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Marcelo Tupynambá

FERNANDO ÁLVARES LOBO
(64 anos)
Engenheiro, Radialista, Crítico Musical, Poeta e Músico

☼ Tietê, SP (29/05/1889)
┼ São Paulo, SP (04/07/1953)

Marcelo Tupynambá (na grafia moderna Marcelo Tupinambá), era o pseudônimo de Fernando Álvares Lobo, filho de músicos portugueses de sobrenome Lobo. Sua mãe chamava-se Maria Rodrigues de Azevedo Lobo e era professora. Seu tio-avô, Elias Álvares Lobo, foi autor da primeira ópera escrita em português e seu pai, Eduardo Álvares Lobo, foi destacado no cenário musical de sua época para reger a orquestra que recepcionou Dom Pedro II no interior paulista.

Ainda pequeno, Marcelo Tupynambá mudou-se para São Paulo, onde fez o curso primário.

Também foi engenheiro formado pela Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), radialista, crítico musical e poeta. Trabalhou como engenheiro mas, sentindo que a sua verdadeira vocação era a música, a ela passou a dedicar-se inteiramente. Teve ativa participação durante a Semana de Arte Moderna. Foi amigo e colaborador das rodas literárias e artísticas onde conviveu com Villa-Lobos, Menotti Del Picchia, Guilherme de Almeida, Mário de Andrade, e outros.

Foi ao lado de Chiquinha Gonzaga, Ernesto Nazareth e Pixinguinha, fundamental na edificação de um estilo de composição que se tornaria paradigma na identificação de uma música verdadeiramente nacional.

Sua obra compreende mais de trezentas canções para canto e piano ou piano solo, incluindo outros gêneros como operetas, bailados, corais e quartetos de corda.

A música de Marcelo Tupynambá exerceu enorme influência no gosto popular entre as décadas de 1910 e 1930. Os foliões, durante o período de carnaval, saiam às ruas entoando as melodias do autor, que eram, ainda, difundidas através dos teatros, cinemas, discos e mais tarde também através do rádio e TV, resultando num enorme índice de popularidade e aceitação. Famosas, as músicas de Marcelo Tupynambá logo foram impressas e consumidas em forma de partitura. 

Marcelo Tupynambá (1º à esquerda) entre colegas, 1946
As músicas de Marcelo Tupynambá já receberam mais de 200 gravações desde 1913 até hoje por intérpretes como Pixinguinha, Francisco AlvesInezita Barroso, Eudóxia de Barros, Guiomar Novaes, e foram reverenciadas por Villa-Lobos, Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Guilherme de Almeida, Menotti Del Picchia e Darius Milhaud.

Porém grande parte das músicas de Marcelo Tupynambá permanece desconhecida do público em geral também porque cantores e músicos não têm fácil acesso a suas partituras.

O descaso perante a obra de Marcelo Tupynambá, que parece ser histórico, foi relatado primeiramente por Mário de Andrade, em artigo da década de 20 para a revista cultural "Ariel" e em seu famoso livro "Uma Pequena História da Música". O autor de "Macunaíma" queixava-se, já naquele tempo, dos músicos que abandonavam as partituras de Marcelo Tupynambá como se fossem moda passageira. O pensador, que liderou uma geração de compositores comprometidos com o desenvolvimento de uma verdadeira música nacional, de Villa-Lobos, Camargo Guarnieri, Luciano Gallet e tantos outros, se referia à música de Marcelo Tupynambá como um dos mais sólidos pilares da cultura brasileira. Dizia ser "escritas como entre o povo se faz arte". E chegou a analisar:

"O que exalta a música de Marcelo Tupynambá é a linha melódica. Muito pura e variada. O compositor encerra nela a indecisão heterogênea de nossa formação racial...é atualmente, entre os nossos melodistas de nome conhecido, o mais original e perfeito."

Marcelo Tupynambá e sua esposa Irene Menezes
Em outro trecho conclusivo do artigo da "Ariel"Mário de Andrade afirma, quase que profeticamente:

"Não se ouve mais o 'Matuto', ninguém mais se lembra de 'Ao Som da Viola'. Mas é possível que um dia os compositores nacionais, conscientes da sua nacionalidade e destino, queiram surpreender a melodia mais bela e original de seu próprio povo. As músicas de Marcelo Tupynambá serão nesse dia observadas com admiração e amadas com mais constância. Elas o merecem e o artista que as compôs, será lembrado, como um dos que melhor e primeiramente souberam surpreender os balbucios da consciência nacional nascente."
Foi, ainda Mário de Andrade, parceiro responsável pelos versos de "Canção Marinha", música de Marcelo Tupynambá, gravada em disco pela cantora Inezita Barroso.

O compositor francês Darius Milhaud, pertencente ao Grupo dos Seis (Les Six) em Paris, de passagem pelo Brasil no final da década de 1910, também descreveu a falta de atenção dos músicos brasileiros aos temas de Marcelo TupynambáDarius Milhaud classificou Marcelo Tupynambá como "umas das glórias e jóias da arte brasileira", e afirmou que suas melodias seriam como estrelas–guia da nossa riqueza musical, ignorada, desperdiçada, sem maiores explicações.

"Tupynambá e Nazareth precedem a música de seu país como aquelas duas grandes estrelas do céu sulino (Centauro e Alfa Centauri) precedem os cinco diamantes do Cruzeiro do Sul."
(Darius Milhaud, in La Revue Musicale, 1920)

Darius Milhaud fez o que aconselhava a todo músico brasileiro: estudou-as e tratou ele mesmo de citar sete melodias de Marcelo Tupynambá em uma das suas músicas mais interpretadas até os dias atuais, o balé "Le Boeuf Sur Le Toit".

Villa-Lobos, em 28/04/1923, concedeu um retrato autografado a Marcelo Tupynambá, que juntamente com o retrato assinado do maestro Eleazar de Carvalho e Souza Lima, tinham lugares reservados em cima do piano do compositor. Numa outra ocasião, Villa-Lobos, considerado nosso maior compositor, afirmou ter composto uma sinfonia sob inspiração dos temas de Marcelo Tupynambá, e assim escreveu na dedicatória: "Foi de um tema, de uma parte de tua alma sonora, filha dos trópicos de nosso Brasil, que criei esta sinfonia sertaneja."

Registro da participação de Marcelo Tupynambá em programas da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro (08/10/1925)
As partituras da coleção Marcelo Tupynambá, em sua maioria, são para canto e piano, piano solo, coro, banda e orquestra. Uma obra extensa, composta por mais de trezentas partituras para canto e piano (canções) e piano solo, uma dezena de peças para coro e orquestra (operetas), outra dezena de músicas para orquestra sinfônica (bailados e trilha sonora) e ainda algumas composições para instrumento solo e piano (lendas para violino e piano) e outras para coro (motivos folclóricos e música sacra).

Toda essa diversidade de composições incluíam colaboradores, letristas, parceiros e arranjadores. Os versos das canções de Marcelo Tupynambá são dos poetas Guilherme de AlmeidaMenotti Del PicchiaMário de Andrade, Afonso Schmidt, Amadeu Amaral, Manuel Bandeira, Castello Netto, Olegário Mariano, Homero Prates, Alphonsus de Guimarães, entre outra dezena de escritores, alguns representantes da Semana de Arte Moderna de 1922.

Participaram de arranjos de músicas suas os maestros Guerra-PeixePixinguinha, Gabriel Migliori, Souza Lima e Gaó. Interpretaram suas canções Francisco Alves, Vicente Celestino, Silvio CaldasInezita Barroso e Zizi Possi. Gravaram suas músicas Pixinguinha e Oito Batutas, Altamiro Carrilho, Eudóxia de Barros e Mário de Azevedo.

