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Sábato Magaldi

SÁBATO ANTONIO MAGALDI
(89 anos)
Crítico Teatral, Teatrólogo, Jornalista, Professor, Ensaísta e Historiador

☼ Belo Horizonte, MG (09/05/1927)
┼ São Paulo, SP (14/07/2016)

Sábato Antonio Magaldi foi um crítico teatral, teatrólogo, jornalista, professor, ensaísta e historiador brasileiro, nascido em Belo Horizonte, MG, no dia 09/05/1927.

Sábato Magaldi formou-se no curso de Direito em Belo Horizonte, mas antes dos 20 anos de idade escreveu sua primeira crítica, de uma peça de Jean Paul Sartre, iniciando a carreira de crítico teatral, sua verdadeira vocação.

Em 1948 mudou-se para o Rio de Janeiro, onde passou a escrever críticas para o jornal Diário Carioca, em substituição à Paulo Mendes Campos, na função de crítico.

Em 1953 Sábato Magaldi foi trabalhar em São Paulo, exercendo sua função nos jornais O Estado de São Paulo e no Jornal da Tarde, à partir de 1966.

Foi membro da Academia Brasileira de Letras, sendo eleito em 08/12/1994, tomando posse em julho de 1995 na cadeira nº 24, na sucessão de Ciro dos Anjos. Foi professor titular de História do Teatro Brasileiro da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP). Lecionou, ainda, durante quatro anos nas universidades francesas da Universidade de Paris III, (Sorbonne) Nouvelle e de Provence.

Atuou na política, ao ser o primeiro secretário municipal de Cultura de São Paulo, entre abril de 1975 e julho de 1979, na administração Olavo Egydio Setúbal.

Sábato Magaldi foi um dos grandes organizadores da obra de Nelson Rodrigues, de quem era amigo pessoal, e foi responsável pela classificação de suas peças segundo tema e gênero: Tragédias Cariocas, Peças Míticas e Peças Psicológicas. Seus prefácios às peças são verdadeiros ensaios sobre a obra do dramaturgo.

Sábato Magaldi foi casado com a escritora Edla Van Steen.

Morte

Sábato Magaldi morreu às 23h30 de quinta-feira, 14/07/2016, aos 89 anos. Ele estava internado desde o dia 02/07/2016 no Hospital Samaritano, em São Paulo, com problemas pulmonares. Sua morte de seu em decorrência de um quadro séptico, insuficiência renal e comprometimento pulmonar.

O velório ocorreu na sexta-feira, 15/07/2016, a partir das 12h00, no Cemitério Memorial Parque Paulista, em São Paulo. O corpo do crítico foi cremado às 15h00. Depois, as cinzas seguiram para o Rio de Janeiro, onde foram sepultadas no mausoléu da Academia Brasileira de Letras, no Cemitério São João Batista.

Produção Literária

  • Panorama do Teatro Brasileiro (Global Editora, 2001)
  • Iniciação ao Teatro (Editora Ática, 1998)
  • O Cenário do Avesso (Editora Perspectiva, 1991)
  • Um Palco Brasileiro - O Arena de São Paulo (Editora Brasiliense)
  • Nelson Rodrigues - Dramaturgia e Encenações (Editora Perspectiva)
  • O Texto no Teatro (Editora Perspectiva)
  • As Luzes da Ilusão, em parceria com Lêdo Ivo (Global Editora)
  • Moderna Dramaturgia Brasileira (Editora Perspectiva, 1998)
  • Depois do Espetáculo (Editora Perspectiva, 2003)
  • Teatro da Obsessão - Nelson Rodrigues (Editora Global, 2004)
  • Teatro da Ruptura - Oswald de Andrade (Editora Global, 2003)
  • Teatro de Sempre (Editora Perspectiva, 2006)
  • Cem Anos de Teatro em São Paulo (Editora Senac, 2001)
  • Edição da obras de Nelson Rodrigues - Teatro Completo (Editora Global, Vários Volumes)
  • Teatro Vivo (Responsável pela Coleção)

Fonte: Wikipédia

Rogério Duarte

ROGÉRIO DUARTE GUIMARÃES
(77 anos)
Desenhista, Escritor, Poeta, Tradutor Compositor, Intelectual e Professor

☼ Ubaíra, BA (10/04/1939)
┼ Brasília, DF (13/04/2016)

Rogério Duarte Guimarães foi um desenhista, músico, escritor e intelectual brasileiro. É considerado um dos criadores da Tropicália. Sobrinho do sociólogo Anísio Teixeira, foi um intelectual multimédia baiano. Rogério Duarte era artista gráfico, músico, compositor, poeta, tradutor e professor.

Nos anos 60 mudou-se para o Rio de Janeiro, para estudar arte industrial com o alemão Max Bense, um dos mestres da semiótica e da poesia concreta, o que influenciaria seu trabalho no futuro. No Rio de Janeiro trabalhou como diretor de arte da União Nacional dos Estudantes (UNE) e da Editora Vozes. Foi o autor de vários cartazes para filmes de seu amigo Glauber Rocha, como "Deus e o Diabo na Terra do Sol" (1964), símbolo do cinema nacional, o cartaz se transformou em referência e é apontado como o despertar da pós-modernidade no Brasil, e "A Idade da Terra" (1980). Também criou, para este último, a trilha sonora.

Rogério Duarte criou capas de LPs de Gilberto Gil, Gal Costa e Caetano Veloso na época da Tropicália. Também se tornou conhecido por ter sido mentor intelectual de Zé Celso Martinez Corrêa, Hélio Oiticica e Torquato Neto.


Eclético, Rogério Duarte criou também pinturas, aquarelas e xilogravuras. A exposição mais recente dele foi "Marginália 1", mostra inaugurada em agosto de 2015, no Museu de Arte Moderna (MAM), no Rio de Janeiro. À época, escreveu no Facebook:

"...sou um marginal porque descobri que a margem fica dentro do rio..."

Considerado um dos mentores intelectuais do movimento tropicalista, Rogério Duarte foi também um dos primeiros a ser preso e a denunciar publicamente a tortura no regime militar. Preso juntamente com seu irmão Ronaldo Duarte, o caso mobilizou artistas e mereceu ampla divulgação no jornal carioca Correio da Manhã, que publicou uma carta coletiva pedindo a libertação dos "Irmãos Duarte".


Com o endurecimento da ditadura e a promulgação do Ato Institucional Nº 5 (AI-5), Rogério Duarte foi para a clandestinidade e iniciou a sua fase "transcendental" que o levou a estudar o sânscrito e iniciar a tradução do "Bhagavad Gita", lançado por ele anos mais tarde, acompanhado de um CD com a participação de vários artistas, com o título de "Canção do Divino Mestre".

Também é de sua autoria o livro "Tropicaos" onde, entre outras coisas, fala da prisão, tortura e de sua versão sobre o movimento tropicalista.

Rogério Duarte morreu em Brasília, DF, às 21h00 de quarta-feira, 13/04/2016, aos 77 anos. Ele estava internado há quase dois meses no Hospital Santa Lúcia e lutava contra um câncer ósseo e câncer no fígado. O sepultamento será realizado na cidade de Santa Inês, BA.

Fonte: Wikipédia
Indicação: Taís Veras e Miguel Sampaio

Naum Alves de Souza

NAUM ALVES DE SOUZA
(73 anos)
Artista Plástico, Autor, Cenógrafo, Diretor, Dramaturgo, Figurinista e Professor

☼ Pirajuí, SP (01/06/1942)
┼ São Paulo, SP (09/04/2016)

Naum Alves de Souza foi um artista plástico, autor, cenógrafo, figurinista, diretor, dramaturgo e professor brasileiro. Homem de teatro ligado a múltiplas atividades, não apenas no campo do teatro como também da televisão, cinema, ópera e balé.

