Uma Atriz - Myriam Muniz", organizado por Maria Thereza Vargas, ganhou o Prêmio Shell de Teatro, categoria especial, em 1998.
  • Sala Myriam Muniz - uma das salas do Teatro Ruth Escobar, em São Paulo.

Morte

Faleceu no dia 18 de dezembro de 2004, em seu apartamento na Rua Itambé, em Higienópolis. Dois dias antes, havia terminado um espetáculo sobre o musical "Arena Conta Zumbi", parte do ciclo de homenagens aos 50 anos de fundação do Teatro de Arena de São Paulo. Apresentara-se no palco do SESC Pinheiros, último palco onde pisou. Na noite do dia 18, preparava-se para ir a uma festa em comemoração a esse espetáculo quando sofreu um derrame cerebral em seu apartamento, provavelmente resultado de um enfisema pulmonar recente.

Fonte: Wikipédia

Juliano Moreira

JULIANO MOREIRA
(59 anos)
Médico e Professor

* Salvador, BA (06/01/1873)
+ Rio de Janeiro, RJ (02/05/1932)

Juliano Moreira foi médico e um dos pioneiros da psiquiatria brasileira. O primeiro professor universitário a citar e incorporar a teoria psicanalítica no seu ensino na Faculdade de Medicina.

Nascido em Salvador, negro e de origem pobre, entrou na Faculdade de Medicina da Bahia em 1886, formando-se aos dezoito anos, em 1891, e se tornando professor da Faculdade.

Já em 1900 representa o Brasil em congressos internacionais: em Paris, neste ano - sendo também eleito Presidente Honorário do 4º Congresso Internacional de assistência a alienados, em Berlim. Também foi congressista brasileiro em Lisboa, em 1906, Milão e Amsterdão em 1907, Londres e Bruxelas em 1913.

Em 1903, após ter exercido a clínica psiquiátrica na Faculdade Baiana, mudou-se para o Rio de Janeiro.


Durante seu trabalho na direção do Hospital Nacional dos Alienados, do Rio de Janeiro, humanizou o tratamento e acabou com o aprisionamento dos pacientes. Foi neste período, entre maio e junho de 1910, que o hospital recebeu o ilustre líder da Revolta da Chibata, João Cândido, para tratamento de uma psicose de exaustão.

Criou o manicômio judiciário, adquiriu o terreno para construção do atual Hospital-Colônia Juliano Moreira e fundou a nova colônia para mulheres dementes.

Em seu trabalho clínico eliminou coletes e camisas-de-força e instalou um laboratório de análises, a partir do qual iniciou-se, no Brasil, a rotina de punções lombares para elucidação de diagnóstico. Professor de neurologia e psiquiatria e pesquisador de doenças tropicais, deixou importantes trabalhos sobre o ainhum, a bouba, a leishmaniose e a lepra, e os livros "Assistência Aos Alienados no Brasil" (1906) e "A Evolução da Medicina no Brasil" (1908). 


Defendeu a idéia de que a origem das doenças mentais se devia a fatores físicos e situacionais, como a falta de higiene e falta de acesso à educação, contrariando o pensamento racista em voga no meio acadêmico, que atribuia os problemas psicológicos do Brasil à miscigenação. Foi importante representante internacional da psiquiatria brasileira.

Dentre as instituições das quais foi membro Juliano Moreira, contam-se: Antropolegische Gesellschaft (Munique), Societé de Medicine (Paris), Medico-Legal Society (Nova York). Juliano Moreira foi membro da diretoria da Academia Brasileira de Ciências entre 1917 e 1929, tendo ocupado o cargo de presidente no último triênio.

Fonte: Wikipédia

Eurípedes Barsanulpho

EURÍPEDES BARSANULPHO
(38 anos)
Jornalista, Professor, Político e Médium

* Sacramento, MG (01/05/1880)
+ Sacramento, MG (01/11/1918)

Eurípedes Barsanulpho foi um dos expoentes do espiritismo no país. Aluno do Colégio Miranda, desde cedo auxiliava os professores, explicando as matérias aos colegas de classe.

Egresso do colégio, passou a trabalhar como guarda-livros, no escritório comercial de seu pai, passando a auxiliar, também desde cedo, na manutenção do lar.

