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Aurino Ferreira

AURINO FERREIRA DE OLIVEIRA
(92 anos)
Saxofonista Barítono

☼ Feira de Santana, BA (1926)
┼ (08/01/2019)

Aurino Ferreira foi um saxofonista nascido em Feira de Santana, BA, em 1926.

Aurino Ferreira iniciou a carreira artística na década de 1940. Atuou como músico de estúdio e tocou em inúmeras gravações. Fez parte da orquestra que acompanha Roberto Carlos.

Em 1964, destacou-se na gravação de "Nanã", com a orquestra de Sérgio Mendes. No mesmo ano, tocou saxofone no LP "Dick", lançado por Dick Farney, pela gravadora Elenco. Também em 1964, tocou no LP "Diagonal", lançado por Johnny Alf, pela BMG, tocando saxofone barítono nas faixas "Disa" (Johnny Alf e Maurício Einhorn), "Céu É Você" (Luiz Bonfá e Maria Helena Toledo), "Bondinho Do Pão De Açúcar" (Armando Cavalcanti e Victor Freire), "Podem Falar" (Johnny Alf), "Céu E Mar" (Johnny Alf), "Seu Chopin, Desculpe" (Johnny Alf) e "Moça Flor" (Durval Ferreira e Lula Freire).

Em 1965, tocou nas músicas "Ataque" (Eumir Deodato), "Os Grilos" (Marcos Valle e Paulo Sérgio Valle), "Terra De Ninguém" (Marcos Valle e Paulo Sérgio Valle), "É Bom Parar" (Noel Rosa e Rubens Soares), "Feitinha Pro Poeta" (Baden Powell e Lula Freire), "Razão De Viver" (Eumir Deodato e Paulo Sérgio Valle), "Tristeza" (Haroldo Lobo e Niltinho Tristeza), "Samba Do Dom Natural" (Marcos Vasconcellos e Pingarilho), "Samba De Rei" (Marcos Vasconcellos e Pingarilho), "O Sol Nascerá" (Cartola e Elton Medeiros), "Até De Cavaquinho" (Luiz Bonfá e Maria Helena Toledo) e "Porque Somos Iguais" (Durval Ferreira e Pedro Geraldo Camargo), em LP lançado por Elmir Deodato.

A partir de 1965, e nos três anos subsequentes, foi ativo participante do Clube de Jazz e Bossa, alternando com seu colega Maestro Cipó a direção musical do clube, dirigido por Jorge Guinle e Ricardo Cravo Albin, em várias casas noturnas do Rio de Janeiro.

Derbson Frota e Aurino Ferreira em 13/04/2018
Em 1967, participou do LP instrumental "Brazilience - A Música De Marcos Valle", lançado pela gravadora Odeon, tocando nas faixas "Os Grilos" (Marcos Valle e Paulo Sérgio Valle), "Preciso Aprender A Ser Só" (Marcos Valle e Paulo Sérgio Valle), "Batucada Surgiu" (Marcos Valle e Paulo Sérgio Valle), "Samba De Verão" (Marcos Valle e Paulo Sérgio Valle), "Vamos Pranchar" (Marcos Valle e Paulo Sérgio Valle), "Deus Brasileiro" (Marcos Valle e Paulo Sérgio Valle), "Se Você Soubesse" (Marcos Valle e Paulo Sérgio Valle) e "Tanto Andei" (Marcos Valle).

Em 1969, tocou saxofone barítono nas faixas "Maquilagem" (Nonato Buzar e Wilson Simonal), "Porque Hoje É Domingo" (Antônio Adolfo e Tibério Gaspar), "Brasileira" (Rubinho e Sérgio Augusto), "Canção Da criança" (Francisco Alves e René Bittencourt), "Eu Fui No Tororó" (Domínio Público), "Que Maravilha" (Jorge Ben Jor e Toquinho), "Uma Loira" (Hervê Cordovil), "Quem Mandou?" (Eduardo Souto Neto e Sérgio Bittencourt), "País Tropical" (Jorge Ben Jor), "Sou Flamengo" (Carlos Renato e Pedro Caetano), "Adiós, Muchachos" (Cesar Verdani e Julio C. Sanders), "Adiós" (Enric Madriguera e Woods), do LP "Alegria, Alegria Vol. 4, Ou Homenagem À Graça, À Beleza, Ao Charme E Ao Veneno Da Mulher Brasileira" lançado por Wilson Simonal, pela gravadora Odeon.

Em 1978, tocou no LP "Tim Maia Disco Club", lançado por Tim Maia. Ainda em 1978, empunhou seu sax barítono no samba "A Situação Do Escurinho" (Aldacir Louro e Padeirinho), para o LP "Antologia Do Samba Choro - Gilberto Gil E Germano Mathias", lançado pela gravadora Philips.

Em 1982, tocou na faixa "O Boy (Amar É...)" (Gonzaguinha), do LP "Caminhos Do Coração", lançado por Gonzaguinha pela EMI-Odeon.