Escreveram criticamente sobre sua obra Oswald de AndradeMário de Andrade, Vasco Mariz, Ary Vasconcelos, Mariza Lira, Edigar de Alencar, José G. Vinci de Moraes, Manoel Aranha Correa do Lago, Renato Almeida, Bruno Kiefer, Aloysio Alencar Pinto, Darius Milhaud, Oneyda Alvarenga, Benedito Pires de AlmeidaMenotti Del Picchia, José Miguel Wisnik, Zuza Homem de Mello, José Ramos Tinhorão, Homero PratesManuel Bandeira, Elizabeth Travassos, Ulisses Paranhos, Cravo Albin, Jairo Severiano, Duprat Fiúza, Beatriz Leal Guimarães, Sérgio Millet e Ailton Rodrigues.

O teatro musicado pode ser considerado o primeiro divulgador da música de Marcelo Tupynambá. Tão logo suas canções faziam sucesso nos espetáculos, as canções passavam a ser editadas no formato de partitura e gravadas em disco. A partir de 1924, também o rádio se tornaria outro importante instrumento de divulgação de sua obra.

Marcello Tupynambá e Edgard Arantes
Marcelo Tupynambá foi pioneiro na função de diretor artístico da Rádio EducadoraRádio BandeirantesRádio RecordRádio TupiRádio Gazeta em São Paulo. Para o cinema, escreveu trilhas sonoras e seu oficio no dia a dia, assim como o de Ernesto Nazareth, era acompanhar as fitas de cinema mudo.

Marcelo Tupynambá atuou desde sempre para o reconhecimento e valorização da arte popular brasileira. Ele preocupava-se com a música regional, por exemplo: as modas e toadas do interior, com melodias simples e letras inspiradas em assuntos do cotidiano, eram recriadas em versão para voz e piano.

Atuando em diversos campos artísticos, o compositor deve ser considerado um legítimo representante da consolidação da canção brasileira como música nacional por excelência.

Marcelo Tupynambá foi casado com Irene Menezes Lobo, com quem teve os filhos: Cecilia, Helena, Samuel, Cláudio, Eduardo, Thereza e Ignês.

A herma que os tieteenses ergueram em sua homenagem foi inaugurada em 27/08/1967. O dia 30 de maio foi instituído "Dia de Marcelo Tupynambá" pela Lei n° 1.149 de março de 1972.


José Messias

JOSÉ MESSIAS CUNHA
(86 anos)
Cantor, Compositor, Escritor, Radialista, Apresentador, Produtor, Jornalista, Crítico e Jurado

☼ Bom Jardim de Minas, MG (07/10/1928)
┼ Rio de Janeiro, RJ (12/06/2015)

José Messias da Cunha foi um compositor, cantor, escritor, músico, radialista, apresentador e produtor de programas de rádio e televisão, além de jornalista, crítico musical e jurado musical em programas de talentos na televisão. Personagem de destaque expressivo na cultura artística brasileira durante várias décadas, desde a era de ouro do rádio e o início da televisão no país.

José Messias nasceu em 07/10/1928, no município de Bom Jardim de Minas, MG. Nascido de família pobre, mas extremamente musical, onde o pai e o avô eram regentes de banda, o tio era trombonista, ainda jovem começou a compor músicas para blocos de carnaval. Essa verve artística e musical iria acompanhá-lo por toda a sua vida nas múltiplas facetas de expressão.

Mudou-se, mais tarde, para Barra Mansa, RJ, trazido por um parente de nome José Gentil, nascido também em Bom Jardim de Minas, já falecido, que foi quem o levou para o Rio de Janeiro. Este parente foi quem o ensinou a ler e escrever, pois como é sabido, José Messias não tinha estudo quando morava em Bom Jardim de Minas. Este seu parente era auto ditada, falando fluentemente latim, inglês e esperanto, e ainda grande conhecedor da gramática da língua portuguesa. E ali aprendeu os ofícios do circo em pequenas companhias locais, havendo atuado, inclusive como palhaço.

Em 1945 seguiu para o Rio de Janeiro, onde viveria por várias décadas, e participou de vários programas de rádio, entre os quais, "Papel Carbono", de Renato Murce. Estudou no Liceu de Artes e Ofícios. Trabalhou, também, durante algum tempo, no comércio, até que foi apresentado ao compositor Herivelto Martins, de quem veio a ser então secretário.

Com esse trabalho e com o relacionamento no meio artístico de então, oportunidades começaram a surgir, e José Messias chegou a substituir Grande Otelo em vários espetáculos. Continuava a compor músicas de Carnaval e, em 1952, conseguiu que fosse gravada a "Marcha do Coça Roça", sua primeira composição, que veio a ser interpretada por Heleninha Costa.

Seguiram-se, depois, várias outras interpretações de composições suas, por artistas famosos da época de ouro do rádio brasileiro: Emilinha Borba, Francisco Carlos, Marlene, e Quatro Ases e Um Coringa. Nessa época escreveu para jornais e revistas.

Em 1954, o então Ministro do Trabalho João Goulart nomeou-o para o Serviço de Recreação Operária, porém à disposição da Rádio Mauá, o que lhe permitiu continuar a desenvolver seus atributos musicais.

Em 1955, estreou como apresentador de auditório na Rádio Mayrink Veiga. Por dez anos, ele acumulou o exercício da função pública com as atividades privadas de direção e de apresentação de programas em várias radio-emissoras daquela época no Rio de Janeiro, como Rádio Mundial, Rádio Carioca, Rádio Metropolitana, Rádio Tupi, Rádio Guanabara e Rádio Nacional.


Identificado com a juventude da época, José Messias renovou o cenário musical de então. Criou, em conjunto com Carlos Imperial e Jair de Taumaturgo, o marcante movimento de renovação e vanguarda musical que veio a ser a Jovem Guarda.

Vanguardista em cultura musical, ele efetivamente lançou ao estrelato muitos cantores, por meio do seu programa "Favoritos da Nova Geração". Figuram entre os mais conhecidos e famosos os artistas Clara Nunes, Jerry Adriani, Roberto Carlos e Wanderley Cardoso, dentre muitos outros.

Ainda em 1955, compôs o samba "A Mão Que Afaga", com Raul Sampaio, gravado na Continental, pelos Vocalistas Tropicais.

Em 1956, estreou em discos pela pernambucana gravadora Mocambo, registrando a batucada "Macumbô" (José Messias e Carlos Brandão) e o samba "Deus e a Natureza" (José Messias e Carlos Brandão).

Em 1957, gravou na Copacabana os sambas "Ai, Ai, Meu Deus" (Amorim Roxo e Nelinho) e "Vou Beber" (José Messias e Carlos Brandão).

Em 1959, gravou pela Continental o mambo "Você Aí" (José Messias) e o samba "Fim de Safra" (Luiz de França e Zé Tinoco). Nesse ano, seu samba "O Sono de Dolores", em homenagem a Dolores Duran, que acabara de falecer, foi gravado por Ângela Maria e Mara Silva na Rádio Copacabana.

Em 1960, gravou na Polydor a "Marcha da Condução" (José Messias) e "Garoto Solitário" (Adelino Moreira), sucesso no carnaval do ano seguinte. Nesse ano, Carlos Augusto gravou seu bolero "Chega".

Em 1961, gravou na Philips o rock "Rock do Cauby" (José Messias) e o samba "Amor de Verão"(Edgardo Luiz e Geraldo Martins).

Em 1962, obteve destaque com a "Marcha do Carequinha". Gravou na Rádio Mocambo o cha-cha-chá "Garrincha-cha" (Rutinaldo), homenagem ao jogador de futebol Garrincha, do Botafogo do Rio de Janeiro. Nesse ano, seu bolero "Pecador", foi gravado por Silvinho. No começo dessa década, foi um dos radialistas que mais apoiou o movimento ligado ao rock, prestigiando os artistas ligados à Jovem Guarda.

