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Fiori Gigliotti

FIORI GIGLIOTTI
(77 anos)
Radialista e Locutor

☼ Barra Bonita, SP (27/09/1928)
┼ São Paulo, SP (08/06/2006)

Fiori Gigliotti foi um radialista e locutor esportivo brasileiro, nascido no interior de São Paulo, filho dos imigrantes italianos de Angelo Gigliotti e Maria Rosaria Palmisano, ambos de descendência italiana. Aos quatro anos de idade sua família transferiu-se para a cidade de Lins, SP, a 180 km do seu município natal.

Em sua longa carreira, Fiori Gigliotti narrou partidas de dez Copas do Mundo de Futebol, mas sempre dizia que o maior jogo ao qual assistiu foi o disputado entre Santos e Benfica, na final da Copa Intercontinental de 1962.

Em declaração, contou um entrevero que teve com o então técnico da Seleção Brasileira de Futebol, Telê Santana, na Copa do Mundo de 1982. Fiori Gigliotti teria cobrado o treinador pelo fato de ele estar fazendo muitas concessões aos jogadores, com muitas saídas com a família e pouco treino. Telê Santana teria respondido que o locutor já estava velho.


Fiori Gigliotti celebrizou frases como: "Abrem-se as cortinas e começa o espetáculo", "E o tempo passa torcida brasileira!" (quando uma equipe precisava fazer um gol), "Tenta passar, mas não passa!", "Aguenta coração!", "Crepúsculo de jogo!", "É fogo!" (antes do grito de gol), "Agora não adianta chorar!" (logo após narrar um gol), "Torcida brasileira!", "Uma Beleeeeza de Gol!" e "Um beijo no seu coração!".

Fiori Gigliotti recebeu mais de duzentos títulos de cidadão honorário, principalmente pelo interior de São Paulo. Trabalhou como locutor desde 1947 na Rádio Clube de Lins (SP), Rádio Cultura de Araçatuba (SP), Rádio Bandeirantes, Rádio Panamericana (atual Jovem Pan), Rádio Tupi e Rádio Record. Estava trabalhando como comentarista na Rádio Capital de São Paulo.

No fim de 2005 recebeu a "Medalha da Ordem Nacional do Mérito Futebolístico" da Federação Paulista de Futebol, ocasião em que disse:

"Eu confesso que hoje vivo um momento de muita emoção. É daqueles momentos de rara felicidade que nos fazem ter alegria de viver!"

Fiori Gigliotti foi casado com Adelaide e tiveram dois filhos, Marcelo e Marcos.


Fiori Gigliotti deu entrada no Hospital Alvorada, em Moema, São Paulo, com problemas de úlcera e próstata e veio a falecer na madrugada de quinta-feira, 08/06/2006, um dia antes do jogo inaugural da Copa do Mundo, vitima de falência múltipla de órgãos. Ele não resistiu a complicações de uma operação no intestino em decorrência de um câncer de próstata.

O enterro de Fiori Giglioti vai acontecer na quinta-feira, 08/06/2006, às 16:00 hs no Cemitério do Morumbi.

Ele disse adeus na véspera de uma Copa do Mundo, ao rádio e aos milhares de torcedores que se acostumaram a ouvir suas transmissões sempre carregadas de emoção.

Fiori Gigliotti era torcedor do Palmeiras e fã ardoroso do santista Pelé.

Na transmissão da TV Globo da partida inaugural da Copa do Mundo de 2006, Alemanha x Costa Rica, um dia após a sua morte, Fiori Gigliotti recebeu homenagem de Galvão Bueno, que iniciou a narração com a inesquecível frase de Fiori Gigliotti:

"Abrem-se as cortinas e começa o espetáculo!"

Fonte: Wikipédia

José Domingos Raffaelli

JOSÉ DOMINGOS RAFFAELLI
(77 anos)
Jornalista, Crítico Musical, Escritor, Radialista e Produtor

☼ Rio de Janeiro, RJ (15/10/1936)
┼ Rio de Janeiro, RJ (26/04/2014)

José Domingos Raffaelli trabalhou para as seguintes publicações:

Jornais
  • 1954 - Le Matin (Antuérpia, Bélgica)
  • 1972-1987 - Jornal do Brasil (Rio de Janeiro)
  • 1973-1976 - Estado do Paraná (Curitiba)
  • 1976-1981 - Diário do Paraná (Curitiba)
  • 1987-2002 - O Globo (Rio de Janeiro)
  • 2002-2003 - O Tempo (Belo Horizonte)
  • 2005 - Jornal das Gravadoras (Rio de Janeiro)
Revistas:
  • 1949-1950 - Quinta Avenida (São Paulo)
  • 1976-1981 - Quem (Curitiba)
  • 1979-1989 - Somtrês (São Paulo)
  • 1980 - Musical Meeting (Rio de Janeiro)
  • 1986-1989 - Senhor (Rio de Janeiro)
  • 1993-1996 - Ele & Ela (Rio de Janeiro)
  • 1993-1997 - Qualis (São Paulo)
  • 2002 - International Magazine (Rio de Janeiro - A partir de 2002)

Atuou como correspondente brasileiro das seguintes revistas estrangeiras:

  • 1980-1993 - Jazz Journal (Inglaterra)
  • 1984-1990 - Jazz Hot (França)
  • 1986-1992 - Jazz Forum (Polônia)
  • 1989-1996 - Billboard (Estados Unidos)
  • 1995-1999 - Jazz Life (Japão)
  • 1996-1998 - Cadence International (Estados Unidos)
  • 1998-2000 - JazzIt (Itália)

Assinou cerca de 800 textos para contracapas e releases de discos de jazz e música brasileira para Cia. Brasileira de Discos, Mocambo, Sinter, Philips, Phonogram, PolyGram, Imagem, RCA Victor, Odeon, EMI, Inner City, Milestone, Empathy, Visom, Leblon, Malandro Records, DeckDisc e Delira Música, além de discos independentes.

Na televisão, trabalhou na TV-Educativa (1987), como apresentador do concerto de Oscar Peterson no Teatro Cultura Artística, São Paulo, TV-Manchete (1990-1994), como redator do programa "Free Jazz In Concert", Globo News (2005), como entrevistado no programa de 40 anos da morte do cantor Nat King Cole.

No Rádio, atuou como produtor e apresentador dos programas "Jazz em Desfile" (1956-1957 / Rádio Mayrink Veiga), "Arte Final: Jazz" (1985-1987 / Rádio Jornal do Brasil AM-Estéreo), "Jazz na Imprensa" (1988-1991 / Rádio Imprensa FM), "Jazz na Eldorado" (1991 / Rádio Eldorado AM), "Jazz na CBN" (1991-1993 / Rádio CBN), "O Mundo do Jazz" (1992-1994 / Rádio MEC FM e AM), "Brasil Instrumental" (1993-1994 / Rádio MEC AM) e "O Mundo do Jazz" (1997 / Rádio MEC FM e AM), e como produtor do programa "Domingo Sem Futebol" (1980-1983 / Rádio Guaira, Curitiba).

Foi responsável pela produção dos seguintes eventos:

  • 1979-1980 - "Música Instrumental na Universidade Candido Mendes"
  • 1995-2000 - "Sextas de Jazz" (Hotel Novo Mundo)
  • 2002 - "Chivas Jazz Festival"
  • 2003 - "Chivas Jazz Festival"
  • 2004 - "Chivas Jazz Festival"
  • 2003-2004 - "Chivas Jazz Lounge" (Restaurante Epitácio e Mistura Fina)

Produziu concertos de Dôdo Ferreira (2003), Osmar Milito Trio (2003), Brazilian Jazz Trio - Hélio Alves, Nilson Matta e Duduka da Fonseca (2004) e Quinteto Victor Assis Brasil (2004).