Conquistou importantes prêmios teatrais brasileiros como o Moliére, Mambembe, APCA e Ziembinsky. Mereceu três prêmios, Serviço Nacional do Teatro (SNT), Mambembe e APCA, pelos figurinos e quatro prêmios Ziembinski, APCA, APETESP/Trófeu Zimba e Governador do Estado de São Paulo, pelo projeto cenográfico inspirado que concebeu para "Macunaíma" (1978), encenação de Antunes Filho (1978).

Pelo espetáculo "No Natal a Gente Vem Te Buscar" (1979) recebeu dois Moliéres: Direção e Autoria, e o Troféu APCA: Cenografia.

Em 2012, o curta-metragem "A Noite dos Palhaços Mudos", roteiro adaptado por Juliano Luccas e Naum, conquistou o prêmio de Melhor Filme Internacional no Festival Videobabel no Peru.

De formação religiosa presbiteriana, completou o curso colegial clássico em Lucélia, no interior paulista, e depois cursou apenas um mês numa faculdade paulistana de psicologia.

Mudou-se para São Paulo aos 18 anos de idade, onde, pouco depois, começou a dar aulas de educação artística e iniciação às artes plásticas para crianças e adolescentes. Mais tarde, por notório saber, deu aulas de cenografia na Escola de Comunicações e Artes (ECA) da Universidade de São Paulo (USP).

Em 1972, fundou o grupo teatral Pod Minoga, juntamente com seus alunos da Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), Carlos Moreno, Mira Haar, Flávio de Souza, Dionisio Jacob, Beto de Souza, Regina Wilke e Angela Grassi. Este grupo funcionou durante os anos 70, produzindo diversas montagens experimentais, causando furor e tornando-se um fenômeno cult.

Sua estreia profissional fora desse grupo se deu como cenógrafo e figurinista de "El Grande de Coca-Cola", um musical americano dirigido por Luíz Sérgio Person no Auditório Augusta, em 1974. Logo a seguir, executou os bonecos de "Vila Sésamo", programa infantil da TV Cultura de enorme sucesso, entre eles Garibaldo e Gugu.

Aos poucos vai se desdobrando em múltiplas atividades. Como autor escreveu e dirigiu "Maratona" (1977), "No Natal a Gente Vem Te Buscar" (1979), "A Aurora da Minha Vida" (1981), "Um Beijo, Um Abraço, Um Aperto de Mão" (1984).


Fazendo um perfil analítico sobre a produção teatral na década de 1980, escreveu o crítico Yan Michalski:

"A dramaturgia está sendo, sem dúvida, o elemento do teatro mais sacrificado [...] Apenas um autor de personalidade já claramente formada surgiu e firmou-se no panorama: Naum Alves de Souza, que através de uma interessante trilogia - 'No Natal a Gente Vem Te Buscar', 'A Aurora da Minha Vida', 'Um Beijo, Um Abraço, Um Aperto de Mão' - enfrenta corajosamente os seus fantasmas do passado, oriundos de uma formação pequeno-burguesa e religiosa, conservadora e preconceituosa."

Seguem-se "Nijinski", ainda em 1984, e "Suburbano Coração", com músicas de Chico Buarque, em 1989.

Através dessas realizações, Naum construiu uma sólida, reconhecida e premiada carreira como autor, que prosseguiu anos depois com "Água Com Açúcar" (1995), "Strippers" (1997), além de inéditas, entre as quais "Ódio a Mozart" e "As Festas do Amigo Secreto".

Como diretor, além de encenar seus próprios textos, destacou-se nas montagens de "Cenas de Outono", de Yukio Mishima, tendo Marieta Severo à frente do elenco, em 1987, "Lulu", de Frank Wedekind, com Maria Padilha no papel central, em 1989, "Longa Jornada de Um Dia Noite Adentro", de Eugene O'Neill, com Sérgio Britto e Cleyde Yáconis, em 2002. No ano seguinte, dirigiu "A Flor do Meu Bem Querer", de Juca de Oliveira, superprodução sobre corrupção política no Brasil, em 2003.

Sua colaboração para espetáculos alheios, na direção, roteirização, cenografia e figurinos é igualmente insuflada de criatividade, exemplo disso são os cenários e figurinos de "Falso Brilhante", show de Elis Regina, e, sobretudo, "Macunaíma", espetáculo internacionalmente consagrado, dirigido por Antunes Filho, em 1978.

Em 1983, roteirizou "O Grande Circo Místico", espetáculo de dança sobre trilha sonora de Chico Buarque e Edu Lobo, dirigido por Emílio Di Biasi para o Teatro Guaíra de Curitiba. Adaptou e dirigiu "Dona Doida", sobre poemas de Adélia Prado, espetáculo consagratório da atriz Fernanda Montenegro, em 1990. No mesmo ano, fez ainda a adaptação de texto e direção de "Big Loira", contos de Dorothy Parker, em montagem que destacou Cristina Mutarelli.


Em 1997, fez a direção cênica do espetáculo de dança "Muito Romântico", novas versões das canções do Roberto Carlos, com coreografias de Susana Yamauchi, em parceria com João Maurício, espetáculo que faz consecutivas viagens ao exterior.

Na área da ópera criou "Ópera do 500", "Os Pescadores de Pérolas" e "King Arthur", no Teatro Municipal de São Paulo, "Janufa", de Leos Janácek, além de versões compactas para "Carmen" e "Mme. Butterfly".

Na área da dança criou alguns espetáculos memoráveis, especialmente para o desempenho de J. C. Violla, entre os quais "Senhores das Sombras", "Valsa Para Vinte Veias", "Flippersports", "Petruchka", "Salão de Baile" e "Doze Movimentos Para Um Homem Só".

Naum escreveu o roteiro de "Romance da Empregada", filme de Bruno Barreto, em 1986. Na TV, dirigiu um sitcom à brasileira, "A Guerra dos Pintos", na TV Bandeirantes, em 1999.

Naum escreveu artigos para as revistas Vogue, Claudia, Revista do SESC, entre outras. Durante quase três anos teve uma coluna semanal de contos / crônicas no Diário Popular.

Em 2000 foi co-cenógrafo da exposição "Brasil 500 Anos" - módulos de arqueologia, arte indígena e bio-antropologia, realizada no Oca, no Parque Ibirapuera, em São Paulo.

Em 2005, dirigiu a remontagem da ópera "Os Pescadores de Pérolas" no Teatro Municipal de São Paulo.

Em 2012, esteve internado num hospital por complicações causadas por miastenia, uma doença neuromuscular.

Em 2015 Naum lançou livro de contos "Tirando a Louca do Armário & Outras Histórias".

Morte

Naum Alves de Souza morreu no sábado, 09/04/2016, aos 73 anos. O velório ocorreu no Cemitério Gethsêmani, em São Paulo, no dia 10/04/2016, a partir das 9h00, e o sepultamento ocorreu às 17h00.

A causa da morte de Naum não foi divulgada.

Indicação: Miguel Sampaio

José Carlos Avellar

JOSÉ CARLOS AVELLAR
(79 anos)
Crítico, Ensaísta, Professor e Gestor Público de Cinema

☼ Rio de Janeiro, RJ (15/12/1936)
┼ Rio de Janeiro, RJ (18/03/2016)

José Carlos Avellar foi um crítico e gestor público de cinema brasileiro nascido no Rio de Janeiro, RJ, no dia 15/12/1936.

Jornalista de formação, José Carlos Avellar trabalhou por mais de vinte anos como crítico de cinema do Jornal do Brasil. Atualmente era integrante do conselho editorial da revista Cinemais e da publicação virtual El Ojo Que Piensa, da Universidade de Guadalajara, México.

Era consultor dos festivais internacionais de cinema de Berlim desde 1980, de San Sebastián desde 1993, e de Montreal desde 1995. Desde 2006 era o curador, com Sérgio Sanz, do Festival de Gramado.