Em 1963, gravou na RGE o "Twist do Pau de Arara" (Raul Sampaio e Francisco Anísio) e o "Cha Cha Cha do Carequinha" (José Messias). Ainda gravou na Odeon as marchas "Deus Tem Mais Pra Dar" (Valfrido Silva, Gadé e Humberto de Carvalho) e "Marcha do Pica-Pau" (Valfrido Silva e Humberto de Carvalho). Também em 1963, teve a música "Aconteça o Que Acontecer" gravada pelo Trio Esperança.

Em 1969, gravou a música "Terreiro de Outro Rei" (José Messias) no LP "O Fino da Roça", de Jackson do Pandeiro. Atuou também na TV Tupi, TV Continental, TV Rio e TV Excelsior. Na TV Tupi, participou dos programas "Flávio Cavalcanti" e "A Grande Chance".

No SBT, de São Paulo, participou, desde o ano 2000, do "Programa Raul Gil", bem como teve atuação muito permanente nas mais diversas emissoras da radiofonia carioca, especialmente a Rádio Nacional do Rio de Janeiro.

Em 2000, teve a música "Travesseiro" relançada na voz de José Ricardo, no CD "José Ricardo - Serenata Suburbana", do selo Revivendo.

Em 2002, produziu o CD "Seleção Nota 10 de José Messias" pela Warner.

Compositor

Compositor desde a juventude, José Messias é sócio honorário da Sociedade Brasileira de Autores, Compositores e Escritores de Música (SBACEM). É autor de mais de duzentas composições. Algumas delas foram gravadas por grandes nomes da Música Popular Brasileira, entre artistas e grupos musicais, como Ângela Maria, Caetano Veloso, Cauby Peixoto, Clara Nunes, Dircinha Batista, Emilinha Borba, Jair Rodrigues, José Ricardo, Linda Batista, Marisa Monte, Nelson Gonçalves, Pery Ribeiro, Quarteto em Cy, Roberto Carlos, Sílvio César, entre outros.

Rádio e Televisão

José Messias foi, também, apresentador e diretor em várias emissoras de rádio e de televisão do Rio de Janeiro. Como tal, dirigiu Flávio Cavalcanti, Aírton Rodrigues e Lolita Rodrigues entre outros.

"A Grande Chance"

Na década de 1970, enquanto ainda trabalhava na rádio, ingressou também nas duas principais emissoras de televisão cariocas, a TV Tupi e a TV Rio. Veio, assim, pouco depois, a compor o juri musical mais importante da televisão brasileira da época, no então famoso programa "A Grande Chance", apresentado por Flávio Cavalcanti.

Conforme relato do jornalista, radialista e estudioso da música popular brasileira, Osmar Frazão, a última formação do programa "A Grande Chance" contou com a participação dos seguintes jurados: Umberto Reis, Erlon Chaves, Osmar Frazão, Artur Faria, Cidinha Campos (depois retornou Márcia de Windsor), Carlos Renato, Jorge Mascarenhas, além de José Messias, sendo que Osmar Frazão entrou para substituir Sérgio Bittencourt, que ficou uma temporada em São Paulo. Por tal razão, Osmar Frazão, nesse programa, foi batizado por Flávio Cavalcanti de "A Enciclopédia da Musica Popular Brasileira".

Foi, ainda, Osmar Frazão a convidá-lo como apresentador do programa denominado "A Hora dos Calouros" na Rádio Nacional.

Apresentador

Em 1966, a Rádio Nacional contratou-o como locutor, apresentador e produtor, onde apresentou, entre outros, o "Show da Cidade", o "Programa José Messias", "A Hora dos Calouros" e "Viva a Jovem Guarda".

Em 1972, transferiu-se para a TV Bandeirantes e o Sistema Brasileiro de Televisão (SBT), e então produziu e dirigiu o "Clube dos Artistas", então apresentado pelo casal Airton Rodrigues e Lolita Rodrigues.

Em 1974, criou o quadro "Pra Quem Você Tira o Chapéu", que já foi apresentado por vários artistas.

Anos depois, passou o comando a Raul Gil e participou de seu programa desde 1998, como jurado fixo.

No inicio da década de 80, enquanto ainda integrava a Rádio Nacional, adquiriu emissoras de rádio da Região dos Lagos e do Jornal de Negócios, assumindo, em 1990, a superintendência do Sistema Serramar de Comunicações, que então congregava cinco emissoras.

Em 1998, assumiu a titularidade da Secretaria de Cultura, Educação, Esporte e Lazer de Saquarema.

Jurado Musical

Em 2002, convidado pelo também apresentador, compositor e cantor Raul Gil, tornou-se jurado no "Programa de Calouro do Raul Gil". Além da função de jurado ilustre, nos vários programas de talentos apresentados por Raul Gil, em sucessivas redes de televisão, José Messias dedicou-se ao resgate da memória do rádio e da televisão brasileiros.

Escritor

José Messias da Cunha foi membro da Academia Nacional de Letras e Artes. Recentemente, lançou seu primeiro livro, "Sob a Luz das Estrelas: Somos Uma Soma de Pessoas". Na obra, ele apresenta a história de sua vida e carreira, bem como exibe um valioso retrospecto da história do rádio e da televisão no Brasil, história da qual foi co-protagonista.

Morte

José Messias morreu na noite de sexta-feira, 12/06/2015, aos 86 anos, no Rio de Janeiro. Ele estava internado há cerca de dez dias no Hospital Italiano, no Grajaú, Zona Norte do Rio de Janeiro.

Segundo nota de pesar do SBT, José Messias teve falência múltipla de órgãos em decorrência de uma complicação renal.

Família e amigos se despediram de José Messias na tarde de sábado, 13/06/2015. Seu corpo foi enterrado no Cemitério de Saquarema, no Rio de Janeiro, por volta das 15:00 hs. Durante toda a manhã, as pessoas mais próximas de José Messias estiveram reunidas em um velório que aconteceu em uma capela ao lado do Hospital Municipal Nossa Senhora de Nazareth, em Bacaxá, distrito de Saquarema.

Condecorações

José Messias da Cunha foi condecorado com vários méritos, entre diplomas, troféus e medalhas, com especial destaque para:

  • Cidadão Benemérito da Cidade do Rio de Janeiro
  • Medalha Tiradentes
  • Prêmio Noel Rosa (Pelo Sindicato dos Compositores)

Discografia


  • 1956 - Macumbô / Deus e a Natureza (Mocambo, 78 rpm)
  • 1957 - Ai, Ai, Meu Deus / Vou Beber (Copacabana, 78 rpm)
  • 1959 - Você Aí / Fim de Safra (Continental, 78 rpm)
  • 1960 - Marcha da Condução / Garoto Solitário (Polydor, 78 rpm)
  • 1961 - Rock do Cauby / Amor de Cerão (Philips, 78 rpm)
  • 1962 - Garrincha-cha / Duas Mães (Mocambo, 78 rpm)
  • 1962 - Maria Carnaval / Marcha do Carequinha (Philips, 78 rpm)
  • 1962 - Trenzinho de Brinquedo-Piuí / Dorme (Mocambo, 78 rpm)
  • 1963 - Deus Tem Mais Pra Dar / Marcha do Pica-Pau (Odeon, 78 rpm)
  • 1963 - Twist do Pau de Arara / Cha Cha Cha do Carequinha (RGE, 78 rpm)

Fonte: Wikipédia e Ego

Fiori Gigliotti

FIORI GIGLIOTTI
(77 anos)
Radialista e Locutor

☼ Barra Bonita, SP (27/09/1928)
┼ São Paulo, SP (08/06/2006)

Fiori Gigliotti foi um radialista e locutor esportivo brasileiro, nascido no interior de São Paulo, filho dos imigrantes italianos de Angelo Gigliotti e Maria Rosaria Palmisano, ambos de descendência italiana. Aos quatro anos de idade sua família transferiu-se para a cidade de Lins, SP, a 180 km do seu município natal.

Em sua longa carreira, Fiori Gigliotti narrou partidas de dez Copas do Mundo de Futebol, mas sempre dizia que o maior jogo ao qual assistiu foi o disputado entre Santos e Benfica, na final da Copa Intercontinental de 1962.