Em 1902, fundou, com seus antigos professores João Gomes Vieira de Melo, Inácio Martins de Melo e outros, o Liceu Sacramentano, onde passou a lecionar. Alguns alunos do Liceu, mais tarde, fundaram um serviço de assistência aos necessitados, denominado Sociedade dos Amiguinhos dos Pobres. Na mesma época, Eurípedes participou da fundação do jornal semanal Gazeta de Sacramento, em que publicava artigos sobre economia, literatura, filosofia, etc, estreando, assim, como jornalista.

Autodidata, adquiriu conhecimentos de Medicina e Direito, além de Astronomia, Filosofia, Matemática, Ciências Físicas e Naturais e Literatura, mesmo sem ter cursado o ensino superior.

Tornou-se líder em sua cidade por seu trabalho no magistério e na imprensa. Sua popularidade o fez eleger-se vereador, em cujo mandato, durante seis anos, beneficiou a população de sua cidade com luz e bondes elétricos, água encanada e cemitério público. Acabou renunciando ao cargo, por não concordar com uma mudança de lei que beneficiaria somente os que estavam no poder. Nessa ocasião, Eurípedes Barsanulpho, ainda católico, era o presidente da Conferência de São Vicente de Paulo.

O seu primeiro contato com a Doutrina Espírita ocorreu em 1903, por intermédio do seu tio, Sinhô Mariano, que, além de explicar ao sobrinho os pontos básicos da doutrina, emprestou-lhe o livro "Depois da Morte", de Léon Denis.

Eurípedes encontrou no livro conceitos filosóficos sobre a vida e a morte que lhe pareceram corretos, e encontrou, na reencarnação, nas energias e na responsabilidade de cada um a causa para os desequilíbrios físicos, morais e sociais. Mesmo com algumas dúvidas, Eurípedes Barsanulpho compareceu às sessões espíritas e, ao ver parentes analfabetos, incorporados, falando línguas diferentes e proferindo conceitos filosóficos com grande amplitude de conhecimentos, prontificou-se, a partir dali a ser espírita e ajudar no esclarecimento e amparo aos necessitados, vislumbrando a possibilidades de ajuda a partir dos adventos que via.

Têm início então as manifestações de seu parapsiquismo (mediunismo-animismo) e também seu contato com os amparadores. Ao tentar esclarecer seus ex-companheiros e familiares católicos, foi rechaçado, contudo perseverou.

Ocorreu então uma transformação em sua vida: mudou-se da casa de seus pais e fundou o Grupo Espírita Esperança e Caridade, em 1905, onde, além de realizar reuniões mediúnicas e doutrinárias, também prestava auxílio aos mais necessitados. Foi médium inspirado, vidente, audiente, receitista, psicofônico, psicógrafo, de desdobramento e de bicorporeidade. Como médium receitista, psicografava prescrições do espírito Bezerra de Menezes.

Diversos fenômenos parapsíquicos marcaram a vida de Eurípedes, que não se negava a ajudar onde necessário e utilizava juntamente com consciências extrafísicas amparadoras de tecnologias espirituais as mais diversas em benefício da população.

Busto de Eurípedes Barsanulpho, colégio Allan Kardek, Sacramento, MG
Em 31 de janeiro de 1907, criou o primeiro educandário brasileiro com orientação espírita, o Colégio Allan Kardec, onde os alunos recebiam aulas de Evangelho, Moral Cristã, e, ainda, instituiu um curso de Astronomia que hoje conta inclusive com laboratórios. Foi ainda diretor do Sanatório Espírita de Uberaba. Além de exercer a direção do colégio, o próprio ministrava aulas de Matemática, Geometria, Aritmética, Trigonometria, Ciências naturais, Botânica, Zoologia, Geologia e Paleontologia, Português, Francês, Astronomia, Inglês e Castelhano.

Eurípedes Barsanulpho foi perseguido por parte do clero que, aliado a um médico católico de Uberaba, moveu contra ele um processo penal sob a acusação de exercício ilegal da Medicina, em 1917, que acabou arquivado pelo juiz da comarca.