José Carlos Avellar já publicou seis livros de ensaios sobre cinema, e foi co-autor de dezenas de trabalhos sobre o cinema brasileiro e latino-americano, entre eles "Le Cinéma Brésilien" (Centre Pompidou, Paris) e "Hojas de Cine" (Universidad Autonoma Metropolitana, México).

Teve ainda inúmeros ensaios publicados em catálogos de festivais de cinema como o de Manheim, Locarno e Valladolid. Organizou a edição de "O Processo do Cinema Novo", de Alex Viany e a edição brasileira das duas principais obras de Sergei Eisenstein, "A Forma do Filme" e "O Sentido do Filme".

Não satisfeito com seu papel de critico e ensaísta, José Carlos Avellar dedicou grande parte de sua vida à administração cultural do cinema brasileiro.

Na Cinemateca do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM), foi vice-diretor em dois períodos, em 1969 e 1985, e diretor de 1991 a 1992. Foi diretor da área cultural da Embrafilme (1985-1987) e diretor-presidente da RioFilme (1994-2000). Presidiu o Conselho do Programa Petrobrás Cinema desde 2001.

Na Escola de Cinema Darcy Ribeiro (ECDR), José Carlos Avellar foi curador do Cineclube, editor dos Cadernos da ECDR e ainda faz parte da coordenação dos Cursos Regulares, onde lecionou Linguagem Audiovisual e História do Cinema Brasileiro.

Foi vice-presidente da Fédération Internationale de la Presse Cinématographique (FIPRESCI), de 1986 a 1995, e secretário da mesma entidade para a América Latina. Participou de júris oficiais e de júris da crítica em vários festivais internacionais, inclusive em Cannes e Veneza.

Por suas atividades cinematográficas, recebeu em dezembro de 2006 a condecoração de Chevalier Des Arts Et Lettres, conferida pelo governo francês, através do Cônsul Geral da França no Rio de Janeiro.

Nos anos 1960 e 1970, José Carlos Avellar também exerceu várias funções como cineasta. Estreou na direção com o curta "Treiler" (4 min, 1965) e co-dirigiu dois filmes coletivos: "Destruição Cerebral" (25 min, 1977), com Nick Zarvos e Joatan Vilela; e "Viver é Uma Festa" (14 min, 1972) com Tereza Jorge, Isso Milan, Manfredo Caldas e Alvaro Freire.

Foi diretor de fotografia do média "Manhã Cinzenta" (1969) de Olney São Paulo e do longa "Triste Trópico" (1974), de Arthur Omar. Produziu o documentário "Passe Livre" (1974), de Oswaldo Caldeira, e montou "Ião" (1976), de Geraldo Sarno.

Morte

José Carlos Avellar morreu na sexta-feira, 18/03/2016, aos 79 anos. Ele estava internado desde 09/02/2016 no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) do Hospital São Lucas, em Copacabana, Rio de Janeiro, onde travava um câncer. De acordo com a assessoria de imprensa da unidade, morreu em decorrência de complicações de um linfoma.

O velório ocorreu no domingo, domingo, 20/03/2016, às 11h00, e a cremação, às 16h00, no Memorial do Carmo, no Caju.

Bibliografia

Livros Publicados

  • 2007 - O Chão da Palavra: Cinema e Literatura no Brasil
  • 2002 - Glauber Rocha
  • 1995 - A Ponte Clandestina - Tteorias de Cinema na América Latina
  • 1995 - Deus e o Diabo na Terra do Sol
  • 1986 - O Cinema Dilacerado
  • 1982 - Imagem e Ação, Imagem e Som, Imaginação" (editora Paz e Terra, São Paulo)

Organização de Volumes

  • 2007 - O Que o Cinema Vê, o Que Vemos no Cinema
  • 1999 - O Processo do Cinema Novo (De Alex Viany)
  • 1990 - A Forma do Filme (De Sergei Eisenstein)
  • 1990 - O Sentido do Filme (De Sergei Eisenstein)

Artigos em Obras Coletivas

  • 2008 - "Hacer Cine - Producción Audiovisual En América Latina" (Org. Eduardo Russo, Ed. Paidós, Buenos Aires)
  • 2007 - "Toda a Vida Mais Cem Anos" em "Ecos do Cinema - de Lumière ao Digital" (Org. Ivana Bentes, Ed. da UFRJ, Rio de Janeiro)
  • 2006 - "O Paraíso do Espectador" (e mais 4 textos) em "Cinema Político Italiano - Anos 60 e 70" (Org. Alvaro Machado, Ed. Cosac e Naify, São Paulo)
  • 2005 - "Os Anos 70, Ainda Sob a Tempestade" (Org. Adauto Novaes, Ed. Europa, Rio de Janeiro)
  • 2004 - "Mujeres y Cine En América Latina" (Org. Patricia Tores San Martín, Universidad de Guadalajara)
  • 2003 - "Alle Radici Del Cinema Brasiliano" (Org. Gian Luigi De Rosa, Università Degli Studi Di Salerno)
  • 2003 - "Cine Documental En América Latina" (Org. Paulo Paranaguá, Ed. Cátedra, Madrid)
  • 2003 - "The Cinema Of Latin America" (Org. Alberto Elena e Marina Díaz López, Wallflower Press, Londres)
  • 2002 - "Julio Bressane" (Org. Simona Fina e Roberto Turigliatto, edição do Torino Film Festival, Turim)
  • 2001 - "Brasilien In Lateinamerikanischen Kontext" (Org. Walter Bruno Berg, Max Niemeyer Verlag, Tübingen, Alemanha)
  • 1998 - "Cinema Novo And Beyond" (The Museum Of Modern Art, New York)
  • 1997 - "Framing Latin American Cinema" (Org. Ann Marie Stock, Minnesota Press, USA)
  • 1996 - "O Cinema no Século" (Org. Ismail Xavier, Ed. Imago, Rio de Janeiro)
  • 1995 - "El Documental Como Creación" (Org. Teresa Toledo, Filmoteca de La Generalitat Valenciana, Valencia)
  • 1995 - "Prima e Dopo La Rivoluzione, Dal Cinema Novo Al Cinema Marginal" (Org. Marco Giusti e Marco Melani, Ed. Lindau e Festival Internazionale Cinema Giovani, Turim)
  • 1992 - "A La Decouverte de l'Amerique Latine" (Org. Paulo Paranaguá, Cinema du Réel, Centre Georges Pompidou, Paris)
  • 1988 - "Latin American Vision" (Org. Patricia Aufderheide, International House Of Philadelphia, USA)
  • 1987 - "Le Cinéma Brésilien" (Org. Paulo Pranaguá, Centre Georges Pompidou)
  • 1986 - "O Bestiário de Chris Marker" (Org. Robert Grélier, edição Livros Horizonte, Portugal)
  • 1980 - "Anos 70: Cinema" (Ed. Europa, com Jean-Claude Bernardet e Ronald Monteiro)

Indicação: Miguel Sampaio

Barão de Macaúbas

ABÍLIO CÉSAR BORGES
(66 anos)
Médico, Educador e Pedagogista

☼ Rio de Contas, BA (09/09/1824)
┼ Rio de Janeiro, RJ (17/01/1891)

Abílio César Borges, primeiro e único Barão de Macaúbas, foi um médico e educador, pedagogista brasileiro. Era filho de Miguel Borges de Carvalho e de Mafalda Maria da Paixão. Nasceu no povoado de Macaúbas, então pertencente à pequena Vila de Rio de Contas, ao sul da Chapada Diamantina, exatamente quando esta completava cem anos de emancipada. Ali efetuou os primeiros estudos e, em 1838 mudou-se para Salvador a fim de completar sua formação.