Ao longo de sua trajetória profissional, proferiu inúmeras palestras sobre jazz e música popular brasileira.

Publicou os seguintes livros:

  • 1978 - "Miles Davis, Vida e Obra"
  • 1991 - "CD Clássicos & Jazz" Co-autor da seção de jazz em parceria com Zuza Homem de Mello e Alberico Cilento
  • 2000 - "Guia de Jazz em CD" Em parceria com Luiz Orlando Carneiro

José Domingos Raffaelli foi um dos fundadores e dirigiu o Rio de Janeiro Jazz Clube (1951), o Clube Amigos do Jazz (1952) e a Sociedade Brasileira de Jazz (1980). Foi diretor honorário do Clube de Jazz e Bossa (1965).

Atuou como colaborador da discografia "Jazz Records" (1942-1980), de Erik Raben (Dinamarca), da "Modern Jazz Discography" (1981-1985), de Walter Bruyninckz (Bélgica), e da discografia de Bill Evans (1982), de Karl Emil Knudsen (Dinamarca).

Fez parte do júri do III Festival de Música Brasileira (1985 - Cascavel, PR) e de cinco edições do Prêmio BDMG-Instrumental (2001-2005, Belo Horizonte).

Recebeu as seguintes premiações:
  • 1989 - Distinción Jazzologia "Por Su Valiosa Contribuición al Jazz", outorgada pelo Centro Cultural San Martin (Buenos Aires)
  • 1999 - Troféu "In Recognition Of Outstanding Service And Dedication To Jazz", outorgado pela International Association Of Jazz Educators (IAJE)

Assinou o texto introdutório do catálogo "Clube de Jazz e Bossa", editado, em 2004, pelo Instituto Cultural Cravo Albin. A coletânea incluiu mais cinco catálogos temáticos e veio acompanhada por um CD remissivo aos temas abordados.

Morte

José Domingos Raffaelli morreu no sábado, 26/04/2014, aos 77 anos. Ele lutava contra um tumor na coluna e estava internado no Hospital Souza Aguiar. Foi enterrado no domingo, 27/04/2014, às 16:66 hs, no Cemitério São João Batista, no bairro de Botafogo.

Em abril deste de 2014, seu filho Flávio fez um post no Facebook avisando a amigos que a doença já estava em metástase.

Geir Campos

GEIR NUFFER CAMPOS
(75 anos)
Poeta, Escritor, Contista, Radialista, Jornalista, Tradutor e Professor

☼ São José do Calçado, ES (28/02/1924)
┼ Niterói, RJ (08/05/1999)

Geir Nuffer Campos foi um poeta, escritor, jornalista e tradutor brasileiro. Filho de Getúlio Campos, dentista, e Nair Nuffer, professora.

Viveu parte da sua infância em Campos dos Goytacazes, RJ, e parte no Rio de Janeiro. A partir de 1941, passou a residir em Niterói, RJ.

Foi aluno do Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro, e do Colégio Plínio Leite, em Niterói.

Em 1951, casou-se com Alcinda Lima Souto, que passou a chamar-se Alcinda Campos. Deste casamento vieram seus dois filhos: Carlos Augusto Campos e Mauro Campos.

Piloto, tripulou navios mercantes do Lloyd Brasileiro durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Advindo daí a sua condição de civil ex-combatente.

Poeta, estreou em 1950 com "Rosa dos Rumos", após ter publicado em jornais e revistas, especialmente no Diário Carioca, vários poemas, contos e traduções.

Editor, fundou em 1951, com Thiago de Mello, as Edições Hipocampo, que chegaram a publicar vinte volumes de poesia e prosa, dos autores mais representativos da literatura brasileira e também de alguns estreantes como Paulo Mendes Campos e outros. Nessa coleção apareceu, em janeiro de 1952, "Arquipélago", o seu segundo livro de versos.


Como professor ginasial, atual ensino fundamental, lecionou no Colégio Plínio Leite, onde antes estudara, e no Colégio Figueiredo Costa, ambos em Niterói. Como professor universitário, na Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde em 1980 fez-se Mestre em Comunicação, com um trabalho, publicado, sobre "Tradução e Ruído na Comunicação Teatral", e em 1985 defendeu tese de doutoramento sobre "O Ato Criador na Tradução".

Como tradutor, começou a publicar em 1953, uma coletânea de poemas de Rainer Maria Rilke.

Como contista, lançou em 1960 a primeira edição de "O Vestíbulo".

Como radialista, em agosto de 1954 começou a produzir e apresentar, na Rádio Ministério de Educação, um programa semanal de meia hora, "Poesia Viva". Para essa mesma emissora produziu, durante muitos anos, diversos programas literários.

Como jornalista, colaborou e assinou colunas em diversos jornais, entre eles o Diário de Notícias e o Diário Carioca.

É o autor da letra do Hino de Brasília, cuja música é de autoria da professora Neusa Pinho França Almeida.

Foi membro fundador do Sindicato dos Escritores do Rio de Janeiro e da Associação Brasileira de Tradutores, da qual foi presidente, lutando pela conscientização dos que traduzem profissionalmente no Brasil e pela regulamentação desta profissão.

Traduziu várias obras de Rilke, Brecht, Goethe, Shakespeare, Sófocles, Whitman e outros, sendo merecedor de um ensaio da professora Maria Thereza Coelho Ceotto da Universidade Federal do Espírito Santo.

Destacou-se enquanto ativista cultural de grande influência e presença na literatura brasileira, tornando-se o grande representante capixaba da "Geração de 45".

Foi um dos poucos poetas brasileiros a comporem uma coroa de sonetos.

Obras

Poesia
  • 1950 - Rosa dos Rumos
  • 1952 - Arquipélago
  • 1953 - Coroa de Sonetos
  • 1956 - Da Profissão do Poeta
  • 1957 - Canto Claro e Poemas Anteriores
  • 1959 - Operário do Canto
  • 1960 - Canto Provisório
  • 1964 - Cantigas de Acordar Mulher
  • 1968 - Canto ao Homem da ONU
  • 1969 - A Meus Filhos
  • 1970 - Metanáutica
  • 1977 - Canto de Peixe e Outros Cantos
  • 1982 - Cantos do Rio (Roteiro lírico do Rio de Janeiro)
  • 1983 - Cantar de Amigo ao Outro Homem da Mulher Amada

Contos
  • 1979 - O Vestíbulo
  • 1982 - Conto & Vírgula

Teatro
  • 1959 - O Sonho de Calabar
  • 1967 - Édipo-Rei, de Sófocles
  • 1970 - Macbeth, de William Shakespeare
  • 1970 - A Tragédia do Homem, de Imre Madách (Com Paulo Rónai)
  • 1972 - Castro Alves ou O Canto da Esperança
  • 1972 - As Sementes da Independência
  • 1976 - Mãe Coragem e Seus Filhos, de Bertolt Brecht
  • 1977 - A Alma Boa de Setsuan, de Bertolt Brecht
  • 1977 - Diz-que-sim & Diz-que-não, de Bertolt Brecht
  • 1977 - O Círculo de Giz Caucasiano, de Bertolt Brecht
  • 1977 - Na Selva das Cidades, de Bertolt Brecht
  • 1977 - A Exceção e a Regra, de Bertolt Brecht
  • 1978 - Luz nas Trevas, de Bertolt Brecht
  • 1978 - O Julgamento de Lúculus, de Bertolt Brecht
  • 1978 - A Condenação de Lúculus, de Bertolt Brecht
  • 1970 - A Tragédia do Homem, de Imre Madách (Com Paulo Rónai)