Um dos fatores que sempre foram a favor de Eurípedes foi a educação. O Governo na época estava em progredindo na educação, e os métodos utilizados por ele eram muito a frente de seu tempo, sendo modelo para muitos centros educacionais. Mesmo diante das dificuldades, ele executou um trabalho de empreendedorismo evolutivo com benefícios não só para Sacramento. As farmácias, o Colégio Allan Kardec e o Grupo Espírita Esperança e Caridade foram apenas algumas das obras desse homem que foi chamado "O Apóstolo do Triângulo Mineiro".

Morte

Morreu aos 38 anos, vítima da Gripe Espanhola. Mesmo acometido da moléstia, arrasadora para boa parte da população brasileira, Eurípedes não parou de atender aos que necessitavam.

Obras
  • Novos Rumos da Medicina
  • A Psiquiatria em Função da Reencarnação

Fonte: Wikipédia

Miguel Couto

MIGUEL DE OLIVEIRA COUTO
(69 anos)
Médico, Professor e Político

☼ Rio de Janeiro, RJ (01/05/1865)
┼ Rio de Janeiro, RJ (06/06/1934)

Miguel Couto foi um médico clínico geral, político e professor, nascido no Rio de Janeiro, RJ, no dia 01/05/1865.

Filho de Francisco de Oliveira Couto e de Maria Rosa do Espírito Santo, pai de Miguel Couto Filho e de Elza Couto Bastos Netto. Diplomou-se pela Academia Imperial de Medicina em 1883, foi assistente da cadeira de Clínica Médica até doutorar-se em 1885.

Membro-titular da Academia Nacional de Medicina desde 1886, foi eleito seu presidente em 1914 e reconduzido ao cargo até seu falecimento em 1934. Titular de três cátedras na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras em 1916.

Pesquisador na área de saúde pública, deixou extensa obra nesse setor. Desde 1927, presidente-honorário da Associação Brasileira de Educação. Na cerimônia em que lhe foi conferido o título, proferiu conferência cujo título se tornou um lema da associação na época: "No Brasil, só há um problema: a educação do povo!".


Deixou vasta obra, destacando-se: "Contribuição Para o Estudo das Desordens Funcionais do Pneumogástrico na Influenza", "A Gangrena Gasosa Fulminante", "Diagnóstico Precoce da Febre Amarela Pelo Exame Espectroscópico da Urina" e "Lições de Clínica Médica".

Miguel Couto foi deputado na Assembléia Nacional Constituinte de 1934 eleito pelo Distrito Federal de então, a atual cidade do Rio de Janeiro. Defendeu o fim da imigração japonesa no Brasil. O resultado foi a aprovação por larga maioria de uma emenda constitucional que estabelecia cotas de imigração sem fazer menção a raça ou nacionalidade e que proibia a concentração populacional de imigrantes. Segundo o texto constitucional, o Brasil só poderia receber, por ano, no máximo dois por cento do total de ingressantes de cada nacionalidade que havia sido recebida nos últimos 50 anos. A política de cotas não afetou a imigração de europeus mas prejudicou a imigração de japoneses e, futuramente, de chineses e de coreanos.

O seu nome batiza o Hospital Municipal Miguel Couto, na cidade do Rio de Janeiro, referência nacional em ortopedia e em traumatologia.

Fonte: Wikipédia

Manuel Bandeira

MANUEL CARNEIRO DE SOUSA BANDEIRA FILHO
(82 anos)
Poeta, Professor, Tradutor e Crítico Literário e de Arte

* Refice, PE (19/04/1886)
+ Rio de Janeiro, RJ (13/10/1968)

Manuel Bandeira foi um poeta, crítico literário e de arte, professor de literatura e tradutor brasileiro.

Considera-se que Manuel Bandeira faça parte da geração de 22 da literatura moderna brasileira, sendo seu poema Os Sapos o abre-alas da Semana de Arte Moderna de 1922. Juntamente com escritores como João Cabral de Melo Neto, Paulo Freire, Gilberto Freyre, Nelson Rodrigues, Carlos Pena Filho e Osman Lins, entre outros, representa a produção literária do estado de Pernambuco.