Devemos muito do nosso conhecimento aos educadores que fizeram da sua profissão uma luta para o aperfeiçoamento da educação no Brasil. Entre tantos outros está Abílio César Borges, o Barão de Macaúbas, que marcou presença no cenário da educação do Brasil entre 1856 e 1880. Ele também era médico e cirurgião e talvez por isso - por ter transformado a educação em opção de vida - tenha sido um pensador educacional.

Em 1841, depois de haver interrompido os estudos por causa da saúde, entrou para a Faculdade de Medicina da Bahia, transferindo-se em seguida para o Rio de Janeiro, onde diplomou-se em 1847 - tendo realizado o curso de forma brilhante. Voltando para a Bahia, dedicou-se ao magistério por quatro anos.

Em 1845, fundou, junto a outros, o Instituto Literário da Bahia, uma espécie de prelúdio de Academia de Letras (ABL), onde são realizados saraus, discutidas ideias e reunia os mais expressivos nomes da literatura baiana da época.

Era casado, desde 1848, com Francisca Antônia Wanderley, oriunda de importante família pernambucana, com quem teve vários filhos.

O Formador de Gênios

Em Salvador, ainda sem o baronato, Abílio César Borges fundou em 1858 o Ginásio Bahiano. Ali, mais que um professor e diretor, aplicava as novidades pedagógicas que incorporava em seus estudos.

Esta instituição, assim como o também famoso e contemporâneo Colégio Sebrão, foi responsável pelos fundamentos educacionais de futuras genialidades da Bahia, como Ruy Barbosa, Aristides Spínola, Castro Alves, Plínio de Lima, Cezar Zama, dentre tantos outros.

Conservou-se à frente da instituição por quase 14 anos. Viajou a Europa com o propósito de melhorar os seus conhecimentos sobre os problemas pedagógicos, de forma a torná-los aplicáveis aos seus trabalhos.

De volta da Europa, em 1871 mudou-se para o Rio de Janeiro, fundando ali o Colégio Abílio. Onze anos depois, graças à fama alcançada por sua instituição, foi nomeado como representante do Brasil no Congresso Pedagógico Internacional de Buenos Aires.

Em Barbacena, Minas Gerais, em 1881 instalou uma filial do colégio do Rio de Janeiro, por onde passaram ilustres personalidades da vida pública mineira. O prédio, que ainda hoje preserva características da construção original, serviu de sede para o antigo Colégio Militar de Minas Gerais e hoje é a sede do comando da Escola Preparatória de Cadetes-do-Ar.

Suas ideias, na época, eram inovadoras na educação brasileira: abolia completamente qualquer espécie de castigo físico, realizava torneios literários, culto ao civismo, etc. Imaginou um método de aprendizagem de leitura que denominou de Leitura Universal, para facilitar o estudo das primeiras letras, abriu vários cursos públicos gratuitos de leitura, convencido de que assim prestava o melhor serviço ao país.

A fim de poder ministrar as lições aos seus alunos, sem ofender entretanto os rígidos costumes da época, chegou até a mandar publicar, na Bélgica, um volume especial, adaptado para menores, de "Os Lusíadas".

Civista Extremado e Grande do Império

Ainda na Bahia, por ocasião da Guerra do Paraguai, manifestava-se exaltadamente pela imprensa, conclamando ao povo à luta em defesa da soberania brasileira. Mas, não restringiu-se a isto: chegou mesmo a patrocinar, de suas próprias rendas, o batalhão dos "Zuavos Baianos".

Pioneiro do Abolicionismo, fundou a Sociedade Libertadora 7 de Setembro, que publicava o jornal "Abolicionista".

A 30/07/1881, foi agraciado com o título de Barão de Macaúbas, depois elevado com a honra de Grande do Império, em 03/06/1882. Além dessa honraria, foi comendador da Imperial Ordem da Rosa, da Ordem de Cristo e da de São Gregório, o Magno.

Dom Pedro II demonstrava, através do reconhecimento dos méritos do Barão de Macaúbas, sua preocupação com a educação no país, Imperador que valorizava o magistério e que declarava que, se não fosse imperador, queria ser "Mestre-Escola".

O Barão de Macaúbas foi um homem à frente do seu tempo, que amava o seu país. Como educador, manteve-se sempre afeito às novidades quanto aos métodos de ensino, sem nunca perder o aprendizado próprio. Não tivesse deixado vestígios, bastaria o fato de ter sido o alicerce de Castro Alves e Ruy Barbosa, dentre muitos outros.

Barão de Macaúbas pertenceu à Academia Filomática, foi diretor geral do ensino na Bahia (1856), membro do Instituto Histórico e Geográfico da Bahia, além de muitas outras entidades lítero-científicas no Brasil e na Europa.

Morte

Nossa nação teve a infelicidade de nascer sob a fatalidade de uma desigualdade social tão profunda, que nos dividiu, primeiro, entre brancos conquistadores e índios, depois, entre brancos senhores e pretos escravos, o que sucede na classe dominante só tem real importância para o país, se o regime de divisão social se mantém e as duas nações continuam a coexistir no estranho paralelismo de sua simbiose a educação também acompanha essa divisão.

Abílio César Borges morreu em 16/02/1891 e hoje seu nome significa muito mais do que nome de ruas e escolas pelo Brasil afora. Seu exemplo se ergueu como um padrão do nosso orgulho, inspirando-nos a certeza e a segurança de podermos ter, como têm os países civilizados, escolas primárias que sejam escolas primárias, ginásios que sejam ginásios, escolas superiores que sejam escolas superiores e universidades que sejam universidades para todos os brasileiros, do mesmo modo por que esse grande educador do Império pôde fazê-los para os poucos selecionados daqueles remotos tempos.

Algumas Obras Publicadas

  • 1847 - Proposições Sobre Ciências Médicas (Tese de Doutoramento)
  • Vinte Anos de Propaganda Contra o Emprego da Palmatória e Outros Castigos Aviltantes no Ensino da Mocidade
  • Desenho Linear ou Geometria Prática Popular
  • 1858 - Memória Sobre a Mineração da Província da Bahia
  • Discursos Sobre a Educação
  • Gramática Portuguesa
  • Gramática Francesa
  • Epítome de Geografia
  • Livros e Leitura
  • Vinte e Dois Anos em Prol da Elevação dos Estudos no Brasil
  • Os Lusíadas de Camões
  • A Lei Nova do Ensino Infantil
  • Conferência Sobre o Aparelho Escolar Múltiplo e o Fracionamento
  • Segundo Livro de Leitura Para Uso da Infância Brasileira

Fonte: Wikipédia

Yoshihide Shinzato

Yoshihide Shinzato
(80 anos)
Mestre em Karate

☼ Okinawa, Japão (15/03/1927)
┼ Santos, SP (13/01/2008)

Yoshihide Shinzato foi um mestre de karatê nipo-brasileiro. Começou a praticar karatê aos 12 anos de idade, na escola (curso ginasial) com Anbun Tokuda (1886-1945), contemporâneo de Choshin Chibana e, como este, discípulo do Grão-Mestre Anko Itosu.

Nasceu em Okinawa, província situada no extremo sul do Japão, mais precisamente no arquipélago de Ryukyu, a capital política é a cidade de Naha. Estudou até o 1º ano do Ensino Médio na Escola Estadual de Okinawa e depois fui para o colégio militar em Tóquio. Em Pequim, China, atuou como rádio comunicador.

Após completar os estudos, Yoshihide Shinzato entrou para a academia do renomado Mestre Choshin Chibana. Durante a Segunda Guerra Mundial, Yoshihide Shinzato serviu no exército japonês como rádio-telegrafista, em Tóquio, retornando ao fim da guerra a Okinawa, onde retomou os treinamentos com Choshin Chibana.