Peças Não Publicadas, Mas Registradas na Sociedade Brasileira dos Autores Teatrais (Levantamento Parcial)
  • 1967 - De Bocage a Nelson Rodrigues, (Com Nelson Rodrigues e Jaime Barcelos)
  • 1969 - Aquele Que Diz Sim e Aquele Que Diz Não, de Bertolt Brecht
  • 1974 - O Quarto Vazio
  • 1974 - Nós
  • 1974 - Arruda Para Você Também
  • 1974 - O Refugiado e os Sentados, de Miguel Hernandez
  • 1974 - A Estranha História do Doutor Fausto, de Christopher Marlowe
  • 1974 - Amar / Luar, de Jack Larson
  • 1983 - Esse Bocage

Teatro Infantil
  • 1959 - O Gato Ladrão
  • 1960 - A Verdadeira História da Cigarra e da Formiga
  • 1960 - História dos Peixinhos Voadores (Parceria com Maria Niedenthal)

Literatura Infanto-Juvenil
  • 1973 - Qual é a História de Hoje?, Joana Angélica d’Avila Melo

(Geir Campos é o autor dos contos das páginas: 14-15, 15-16, 29-30, 36-37, 49, 61-62, 65-66, 80-81, 83-84, 90-91, 113-114, 124-125, 126-127, 137-138, 142-144, 149-151, 154-156, 163-164, 179 e 186-187)
  • 1987 - Estórias Pitorescas da História do Brasil (Para Gente Grande e Pequena)
  • 1991 - Histórias de Anjos

Ensaios
  • 1960 - Carta aos Livreiros do Brasil
  • 1967 - Rubén Dário, Poeta Participante
  • 1978 - O Problema da Tradução no Teatro Brasileiro
  • 1981 - Tradução e Ruído na Comunicação Teatral
  • 1985 - Do Ato Criador na Tradução (Tese de Doutorado - Inédita em livro)

Referências
  • 1960 - Pequeno Dicionário de Arte Poética
  • 1986 - Como Fazer Tradução
  • 1986 - O Que é Tradução
  • 1989 - Glossário de Termos Técnicos do Espetáculo

Antologias
  • S/D - Alberto de Oliveira
  • S/D - Livro de Ouro da Poesia Alemã
  • 1960 - Poesia Alemã Traduzida no Brasil
  • 1986 - Versei, Antologia Poética (Exterior)

Traduções (Levantamento Parcial)
  • 1953 - Poemas de Rainer Maria Rilke
  • 1956 - Parábolas e Fragmentos de Kafka
  • 1956 - Nossa Vida Com Papai, Romance de Clarence Day Jr.
  • 1957 - O Coronel Jack, Romance de Daniel Defoe
  • 1958 - A Sabedoria de Confúcio
  • 1959 - A Alma Boa de Setsuan, Fábula Teatral de Bertolt Brecht (Com Antônio Bulhões)
  • 1964 - Folhas de Relva, Poesia de Walt Whitman
  • 1964 - Sociologia e Filosofia Social de Karl Marx - Textos escolhidos, seleção, introdução e notas por T. B. Bottomore e Maximilien Rubel
  • 1965 - Flor do Abandono, Romance de Zsigmond Móricz
  • 1966 - Poemas e Canções, Bertolt Brecht
  • 1967 - Poemas e Cartas a um Jovem Poeta, Rainer Maria Rilke (Com Fernando Jorge)
  • 1967 - Édipo-Rei, Peça de Sófocles
  • 1976 - Andares, Poesia de Hermann Hesse
  • 1977/1978 - Teatro de Bertolt Brecht (Várias peças como supervisor e tradutor)
  • 1980 - A Tragédia do Homem, Peça de Imre Madách (Com Paulo Rónai)
  • 1983 - Folhas das Folhas de Relva, seleção de poesias de Folhas de Relva, de Walt Whitman
  • 1985 - Arco-íris de Amor, de Joan Walsh Anglund
  • 1988 - A Vida de Nosso Senhor, romance de Charles Dickens
  • 1988 - Haicais: Poesia do Japão, da versão de Jan Ulenbrook
  • 1988 - O Quinto Evangelho, romance de Mario Pomilio
  • 1990 - Frases de Cabeceira Gerald Goodfrey
  • 1984 - Frases de Cabeceira 2 Gerald Goodfrey
  • S/D - Frases de Cabeceira 3 Gerald Goodfrey
  • S/D - Frases de Cabeceira 4 Gerald Goodfrey
  • 1991 - As Melhores Histórias de Natal
  • 1991 - O Livro de Emmanuel, psicografias de Pat Rodegast e Judith Stanton
  • 1992 - As Fogueiras do Rei, romance de Pedro Casals
  • 1993 - O Livro de Horas, poesia de Rainer Maria Rilke
  • 1994 - O Livro de Emmanuel II, psicografias de Pat Rodegast e Judith Stanton
  • 1995 - Cantos do Meu Coração, poemas e fotografias de Daisaku Ikeda

Traduções Que Colaborou
  • 1956 - A Terra Inútil, de T. S. Eliot - Tradução de Paulo Mendes Campos
  • 1982 - Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carrol - Tradução de Fernanda Lopes de Almeida. Geir Campos traduziu os poemas das páginas 8 e 9, 49, 98 e 99, 102 e 103, 116 e 117.


Fonte: Wikipédia
Nota: Todas as informações constantes nesta página foram escritas por Mauro Campos, filho do Geir Campos. Elas estão disponíveis na Web, nas publicações citadas ou em documentos que pertencem à família.

Haroldo de Andrade

HAROLDO ANDRADE SILVA
(73 anos)
Locutor, Radialista, Apresentador de TV, Publicitário e Empresário

* Curitiba, PR (01/05/1934)
+ Rio de Janeiro, RJ (01/03/2008)

Haroldo Andrade Silva, popularmente conhecido por Haroldo de Andrade, foi um locutor, radialista, apresentador de TV, publicitário e empresário brasileiro.

Nascido na capital paranaense, Haroldo de Andrade trabalhou ainda na infância como office-boy no comércio.

Sempre que podia, Haroldo ia aos estúdios do Serviço de Alto-Falantes Iguaçú, localizado na Praça Tiradentes, onde era locutor Vicente Mickosz, com quem fez amizade. Naquela época, tais serviços de alto-falantes anunciavam produtos do comércio local.

Com seu conhecimento junto aos donos de lojas, Haroldo começou a fazer anúncios dos estabelecimentos no microfone. Foi nesta primeira experiência que a boa voz e a dicção muito clara chamou a atenção do público e o fez ingressar na Rádio Clube Paranaense, onde passou a atuar como locutor, apresentando o "Grande Programa RCA Victor", com repertório de músicas clássicas e líricas. Foi nesta época que Haroldo ouviu pela primeira vez o "Concerto Nº 1 Para Piano e Orquestra", do compositor russo Pyotr Ilyich Tchaikovsky, cuja melodia o encantou.

Haroldo de Andrade aos 17 anos, em Curitiba, com seu primeiro microfone.
Aos 20 anos de idade, resolveu deixar a terra natal e tentar a sorte como radialista na então Capital Federal, o Rio de Janeiro.

Em 1954, começou a trabalhar na antiga Rádio Mauá, cuja frequência era 1060, onde os mesmos predicados que o celebrizaram em Curitiba logo chamaram a atenção do público carioca. Numa época em que o rádio ainda detinha a primazia da popularidade, grandes emissoras possuíam grandes auditórios, onde havia espaço para o público assistir às irradiações. Na Rádio Mauá, a plateia não existia, e logo Haroldo criou uma maneira diferente de permitir a participação do público nas transmissões.

Foi quando lançou o programa "Musifone", em que os ouvintes podiam telefonar para o radialista e pedir músicas, participar de pequenos jogos e concorrer a prêmios. Com isso, Haroldo inaugurou a interatividade no rádio brasileiro, muitos anos antes de esta expressão começar a ser utilizada. A atração logo alcançou o primeiro lugar na audiência.