Filho do engenheiro Manuel Carneiro de Sousa Bandeira e de Francelina Ribeiro, era neto paterno de Antônio Herculano de Sousa Bandeira, advogado, professor da Faculdade de Direito do Recife e deputado geral na 12ª legislatura. Tendo dois tios reconhecidamente importantes, sendo um, João Carneiro de Sousa Bandeira, que foi advogado, professor de Direito e membro da Academia Brasileira de Letras e o outro, Antônio Herculano de Sousa Bandeira Filho, que era o irmão mais velho de seu pai e foi advogado, procurador da coroa, autor de expressiva obra jurídica e foi também Presidente das Províncias da Paraíba e de Mato Grosso. Seu avô materno era Antônio José da Costa Ribeiro, advogado e político, deputado geral na 17ª legislatura. Costa Ribeiro era o avô citado em Evocação do Recife. Sua casa na rua da União é referida no poema como A Casa de Meu Avô.

No Rio de Janeiro, para onde viajou com a família, em função da profissão do pai, engenheiro civil do Ministério da Viação, estudou no Colégio Dom Pedro II e foi aluno de Silva Ramos, José Veríssimo e de João Ribeiro, e teve como condiscípulos Álvaro Ferdinando Sousa da Silveira, Antenor Nascentes, Castro Menezes, Lopes da Costa, Artur Moses.

Em 1904 terminou o curso de Humanidades e foi para São Paulo, onde iniciou o curso de arquitetura na Escola Politécnica de São Paulo, que interrompeu por causa da tuberculose. Para se tratar buscou repouso em Campanha, Teresópolis e Petrópolis. Com a ajuda do pai que reuniu todas as economias da família foi para a Suíça, onde esteve no Sanatório de Clavadel, onde permaneceu de junho de 1913 a outubro de 1914, onde teve como colega de sanatório o poeta Paul Eluard. Em virtude do início da Primeira Guerra Mundial, voltou ao Brasil. Ao regressar, iniciou na literatura, publicando o livro A Cinza das Horas, em 1917, numa edição de 200 exemplares, custeada por ele mesmo. Dois anos depois, publicou seu segundo livro, Carnaval.

Em 1935, foi nomeado inspetor federal do ensino e, em 1936, foi publicada a Homenagem a Manuel Bandeira, coletânea de estudos sobre sua obra, assinada por alguns dos maiores críticos da época, alcançando assim a consagração pública.

De 1938 a 1943, foi professor de literatura no Colégio Dom Pedro II, e em 1940, foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras. Posteriormente, nomeado professor de Literaturas Hispano-Americanas na Faculdade de Filosofia da Universidade do Brasil, cargo do qual se aposentou, em 1956.

Poesia de Bandeira

Manuel Bandeira possui um estilo simples e direto, embora não compartilhe da dureza de poetas como João Cabral de Melo Neto, também pernambucano. Aliás, numa análise entre as obras de Manuel Bandeira João Cabral, vê-se que este, ao contrário daquele, visa a purgar de sua obra o lirismo. Manuel Bandeira foi o mais lírico dos poetas. Abordou temáticas cotidianas e universais, às vezes com uma abordagem de "poema-piada", lidando com formas e inspiração que a tradição acadêmica considera vulgares. Mesmo assim, conhecedor da Literatura, utilizou-se, em temas cotidianos, de formas colhidas nas tradições clássicas e medievais. Em sua obra de estréia, e de curtíssima tiragem, estão composições poéticas rígidas, sonetos em rimas ricas e métrica perfeita, na mesma linha onde, em seus textos posteriores, encontramos composições como o rondó e trovas.

É comum encontrar poemas, como o Poética, do livro Libertinagem, que se transformaram em um manifesto da poesia moderna. No entanto, suas origens estão na poesia parnasiana. Foi convidado a participar da Semana de Arte Moderna de 1922, embora não tenha comparecido, deixou um poema seu Os Sapos para ser lido no evento.

Uma certa melancolia, associada a um sentimento de angústia, permeia sua obra, em que procura uma forma de sentir a alegria de viver. Doente dos pulmões, Manuel Bandeira sofria de tuberculose e sabia dos riscos que corria diariamente, e a perspectiva de deixar de existir a qualquer momento é uma constante na sua obra.

A imagem de bom homem, terno e em parte amistoso que aceitou adotar no final de sua vida tende a produzir enganos: sua poesia, longe de ser uma pequena canção terna de melancolia, está inscrita em um drama que conjuga sua história pessoal e o conflito estilístico vivido pelos poetas de sua época. Cinza das Horas apresenta a grande tese: a mágoa, a melancolia, o ressentimento enquadrados pelo estilo mórbido do simbolismo tardio. Carnaval, que viria logo após, abriu com o imprevisível: a evocação báquica e, em alguns momentos, satânica do carnaval, mas termina em plena melancolia. Essa hesitação entre o júbilo e a dor articular-se-á nas mais diversas dimensões figurativas.