Derbson Frota e Aurino Ferreira em 06/06/2009
Em 1989, participou nas faixas "Meu Pranto Ninguém Vê" (Ataulfo Alves e Zé da Zilda), "Errei, Erramos" (Ataulfo Alves), "Boêmio" (Ataulfo Alves e J. Mendes Pereira), "Na Virada Da Montanha" (Ary Barroso e Lamartine Babo) e "Divina Dama" (Cartola).

Aurino Ferreira tocou e gravou com grandes nomes da música brasileira, entre eles, Dick Farney, Gilberto Gil, Gonzaguinha, Jorge Ben Jor, Marcos Valle, Toquinho e Wilson Simonal. Contudo, o sopro do sax barítono de Aurino Oliveira estará para sempre e primordialmente associado a Roberto Carlos, com quem trabalhou de 1970 a 2015 como integrante da banda RC-9. Tanto que o cantor fez uma homenagem ao músico em redes sociais.

O primeiro trabalho de Aurino Ferreira com Roberto Carlos foi na gravação de "Eu Te Amo, Te Amo, Te Amo" (Roberto Carlos e Erasmo Carlos), música lançada pelo cantor em álbum de 1968.

Dois anos depois, em 1970, ingressou como músico fixo no conjunto RC-9 e, como Roberto Carlos tem o hábito de jamais demitir um músico, Aurino Ferreira somente saiu da banda para curtir a vida de aposentado.

Aurino Ferreira se aposentou em 2015, ano em que assistiu da platéia ao especial natalino de Roberto Carlos na TV Globo, sendo reverenciado pelo cantor como "Um grande músico e pessoa de ótimas qualidades!".

Aurino Ferreira faleceu na manhã de terça-feira, 08/01/2019, aos 92 anos.

Fonte: Wikipédia, Dicionário Cravo Albin da MPB e G1
#FamososQuePartira #AurinoFerreira

Casé

JOSÉ FERREIRA GODINHO FILHO
(46 anos)
Saxofonista, Clarinetista, Arranjador e Compositor

☼ Guaxupé, MG (03/08/1932)
┼ São Paulo, SP (30/11/1978)

José Ferreira Godinho Filho, conhecido por Casé, foi um saxofonista, clarinetista, arranjador e compositor.

Numa família de oito filhos, quase todos os irmãos tocavam algum instrumento: trombone, banjo, bateria, percussão, trompete e saxofone. Casé se interessou por trombone, mas o pai o convenceu a estudar saxofone. Passou a ter aulas com o irmão mais velho, Clóvis, que tocava saxofone e clarinete.

Aos 7 anos, Casé levava uma vida itinerante com a família, que montou o Circo Teatro Irmãos Martins.

Na década de 1940, morando em São Paulo, teve o maior aprendizado musical assistindo às apresentações do irmão Clóvis em bailes e boates com variados conjuntos e orquestras. Posteriormente, teve aulas com o clarinetista Antenor Driussi e estudou harmonia com Hans-Joachim Koellreuter.

Em 1949, ele, com 17 anos, e o irmão são destaques na Orquestra da Rádio Tupi.

Casé fez sua primeira viagem internacional em 1953. Embarcou para Bagdá, ao lado do pianista e acordeonista belga, radicado em São Paulo, Rudy Wharton, da cantora Sonia Batista e do baixista Johnny.  Depois o grupo passou por Londres e Bruxelas. Gravou um disco em 78 rpm, com as músicas "Feitiço da Vila" (Noel Rosa e Vadico) e "At Last" (Mack Gordon e Harry Warren).

Retornou ao Brasil em 1954 e conviveu, em São Paulo, com o instrumentista João Donato e o trombonista Edson Maciel.

Em 1955, mudou-se para Assis, em São Paulo, e tocou na orquestra local.

Em 1956, voltou para São Paulo e participou, no Teatro Cultura Artística, de um show que resultou no primeiro LP de 12 polegadas feito no país: "Jazz After Midnight", reeditado em 1978 com o título "Dick Farney Plays Gershwin". Em agosto desse ano, no mesmo local, tomou parte da gravação dos discos "Jazz Festival nº 1", com as faixas "Pennies From Heaven", "Blues" e "Out Of Nowhere" - e "História do Jazz em São Paulo".

Tocou na orquestra de Sylvio Mazzuca de 1957 a 1961.

Participou de discos de Walter Wanderley, Dick Farney, Claudete Soares, além de se apresentar com a cantora no programa "O Fino da Bossa". Com o conjunto Brazilian Octopus, se apresentou no show "Momento 68", com Raul Cortez, Walmor Chagas, Gilberto Gil, Caetano Veloso, texto de Millôr Fernandes e direção musical de Rogério Duprat.

Fez os arranjos e gravou algumas faixas do disco "A Onda é Boogaloo", do cantor Eduardo Araújo, em 1969.

A partir de 1970, fez diversos jingles e trilhas para filmes publicitários.

Em 1974, compôs a trilha do filme "A Virgem de Saint Tropez", de Beto Ruschel e Hareton Salvanini.