Em declaração, contou um entrevero que teve com o então técnico da Seleção Brasileira de Futebol, Telê Santana, na Copa do Mundo de 1982. Fiori Gigliotti teria cobrado o treinador pelo fato de ele estar fazendo muitas concessões aos jogadores, com muitas saídas com a família e pouco treino. Telê Santana teria respondido que o locutor já estava velho.


Fiori Gigliotti celebrizou frases como: "Abrem-se as cortinas e começa o espetáculo", "E o tempo passa torcida brasileira!" (quando uma equipe precisava fazer um gol), "Tenta passar, mas não passa!", "Aguenta coração!", "Crepúsculo de jogo!", "É fogo!" (antes do grito de gol), "Agora não adianta chorar!" (logo após narrar um gol), "Torcida brasileira!", "Uma Beleeeeza de Gol!" e "Um beijo no seu coração!".

Fiori Gigliotti recebeu mais de duzentos títulos de cidadão honorário, principalmente pelo interior de São Paulo. Trabalhou como locutor desde 1947 na Rádio Clube de Lins (SP), Rádio Cultura de Araçatuba (SP), Rádio Bandeirantes, Rádio Panamericana (atual Jovem Pan), Rádio Tupi e Rádio Record. Estava trabalhando como comentarista na Rádio Capital de São Paulo.

No fim de 2005 recebeu a "Medalha da Ordem Nacional do Mérito Futebolístico" da Federação Paulista de Futebol, ocasião em que disse:

"Eu confesso que hoje vivo um momento de muita emoção. É daqueles momentos de rara felicidade que nos fazem ter alegria de viver!"

Fiori Gigliotti foi casado com Adelaide e tiveram dois filhos, Marcelo e Marcos.


Fiori Gigliotti deu entrada no Hospital Alvorada, em Moema, São Paulo, com problemas de úlcera e próstata e veio a falecer na madrugada de quinta-feira, 08/06/2006, um dia antes do jogo inaugural da Copa do Mundo, vitima de falência múltipla de órgãos. Ele não resistiu a complicações de uma operação no intestino em decorrência de um câncer de próstata.

O enterro de Fiori Giglioti vai acontecer na quinta-feira, 08/06/2006, às 16:00 hs no Cemitério do Morumbi.

Ele disse adeus na véspera de uma Copa do Mundo, ao rádio e aos milhares de torcedores que se acostumaram a ouvir suas transmissões sempre carregadas de emoção.

Fiori Gigliotti era torcedor do Palmeiras e fã ardoroso do santista Pelé.

Na transmissão da TV Globo da partida inaugural da Copa do Mundo de 2006, Alemanha x Costa Rica, um dia após a sua morte, Fiori Gigliotti recebeu homenagem de Galvão Bueno, que iniciou a narração com a inesquecível frase de Fiori Gigliotti:

"Abrem-se as cortinas e começa o espetáculo!"

Fonte: Wikipédia

José Domingos Raffaelli

JOSÉ DOMINGOS RAFFAELLI
(77 anos)
Jornalista, Crítico Musical, Escritor, Radialista e Produtor

☼ Rio de Janeiro, RJ (15/10/1936)
┼ Rio de Janeiro, RJ (26/04/2014)

José Domingos Raffaelli trabalhou para as seguintes publicações:

Jornais
  • 1954 - Le Matin (Antuérpia, Bélgica)
  • 1972-1987 - Jornal do Brasil (Rio de Janeiro)
  • 1973-1976 - Estado do Paraná (Curitiba)
  • 1976-1981 - Diário do Paraná (Curitiba)
  • 1987-2002 - O Globo (Rio de Janeiro)
  • 2002-2003 - O Tempo (Belo Horizonte)
  • 2005 - Jornal das Gravadoras (Rio de Janeiro)
Revistas:
  • 1949-1950 - Quinta Avenida (São Paulo)
  • 1976-1981 - Quem (Curitiba)
  • 1979-1989 - Somtrês (São Paulo)
  • 1980 - Musical Meeting (Rio de Janeiro)
  • 1986-1989 - Senhor (Rio de Janeiro)
  • 1993-1996 - Ele & Ela (Rio de Janeiro)
  • 1993-1997 - Qualis (São Paulo)
  • 2002 - International Magazine (Rio de Janeiro - A partir de 2002)

Atuou como correspondente brasileiro das seguintes revistas estrangeiras:

  • 1980-1993 - Jazz Journal (Inglaterra)
  • 1984-1990 - Jazz Hot (França)
  • 1986-1992 - Jazz Forum (Polônia)
  • 1989-1996 - Billboard (Estados Unidos)
  • 1995-1999 - Jazz Life (Japão)
  • 1996-1998 - Cadence International (Estados Unidos)
  • 1998-2000 - JazzIt (Itália)

Assinou cerca de 800 textos para contracapas e releases de discos de jazz e música brasileira para Cia. Brasileira de Discos, Mocambo, Sinter, Philips, Phonogram, PolyGram, Imagem, RCA Victor, Odeon, EMI, Inner City, Milestone, Empathy, Visom, Leblon, Malandro Records, DeckDisc e Delira Música, além de discos independentes.

Na televisão, trabalhou na TV-Educativa (1987), como apresentador do concerto de Oscar Peterson no Teatro Cultura Artística, São Paulo, TV-Manchete (1990-1994), como redator do programa "Free Jazz In Concert", Globo News (2005), como entrevistado no programa de 40 anos da morte do cantor Nat King Cole.

No Rádio, atuou como produtor e apresentador dos programas "Jazz em Desfile" (1956-1957 / Rádio Mayrink Veiga), "Arte Final: Jazz" (1985-1987 / Rádio Jornal do Brasil AM-Estéreo), "Jazz na Imprensa" (1988-1991 / Rádio Imprensa FM), "Jazz na Eldorado" (1991 / Rádio Eldorado AM), "Jazz na CBN" (1991-1993 / Rádio CBN), "O Mundo do Jazz" (1992-1994 / Rádio MEC FM e AM), "Brasil Instrumental" (1993-1994 / Rádio MEC AM) e "O Mundo do Jazz" (1997 / Rádio MEC FM e AM), e como produtor do programa "Domingo Sem Futebol" (1980-1983 / Rádio Guaira, Curitiba).

Foi responsável pela produção dos seguintes eventos:

  • 1979-1980 - "Música Instrumental na Universidade Candido Mendes"
  • 1995-2000 - "Sextas de Jazz" (Hotel Novo Mundo)
  • 2002 - "Chivas Jazz Festival"
  • 2003 - "Chivas Jazz Festival"
  • 2004 - "Chivas Jazz Festival"
  • 2003-2004 - "Chivas Jazz Lounge" (Restaurante Epitácio e Mistura Fina)

Produziu concertos de Dôdo Ferreira (2003), Osmar Milito Trio (2003), Brazilian Jazz Trio - Hélio Alves, Nilson Matta e Duduka da Fonseca (2004) e Quinteto Victor Assis Brasil (2004).

Ao longo de sua trajetória profissional, proferiu inúmeras palestras sobre jazz e música popular brasileira.

Publicou os seguintes livros:

  • 1978 - "Miles Davis, Vida e Obra"
  • 1991 - "CD Clássicos & Jazz" Co-autor da seção de jazz em parceria com Zuza Homem de Mello e Alberico Cilento
  • 2000 - "Guia de Jazz em CD" Em parceria com Luiz Orlando Carneiro

José Domingos Raffaelli foi um dos fundadores e dirigiu o Rio de Janeiro Jazz Clube (1951), o Clube Amigos do Jazz (1952) e a Sociedade Brasileira de Jazz (1980). Foi diretor honorário do Clube de Jazz e Bossa (1965).

Atuou como colaborador da discografia "Jazz Records" (1942-1980), de Erik Raben (Dinamarca), da "Modern Jazz Discography" (1981-1985), de Walter Bruyninckz (Bélgica), e da discografia de Bill Evans (1982), de Karl Emil Knudsen (Dinamarca).