Devido às grandes dificuldades decorrentes do período pós-guerra, Yoshihide Shinzato resolveu aceitar o convite de um tio que havia emigrado para o Brasil e tomou um navio, desembarcando em Santos, SP, em 15/01/1954. Fixou residência no município de Praia Grande. Assim que chegou, imbuído do espírito de aventura, Yoshihide Shinzato passou a trabalhar na lavoura onde plantava principalmente agrião, tornando-se, em seguida, feirante em Santos. Neste período, ele começou a praticar o karatê nos fundos de sua casa, onde ensinava ao filho mais velho e aos filhos de alguns membros da colônia Okinawana local.

A Fundação da Associação Okinawa

Em 1962 Yoshihide Shinzato fundou a sua primeira academia em Santos, a Associação Okinawa Shorin-ryu Karate-Do do Brasil, que viria mais tarde a se tornar uma forte associação. 5 anos depois, fundou uma organização nacional, a União Shorin-ryu Karate-Do do Brasil, com centenas de academias e clubes filiados.

Apesar de muito ligado ao espírito marcial do karatê, Yoshihide Shinzato dava muita importância ao aspecto esportivo da luta, incentivando a prática do karatê de competição, sem o qual, nos dias de hoje, uma arte marcial não sobrevive, principalmente com o advento do karatê olímpico, após o reconhecimento da modalidade pelo Comitê Olímpico Internacional.

Apesar de dar aulas nos fundos de sua casa na Praia Grande algum tempo após sua chegada ao Brasil, somente em 03/06/1962 Yoshihide Shinzato fundou a sua primeira escola, a Academia Santista de Karate-Do, na Rua Brás Cubas, em Santos.

Em 15/12/1962 a academia foi transferida para a Rua 15 de Novembro, 198. Três anos mais tarde, em 10/06/1965, passou a se chamar Associação Okinawa Shorin-ryu Karate-Do do Brasil, sendo transferida mais uma vez para a Rua General Câmara e depois para Avenida Senador Feijó, 219, 2º andar, em 15/05/1976.

Hoje sua academia, também conhecida como Shin Shu Kan - nome derivado dos ideogramas que compõem o seu próprio nome, Shin de Shinzato e Shu ou Yoshi de Yoshihide, e Kan que significa academia - fica situada na Avenida Senador Feijó, sempre em Santos, para onde foi transferida em janeiro de 2000.

Seu dojo é frequentemente visitado por karatecas, de todas as faixas e graus, não só do Brasil como também do exterior. Nele são realizados os mais importantes cursos, dos quais participam praticantes, inclusive de outros estilos, sendo considerado a sede da União Shorin-ryu Karate-Do do Brasil, e reuniões e assembleias onde são tomadas as principais decisões da entidade.

Bastante espaçosa e bem equipada com makiwara (tábua de madeira para calejamento de mãos e pés), sunatawara (sacos de areia para treinamento de socos, cuteladas e chutes), e equipamento de musculação (apesar de utilizar ainda os antigos implementos inventados pelos professores de Okinawa, tais como os feixes de bambu e os jarros de cerâmica cheios com areia), a academia recebe mais de 200 alunos por dia.

Yoshihide Shinzato e um aluno
Pelos registros já passaram pela escola mais de 7000 alunos do sexo masculino e mais de 300 do sexo feminino. Na academia são ministradas aulas pela manhã e à tarde nas segundas, quartas, sextas-feiras e sábados, e à tarde nas terças e quintas-feiras.

Em quase todas as aulas o Mestre Shinzato participava com seus ensinamentos preciosos, onde faziam sucesso as técnicas de yakusoku-kumite - treinamento de defesa pessoal. O seu método de aula incorporava uma ginástica completa (com quase uma hora de duração), bases de ataque e defesa, katas, técnicas de defesa pessoal, luta de competição, prática com armas antigas e treinamento em aparelhos de fortalecimento físico e teoria de karate, onde estavam incluídos o embasamento biofísico e bioquímico e filosofia zen-budista. O principal objetivo era atingir o fortalecimento físico e mental do praticante através de uma equilibrada harmonia de interação e a construção de uma perfeita ética de conduta moral.

Dentre os alunos de Yoshihide Shinzato destacaram-se caratecas famosos, alguns campeões nacionais e internacionais do cenário brasileiro, sul-americano e pan-americano, outros eminentes políticos da Baixada Santista. Pelo seu grande trabalho de divulgação nacional e internacional do caratê em prol, não apenas da modalidade, mas também de formação do caráter da juventude que pratica este esporte maravilhoso, Yoshihide Shinzato recebeu muitos prêmios, sendo o mais famoso deles o título de Cidadão Santista, dado pela Câmara Municipal de Santos, em 1983.

Em Okinawa seu trabalho foi reconhecido também e de Katsuya Miyahira recebeu, em 1986, o título de 9º Dan Hanshi. Na Confederação Brasileira de Karate Shinzato é considerado 8º Dan.

Todo último domingo de cada mês são realizados treinamentos especiais para faixas-pretas (os quais são obrigatórios para aqueles que almejam os graus mais altos). Cursos de arbitragem são ministrados pela União com a anuência da Confederação Brasileira de Karatê e da Federação de Karate do Estado de São Paulo. Nos outros estados também é grande a participação das filiadas nos cursos organizados pelas Federações locais. Diversos torneios são realizados a nível estadual e municipal, mas uma vez por ano é realizado um campeonato do estilo Shorin Ryu do qual todas as academias e clubes filiados costumam participar. No fim de cada ano a União, sob a égide de Yoshihide Shinzato, realizava-se o Shorin-ryu Karate-Do Bonenkai, uma grande festa de confraternização onde são realizadas demonstrações e cursos de atualização de kata.

Mudanças na Shorin em Okinawa

De tempos em tempos, Yoshihide Shinzato viajava a Okinawa para reciclar o seu karate com Choshin Chibana, sempre trazendo as novidades da ilha para o Brasil, procurando evitar a degeneração do estilo devido à distância em relação aos centros onde o Shorin-ryu é praticado em Okinawa.

Após a morte de Choshin Chibana em 1969, Yoshihide Shinzato passou a manter relações mais estreitas com Katsuya Miyahira, o sucessor de Choshin Chibana no estilo Shorin da linha Kobayashi em Okinawa. Paralelamente, Yoshihide Shinzato associou-se com o Mestre Katsuyoshi Kanei, falecido em 1993, então presidente da International Okinawa Kobudo Association, procurando complementar o curriculum do Shorin-ryu com as técnicas de lutas com as armas tradicionais de Okinawa.

Katsuya Miyahira
Visitas do Mestre Miyahira ao Mestre Shinzato

Katsuya Miyahira visitou o Brasil em 1977, participando dos festejos do 15º aniversário de fundação da Associação Okinawa Shorin-ryu Karate-Do do Brasil e do 10º aniversário da União Shorin-ryu Karate-Do do Brasil, e em 1991, na comemoração do 20º aniversário da Associação, ocasião em que fez demonstrações e ministrou cursos de kata para os caratecas brasileiros.

Em 1992, Yoshihide Shinzato reuniu uma equipe com os melhores atletas do estilo e participou, em Okinawa, do Uchinanchu Festival, onde fez demonstrações e visitou mestres e academias famosos da ilha.

A Ligação de Mestre Shinzato ao Karatê

Quando indagado, Yoshihide Shinzato costumava responder que, para ele, o caratê se resume em: disciplina, responsabilidade, harmonia, humildade e dignidade.

Além disso, informava que, quando chegou ao Brasil, foi muito difícil se estabelecer, mas, segundo uma velha frase de seus antepassados que diz "Três anos sobre a pedra", atingiu seus objetivos graças ao esforço e à participação de seus alunos, bem como à compreensão do povo brasileiro que o recebeu com muito carinho e entusiasmo.