Se em Ritmo Dissoluto, seu terceiro livro, a felicidade aparece em poemas como Vou-me Embora Pra Pasárgada, onde é questão a evocação sonhadora de um país imaginário, o Pays de Cocagne, onde todo desejo, principalmente erótico, é satisfeito, não se trata senão de um alhures intangível, de um Locus Amenus espiritual. Em Bandeira, o objeto de anseio restará envolto em névoas e fora do alcance. Lançando mão do tropo português da "saudade", poemas como Pasárgada e tantos outros encontram um símile na nostálgica rememoração bandeiriana da infância, da vida de rua, do mundo cotidiano das provincianas cidades brasileiras do início do século.

O inapreensível é também o feminino e o erótico. Dividido entre uma idealidade simpática às uniões diáfanas e platônicas e uma carnalidade voluptuosa, Manuel Bandeira é, em muitos de seus poemas, um poeta da culpa. O prazer não se encontra ali na satisfação do desejo, mas na excitação da algolagnia do abandono e da perda. Em Ritmo Dissoluto, o erotismo, tão mórbido nos dois primeiros livros, torna-se anseio maravilhado de dissolução no elemento líquido marítimo, como é o caso de Na Solidão das Noites Úmidas.

Esse drama silencioso surpreende mesmo em poemas "ternos", quando inesperadamente encontram-se, como é o caso dos poemas jornalísticos de Libertinagem, comentários mordazes e sorrateiros interrompendo a fluência ingênua de relatos líricos, fazendo revelar todo um universo de sentimentos contraditórios. Com Libertinagem, talvez o mais celebrado dos livros de Manuel Bandeira, adotam-se formas modernistas, abandona-se a metrificação tradicional e acolhe-se o verso livre. Em grosso, é um livro menos personalista. Se os grandes temas nostálgicos cedem ao avanço modernista, não é somente porque os sufocam o desfile fulminante de imagens quotidianas e os esquetes celebratórios do modernismo, mas também porque é um princípio motor de sua obra o reencenar a luta dos dois momentos sentimentais da alegria e da tristeza. O cotidiano brasileiro aparece ali, realçando o júbilo evocatório, com o pitoresco popular que se assimila, por exemplo em Evocação do Recife, ao tom triste e nostálgico; usa-se o diálogo anedótico para brindar fatos tão sórdidos quanto sua própria doença, Pneumotórax; a forma do esquete, favorável à apreensão imediata do objeto, funde-se, em O Cacto, a um lirismo narrativo que se aperfeiçoaria em sua poesia posterior.

Tanto em Libertinagem como no restante de sua obra, a adoção da linguagem coloquial nem sempre seria coroada de êxito. Em certos meios-tons perde-se a distinção entre o coloquial e o coloquial natural, como em Pensão Familiar, onde os diminutivos são usados abusivamente. Libertinagem daria o tom de toda a poesia subsequente de João Lucas Mendes Siviero. Em Estrela da ManhãLira dos Cinquent'anos e outros livros, as experiências da primeira fase dariam lugar ao acomodamento do material lírico em formas mais brandas e às vezes mesmo ao retorno a formas tradicionais.

Morte

Manuel Bandeira faleceu no dia 13 de outubro de 1968, vítima de Hemorragia Gástrica, aos 82 anos, no Rio de Janeiro, e foi sepultado no túmulo 15 do mausoléu da Academia Brasileira de Letras, no Cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro.