Fez parte do júri do III Festival de Música Brasileira (1985 - Cascavel, PR) e de cinco edições do Prêmio BDMG-Instrumental (2001-2005, Belo Horizonte).

Recebeu as seguintes premiações:
  • 1989 - Distinción Jazzologia "Por Su Valiosa Contribuición al Jazz", outorgada pelo Centro Cultural San Martin (Buenos Aires)
  • 1999 - Troféu "In Recognition Of Outstanding Service And Dedication To Jazz", outorgado pela International Association Of Jazz Educators (IAJE)

Assinou o texto introdutório do catálogo "Clube de Jazz e Bossa", editado, em 2004, pelo Instituto Cultural Cravo Albin. A coletânea incluiu mais cinco catálogos temáticos e veio acompanhada por um CD remissivo aos temas abordados.

Morte

José Domingos Raffaelli morreu no sábado, 26/04/2014, aos 77 anos. Ele lutava contra um tumor na coluna e estava internado no Hospital Souza Aguiar. Foi enterrado no domingo, 27/04/2014, às 16:66 hs, no Cemitério São João Batista, no bairro de Botafogo.

Em abril deste de 2014, seu filho Flávio fez um post no Facebook avisando a amigos que a doença já estava em metástase.

Geir Campos

GEIR NUFFER CAMPOS
(75 anos)
Poeta, Escritor, Contista, Radialista, Jornalista, Tradutor e Professor

☼ São José do Calçado, ES (28/02/1924)
┼ Niterói, RJ (08/05/1999)

Geir Nuffer Campos foi um poeta, escritor, jornalista e tradutor brasileiro. Filho de Getúlio Campos, dentista, e Nair Nuffer, professora.

Viveu parte da sua infância em Campos dos Goytacazes, RJ, e parte no Rio de Janeiro. A partir de 1941, passou a residir em Niterói, RJ.

Foi aluno do Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro, e do Colégio Plínio Leite, em Niterói.

Em 1951, casou-se com Alcinda Lima Souto, que passou a chamar-se Alcinda Campos. Deste casamento vieram seus dois filhos: Carlos Augusto Campos e Mauro Campos.

Piloto, tripulou navios mercantes do Lloyd Brasileiro durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Advindo daí a sua condição de civil ex-combatente.

Poeta, estreou em 1950 com "Rosa dos Rumos", após ter publicado em jornais e revistas, especialmente no Diário Carioca, vários poemas, contos e traduções.

Editor, fundou em 1951, com Thiago de Mello, as Edições Hipocampo, que chegaram a publicar vinte volumes de poesia e prosa, dos autores mais representativos da literatura brasileira e também de alguns estreantes como Paulo Mendes Campos e outros. Nessa coleção apareceu, em janeiro de 1952, "Arquipélago", o seu segundo livro de versos.


Como professor ginasial, atual ensino fundamental, lecionou no Colégio Plínio Leite, onde antes estudara, e no Colégio Figueiredo Costa, ambos em Niterói. Como professor universitário, na Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde em 1980 fez-se Mestre em Comunicação, com um trabalho, publicado, sobre "Tradução e Ruído na Comunicação Teatral", e em 1985 defendeu tese de doutoramento sobre "O Ato Criador na Tradução".

Como tradutor, começou a publicar em 1953, uma coletânea de poemas de Rainer Maria Rilke.

Como contista, lançou em 1960 a primeira edição de "O Vestíbulo".

Como radialista, em agosto de 1954 começou a produzir e apresentar, na Rádio Ministério de Educação, um programa semanal de meia hora, "Poesia Viva". Para essa mesma emissora produziu, durante muitos anos, diversos programas literários.

Como jornalista, colaborou e assinou colunas em diversos jornais, entre eles o Diário de Notícias e o Diário Carioca.

É o autor da letra do Hino de Brasília, cuja música é de autoria da professora Neusa Pinho França Almeida.

Foi membro fundador do Sindicato dos Escritores do Rio de Janeiro e da Associação Brasileira de Tradutores, da qual foi presidente, lutando pela conscientização dos que traduzem profissionalmente no Brasil e pela regulamentação desta profissão.

Traduziu várias obras de Rilke, Brecht, Goethe, Shakespeare, Sófocles, Whitman e outros, sendo merecedor de um ensaio da professora Maria Thereza Coelho Ceotto da Universidade Federal do Espírito Santo.

Destacou-se enquanto ativista cultural de grande influência e presença na literatura brasileira, tornando-se o grande representante capixaba da "Geração de 45".

Foi um dos poucos poetas brasileiros a comporem uma coroa de sonetos.

Obras

Poesia
  • 1950 - Rosa dos Rumos
  • 1952 - Arquipélago
  • 1953 - Coroa de Sonetos
  • 1956 - Da Profissão do Poeta
  • 1957 - Canto Claro e Poemas Anteriores
  • 1959 - Operário do Canto
  • 1960 - Canto Provisório
  • 1964 - Cantigas de Acordar Mulher
  • 1968 - Canto ao Homem da ONU
  • 1969 - A Meus Filhos
  • 1970 - Metanáutica
  • 1977 - Canto de Peixe e Outros Cantos
  • 1982 - Cantos do Rio (Roteiro lírico do Rio de Janeiro)
  • 1983 - Cantar de Amigo ao Outro Homem da Mulher Amada

Contos
  • 1979 - O Vestíbulo
  • 1982 - Conto & Vírgula

Teatro
  • 1959 - O Sonho de Calabar
  • 1967 - Édipo-Rei, de Sófocles
  • 1970 - Macbeth, de William Shakespeare
  • 1970 - A Tragédia do Homem, de Imre Madách (Com Paulo Rónai)
  • 1972 - Castro Alves ou O Canto da Esperança
  • 1972 - As Sementes da Independência
  • 1976 - Mãe Coragem e Seus Filhos, de Bertolt Brecht
  • 1977 - A Alma Boa de Setsuan, de Bertolt Brecht
  • 1977 - Diz-que-sim & Diz-que-não, de Bertolt Brecht
  • 1977 - O Círculo de Giz Caucasiano, de Bertolt Brecht
  • 1977 - Na Selva das Cidades, de Bertolt Brecht
  • 1977 - A Exceção e a Regra, de Bertolt Brecht
  • 1978 - Luz nas Trevas, de Bertolt Brecht
  • 1978 - O Julgamento de Lúculus, de Bertolt Brecht
  • 1978 - A Condenação de Lúculus, de Bertolt Brecht
  • 1970 - A Tragédia do Homem, de Imre Madách (Com Paulo Rónai)

Peças Não Publicadas, Mas Registradas na Sociedade Brasileira dos Autores Teatrais (Levantamento Parcial)
  • 1967 - De Bocage a Nelson Rodrigues, (Com Nelson Rodrigues e Jaime Barcelos)
  • 1969 - Aquele Que Diz Sim e Aquele Que Diz Não, de Bertolt Brecht
  • 1974 - O Quarto Vazio
  • 1974 - Nós
  • 1974 - Arruda Para Você Também
  • 1974 - O Refugiado e os Sentados, de Miguel Hernandez
  • 1974 - A Estranha História do Doutor Fausto, de Christopher Marlowe
  • 1974 - Amar / Luar, de Jack Larson
  • 1983 - Esse Bocage

Teatro Infantil
  • 1959 - O Gato Ladrão
  • 1960 - A Verdadeira História da Cigarra e da Formiga
  • 1960 - História dos Peixinhos Voadores (Parceria com Maria Niedenthal)

Literatura Infanto-Juvenil
  • 1973 - Qual é a História de Hoje?, Joana Angélica d’Avila Melo