Com relação à técnica do karatê, Yoshihide Shinzato explicava que a prática do kata é a essência da arte. No entanto, a prática dos kihons também devia ser enfatizada para que o aprendizado fosse completo, tanto que tinha elaborado e sistematizado kihons ao longo de sua vida, tornando o estilo Shorin um dos mais bem fundados neste tópico.

O Livro Kihon

Em 2006, Mestre Shinzato publicou um livro onde mostra a sua grande visão sobre o karatê, apresentando o estilo Shorin e registrando para a posteridade os kihons e os katas do estilo que são os seguintes: Naihanchi Shodan, Fukyu-gata dai Ichi, Naihanchi Nidan, Naihanchi Sandan, Fukyu-gata dai Ni, Pinan Shodan, Pinan Nidan, Pinan Sandan, Pinan Yondan, Pinan Godan, Itosu no Passai, Kusanku Sho, Matsumura no Passai, Kusanku Dai, Chinto, Jion, Gojushiho, Unshu, Teesho, Koryu Passai (estes dois últimos incorporados recentemente pelo Mestre Katsuya Miyahira) e Ryuko (este incorporado recentemente pelo próprio Mestre Shinzato), dos quais destaca como mais importantes os Naihanchi, os Kusanku e os Passai.

Quando perguntado a Yoshihide Shinzato qual o professor de karatê mais importante para o Brasil, ele respondeu que foi o pioneiro o Mestre Harada (do estilo Shotokan), praticamente o primeiro a introduzir a luta no nosso país. Indagando, então, sobre os que ainda estão vivos e atuantes, disse Koji Takamatsu, pelo Wado-ryu, e Juichi Sagara, pelo Shotokan.

Mestre Shinzato e Sua Família

Yoshihide Shinzato tinha cinco filhas, três filhos que também praticavam o karatê assiduamente e 15 netos. O mais velho é o único nascido em Okinawa, Masahiro Shinzato, atualmente graduado como 9º Dan e que, até 1999, era o presidente da Federação de Paulista de Karate-do. O seu filho do meio, formado em engenharia aeronáutica pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), Nelson Mitsuhide Shinzato, é 4º Dan. O caçula, Eraldo Kazuo Shinzato, é engenheiro formado pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e é 1º Dan.

Shin Shu Kan no Exterior

Com o crescente aumento do número de praticantes do Shorin-ryu Karate-Do nos países vizinhos ao Brasil, tais como Uruguai, Argentina e Bolívia, sempre sob a tutela do Mestre Shinzato, os representantes desses países resolveram fundar, em 1991, a International Union Shorin-ryu Karate-Do Federation. Embora na Argentina o Shorin-ryu já estivesse representado pelo Mestre Shoei Miyazato (8º Dan), um discípulo direto de Katsuya Miyahira, esse okinawano deixou suas atividades relativas ao caratê por motivos de saúde, fazendo com que Katsuya Miyahira delegasse ao Mestre Shinzato a coordenação do estilo naquele país. Com a fundação da International Union, Yoshihide Shinzato passou a ter um controle mais organizado das atividades, agora não apenas na Argentina, mas também nos outros países da América do Sul onde se verificava a presença do Shorin-ryu. Existem representantes ainda nos Estados Unidos e na Austrália.

Yoshihide Shinzato esperava que este organismo internacional crescesse ainda mais nos próximos anos, principalmente depois que o karatê foi oficialmente reconhecido pelo Comitê Olímpico Internacional. Por outro lado, Yoshihide Shinzato já havia dado os primeiros passos no sentido de registrar o estilo na World Karate-do Federation (WKF), substituta da primeira World Union Of Karate-do Organizations (WUKO), hoje extinta, que é a entidade internacional representante do esporte perante o Comitê Olímpico Internacional.

Homenagens

  • 23/06/1972 - Cidadão Santista - Câmara Municipal de Santos
  • 1978 - Medalha Primavera - Sociedade Geográfica Brasileira, São Paulo
  • 1994 - Grã-Cruz - Ordem ao Mérito Municipalista - Sociedade dos Estados Municipalistas, São Paulo
  • 31/03/2001 - Defensor de Bens Culturais - Câmara Municipal de São Paulo
  • 16/06/2001 - Medalha de Honra ao Mérito - Brás Cubas - Câmara Municipal de Santos
  • 8° Dan, pela World Karate Federation (WKF)
  • 9° Dan - Kobu-do Shin Shu Kan
  • 9° Dan, pela Federação Paulista de Karate-do (FPK)
  • 9° Dan, pela Confederação Brasileira de Karatê-do (CBK)
  • 10° Dan - Okinawa Shorin-Ryu Karate-do
  • Comendador do Outono do Governo do Japão

Fonte: Wikipédia

Gilberto Mendes

GILBERTO AMBRÓSIO GARCIA MENDES
(93 anos)
Compositor, Regente Orquestral, Professor e Jornalista

☼ Santos, SP (13/10/1922)
┼ Santos, SP (01/01/2016)

Gilberto Ambrósio Garcia Mendes foi um compositor, regente orquestral, professor e jornalista brasileiro. Iniciou seus estudos de música aos 18 anos, no Conservatório Musical de Santos, com Savino de Benedictis e Antonieta Rudge. Praticamente autodidata em composição, compôs sob orientação de Cláudio Santoro e Olivier Toni, e frequentou o Ferienkurse Fuer Neue Musik de Darmstadt, Alemanha, em 1962 e 1968.

Entre 1945 e 1963, foi membro do Partido Comunista Brasileiro e deixou também sua marca na história social da música.

Em 1997, musicou o poema "O Anjo Esquerdo da História", de Haroldo de Campos, que fala sobre os 19 sem-terra assassinados em Eldorado dos Carajás, no Pará, no dia 17/04/1996, data que se tornou o Dia Mundial da Luta Camponesa e Dia Nacional de Luta pela Reforma Agrária.

Já em "Vila Socó, Meu Amor", Gilberto Mendes homenageia os 93 mortos no incêndio da favela Vila Socó, de Cubatão, em 1984. Ele escreveu a música dias após a catástrofe:

"Não devemos esquecer os nossos irmãos da Vila Socó, transformados em cinzas, lixo em pó. A tragédia da Vila Socó mostra como o trabalhador é explorado, esmagado sem nenhum dó!"

Um dos pioneiros da música concreta no Brasil, foi um dos signatários do Manifesto Música Nova, publicado pela revista de arte de vanguarda Invenção, de 1963. Foi porta-voz da poesia concreta paulista, do grupo Noigandres. Como consequência dessa tomada de posição, tornou-se um dos pioneiros no Brasil no campo da música concreta, da música aleatória, da música serial integral, mixed média, experimentando ainda novos grafismos, novos materiais sonoros e a incorporação da ação musical à composição, com a criação do teatro musical, do Happening.

Professor universitário, conferencista, colaborador das principais revistas e jornais brasileiros, Gilberto Mendes foi fundador, em 1962, diretor artístico e programador do Festival Música Nova de Santos, o mais antigo em seu gênero em toda a América. Como professor convidado e Composer In Residence, deu aulas Universidade de Wisconsin-Milwauke, nos Estados Unidos, na qualidade de University Artist 78/79 e Tinker Visiting Professor.

Gilberto Mendes era doutor pela Universidade de São Paulo, onde deu aulas no Departamento de Música da Escola de Comunicações e Artes até se aposentar.

Prêmios e Honrarias

No Brasil, recebeu, entre outros, o Prêmio Carlos Gomes, do Governo do Estado de São Paulo, foi também diversos prêmios da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA), o I Prêmio Santos Vivo, dado pela ONG de mesmo nome, pela sua obra "Santos Football Music", além de ter sido indicado para o Primeiro Prêmio Multicultural do jornal O Estado de S. Paulo. Também recebeu a Bolsa Vitae, o Prêmio Sérgio Mota Hors Concours 2003 e o título de Cidadão Emérito da Cidade de Santos, dado pela Câmara Municipal de Vereadores.