Com o sucesso do "Musifone", Haroldo chamou a atenção de emissoras maiores. Foi quando a Rádio Globo o contratou, em 1961. Lá, a partir do dia 06/11/1961, Haroldo passou a comandar o programa "Alvorada Carioca", das 06:00 hs às 08:00 hs da manhã, além de continuar apresentando o "Musifone" na parte da tarde.

Em 1962 recebeu seu primeiro prêmio no Rio de Janeiro, o "Microfone de Ouro", na categoria de "Melhor Locutor".

Haroldo de Andrade no auditório do "Programa Haroldo de Andrade" na TV Globo.
No final de 1965 Haroldo passou a se apresentar também na Rádio Eldorado, emissora pertencente ao Sistema Globo de Rádio, comandando pela manhã o "Haroldo, Muniz e a Música", ao lado de Roberto Muniz.

Em 1966 passou a apresentar um programa de televisão na recém-inaugurada Rede Globo. Em "Os Maiorais da Globo", Haroldo de Andrade dividia a tela com os também radialistas Luís de Carvalho, Jonas Garret, Mário Luís Barbato e Roberto Muniz, apresentando as paradas musicais do momento.

No início de 1966 sofreu um acidente automobilístico que lhe deixou sequelas físicas permanentes.

Em 1968 passou a se apresentar na TV Excelsior, onde ganhou um programa exclusivo, o "Haroldo de Andrade Show", com apresentações musicais, jogos e concursos entre artistas. Naquele mesmo ano, estreou um dos quadros que mais celebrizariam o comunicador, o "Bom Dia".

Em 1969 passou a apresentar os shows populares que a Rádio e a TV Globo patrocinavam em comemoração ao Dia do Trabalhador, que caia no mesmo dia de seu aniversário. O primeiro show foi realizado no estádio do Bangu Atlético Clube. A partir de 1970, com o imenso sucesso da iniciativa, os shows passam a serem realizados nos jardins da Quinta da Boa Vista, sempre com audiências superiores a 100 mil pessoas. 1970 também marcou a volta de Haroldo de Andrade à TV Globo, agora com um programa exclusivo.

Jerry Adriani e Haroldo de Andrade no "Programa Haroldo de Andrade" na TV Globo.
No rádio, o grande destaque do "Programa Haroldo de Andrade" passou a ser a mesa de debates, com nomes importantes de diversos campos debatendo o noticiário. Eram os Debates Populares, cujo formato passou a ser copiado por todas as emissoras do Brasil. Foi o auge de seu sucesso no veículo, conquistando liderança absoluta de audiência por mais de 30 anos consecutivos. Isso fez com que o "Programa Haroldo de Andrade" recebesse o prêmio de "Melhor Programa Radiofônico da América Latina" em 1977, no 10° Fórum Internacional de Programação de Rádio. No mesmo ano, a revista norte-americana Billboard apontou Haroldo de Andrade como a "Maior Personalidade No Ar".

Seu público majoritário era composto por donas de casa, aposentados, motoristas de táxi e estudantes. Sua popularidade gerou reações curiosas, como a de uma ouvinte que diariamente esperava o apresentador na porta da Rádio Globo vestida de noiva, pronta para "se casar" com seu ídolo assim que este quisesse. Na mesma entrada da emissora, diariamente, dezenas de fãs e aspirantes à carreira artística também costumavam abordá-lo, em busca de um autógrafo, uma palavra de carinho ou uma chance de divulgação. Foi assim que Haroldo de Andrade foi responsável pelo lançamento das carreiras de vários artistas hoje consagrados.

O sucesso e a liderança de Haroldo de Andrade na Rádio Globo permaneceram inalterados ao longo de mais de quatro décadas, malgrado uma curta passagem pela Rádio Bandeirantes, entre 1982 e 1983.

No final da década de 1990, reformulações no rádio começaram a afetar a posição de Haroldo de Andrade na preferência popular. Foi quando a direção do Sistema Globo de Rádio resolveu nacionalizar a programação da rede. Haroldo de Andrade, que embora tivesse ouvintes em outros estados já era completamente identificado com o público carioca e fluminense, resistiu à ideia de dirigir-se aos públicos de outras localidades. Com isso, a Rádio Globo acabou por demiti-lo em julho de 2002, num episódio doloroso para o velho apresentador.

Paulo Sérgio e Haroldo de Andrade no "Programa Haroldo de Andrade" na TV Globo.
Haroldo de Andrade não foi informado com antecedência da decisão da direção da emissora, e só soube de seu afastamento quando indagou de um funcionário do Departamento Pessoal a razão da não-renovação de seu contrato. Naquele mesmo dia, o "Programa Haroldo de Andrade" saiu do ar, sem que Haroldo pudesse se despedir de seus ouvintes.

Retirado à sua residência no bairro das Laranjeiras e limitado a administrar a sua empresa de marketing, Haroldo de Andrade não se conformou com o fim de seu trabalho. Conversou com algumas outras emissoras, mas não entrou em acordo com nenhuma. Foi quando decidiu abrir a sua própria emissora. Conseguiu adquirir a emissora que funcionava no mesmo "dial" de sua primeira rádio no Rio de Janeiro, o 1060, que em 07/11/2005 passou a se chamar Rádio Haroldo de Andrade.

Reunindo outros comunicadores de sua geração e afastados das grandes emissoras, a Rádio Haroldo de Andrade dedicou sua programação ao Rio de Janeiro e às cidades no entorno metropolitano. Logo, a emissora já alcançava o terceiro lugar geral em audiência entre as rádios AM.

No entanto, dificuldades técnicas e a falta de recursos de propaganda foram derrubando a audiência. A saída da comunicadora Cidinha Campos em um episódio conturbado também minou o crescimento da emissora.

Morte

A partir de 2007, diversos problemas de saúde obrigaram Haroldo de Andrade a se afastar dos microfones. Ele já sofria de diabetes há alguns anos, e passou a padecer também de problemas cardíacos e renais.

Após um breve retorno, a necessidade da colocação de um marcapasso nos últimos dias de 2007, bem como a dependência do tratamento de diálise retiraram novamente Haroldo de Andrade dos microfones.

Em janeiro de 2008, após um tombo em sua casa, Haroldo de Andrade novamente voltou ao hospital. Lá, foi constatada uma gangrena em sua perna, que acabou por ser amputada. A fragilidade do paciente levou a equipe médica que o atendia a colocá-lo em coma induzido, de onde não mais sairia.

Haroldo de Andrade faleceu às 15:00 hs do dia 01/03/2008, exatamente dois meses antes de completar 74 anos de vida, vítima de falência múltipla dos órgãos. Foi enterrado no dia seguinte, ao lado de um de seus oito filhos, no Cemitério de São Francisco Xavier, no Caju.

Sua morte foi notícia em todos os veículos de comunicação do país e ao seu funeral compareceram mais de quinhentas pessoas, entre ouvintes, políticos e artistas. No dia anterior, o prefeito da cidade do Rio de Janeiro, César Maia, anunciou que batizaria uma rua da cidade com seu nome. A promessa foi cumprida, com a publicação do Decreto Nº 29061, de 06/03/2008, que batizou como "Largo Haroldo de Andrade" o logradouro situado na Rua do Russel, lado par, próximo à Ladeira de Nossa Senhora, na Zona Sul do Rio de Janeiro e bem próximo ao edifício-sede do Sistema Globo de Rádio. A homenagem, no entanto, não foi concretizada até hoje.

A Rádio Haroldo de Andrade foi extinta em 05/05/2008, com a venda da emissora para o grupo Canção Nova, de emissoras católicas.

Em 19/05/2011, o Governo do Estado do Rio de Janeiro anunciou que um conjunto habitacional a ser construído no bairro de Barros Filho, na Zona Norte do Rio de Janeiro, com recursos do programa federal "Minha Casa, Minha Vida", ganharia o nome de Haroldo de Andrade.