(Geir Campos é o autor dos contos das páginas: 14-15, 15-16, 29-30, 36-37, 49, 61-62, 65-66, 80-81, 83-84, 90-91, 113-114, 124-125, 126-127, 137-138, 142-144, 149-151, 154-156, 163-164, 179 e 186-187)
  • 1987 - Estórias Pitorescas da História do Brasil (Para Gente Grande e Pequena)
  • 1991 - Histórias de Anjos

Ensaios
  • 1960 - Carta aos Livreiros do Brasil
  • 1967 - Rubén Dário, Poeta Participante
  • 1978 - O Problema da Tradução no Teatro Brasileiro
  • 1981 - Tradução e Ruído na Comunicação Teatral
  • 1985 - Do Ato Criador na Tradução (Tese de Doutorado - Inédita em livro)

Referências
  • 1960 - Pequeno Dicionário de Arte Poética
  • 1986 - Como Fazer Tradução
  • 1986 - O Que é Tradução
  • 1989 - Glossário de Termos Técnicos do Espetáculo

Antologias
  • S/D - Alberto de Oliveira
  • S/D - Livro de Ouro da Poesia Alemã
  • 1960 - Poesia Alemã Traduzida no Brasil
  • 1986 - Versei, Antologia Poética (Exterior)

Traduções (Levantamento Parcial)
  • 1953 - Poemas de Rainer Maria Rilke
  • 1956 - Parábolas e Fragmentos de Kafka
  • 1956 - Nossa Vida Com Papai, Romance de Clarence Day Jr.
  • 1957 - O Coronel Jack, Romance de Daniel Defoe
  • 1958 - A Sabedoria de Confúcio
  • 1959 - A Alma Boa de Setsuan, Fábula Teatral de Bertolt Brecht (Com Antônio Bulhões)
  • 1964 - Folhas de Relva, Poesia de Walt Whitman
  • 1964 - Sociologia e Filosofia Social de Karl Marx - Textos escolhidos, seleção, introdução e notas por T. B. Bottomore e Maximilien Rubel
  • 1965 - Flor do Abandono, Romance de Zsigmond Móricz
  • 1966 - Poemas e Canções, Bertolt Brecht
  • 1967 - Poemas e Cartas a um Jovem Poeta, Rainer Maria Rilke (Com Fernando Jorge)
  • 1967 - Édipo-Rei, Peça de Sófocles
  • 1976 - Andares, Poesia de Hermann Hesse
  • 1977/1978 - Teatro de Bertolt Brecht (Várias peças como supervisor e tradutor)
  • 1980 - A Tragédia do Homem, Peça de Imre Madách (Com Paulo Rónai)
  • 1983 - Folhas das Folhas de Relva, seleção de poesias de Folhas de Relva, de Walt Whitman
  • 1985 - Arco-íris de Amor, de Joan Walsh Anglund
  • 1988 - A Vida de Nosso Senhor, romance de Charles Dickens
  • 1988 - Haicais: Poesia do Japão, da versão de Jan Ulenbrook
  • 1988 - O Quinto Evangelho, romance de Mario Pomilio
  • 1990 - Frases de Cabeceira Gerald Goodfrey
  • 1984 - Frases de Cabeceira 2 Gerald Goodfrey
  • S/D - Frases de Cabeceira 3 Gerald Goodfrey
  • S/D - Frases de Cabeceira 4 Gerald Goodfrey
  • 1991 - As Melhores Histórias de Natal
  • 1991 - O Livro de Emmanuel, psicografias de Pat Rodegast e Judith Stanton
  • 1992 - As Fogueiras do Rei, romance de Pedro Casals
  • 1993 - O Livro de Horas, poesia de Rainer Maria Rilke
  • 1994 - O Livro de Emmanuel II, psicografias de Pat Rodegast e Judith Stanton
  • 1995 - Cantos do Meu Coração, poemas e fotografias de Daisaku Ikeda

Traduções Que Colaborou
  • 1956 - A Terra Inútil, de T. S. Eliot - Tradução de Paulo Mendes Campos
  • 1982 - Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carrol - Tradução de Fernanda Lopes de Almeida. Geir Campos traduziu os poemas das páginas 8 e 9, 49, 98 e 99, 102 e 103, 116 e 117.


Fonte: Wikipédia
Nota: Todas as informações constantes nesta página foram escritas por Mauro Campos, filho do Geir Campos. Elas estão disponíveis na Web, nas publicações citadas ou em documentos que pertencem à família.

Haroldo de Andrade

HAROLDO ANDRADE SILVA
(73 anos)
Locutor, Radialista, Apresentador de TV, Publicitário e Empresário

* Curitiba, PR (01/05/1934)
+ Rio de Janeiro, RJ (01/03/2008)

Haroldo Andrade Silva, popularmente conhecido por Haroldo de Andrade, foi um locutor, radialista, apresentador de TV, publicitário e empresário brasileiro.

Nascido na capital paranaense, Haroldo de Andrade trabalhou ainda na infância como office-boy no comércio.

Sempre que podia, Haroldo ia aos estúdios do Serviço de Alto-Falantes Iguaçú, localizado na Praça Tiradentes, onde era locutor Vicente Mickosz, com quem fez amizade. Naquela época, tais serviços de alto-falantes anunciavam produtos do comércio local.

Com seu conhecimento junto aos donos de lojas, Haroldo começou a fazer anúncios dos estabelecimentos no microfone. Foi nesta primeira experiência que a boa voz e a dicção muito clara chamou a atenção do público e o fez ingressar na Rádio Clube Paranaense, onde passou a atuar como locutor, apresentando o "Grande Programa RCA Victor", com repertório de músicas clássicas e líricas. Foi nesta época que Haroldo ouviu pela primeira vez o "Concerto Nº 1 Para Piano e Orquestra", do compositor russo Pyotr Ilyich Tchaikovsky, cuja melodia o encantou.

Haroldo de Andrade aos 17 anos, em Curitiba, com seu primeiro microfone.
Aos 20 anos de idade, resolveu deixar a terra natal e tentar a sorte como radialista na então Capital Federal, o Rio de Janeiro.

Em 1954, começou a trabalhar na antiga Rádio Mauá, cuja frequência era 1060, onde os mesmos predicados que o celebrizaram em Curitiba logo chamaram a atenção do público carioca. Numa época em que o rádio ainda detinha a primazia da popularidade, grandes emissoras possuíam grandes auditórios, onde havia espaço para o público assistir às irradiações. Na Rádio Mauá, a plateia não existia, e logo Haroldo criou uma maneira diferente de permitir a participação do público nas transmissões.

Foi quando lançou o programa "Musifone", em que os ouvintes podiam telefonar para o radialista e pedir músicas, participar de pequenos jogos e concorrer a prêmios. Com isso, Haroldo inaugurou a interatividade no rádio brasileiro, muitos anos antes de esta expressão começar a ser utilizada. A atração logo alcançou o primeiro lugar na audiência.

Com o sucesso do "Musifone", Haroldo chamou a atenção de emissoras maiores. Foi quando a Rádio Globo o contratou, em 1961. Lá, a partir do dia 06/11/1961, Haroldo passou a comandar o programa "Alvorada Carioca", das 06:00 hs às 08:00 hs da manhã, além de continuar apresentando o "Musifone" na parte da tarde.

Em 1962 recebeu seu primeiro prêmio no Rio de Janeiro, o "Microfone de Ouro", na categoria de "Melhor Locutor".

Haroldo de Andrade no auditório do "Programa Haroldo de Andrade" na TV Globo.
No final de 1965 Haroldo passou a se apresentar também na Rádio Eldorado, emissora pertencente ao Sistema Globo de Rádio, comandando pela manhã o "Haroldo, Muniz e a Música", ao lado de Roberto Muniz.

Em 1966 passou a apresentar um programa de televisão na recém-inaugurada Rede Globo. Em "Os Maiorais da Globo", Haroldo de Andrade dividia a tela com os também radialistas Luís de Carvalho, Jonas Garret, Mário Luís Barbato e Roberto Muniz, apresentando as paradas musicais do momento.