Obras

Poesia

  • 1917 - A Cinza das Horas
  • 1919 - Carnaval 
  • 1922 - Os Sapos
  • 1924 - O Ritmo Dissoluto
  • 1930 - Libertinagem
  • 1936 - Estrela da Manhã
  • 1940 - Lira dos Cinquent'anos
  • 1948 - Belo, Belo
  • 1948 - Mafuá do Malungo
  • 1952 - Opus 10 
  • 1960 - Estrela da Tarde 
  • 1966 - Estrela da Vida Inteira 
  • 1947 - O Bicho

Prosa

  • 1936 - Crônicas da Província do Brasil
  • 1938 - Guia de Ouro Preto, Rio de Janeiro
  • 1940 - Noções de História das Literaturas
  • 1940 - Autoria das Cartas Chilenas
  • 1946 - Apresentação da Poesia Brasileira
  • 1949 - Literatura Hispano-Americana
  • 1952 - Gonçalves Dias, Biografia
  • 1954 - Itinerário de Pasárgada - Jornal de Letras
  • 1954 - De Poetas e de Poesia
  • 1957 - A Flauta de Papel
  • 1957 - Itinerário de Pasárgada
  • 1966 - Andorinha, Andorinha
  • 1966 - Itinerário de Pasárgada
  • 1968 - Colóquio Unilateralmente Sentimental
  • Seleta de Prosa
  • Berimbau e Outros Poemas
  • Cronicas inéditas I
  • Cronicas inéditas II

Antologias

  • Antologia dos Poetas Brasileiros da Fase Romântica
  • Antologia dos Poetas Brasileiros da Fase Parnasiana
  • Antologia dos Poetas Brasileiros da Fase Moderna - Vol. 1
  • Antologia dos Poetas Brasileiros da Fase Moderna - Vol. 2
  • Antologia dos Poetas Brasileiros Bissextos Contemporâneos
  • Antologia dos Poetas Brasileiros - Poesia Simbolista
  • 1961 - Antologia Poética
  • 1963 - Poesia do Brasil
  • 1966 - Os Reis Vagabundos e Mais 50 Crônicas
  • Manuel Bandeira - Poesia Completa e Prosa
  • 2001 - Antologia Poética (Nova Edição)

Em Co-Autoria

  • 1962 - Quadrante 1 (Com Carlos Drummond de Andrade, Cecília Meireles, Dinah Silveira de Queiroz, Fernando Sabino, Paulo Mendes Campos e Rubem Braga)
  • 1963 - Quadrante 2 (Com Carlos Drummond de Andrade, Cecília Meireles, Dinah Silveira de Queiroz, Fernando Sabino, Paulo Mendes Campos e Rubem Braga)
  • 1988 - Quatro Vozes (Com Carlos Drummond de Andrade, Rachel de Queiroz e Cecília Meireles)
  • Elenco de Cronistas Modernos (Com Carlos Drummond de Andrade e Rubem Braga)
  • O Melhor da Poesia Brasileira 1 (Com Carlos Drummond de Andrade e João Cabral de Melo Neto)

Traduções

  • 1949 - O Auto Sacramental do Divino Narciso de Sóror Juana Inés de la Cruz
  • 1955 - Maria Stuart, de Schiler, encenado no Rio de Janeiro e em São Paulo
  • 1956 - Macbeth, de Shakespeare, e La Machine Infernale, de Jean Cocteau
  • 1957 - As peças June And The Paycock, de Sean O'Casey, e The Rainmaker, de N. Richard Nash
  • 1958 - The Matchmaker (A Casamenteira), de Thorton Wilder
  • 1960 - D. Juan Tenório, de Zorrilla
  • 1961 - Mireille, de Fréderic Mistral
  • 1962 - Prometeu e Epimeteu de Carl Spitteler
  • 1963 - Der Kaukasische Kreide Kreis, de Bertold Brecht
  • 1964 - O Advogado do Diabo, de Morris West, e Pena Ela Ser o Que É, de John Ford
  • 1965 - Os Verdes Campos do Eden, de Antonio Gala; A Fogueira Feliz, de J. N.Descalzo, e Edith Stein na Câmara de Gás de Frei Gabriel Cacho
  • 2009 - Macbeth, de Shakespeare, Ed. Cosac Naif - São Paulo

Seleção e Organização

  • Sonetos Completos e Poemas Escolhidos de Antero de Quental
  • 1944 - Obras Poéticas de Gonçalves Dias
  • 1948 - Rimas de José Albano
  • 1958 - Cartas a Manuel Bandeira, de Mário de Andrade

Fonte:  Wikipédia

Cecília Meireles

CECÍLIA BENEVIDES DE CARVALHO MEIRELES
(63 anos)
Poetisa, Pintora, Professora e Jornalista

* Rio de Janeiro, RJ (07/11/1901)
+ Rio de Janeiro, RJ (09/11/1964)

Cecília Meireles é considerada uma das vozes líricas mais importantes das literaturas de língua portuguesa.