No dia 12/09/2011 foi inaugurado no interior da Estação Glória do Metrô Rio, um busto do radialista. A ideia da homenagem partiu do deputado estadual Paulo Ramos. O autor da obra foi o escultor Edgar Duvivier. No mesmo ano, o escritor e jornalista Victor Grinbaum passou a escrever a biografia do radialista.

Fonte: Wikipédia
Indicação: Miguel Sampaio

Ely Camargo

ELY CAMARGO
(84 anos)
Cantora, Folclorista, Violonista e Radialista

* Goiás, Cidade de Goiás ou Goiás Velho, GO (12/02/1930)
+ Goiânia, GO (03/11/2014)

A música folclórica do Estado de Goiás não poderá jamais ser citada sem incluir o nome de sua maior representante que é a cantora e folclorista Ely Camargo

Cantora, pesquisadora de folclore, violonista, professora e também farmacêutica, Ely Camargo, assim como Inezita Barroso, é uma das principais intérpretes não somente do folclore goiano, mas também do riquíssimo folclore brasileiro.

Ely Camargo nasceu no dia 12/02/1930 na cidade de Goiás, GO, a antiga e histórica Capital do Estado, também conhecida como Goyaz Velho, que é também a cidade-natal da poetisa e escritora Cora Coralina e também da artista plástica Goiandira do Couto.

Era filha de Joaquim Edison Camargo (Goiás, GO, 07/09/1900 - Goiânia, GO, 25/03/1966) que foi compositor e regente da Orquestra Sinfônica de Goiânia. Foi comemorado o Centenário de Joaquim Edison Camargo no dia 07/09/2000, ocasião na qual Ely Camargo gravou o CD "Lembranças de Goyaz" com 10 belíssimas composições por ela interpretadas.

Durante a infância, cantou em coros de igreja. Foi integrante em 1960 do Trio Guairá de Goiânia e, em 1961 e 1962, apresentou na Rádio Brasil Central de Goiânia, um programa que era por ela produzido e que também era retransmitido em Brasília, DF pela Rádio e TV Nacional.

Em 1962, Ely Camargo passou a morar em São Paulo onde assinou seu primeiro contrato com a extinta TV Tupi e, no mesmo ano, gravou o LP "Canções da Minha Terra" pela gravadora Chantecler. Ely Camargo também lançou na mesma gravadora os LP's com o mesmo título, nos Volumes 2, 3 e 4.

Em 1964, gravou, também na Chantecler, o LP "Folclore do Brasil", no qual interpretou "Cantos de Trabalho nas Plantações de Arroz, de São João da Boa Vista, SP", e também um "Canto de Ferreiro, de Botucatu, SP", recolhido por Rossini Tavares de Lima.

Pesquisando o nosso riquíssimo folclore, Ely Camargo reuniu um enorme e riquíssimo acervo coletado em viagens por diversos rincões do Brasil, incluindo também as Regiões Norte e Nordeste.

Além de alguns compactos e dois discos 78 RPM, Ely Camargo gravou cerca de 15 LP's, alguns dos quais foram lançados também em países como África do Sul, Alemanha, Itália e Portugal.


Seus dois Discos 78 RPM foram gravados na Chantecler em 1962 e 1963, tendo no Lado A do disco n° 78-0595 (1962) o arrasta-pé "Santo Antônio Tenha Dó" (Maria do Rosário Veiga Torres) e o samba caipira "Marido Pealado" (Teddy Vieira e Almayara), no Lado B do mesmo disco.

No Lado A do disco nº 78-0660 (1963), a valsa "Tempos Passados" (Zica Bergami) e a moda de viola "Lá Na Venda Lá Na Vendinha" (Lourdes Maia), no Lado B do mesmo Disco.

Ely Camargo também integrou o Conselho da Secretaria Municipal de Cultura de Goiânia e, na Rádio da Universidade Federal de Goiás, ela apresentou os programas "Brasil de Canto a Canto", "Ely Camargo Convida" e "Alma Brasileira".

Em 1973, Ely Camargo lançou pela gravadora Chantecler/Alvorada o LP "Minha Terra" (CALP 8053), o qual foi bastante elogiado pelo crítico José Ramos Tinhorão, no Jornal do Brasil.

Um dos maiores sucessos de Ely Camargo como compositora foi sem dúvida "O Menino e o Circo" (Ely Camargo), composição musical que ficou conhecida nas belíssimas vozes de Cascatinha & Inhana, gravação que está presente na 15ª faixa do CD "Meio Século de Música Sertaneja - Volume 02" da BMG (gravação original RCA Victor).

No final dos anos 90, Ely Camargo passou a trabalhar na Secretária Municipal de Cultura de Goiânia. Seus trabalhos mais recentes foram os CD's "Cantigas do Povo - Água da Fonte", que conta com a participação especial da Banda de Pífanos de Caruaru e de um coral regido por Sérgio Vasconcellos Corrêa, lançado em 1999 pelas Edições Paulinas, além do CD "Lembranças de Goyaz", um disco-tributo que Ely Camargo gravou em 2001 por ocasião do centenário de nascimento de seu pai, e o CD "Ely Camargo e Roberto Corrêa - Canções Brasileiras", lançado em 2009.

No CD "Cantigas do Povo - Água da Fonte", comentado no encarte por Jorge Kaszás e José Ramos Tinhorão, Ely Camargo interpreta Cantos Religiosos, tais como Reisados, Benditos, Cantos Para Pedir Chuva e Incelências, dos Estados de Alagoas, Goiás, Bahia, Minas Gerais e Ceará, recolhidos e adaptados por Ely Camargo e também pelo Frei Francisco Van Der Poel, OFM. 

No CD "Lembrança de Goyaz", Ely Camargo interpreta 10 belíssimas composições de seu pai Joaquim Edison Camargo que, de acordo com José Mendonça Teles, presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Goiás, em comentário no encarte do CD:

"... viveu aquela geração romântica da antiga Vila Boa, dos saraus e das retretas, daí os temas apaixonados, e nostálgicos de suas músicas. Lembro-me dele dirigindo os corais do Lyceu e do Instituto de Educação de Goiás: magro, olhos fundos. estatura mediana, cabelos lisos, voz mansa, pausada, disfarçado bigodinho e inteiro na sua grandeza moral. A vida do maestro é toda ela dedicada à música, embora tenha se bacharelado em Direito. Pioneiro de Goiânia, aqui chegou em 1938, quando nasciam as primeiras casas da cidade. Foi o criador da primeira Orquestra Sinfônica de Goiânia. Este CD, comemorativo do centenário de seu nascimento, com 10 canções interpretadas por sua filha Ely Camargo, das quais 7 inéditas, resgata a memória do notável maestro que tanto cantou as belezas da terra goiana."

Gravado mais recentemente, em 2009, o CD "Ely Camargo e Roberto Corrêa - Canções Brasileiras", mixado e masterizado no Zen Studios de Brasília, DF, brinda o apreciador com a belíssima voz de Ely Camargo, acompanhada pelo solo de viola de Roberto Corrêa, com músicas tradicionais do cancioneiro popular, e também de autores conhecidos, cujas obras já caíram em domínio público. Destaque para "Casinha Pequenina" (Tradicional), e "Mostraram-me um Dia" (Gonçalves Crespo), também conhecida pelos títulos "Mucama", "Mestiça" e "Mulata", com poesia de Gonçalves Crespo, intitulada "Canção", escrita em 1870.

Morte

Na segunda-feira, 03/11/2014, um sono profundo silenciou uma das vozes mais importantes do cenário goiano. Ely Carmago, 84 anos, faleceu de causas naturais em seu apartamento. Ely Camargo era diabética, mas faleceu de causas naturais por conta da idade avançada. A cantora ficava sob os cuidados de uma cuidadora e passou mal na madrugada de segunda-feira. Após se recusar a ir para um hospital, Ely Camargo dormiu e não acordou mais.