No início de 1966 sofreu um acidente automobilístico que lhe deixou sequelas físicas permanentes.

Em 1968 passou a se apresentar na TV Excelsior, onde ganhou um programa exclusivo, o "Haroldo de Andrade Show", com apresentações musicais, jogos e concursos entre artistas. Naquele mesmo ano, estreou um dos quadros que mais celebrizariam o comunicador, o "Bom Dia".

Em 1969 passou a apresentar os shows populares que a Rádio e a TV Globo patrocinavam em comemoração ao Dia do Trabalhador, que caia no mesmo dia de seu aniversário. O primeiro show foi realizado no estádio do Bangu Atlético Clube. A partir de 1970, com o imenso sucesso da iniciativa, os shows passam a serem realizados nos jardins da Quinta da Boa Vista, sempre com audiências superiores a 100 mil pessoas. 1970 também marcou a volta de Haroldo de Andrade à TV Globo, agora com um programa exclusivo.

Jerry Adriani e Haroldo de Andrade no "Programa Haroldo de Andrade" na TV Globo.
No rádio, o grande destaque do "Programa Haroldo de Andrade" passou a ser a mesa de debates, com nomes importantes de diversos campos debatendo o noticiário. Eram os Debates Populares, cujo formato passou a ser copiado por todas as emissoras do Brasil. Foi o auge de seu sucesso no veículo, conquistando liderança absoluta de audiência por mais de 30 anos consecutivos. Isso fez com que o "Programa Haroldo de Andrade" recebesse o prêmio de "Melhor Programa Radiofônico da América Latina" em 1977, no 10° Fórum Internacional de Programação de Rádio. No mesmo ano, a revista norte-americana Billboard apontou Haroldo de Andrade como a "Maior Personalidade No Ar".

Seu público majoritário era composto por donas de casa, aposentados, motoristas de táxi e estudantes. Sua popularidade gerou reações curiosas, como a de uma ouvinte que diariamente esperava o apresentador na porta da Rádio Globo vestida de noiva, pronta para "se casar" com seu ídolo assim que este quisesse. Na mesma entrada da emissora, diariamente, dezenas de fãs e aspirantes à carreira artística também costumavam abordá-lo, em busca de um autógrafo, uma palavra de carinho ou uma chance de divulgação. Foi assim que Haroldo de Andrade foi responsável pelo lançamento das carreiras de vários artistas hoje consagrados.

O sucesso e a liderança de Haroldo de Andrade na Rádio Globo permaneceram inalterados ao longo de mais de quatro décadas, malgrado uma curta passagem pela Rádio Bandeirantes, entre 1982 e 1983.

No final da década de 1990, reformulações no rádio começaram a afetar a posição de Haroldo de Andrade na preferência popular. Foi quando a direção do Sistema Globo de Rádio resolveu nacionalizar a programação da rede. Haroldo de Andrade, que embora tivesse ouvintes em outros estados já era completamente identificado com o público carioca e fluminense, resistiu à ideia de dirigir-se aos públicos de outras localidades. Com isso, a Rádio Globo acabou por demiti-lo em julho de 2002, num episódio doloroso para o velho apresentador.

Paulo Sérgio e Haroldo de Andrade no "Programa Haroldo de Andrade" na TV Globo.
Haroldo de Andrade não foi informado com antecedência da decisão da direção da emissora, e só soube de seu afastamento quando indagou de um funcionário do Departamento Pessoal a razão da não-renovação de seu contrato. Naquele mesmo dia, o "Programa Haroldo de Andrade" saiu do ar, sem que Haroldo pudesse se despedir de seus ouvintes.

Retirado à sua residência no bairro das Laranjeiras e limitado a administrar a sua empresa de marketing, Haroldo de Andrade não se conformou com o fim de seu trabalho. Conversou com algumas outras emissoras, mas não entrou em acordo com nenhuma. Foi quando decidiu abrir a sua própria emissora. Conseguiu adquirir a emissora que funcionava no mesmo "dial" de sua primeira rádio no Rio de Janeiro, o 1060, que em 07/11/2005 passou a se chamar Rádio Haroldo de Andrade.

Reunindo outros comunicadores de sua geração e afastados das grandes emissoras, a Rádio Haroldo de Andrade dedicou sua programação ao Rio de Janeiro e às cidades no entorno metropolitano. Logo, a emissora já alcançava o terceiro lugar geral em audiência entre as rádios AM.

No entanto, dificuldades técnicas e a falta de recursos de propaganda foram derrubando a audiência. A saída da comunicadora Cidinha Campos em um episódio conturbado também minou o crescimento da emissora.

Morte

A partir de 2007, diversos problemas de saúde obrigaram Haroldo de Andrade a se afastar dos microfones. Ele já sofria de diabetes há alguns anos, e passou a padecer também de problemas cardíacos e renais.

Após um breve retorno, a necessidade da colocação de um marcapasso nos últimos dias de 2007, bem como a dependência do tratamento de diálise retiraram novamente Haroldo de Andrade dos microfones.

Em janeiro de 2008, após um tombo em sua casa, Haroldo de Andrade novamente voltou ao hospital. Lá, foi constatada uma gangrena em sua perna, que acabou por ser amputada. A fragilidade do paciente levou a equipe médica que o atendia a colocá-lo em coma induzido, de onde não mais sairia.

Haroldo de Andrade faleceu às 15:00 hs do dia 01/03/2008, exatamente dois meses antes de completar 74 anos de vida, vítima de falência múltipla dos órgãos. Foi enterrado no dia seguinte, ao lado de um de seus oito filhos, no Cemitério de São Francisco Xavier, no Caju.

Sua morte foi notícia em todos os veículos de comunicação do país e ao seu funeral compareceram mais de quinhentas pessoas, entre ouvintes, políticos e artistas. No dia anterior, o prefeito da cidade do Rio de Janeiro, César Maia, anunciou que batizaria uma rua da cidade com seu nome. A promessa foi cumprida, com a publicação do Decreto Nº 29061, de 06/03/2008, que batizou como "Largo Haroldo de Andrade" o logradouro situado na Rua do Russel, lado par, próximo à Ladeira de Nossa Senhora, na Zona Sul do Rio de Janeiro e bem próximo ao edifício-sede do Sistema Globo de Rádio. A homenagem, no entanto, não foi concretizada até hoje.

A Rádio Haroldo de Andrade foi extinta em 05/05/2008, com a venda da emissora para o grupo Canção Nova, de emissoras católicas.

Em 19/05/2011, o Governo do Estado do Rio de Janeiro anunciou que um conjunto habitacional a ser construído no bairro de Barros Filho, na Zona Norte do Rio de Janeiro, com recursos do programa federal "Minha Casa, Minha Vida", ganharia o nome de Haroldo de Andrade.

No dia 12/09/2011 foi inaugurado no interior da Estação Glória do Metrô Rio, um busto do radialista. A ideia da homenagem partiu do deputado estadual Paulo Ramos. O autor da obra foi o escultor Edgar Duvivier. No mesmo ano, o escritor e jornalista Victor Grinbaum passou a escrever a biografia do radialista.

Fonte: Wikipédia
Indicação: Miguel Sampaio

Ely Camargo

ELY CAMARGO
(84 anos)
Cantora, Folclorista, Violonista e Radialista

* Goiás, Cidade de Goiás ou Goiás Velho, GO (12/02/1930)
+ Goiânia, GO (03/11/2014)

A música folclórica do Estado de Goiás não poderá jamais ser citada sem incluir o nome de sua maior representante que é a cantora e folclorista Ely Camargo

Cantora, pesquisadora de folclore, violonista, professora e também farmacêutica, Ely Camargo, assim como Inezita Barroso, é uma das principais intérpretes não somente do folclore goiano, mas também do riquíssimo folclore brasileiro.

Ely Camargo nasceu no dia 12/02/1930 na cidade de Goiás, GO, a antiga e histórica Capital do Estado, também conhecida como Goyaz Velho, que é também a cidade-natal da poetisa e escritora Cora Coralina e também da artista plástica Goiandira do Couto.