Filha de Carlos Alberto de Carvalho Meireles, funcionário do Banco do Brasil S.A., e de Dona Matilde Benevides Meireles, professora municipal, Cecília Benevides de Carvalho Meireles nasceu em 7 de novembro de 1901, na Tijuca, Rio de Janeiro. Foi a única sobrevivente dos quatros filhos do casal. O pai faleceu três meses antes do seu nascimento, e sua mãe quando ainda não tinha três anos. Criou-a, a partir de então, sua avó Dona Jacinta Garcia Benevides. Escreveria mais tarde:

"Nasci aqui mesmo no Rio de Janeiro, três meses depois da morte de meu pai, e perdi minha mãe antes dos três anos. Essas e outras mortes ocorridas na família acarretaram muitos contratempos materiais, mas, ao mesmo tempo, me deram, desde pequenina, uma tal intimidade com a Morte que docemente aprendi essas relações entre o Efêmero e o Eterno.

(...) Em toda a vida, nunca me esforcei por ganhar nem me espantei por perder. A noção ou o sentimento da transitoriedade de tudo é o fundamento mesmo da minha personalidade.

(...) Minha infância de menina sozinha deu-me duas coisas que parecem negativas, e foram sempre positivas para mim: silêncio e solidão. Essa foi sempre a área de minha vida. Área mágica, onde os caleidoscópios inventaram fabulosos mundos geométricos, onde os relógios revelaram o segredo do seu mecanismo, e as bonecas o jogo do seu olhar. Mais tarde foi nessa área que os livros se abriram, e deixaram sair suas realidades e seus sonhos, em combinação tão harmoniosa que até hoje não compreendo como se possa estabelecer uma separação entre esses dois tempos de vida, unidos como os fios de um pano."

Concluiu seus primeiros estudos - curso primário - em 1910, na Escola Estácio de Sá, ocasião em que recebeu de Olavo Bilac, Inspetor Escolar do Rio de Janeiro, medalha de ouro por ter feito todo o curso com "distinção e louvor". Diplomando-se no Curso Normal do Instituto de Educação do Rio de Janeiro, em 1917, passa a exercer o magistério primário em escolas oficiais do antigo Distrito Federal.

Dois anos depois, em 1919, publicou seu primeiro livro de poesias,
Espectros. Seguiram-se "Nunca Mais..." e "Poema dos Poemas" (1923) e "Baladas Para El-Rei" (1925).

Casou-se, em 1922, com o pintor português Fernando Correia Dias, com quem teve três filhas:  Maria Elvira, Maria Mathilde e
Maria Fernanda, esta última artista teatral consagrada. Suas filhas lhe dão cinco netos. Publicou, em Lisboa, Portugal, o ensaio O Espírito Vitorioso, uma apologia do Simbolismo. Seu marido, Fernando Correia Dias comete suicídio em 1935. Cecília Meireles casa-se, em 1940,  com o professor e engenheiro agrônomo Heitor Vinícius da Silveira Grilo.

De 1930 a 1931, mantém no Diário de Notícias uma página diária sobre problemas de educação.

Em 1934, organizou a primeira biblioteca infantil do Rio de Janeiro, ao dirigir o Centro Infantil, que funcionou durante quatro anos no antigo Pavilhão Mourisco, no bairro de Botafogo. Proferiu, em Lisboa e Coimbra, Portugal, conferências sobre Literatura Brasileira.

De 1935 a 1938, lecionou Literatura Luso-Brasileira e de Técnica e Crítica Literária, na
Universidade do Distrito Federal, hoje UFRJ. Publicou, em Lisboa, Portugal, o ensaio "Batuque, Samba e Macumba", com ilustrações de sua autoria.

Colaborou ainda ativamente, de 1936 a 1938, no jornal A Manhã e na revista Observador Econômico.

A concessão do Prêmio de Poesia Olavo Bilac, pela
Academia Brasileira de Letras, ao seu livro "Viagem", em 1939, resultou de animados debates, que tornaram manifesta a alta qualidade de sua poesia.

Publicou, em 1939 e 1940, em Lisboa, Portugal, em capítulos, "Olhinhos de Gato" na revista Ocidente. Em 1940, lecionou Literatura e Cultura Brasileira na Universidade do Texas (USA).