O corpo de Ely Camargo foi velado no Cemitério Jardim das Palmeiras e o sepultamento aconteceu às 17:00 hs de 04/11/2014 no Cemitério Santana.

Discografia
  • S/D - Gralha Azul (LP)
  • S/D - Danças Folclóricas e Folguedos Populares (LP)
  • S/D - Cantos da Minha Gente (LP)
  • S/D - Cantigas do Povo (LP)
  • S/D - Água da Fonte (LP)
  • 1993 - Cantigas do Povo - Água da Fonte (LP)
  • 1978 - Minha Terra (LP)
  • 1968 - Canção da Guitarra - Músicas de Marcelo Tupinambá (LP)
  • 1964 - Canções da Minha Terra Volume 4 (LP)
  • 1964 - Folclore do Brasil (LP)
  • 1963 - Tempos Passados / Lá na Venda, Lá na Vendinha (78)
  • 1963 - Canções da Minha Terra Volume 3 (LP)
  • 1963 - Canções da Minha Terra. Volume 2 (LP)
  • 1962 - Santo Antônio Tenha Dó / Marido Pelado (78)
  • 1962 - Canções da Minha Terra (LP) • Chantecler • LP

Fonte: Boa Música
Indicação: Miguel Sampaio

Ademar Casé

ADEMAR DA SILVA CASÉ
(90 anos)
Radialista

* Belo Jardim, PE (09/11/1902)
+ Rio de Janeiro, RJ (07/04/1993)

Ademar da Silva Casé, radialista, pai do diretor de teatro e TV Geraldo Casé, e avô da atriz Regina Casé, filho de João Francisco Casé e Rita Leopoldina Casé. Nascido na cidade interiorana de Belo Jardim, PE, aos cinco anos de idade teve de fugir da cidade com a família pois seu pai sofria ameaças de morte por questões políticas. João Francisco Casé havia feito campanha pra um compadre que concorria à prefeitura. Os votos não eram secretos e quem venceu foi o outro candidato.

Naquela época era comum esse tipo de perseguição. Política era questão de vida ou morte. Um dia anterior à fuga, um outro compadre dele havia sido assassinado. Através de um amigo da família, João Casé ficou sabendo que quatro homens estavam prontos para assassiná-lo, antes que a noite terminasse.

O tempo passou e João Francisco recebeu a notícia de que a situação em Belo Jardim estava novamente a seu favor. Seu compadre era finalmente o novo prefeito, o que foi determinante para o seu retorno a Pernambuco, no entanto por pressão de parentes e até mesmo de sua esposa, a nova morada seria em outra cidade, Caruaru, no ano de 1919.

Um imenso desafio esperava Ademar Casé e sua família naquele novo lugar. Uma epidemia mundial também atingiu a cidade. A Gripe Espanhola expandiu-se de uma maneira que em todas as residências alguém estava com o vírus. No lar de Ademar Casé não foi diferente. Todos na casa dele ficaram doentes, exceto sua mãe. O pai, João Francisco estava muito mal, não resistiu e morreu.

Em busca de melhores condições de vida e trabalho, Ademar Casé com apenas 17 anos, foi para Recife. As economias acabaram, o emprego não surgiu. As praças tornaram-se morada de Ademar Casé e a fome virou sua companhia. Através de um amigo de Caruaru, Ademar Casé conseguiu um emprego no Bilhares Recreio, no mais famoso e aristocrático salão de bilhar da Capital. Seu trabalho era varrer, arrumar o salão e organizar as mesas de bilhar.


Foi no Bilhares Recreio que Ademar Casé conheceu o capitão Rogaciano de Mello, e aproveitando a oportunidade Ademar Casé falou do seu interesse em ingressar na carreira militar. Afinal era uma grande oportunidade. Não demorou muito e ele já estava alistado no 21º Batalhão de Caçadores. Dias depois, Ademar Casé chegava no Rio de Janeiro com o grupamento militar.

Era 1922 o Rio de Janeiro fervia. O país estava vivendo um intenso clima político com a sucessão presidencial. O presidente Epitácio Pessoa elegeu o seu sucessor Arthur Bernardes, o que provocou revoltas e protestos em vários estados. O agrupamento militar com o qual Ademar Casé veio de Recife foi direcionado para a Vila Militar, primeiro regimento de Infantaria, um dos focos de oposição ao então novo presidente Arthur Bernardes.

Involuntariamente Ademar Casé entrou em combate, mas na Vila Militar diferentemente do que ocorreu no Forte, a revolta foi rapidamente abafada. Os envolvidos foram presos reenviados para outros estados. Ademar Casé foi preso e levado para São Paulo e depois transferido para a cidade de Rio Claro, ficando na Segunda Companhia de Metralhadoras Pesadas.

Dois meses depois, Ademar Casé foi posto em liberdade e embarcou no navio Lloyd de volta a Pernambuco. Mas o seu desejo de vencer na vida, de retornar a capital do país e "tentar a sorte na cidade grande" era cada vez maior. Fez alguns "bicos", juntou algumas economias e embarcou novamente para o Rio de Janeiro.

Após uma longa procura de emprego Ademar Casé conseguiu trabalho no Café Mourisco, um varejo de frutas. Lá conheceu um argentino que o convidou para trabalhar numa distribuidora de frutas argentinas no Brasil, permanecendo nesse emprego até o fim da Câmara de Comércio Brasil-Argentina que foi decretado pelo governo.


Em seguida trabalhou como corretor de imóveis, vendendo terrenos de um loteamento paradisíaco apresentado em plantas belíssimas. O que Ademar Casé e seus clientes não sabiam era que tudo não passava de uma farsa. Certo dia acompanhando um grupo de clientes numa visita ao loteamento, Ademar Casé e todos os clientes se decepcionaram. O lugar era terrível. Não tinha nada do que era apresentado no projeto e para completar um dos visitantes foi picado por uma cobra.

Novamente desempregado Ademar Casé tornou-se agenciador de anúncios para a revista Don Quixote e outras publicações como O Careta, Revista da Semana, Fon-Fon, Para Todos, Cena Muda e O Malho. Como o dinheiro era pouco, decidiu que precisava de mais um emprego e começou a ser vendedor de receptores Phillips.

Mais uma vez a criatividade e o espírito empreendedor desse nordestino ganharam asas. Com a lista telefônica na mão, Ademar Casé tinha nome e endereço de possíveis clientes. A tática era visitar as casas durante os dias úteis. Ele esperava o dono sair para trabalhar e só então tocava a campainha.

O segredo consistia em pedir para falar com o proprietário da casa chamando-o pelo nome como se realmente o conhecesse, em seguida falava para a esposa que tinha informações que o marido estava interessado em adquirir um rádio. E como a esposa nunca estava sabendo do assunto, e seria impossível saber, ele deixava o aparelho ligado e sintonizado na PRAA Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, a melhor da época.

Quando voltava três dias depois a família já estava encantada pela novidade. Muitas vezes ainda contra a vontade o dono terminava comprando o aparelho. As vendas eram impressionantes e o diretor comercial da Philips do Brasil quis conhecer pessoalmente esse vendedor que chegava a levar 30 aparelhos no carro, vendia todos e voltava com um pedido de mais 27.


Aproveitando os contatos e a sua fama como grande profissional dentro da PhillipsAdemar Casé sugeriu a Vitoriano Borges, um dos diretores, o aluguel de um horário explicou que essa nova experiência seria ainda melhor e mais dinâmico do que o "Esplêndido Programa", programa de maior sucesso na época transmitida pela Rádio Mayrink Veiga.