Era filha de Joaquim Edison Camargo (Goiás, GO, 07/09/1900 - Goiânia, GO, 25/03/1966) que foi compositor e regente da Orquestra Sinfônica de Goiânia. Foi comemorado o Centenário de Joaquim Edison Camargo no dia 07/09/2000, ocasião na qual Ely Camargo gravou o CD "Lembranças de Goyaz" com 10 belíssimas composições por ela interpretadas.

Durante a infância, cantou em coros de igreja. Foi integrante em 1960 do Trio Guairá de Goiânia e, em 1961 e 1962, apresentou na Rádio Brasil Central de Goiânia, um programa que era por ela produzido e que também era retransmitido em Brasília, DF pela Rádio e TV Nacional.

Em 1962, Ely Camargo passou a morar em São Paulo onde assinou seu primeiro contrato com a extinta TV Tupi e, no mesmo ano, gravou o LP "Canções da Minha Terra" pela gravadora Chantecler. Ely Camargo também lançou na mesma gravadora os LP's com o mesmo título, nos Volumes 2, 3 e 4.

Em 1964, gravou, também na Chantecler, o LP "Folclore do Brasil", no qual interpretou "Cantos de Trabalho nas Plantações de Arroz, de São João da Boa Vista, SP", e também um "Canto de Ferreiro, de Botucatu, SP", recolhido por Rossini Tavares de Lima.

Pesquisando o nosso riquíssimo folclore, Ely Camargo reuniu um enorme e riquíssimo acervo coletado em viagens por diversos rincões do Brasil, incluindo também as Regiões Norte e Nordeste.

Além de alguns compactos e dois discos 78 RPM, Ely Camargo gravou cerca de 15 LP's, alguns dos quais foram lançados também em países como África do Sul, Alemanha, Itália e Portugal.


Seus dois Discos 78 RPM foram gravados na Chantecler em 1962 e 1963, tendo no Lado A do disco n° 78-0595 (1962) o arrasta-pé "Santo Antônio Tenha Dó" (Maria do Rosário Veiga Torres) e o samba caipira "Marido Pealado" (Teddy Vieira e Almayara), no Lado B do mesmo disco.

No Lado A do disco nº 78-0660 (1963), a valsa "Tempos Passados" (Zica Bergami) e a moda de viola "Lá Na Venda Lá Na Vendinha" (Lourdes Maia), no Lado B do mesmo Disco.

Ely Camargo também integrou o Conselho da Secretaria Municipal de Cultura de Goiânia e, na Rádio da Universidade Federal de Goiás, ela apresentou os programas "Brasil de Canto a Canto", "Ely Camargo Convida" e "Alma Brasileira".

Em 1973, Ely Camargo lançou pela gravadora Chantecler/Alvorada o LP "Minha Terra" (CALP 8053), o qual foi bastante elogiado pelo crítico José Ramos Tinhorão, no Jornal do Brasil.

Um dos maiores sucessos de Ely Camargo como compositora foi sem dúvida "O Menino e o Circo" (Ely Camargo), composição musical que ficou conhecida nas belíssimas vozes de Cascatinha & Inhana, gravação que está presente na 15ª faixa do CD "Meio Século de Música Sertaneja - Volume 02" da BMG (gravação original RCA Victor).

No final dos anos 90, Ely Camargo passou a trabalhar na Secretária Municipal de Cultura de Goiânia. Seus trabalhos mais recentes foram os CD's "Cantigas do Povo - Água da Fonte", que conta com a participação especial da Banda de Pífanos de Caruaru e de um coral regido por Sérgio Vasconcellos Corrêa, lançado em 1999 pelas Edições Paulinas, além do CD "Lembranças de Goyaz", um disco-tributo que Ely Camargo gravou em 2001 por ocasião do centenário de nascimento de seu pai, e o CD "Ely Camargo e Roberto Corrêa - Canções Brasileiras", lançado em 2009.

No CD "Cantigas do Povo - Água da Fonte", comentado no encarte por Jorge Kaszás e José Ramos Tinhorão, Ely Camargo interpreta Cantos Religiosos, tais como Reisados, Benditos, Cantos Para Pedir Chuva e Incelências, dos Estados de Alagoas, Goiás, Bahia, Minas Gerais e Ceará, recolhidos e adaptados por Ely Camargo e também pelo Frei Francisco Van Der Poel, OFM. 

No CD "Lembrança de Goyaz", Ely Camargo interpreta 10 belíssimas composições de seu pai Joaquim Edison Camargo que, de acordo com José Mendonça Teles, presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Goiás, em comentário no encarte do CD:

"... viveu aquela geração romântica da antiga Vila Boa, dos saraus e das retretas, daí os temas apaixonados, e nostálgicos de suas músicas. Lembro-me dele dirigindo os corais do Lyceu e do Instituto de Educação de Goiás: magro, olhos fundos. estatura mediana, cabelos lisos, voz mansa, pausada, disfarçado bigodinho e inteiro na sua grandeza moral. A vida do maestro é toda ela dedicada à música, embora tenha se bacharelado em Direito. Pioneiro de Goiânia, aqui chegou em 1938, quando nasciam as primeiras casas da cidade. Foi o criador da primeira Orquestra Sinfônica de Goiânia. Este CD, comemorativo do centenário de seu nascimento, com 10 canções interpretadas por sua filha Ely Camargo, das quais 7 inéditas, resgata a memória do notável maestro que tanto cantou as belezas da terra goiana."

Gravado mais recentemente, em 2009, o CD "Ely Camargo e Roberto Corrêa - Canções Brasileiras", mixado e masterizado no Zen Studios de Brasília, DF, brinda o apreciador com a belíssima voz de Ely Camargo, acompanhada pelo solo de viola de Roberto Corrêa, com músicas tradicionais do cancioneiro popular, e também de autores conhecidos, cujas obras já caíram em domínio público. Destaque para "Casinha Pequenina" (Tradicional), e "Mostraram-me um Dia" (Gonçalves Crespo), também conhecida pelos títulos "Mucama", "Mestiça" e "Mulata", com poesia de Gonçalves Crespo, intitulada "Canção", escrita em 1870.

Morte

Na segunda-feira, 03/11/2014, um sono profundo silenciou uma das vozes mais importantes do cenário goiano. Ely Carmago, 84 anos, faleceu de causas naturais em seu apartamento. Ely Camargo era diabética, mas faleceu de causas naturais por conta da idade avançada. A cantora ficava sob os cuidados de uma cuidadora e passou mal na madrugada de segunda-feira. Após se recusar a ir para um hospital, Ely Camargo dormiu e não acordou mais.

O corpo de Ely Camargo foi velado no Cemitério Jardim das Palmeiras e o sepultamento aconteceu às 17:00 hs de 04/11/2014 no Cemitério Santana.

Discografia
  • S/D - Gralha Azul (LP)
  • S/D - Danças Folclóricas e Folguedos Populares (LP)
  • S/D - Cantos da Minha Gente (LP)
  • S/D - Cantigas do Povo (LP)
  • S/D - Água da Fonte (LP)
  • 1993 - Cantigas do Povo - Água da Fonte (LP)
  • 1978 - Minha Terra (LP)
  • 1968 - Canção da Guitarra - Músicas de Marcelo Tupinambá (LP)
  • 1964 - Canções da Minha Terra Volume 4 (LP)
  • 1964 - Folclore do Brasil (LP)
  • 1963 - Tempos Passados / Lá na Venda, Lá na Vendinha (78)
  • 1963 - Canções da Minha Terra Volume 3 (LP)
  • 1963 - Canções da Minha Terra. Volume 2 (LP)
  • 1962 - Santo Antônio Tenha Dó / Marido Pelado (78)
  • 1962 - Canções da Minha Terra (LP) • Chantecler • LP

Fonte: Boa Música
Indicação: Miguel Sampaio