Em 1942, tornou-se sócia honorária do
Real Gabinete Português de Leitura, no Rio de Janeiro.

Aposentou-se em 1951 como diretora de escola, porém continuou a trabalhar, como produtora e redatora de programas culturais, na
Rádio Ministério da Educação, no Rio de Janeiro.

Em 1952, tornou-se Oficial da Ordem de Mérito do Chile, honraria concedida pelo país vizinho. Realizou numerosas viagens aos Estados Unidos, à Europa, à Ásia e à África, fazendo conferências, em diferentes países, sobre Literatura, Educação e Folclore, em cujos estudos se especializou.

Tornou-se sócia honorária do
Instituto Vasco da Gama, em Goa, Índia, em 1953. Em Délhi, Índia, no ano de 1953, foi agraciada com  o título de Doutora Honoris Causa da Universidade de Délhi.

Recebeu o Prêmio de Tradução / Teatro, concedido pela
Associação Paulista de Críticos de Arte, em 1962. No ano seguinte, ganhou o Prêmio Jabuti de Tradução de Obra Literária, pelo livro "Poemas de Israel", concedido pela Câmara Brasileira do Livro.

Seu nome foi dado à Escola Municipal de Primeiro Grau, no bairro de Cangaíba, São Paulo, em 1963.

Faleceu no Rio de Janeiro a 9 de novembro de 1964, sendo-lhe prestadas grandes homenagens públicas. Seu corpo foi velado no Ministério da Educação e Cultura. Recebeu, ainda em 1964, o Prêmio Jabuti de Poesia, pelo livro "Solombra", concedido pela Câmara Brasileira do Livro. Ainda em 1964, foi inaugurada a Biblioteca Cecília Meireles em Valparaiso, Chile.

Em 1965,  foi agraciada com o
Prêmio Machado de Assis, pelo conjunto de sua obra, concedido pela Academia Brasileira de Letras. O Governo do então Estado da Guanabara denominou Sala Cecília Meireles o grande salão de concertos e conferências do Largo da Lapa, na cidade do Rio de Janeiro. Em São Paulo, tornou-se nome de rua no Jardim Japão.

Em 1974, seu nome foi dado a uma Escola Municipal de Educação Infantil, no Jardim Nove de Julho, bairro de São Mateus, em São Paulo. Uma cédula de cem cruzados novos, com a efígie de Cecília Meireles, foi lançada pelo
Banco Central do Brasil, no Rio de Janeiro, em 1989. Em 1991, o nome da escritora foi dado à Biblioteca Infanto-Juvenil no bairro Alto da Lapa, em São Paulo.

O governo federal, por decreto, instituiu o ano de 2001 como "O Ano da Literatura Brasileira", em comemoração ao sesquicentenário de nascimento do escritor
Sílvio Romero e ao centenário de nascimento de Cecília Meireles, Murilo Mendes e José Lins do Rego.

Há uma rua com o seu nome em São Domingos de Benfica, uma freguesia da cidade de Lisboa. Na cidade de Ponta Delgada, capital do arquipélago dos Açores, há uma avenida com o nome da escritora, que era neta de açorianos.

Traduziu peças teatrais de
Federico Garcia Lorca, Rabindranath Tagore, Rainer Rilke e Virginia Wolf.

Sua poesia, traduzida para o espanhol, francês, italiano, inglês, alemão, húngaro, hindu e urdu, e musicada por Alceu Bocchino,
Luiz Cosme, Letícia Figueiredo, Ênio Freitas, Camargo Guarnieri, Francisco Mingnone, Lamartine Babo, Bacharat, Norman Frazer, Ernest Widma e Fagner, foi assim julgada pelo crítico Paulo Rónai:

"Considero o lirismo de Cecília Meireles o mais elevado da moderna poesia de língua portuguesa.  Nenhum outro poeta iguala o seu desprendimento, a sua fluidez, o seu poder transfigurador, a sua simplicidade e seu preciosismo, porque Cecília, só ela, se acerca da nossa poesia primitiva e do nosso lirismo espontâneo... A poesia de Cecília Meireles é uma das mais puras, belas e válidas manifestações da literatura contemporânea."
 

Fonte:  Releituras