Domingo, 14/02/1932, 20:00 hs, nasceu o "Programa Casé" que foi batizado em pleno ar. Ademar Casé não havia pensado em um nome para o programa e coube ao diretor da Rádio Phillips, Drº Augusto Vitoriano Borges improvisar:

"A Rádio Phillips do Brasil, PRAX, vai começar a irradiar o Programa Casé!"
Ainda em 1932, foi o primeiro a pagar cachês ao artistas. No mesmo ano, lançou o primeiro jingle comercial para a Padaria Bragança. Foi o primeiro também a fazer contratos de exclusividade, tendo contratado, em 1933, o cantor Sílvio Caldas.

Em 1936, foi responsável pelo lançamento da primeira novela do rádio brasileiro. Lançou diversos artistas, entre os quais, João Petra de Barros, Custódio Mesquita e Noel Rosa. Esse último, inclusive, atuou como contra regra em seu programa.

"Programa Casé" durou até 1951, quando foi convidado por Assis Chateaubriand para atuar na TV Tupi onde manteve seu espírito inovador com programas como "Noite de Gala".

Waldir Amaral

WALDIR AMARAL
(70 anos)
Radialista e Locutor Esportivo

* Andinópolis, GO (17/10/1926)
+ Rio de Janeiro, RJ (07/10/1997)

Waldir Amaral foi um radialista e locutor esportivo brasileiro. Talentoso profissional de comunicação, foi um dos pioneiros na transformação das jornadas esportivas radiofônicas num verdadeiro show. Criou bordões que atravessaram todo o Brasil e tornaram-se referência nacional como "Indivíduo Competente", "O Relógio Marca", e "Tem Peixe Na Rede". Criou também o apelido "Galinho de Quintino" que acompanha Zico até os dias de hoje.

Waldir Amaral iniciou sua carreira na Rádio Clube de Goiânia. No Rio de Janeiro, passou pela Rádio Tupi, Rádio Mauá, Rádio Continental, Rádio Mayrink Veiga, Rádio Nacional e Rádio Globo. Nesta última, por sinal, permaneceu de 1961 a 1983.


Foi Waldir Amaral, ao lado de um dos diretores da Rádio Globo, Mário Luiz, o "criador intelectual" da vinheta "Brasil-sil-sil!", gravada pelo radialista Edmo Zarife durante as eliminatórias da Copa do Mundo de 1970, para levar a Seleção Brasileira à frente, e que está no ar até hoje.

Waldir Amaral faleceu 10 dias antes de completar 71 anos, vitimado por uma insuficiência coronariana.

Em sua homenagem, a Rua Turf Club, no bairro do Maracanã, passou a se chamar Rua Radialista Waldir Amaral. Rua, aliás, onde se encontra a sede da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (FERJ).

Waldir Amaral foi um locutor original e que soube comunicar como poucos. Narrava pausadamente, com elegância e muito estilo. Foi um dos maiores radialistas esportivos de todos os tempos.

Bordões

Profissional extremamente criativo, Waldir Amaral costumava dizer vários bordões enquanto narrava a partida. Alguns bordões criados por ele:

  • "Tem peixe na rede do..." - Dizia se referindo ao time que levava gol do adversário.
  • "Choveu na horta do..." - Dizia se referindo ao time que fazia gol no adversário.
  • "É fumaça de gol" - Dizia quando surgia uma oportunidade de gol: "Aproxima-se da área, é fumaça de gol..."
  • "Caldeirão do Diabo" - A grande área: "Vai cruzar no caldeirão do Diabo!"
  • "Indivíduo competente" - Quem fazia o gol: "Indivíduo competente o Zico!"
  • "Deeeeez, é a camisa dele!"
  • "O visual é bom, Roberto tem bala na agulha!" - Quando o jogador ia bater uma falta.
  • "Estão desfraldadas as bandeiras do Botafogo" - Dizia logo após o gol.
  • "Deixa comigo" - Dizia logo após a vinheta do seu nome.
  • "O relógio marca" - Dizia quando dava o tempo de jogo.

Fonte: Wikipédia
Indicação: Miguel Sampaio

Mário Vianna

MÁRIO GONÇALVES VIANNA
(87 anos)
Árbitro e Técnico de Futebol, Comentarista Esportivo e Radialista

* Rio de Janeiro, RJ (06/09/1902)
+ Rio de Janeiro, RJ (16/10/1989)

Mário Gonçalves Vianna, conhecido como Mário Vianna, foi um árbitro e técnico de futebol, comentarista esportivo e radialista brasileiro.

Mário Vianna trabalhou como engraxate na infância e como operário em uma fábrica de velas. Mais tarde, se juntou à Polícia Especial do Estado Novo, formada por Getúlio Vargas, onde chegou a ser oficial. Foi lá que começou a apitar partidas de futebol entre os policiais e foi então convidado a se juntar ao quadro de árbitros da Federação Carioca.

Em campo ele fazia de tudo: peitava, gritava e até agredia. Era seu jeito de se fazer respeitado por todos. Mário Vianna tinha 1.74 de altura e pesava 90 quilos de uma vitalidade que impressionava a todos que o conheceram. Ele foi de tudo um pouco: baleiro, engraxate, jornaleiro, empacotador de velas, fiscal da guarda civil, policia especial, juiz de futebol, técnico do Palmeiras, Portuguesa e São Cristovão, e finalmente, comentarista de arbitragem na Rádio Globo.

Sua excelente condição física foi adquirida na Policia Especial. E foi apitando peladas, que José Pereira Peixoto, um policial amigo, o convenceu a fazer um curso de árbitro para Liga Metropolitana onde ingressou como primeiro colocado de sua turma.

Sua estréia oficial foi na partida de juvenis entre Girão de Niterói e São Cristovão. Neste jogo ele definiu o estilo que trataria de aperfeiçoar ao longo de sua carreira até torná-la uma espécie de marca pessoal: Expulsou Mato Grosso, zagueiro do seu querido São Cristovão.

Mário Vianna foi uma das grandes figuras da arbitragem do futebol brasileiro. Na sua época era o melhor e participou dos muitos campeonatos internacionais. Depois da Copa do Mundo de 1954, quando Mário Vianna acusou a FIFA de corrupta, foi expulso da arbitragem internacional. Passou a ser comentarista de arbitragem na Rádio Globo ao lado de Waldir AmaralJorge Cury e João Saldanha. Apesar de polêmico era uma figura que tinha um bom coração.


Desde então, começou a construir sua fama de juiz rigorosíssimo, destes que não perdem as rédeas da partida, mesmo nas situações mais adversas. Como no jogo entre Botafogo x Flamengo em General Severiano. Mário Vianna expulsou jogadores do Flamengo, os torcedores não gostaram e começaram a atirar garrafas e pedras contra ele. E ele não teve dúvidas: devolveu tudo para as arquibancadas.

Mário Vianna nunca foi homem de meias medidas. Foi responsável pela única expulsão de Domingos da Guia em onze anos de carreira. Também teve uma passagem com Nilton Santos no clássico Botafogo x Vasco. Atendendo a uma denuncia do bandeirinha, expulsou Nilton Santos que era um gentleman, por ofender o auxiliar. Mário Vianna  achou estranho o caso e, nos vestiários pressionou o bandeirinha que terminou confessando que tinha mentido. Ele ficou sem graça, foi ao vestiário do Botafogo e pediu desculpas a Nilton Santos.

Segundo Mário Vianna, dois jogadores lhe deram muito trabalho: Heleno de Freitas e ZizinhoHeleno de Freitas era irreverente e malicioso. Um dia, no campo do Vasco, tentou comprometer a arbitragem perante o publico, entregando um disco de bolero que o próprio Mário Vianna tinha pedido para o atacante do Botafogo trazer do Chile. O disco foi entregue na pista do estádio e diante do publico. No jogo, Heleno de Freitas quis comandar a arbitragem e terminou expulso de campo.