Em cerimônia no Palácio do Planalto, em Brasília, no ano de 2004, o autor recebeu a insígnia e diploma de sua admissão na Ordem do Mérito Cultural, na classe de comendador, do Ministério da Cultura, das mãos do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e do Ministro da Cultura, Gilberto Gil.

Gilberto Mendes era membro honorário da Academia Brasileira de Música e do Colégio de Compositores Latino-americanos de Música de Arte, com sede no México.

Verbetes com seu nome constam das principais enciclopédias e dicionários mundiais, como o Grove em inglês, o Rieman alemão, o Dictionary Of Contemporarry Music, de John Vinton e vários outros.

Morte

Gilberto Mendes morreu em 01/01/2016, aos 93 anos. Ele estava internado desde a véspera do Natal, 24/12/2015, na Unidade de Tratamento Intensivo (UIT) da Santa Casa de Santos devido a problemas respiratórios. Sofria de asma e teve uma crise, segundo o escritor Flávio Viegas Amoreira. Morreu às 18h40min, por falência múltipla de órgãos.

Gilberto Mendes era casado há 40 anos com Eliane Ghigonetto e tinha três filhos, um deles já falecido.

Obra

Sua obra já foi tocada nos cinco continentes, principalmente na Europa e Estados Unidos.

Destacam-se, dentre as peças para orquestra:

  • Santos Football Music
  • Concerto para Piano e Orquestra

Para Grupos Instrumentais:

  • Saudades do Parque Balneário Hotel
  • Ulysses em Copacabana Surfando com James Joyce e Dorothy Lamoura
  • Longhorn Trio
  • Rimsky

Para Coro:

  • Beba Coca-Cola
  • Ashmatour
  • O Anjo Esquerdo da História
  • Vila Socó Meu Amor

Escreveu também inúmeras peças para piano e canções. Seu livro "Uma Odisséia Musical" foi publicado pela Editora da Universidade de São Paulo (EDUSP).

Fonte: Wikipédia

Alfredo Halpern

ALFREDO HALPERN
(74 anos)
Médico e Professor

☼ São Paulo, SP (29/08/1941)
┼ São Paulo, SP (25/11/2015)

Alfredo Halpern nasceu na cidade de São Paulo, em 29/08/1941. Ele era médico e professor-livre docente da Faculdade de Medicina das Universidade de São Paulo (USP), e criador da "Dieta dos Pontos". Com este projeto ele se tornou um dos endocrinologistas mais respeitados do país.

Graduou-se na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo em 1966, na 49ª turma dessa prestigiada escola médica. Fez dois anos de residência em clínica médica (1967 e 1968) na 1ª Clínica Médica - no serviço do professor Antonio Barros de Ulhôa Cintra e, em 1969, iniciou seu aprendizado específico de endocrinologia e metabologia, no grupo chefiado pelo professor Bernardo Leo Wajchenberg.

Ao mesmo tempo tornou-se assistente do pronto-socorro do Hospital das Clínicas, tendo permanecido neste posto até 1973, quando foi contratado pelo Departamento de Clínica Médica, onde permaneceu até sua morte.

Defendeu doutorado em 1973 com uma tese sobre os "Efeitos da Fenformina e do Álcool em Indivíduos Obesos Diabéticos e Não Diabéticos".

Tornou-se professor livre-docente em clínica médica no Departamento de Clínica Médica da Universidade de São Paulo em 1986, com tese sobre "Imunoglobulinas Tireoativas no Bócio Endêmico".

Criou o grupo geral de endocrinologia em 1977 e o grupo de obesidade, agora chamado de grupo de obesidade e síndrome metabólica, em 1987. Era chefe desse grupo até o dia de sua morte. Criou também a disciplina "Obesidade" de pós-graduação da Universidade de São Paulo (USP).

Foi orientador de pós-graduação da endocrinologia e metabologia, tendo tido a oportunidade de formar doutores e mestres há mais de 15 anos.

Publicou vários livros médicos, mais de 200 artigos médicos (nacionais e internacionais) e tem capítulos escritos em mais de 30 livros médicos.

Suas atividades básicas eram o ensino, o atendimento aos pacientes e pesquisas clínicas. Tinha papel destacado como comunicador de assuntos médicos para o público leigo, tendo tido centenas de aparições em jornais, revistas, televisão e internet.

Livros

É autor dos seguintes livros para leigos:
  • Entenda a Obesidade e Emagreça
  • Obesidade, Pontos Para o Gordo
  • Desta Vez Eu Emagreço
  • Magro Para Sempre, Abaixo o Regime
  • A Dieta Dos Pontos
  • Pontos Para a Garotada
  • A Nova Dieta dos Pontos
  • Estômago Possuído


A credibilidade lhe trouxe o convite para ser consultor do programa "Bem Estar" da TV Globo.

Morte

Alfredo Halpern morreu na quarta-feira, 25/11/2015, aos 74 anos, vítima de câncer. Há um ano ele lutava contra um câncer de pâncreas. 

Indicação: Miguel Sampaio

Toninho do PT

ANTÔNIO DA COSTA SANTOS
(49 anos)
Arquiteto, Professor e Político

☼ São Paulo, SP (14/06/1952)
┼ Campinas, SP (10/09/2001)

Antônio da Costa Santos, mais conhecido como Toninho do PT, foi um arquiteto, professor universitário e político brasileiro. Filiado ao Partido dos Trabalhadores (PT), exercia o cargo de prefeito de Campinas, SP, quando foi assassinado a tiros, às 22:15 hs do dia 10/09/2001.

Toninho estava há apenas oito meses no cargo de prefeito de Campinas. Sua atuação contra o crime organizado e as reduções em até 40% nos valores pagos em contratos a empresas de serviços como merenda escolar e limpeza urbana, somadas à insistência do prefeito em desalojar casas para a ampliação do aeroporto de Viracopos lhe renderam várias ameaças, o que reforçou a hipótese de crime político.

Um inquérito policial concluiu que o prefeito, durante uma viagem que fazia de automóvel, foi morto sem nenhum motivo além do fato de cruzar por acaso com um bando de criminosos que na ocasião passava pelo local. O carro do prefeito teria inadvertidamente fechado o veículo dos bandidos e por causa disso eles atiraram na direção do prefeito. A última das três balas atingiu Toninho na artéria aorta, matando-o instantaneamente. Minutos antes, ele passara em uma loja do Shopping Iguatemi para retirar ternos que havia comprado.

A família de Toninho não se conformou com o resultado do inquérito policial e pediu novas investigações. Os familiares do prefeito morto acreditam que o crime teve motivação política, bem como colegas de partido como José Genoíno, que declarou na ocasião que o assassinato de Toninho fora motivado por suas enérgicas ações contra o narcotráfico campineiro.

Curiosamente, Toninho teve um mau pressentimento pouco antes de sua morte. Num discurso no Palácio dos Jequitibás, a sede da Prefeitura de Campinas, ele reafirmou que, caso algo lhe acontecesse, a primeira pessoa a assumir o cargo seria sua vice-prefeita, Izalene Tiene. Outro detalhe é que a cobertura de sua morte foi quase completamente ofuscada pelos ataques de 11/09/2001 aos Estados Unidos, ocorridos na manhã seguinte ao dia da sua morte.

Em 2011, nas celebrações que marcaram 10 anos de seu assassinato, a antiga Estação Ferroviária de Campinas recebeu o nome de Estação Cultura Prefeito Antônio da Costa Santos.

Casa Grande e Tulha

Em 1978, Antônio da Costa Santos adquiriu o lote que continha o conjunto arquitetônico e histórico conhecido como Casa Grande e Tulha, vindo a restaurá-lo e a residir nela, utilizando-a como fonte de pesquisa para estudar a evolução urbana da cidade. A propriedade veio a ser tombada em nível nacional pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) em 2011.

Fonte: Wikipédia

Pedro Camargo

PEDRO GERALDO CAMARGO ROCHA
(74 anos)
Letrista, Publicitário, Tarólogo, Professor, Pianista, Ator e Cineasta

☼ São Paulo, SP (08/04/1941)
┼ Rio de Janeiro, RJ (24/06/2015)

Pedro Camargo foi um letrista, publicitário, tarólogo, professor, pianista, ator e cineasta. Nascido em São Paulo, em 08/04/1941, Pedro Geraldo Camargo Rocha foi para o Rio de Janeiro aos três anos. Era filho único do segundo casamento da mãe, mas teve cinco irmãos de um casamento anterior. O primeiro contato com a arte veio através da música, nas aulas de piano que a mãe insistia que fizesse. Aos 7 anos, foi apresentado ao cinema por uma amiga vizinha que trouxe uma câmera de 8 milímetros, ancestral da Super 8, e um projetor dos Estados Unidos.

Entre 1949 e 1952, estudou piano com Vera Bertucci, Nise Obino e Lúcia Branco.

Em 1959, compôs a trilha sonora para a peça "O Sol Gira Em Torno da Terra", de Andrej Widrzinski, com direção de Francisco Fernandes, encenada no Teatro do Pen Clube do Brasil, no Rio de Janeiro.

No início dos anos 60, mudou-se para Bauru, São Paulo, onde uma das irmãs morava. Estagiou na TV Bauru onde teve contato com Walter Avancini, Antonino Seabra, David Grinberg.

Em 1960, frequentou os seminários de dramaturgia do Teatro de Arena. Por essa época, integrou o elenco do Teatro Jovem no Rio de Janeiro.

No ano de 1961, escreveu, dirigiu e compôs as músicas da tele-peça "Para Viver Amanhã", apresentada no programa "Teledrama Continental", da TV Continental, canal 9 do Rio de Janeiro.

Em 1963, compôs o tema musical do programa de televisão "O Show é o Rio", escrito por Oduvaldo Vianna Filho, Dias Gomes, Armando Costa e Antônio Carlos Fontoura, com direção de Flávio Rangel, na TV Excelsior, canal 7 do Rio de Janeiro. Neste mesmo ano de 1963, compôs o tema musical do programa infantil "Brincando de Show", na TV Excelsior, canal 7.


Em 1964, teve a sua primeira música gravada "Sozinha de Você", em parceria com Durval Ferreira, interpretada por Tita. Nessa época, compôs com vários parceiros, entre eles, Durval Ferreira, Eumir Deodato, José Ari e Ugo Marota, diversos jingles para a agência de publicidade Tempo Produções Artísticas e seus clientes Coca-Cola, Manchete, Fatos & Fotos e Ponto Frio.

Em 1965, foi lançada a primeira gravação de "Chuva" (Pedro CamargoDurval Ferreira), no disco "Os Gatos", com arranjos de Eumir Deodato e solo de Maurício Einhorn. Neste mesmo ano, a música foi vertida para o inglês por Ray Gilbert com o nome "The Day It Rained". Mais tarde, a canção seria regravada por vários artistas, entre eles, Sylvia Telles, Wilson Simonal, Zimbo Trio, Samba Trio, Claudette Soares, Manfredo Fest Trio, Mitchel & Ruff, Dick Farney, Baden Powell, Maurício Einhorn, Maestro Gaya, Milt Jackson, Sarah Vaughn e Emílio Santiago.

No ano de 1966, compôs com Durval Ferreira a canção infantil "ABC" para o filme "Adorável Trapalhão", de J. B. Tanko, com Renato Aragão. Também em 1966 passou a integrar o quadro da American Society Of Composers And Publishers (ASCAP).

Em 1967, Roberto Carlos interpretou "É Tempo de Amar" (Pedro Camargo e José Ari) no disco "Roberto Carlos em Ritmo de Aventura". A música ainda ganhou uma versão para o italiano, "Tempo Di Sapere Amore", incluída no Lado B do compacto simples do "Festival de San Remo", vencido por Roberto Carlos com "Canzone Per Te".

No ano de 1968, Elizeth Cardoso no LP "Momentos de Amor", interpretou de sua autoria "Chuva".

Em 1969, sua composição "Chuva" foi tema do filme "Os Paqueras", de Reginaldo Farias.

Em 1976, entrou em contato com o tarô pelo livro "Um Novo Modelo do Universo", do filósofo russo P. D. Ouspensky.

No ano de 1979, escreveu, dirigiu e compôs a música para o curta-metragem "Celacanto Provoca Lerfá-um!", premiado no Festival de Brasília e no Festival de Penedo. Neste mesmo ano, compôs o tema musical "Circo", para seu filme "Amor e Traição", ou "A Pele do Bicho".

Em 1981, seu longa-metragem "Amor e Traição" representou oficialmente o Brasil na XVII Mostra Internacionale del Nuovo Cinema di Pesaro, na Itália. Mais tarde, o filme participou de 14 mostras internacionais.


Entre seus vários intérpretes estão Tito Madi e Dóris Monteiro, em "Verdade em Paz" (Pedro Camargo e Durval Ferreira); Os Gatos, em "O Show é o Rio", "Novo Sol", "Porque Somos Iguais" e "Verdade em Paz", todas em parceria com Durval Ferreira; Emílio Santiago, em "Porque Somos Iguais"; Capitão Aza e Martinha, em "ABC" (Pedro Camargo e Durval Ferreira); Rosana Toledo e Eumir Deodato, em "Encanto Triste" (Pedro Camargo e Durval Ferreira); Os Cariocas, em "Razão de Voltar" (Pedro Camargo e José Ari) e vários conjuntos da Jovem Guarda, inclusive Lafayette e Seu Conjunto, em "Tempo de Amar" (Pedro Camargo e José Ari).

Como publicitário, integrou os quadros das agências Organização Brasileira de Rádio (OBRA), Denison Propaganda e McCann-Erickson Publicidade, trabalhando como redator, diretor de comerciais e compositor de jingles.

Dirigiu cinco filmes de longa-metragem, entre eles "Amor e Traição" e alguns curtas-metragens, tendo sido contemplado com prêmios e menções honrosas no Brasil e no exterior.

Ministrou cursos de iniciação de cinema e foi o criador da primeira oficina de formação de atores para o cinema no Brasil.

Em 1983 começou a praticar o Tarô.

Em 1986, Pedro Camargo começou a dar aulas na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Ele inicialmente substituiu o cineasta Sílvio Tendler na disciplina "Cinedocumentário". Depois, foi convidado pelo Departamento de Comunicação da universidade para assumir a cadeira "Introdução ao Cinema" que lecionou até 2011.

Lecionou também "Interpretação Para Cinema", no Curso de Formação de Atores da Faculdade da Cidade.

Também atuou como professor de Análise de Filmes e Prática Cinematográfica no Curso de Graduação em Cinema da Universidade Estácio de Sá, no Rio de Janeiro.

Em 1991, foi editor da versão brasileira da revista espanhol "Año Zero" por um ano. Frequentou encontros da Organização Nova Consciência, em Campina Grande, PB, entre outros eventos para debater a prática, como o Fórum Nacional do Tarô.

Em 1992 Pedro Camargo publicou, pela Editora Nova Era, "Iniciação ao Tarô", também traduzido para o espanhol.

Morte

Pedro Camargo morreu na madrugada de quarta-feira, 24/06/2015, aos 74 anos, vítima de complicações de cirrose hepática, doença da qual se tratava há anos. O velório ocorrerá a partir das 14:00 hs de quinta-feita, 25/06/2015, e a cremação às 18:00 hs, no Memorial do Carmo.

Indicação: Miguel Sampaio