Houve um jogador que, talvez, por ser estrangeiro e desconhecer a fama de valentão de Mário Vianna, teve a infeliz idéia de desafiá-lo. Foi durante o jogo Itália x Suíça na Copa do Mundo de 1954. Inconformado com uma marcação do brasileiro, Boniperti partiu para cima do juiz aos empurrões. Mário Vianna aplicou-lhe um direto no queixo. Mandou que o carregassem para os vestiários e, ironicamente, disse para o massagista - Se ele tiver condições, pode voltar para o segundo tempo. Boniperti voltou bem mansinho.

Durante a Copa do Mundo de 1954, no jogo Brasil x Hungria, chamou o juiz Mr. Ellis e os dirigentes da FIFA, de "Camarilha de Ladrões" e foi expulso do quadro de árbitros da entidade. Quando já era comentarista de arbitragem na Rádio Globo, quase perdeu o emprego por duas vezes. Na primeira, disse que o juiz Abraham Klein, além de judeu era ladrão. Os patrocinadores do programa eram, como Abraham Klein, judeus. Outra vez, numa mesa redonda na TV, sentiu-se asfixiado pela fumaça dos cigarros que os companheiros fumavam. E Mário Vianna desabafou: "Parem de fumar, isso é um veneno, polui os pulmões!". O patrocinador do programa era a Souza Cruz, fabricante de cigarros.


Como todo personagem folclórico, Mário Vianna também tinha o seu lado místico. Era espírita da linha Alan Kardec, rezava ao se deitar e se levantar. Alguns casos são conhecidos:

Na Copa de 1970, era companheiro de quarto de Luis Mendes. Certa manhã ao se levantar, virou-se para o companheiro e disse: "Mendes, liga para tua casa porque seu irmão desencarnou". Apavorado, Luis Mendes pegou o telefone, ligou para casa e ficou sabendo que seu irmão havia falecido naquela madrugada.

Waldir Amaral contou que certa vez estava embarcando com Mário Vianna para São Paulo. E ele advertiu: "Waldir esse avião vai pifar. Vamos esperar outro vôo!". - "Que nada, Mário, deixe de besteiras!" - retrucou Waldir Amaral. Os dois embarcaram e quando o avião ia decolar, o motor enguiçou e o piloto foi obrigado a dar um cavalo de pau para não cair na Baía da Guanabara.

Mário Vianna foi um homem de muitas histórias. Histórias colhidas ao longo de 38 anos de Policia Especial, 25 de árbitro e 22 de comentarista. 

Fez famosas máximas como "Mário Vianna com dois enes" e "Gol Le...gal", que bradava após a maioria dos gols narrados.

Mário Vianna faleceu aos 87 anos vítima de uma pneumonia no Rio de Janeiro no dia 16/10/1989.

Indicação: Miguel Sampaio

Lúcia Helena

IZILDA RODRIGUES ALVES
Radialista e Locutora

* Franca, SP

Izilda Rodrigues Alves nasceu em Franca, SP, onde começou a trabalhar na rádio local. 

Em 1941 foi para o Rio de Janeiro e, após um teste com Victor Costa, passou a ocupar o cargo de locutora.

Izilda Rodrigues Alves foi para o Rio de Janeiro em 1941 e não demorou a ser contratada pela Rádio Nacional. O Brasil inteiro ficava empolgado quando ela anunciava com sua voz bonita e marcante.

"O rádio teatro Colgate Palmolive, apresenta, mais um capítulo da novela O Direito de Nascer!"

Foi locutora de todas as novelas e da maioria dos programas que a Rádio Nacional transmitiu a partir de 1942. Ficou conhecida pela locução que fazia no Programa Francisco Alves, levado ao ar ao meio-dia dos domingos.

Voz padrão de várias emissoras do Rio de Janeiro, apesar de toda badalação em torno de seu nome, ela nunca misturou a vida particular com a profissão. Reservada e discreta, era uma mulher polida e compenetrada.

Lúcia Helena escreveu vários programas entre os quais "Boa Tarde, Madame", "Rei da Voz" e "Sala de Visitas".

Durante a Segunda Guerra Mundial, transmitiu diretamente para a Europa o programa da Força Expedicionária Brasileira (FEB) e da Legião Brasileira de Assistência (LBA), com leitura de mensagens aos expedicionários brasileiros.

Lúcia Helena abriu escola para outras mulheres que surgiram depois dela como Virgínia de Morais, Nilza Magrassi, Lita Romani, entre outras. Ela nunca deixou de encabeçar a lista das preferidas. Aos domingos, durante longos anos, apresentou um programa de alcance nacional, onde entonava bem alto que se apresentariam Francisco Alves, o rei, e Dalva de Oliveira, a rainha das vozes.

Lúcia Helena era um patrimônio da Rádio Nacional e ela teve uma profunda tristeza quando a emissora passou a integrar o Sistema Rádiobras, eliminando os programas de auditório e as rádio novelas.

Além de locutora, Lúcia Helena era novelista. Produziu o "Grande Teatro das Sextas-Feiras", programação que apresentava semanalmente peças famosas, radiofonizadas por ela.

Francisco Alves e Lúcia Helena
Canção da Criança

A Casa de Lázaro tornou-se conhecida na sociedade brasileira em 1952, quando o seu antigo coral, formado pelas suas crianças, participou da gravação do grande sucesso "Canção da Criança" composta e interpretada por Francisco Alves, que entrou para a história da Música Popular Brasileira como o "Rei da Voz". A letra da música é de René Bittencourt e foi gravada em 03/09/1952, com objetivo altruísta, pois toda a arrecadação com a venda do disco foi doada em favor daquela instituição de caridade.

Francisco Alves não chegou a ouvir a gravação de "Canção da Criança", pois morreu dias depois, em 27/09/1952, num acidente automobilístico na Via Dutra, SP, quando voltava para o Rio de Janeiro. Na saída do caixão do local onde seu corpo foi velado, as crianças da Casa de Lázaro, despediram-se do "Rei da Voz", cantaram a "Canção da Criança", o que levou à intensa emoção e às lagrimas a multidão de fãs e admiradores que ali estavam para prantear o seu ídolo.

A música passou depois a ser cantada em escolas, principalmente no Dia da Criança. A declamação que antecede o início da melodia foi feita pela locutora Lúcia Helena. Sua voz tornou-se famosa e inconfundível porque apresentava o Chico Viola, no seu programa dominical ao meio-dia na Rádio Nacional. A abertura do programa virou na época uma marca registrada: 

"Ao soar o carrilhão das doze badaladas, ao se encontrarem os ponteiros no meio do dia, os ouvintes da Rádio Nacional também se encontram com Francisco Alves, o Rei da Voz!"

Logo em seguida, Francisco Alves começava o programa.



Canção da Criança

Declamação de Lúcia Helena:

"Brincando marcha o menino de hoje. Lutando marhará o menino de amanhã. Crianças despreocupadas desse Brasil-Menino, cujas glórias hão de colher os homens grandes que dominarão o Brasil-Gigante, esse Brasil grandioso que eu canto, que as crianças da Casa de Lázaro felizes cantarão, numa esperança de vitórias e de alegrias!"

Criança feliz, que vive a cantar
Alegre a embalar seu sonho infantil!
Ó meu bom Jeus, que a todos conduz
Olhai as crianças do nosso Brasil!

Crianças, com alegria,
Qual um bando de andorinhas
Viram Jesus que dizia:
Vinde a mim as criancinhas!
Hoje dos céus num aceno
Os anjos dizem: Amém!
Porque Jesus Nazareno
Foi criancinha também.

Fonte: Almanaque da Rádio Nacional, M.I.S. Franca e Verboso