Na década de 1970, afastou-se da gravação de discos, recusando convites de orquestras e artistas renomados.

Comentário Crítico

Existem poucos registros fonográficos deixados por Casé. Hoje em dia, discos que contêm gravações suas são encontrados com dificuldade em sebos e vendidos como raridades.

Temperamental, recusava propostas de shows e cachês, mantendo-se no anonimato até o fim da vida. Exigente e perfeccionista, dispensava convites para integrar orquestras renomadas no Rio de Janeiro - local de grande efervescência musical e com mais oferta de trabalho nos anos 1960 -, mantendo uma rotina nômade pelas boates de São Paulo e em pequenas excursões pelo interior do estado.

Capaz de fazer primeiras leituras de partituras complexas, acrescentando novidades e reparando erros em relação ao original, arranjando as composições de outros autores no primeiro contato, Casé é influência para vários instrumentistas brasileiros. Considerado um dos saxofonistas mais importantes da história do Brasil, ao lado de Severino Araújo e Moacir Santos, ele se tornou referência para saxofonistas e clarinetistas como Paulo Moura e Nailor Azevedo, o Proveta, da Banda Mantiqueira.

Ele também inspirou outros instrumentistas conceituados, como João Donato, Amilton Godoy, Rubinho Barsotti e Raul de Souza.

Na biografia "Casé - Como Toca Esse Rapaz", de Fernando Licht Barros, sua habilidade é definida em trecho que cita reportagem de Zuza Homem de Mello, na época da morte do saxofonista, dimensionando as qualidades do músico:

"Era um extraordinário leitor de partituras à primeira vista. Conta-se que muitas vezes transportava a parte do sax tenor para a do sax alto na primeira leitura. Casé tinha um sopro suave, como a sua maneira de falar. [...] Mesmo os estrangeiros que o conheceram ficaram admirados de suas qualidades. [...] Era capaz de deixar, num pobre cabaré do interior, sons inesquecíveis, dignos das maiores salas de concerto."


Entre os poucos registros fonográficos de Casé merecem destaque os realizados com a orquestra de Silvio Mazzuca. Em 1958, suas principais gravações estão nos LPs "Baile de Aniversário", com a orquestra do maestro, e "Coffee And Jazz" (Columbia), com o Brazilian Jazz Quartet, editado pelo selo Gravações Tupi Associados (GTA), em 1979, com o título "Casé In Memorian", em que o saxofonista participou de um quarteto ao lado do pianista Moacyr Peixoto, do baixista Luiz Chaves e do baterista Rubinho Barsotti, tocando standards norte-americanos. Além disso, ao lado do baixista Major Holley, do baterista Jimmy Campbell e de Moacyr Peixoto, Casé impressionou com a limpidez de suas notas e com fraseados originais e velozes em "The Good Neighboors Jazz", lançado pela Columbia, em 1958, resultado de jam sessions na boate Michel.

Em 1960, o selo colombiano Hi-Fi Variety lançou o LP "Samba Irresistível", divulgado no Brasil pelo selo Beverly, com Casé e seu conjunto - um dos pouquíssimos trabalhos em que o instrumentista tem o nome assinado na capa de um álbum. No grupo, artistas como Heraldo do Monte, na guitarra, e Paulinho Preto, no piano. No repertório, "Saudade da Bahia" (Dorival Caymmi), "Esse Teu Olhar" (Tom Jobim), "Palpite Infeliz" (Noel Rosa), além de "Ensaio de Bossa", de autoria do próprio Casé.

Mesmo tendo recebido os melhores ensinamentos teóricos na juventude, Casé nunca deixou de estudar, aprimorando sua técnica e leitura. A evolução de sua concepção de arranjo e do domínio interpretativo pode ser observada com clareza no disco "A Onda é Boogaloo", de Eduardo Araújo, de 1970. O LP, com repertório de versões Tim Maia, Eduardo Araújo e Chil Deberto para canções de Ray Charles, "Come Back Baby", James Brown, "Cold Sweet", além de composições de Tim Maia, como "Você", é o embrião do primeiro disco lançado pelo cantor no ano seguinte.

Outras gravações que demonstram a versatilidade de Casé no saxofone - não apenas interpretativa, mas também de escolha de repertório - são "Copacabana" (João de Barro e Alberto Ribeiro), no disco "The Good Neighbors Jazz", de 1958, "Feitio de Oração" (Noel Rosa e Vadico) e "Ensaio de Bossa", tema que evidencia também a capacidade de composição de Casé, no disco "Samba Irresistível", de 1960, "Don't Get Around Much Anymore" (Duke Ellington e Bob Russell), do álbum "Coffee & Jazz", de 1958, e "Summertime" (George Gershwin e Ira Gershwin), em "Meu Baile Inesquecível", de 1963, com Casé e seu conjunto, mostrando toda a familiaridade e o apreço do instrumentista pelo jazz e pela música norte-americana.

Seu último trabalho foi com Oswaldo Sargentelli, no show "Oba-Oba".

Casé morreu no dia 01/121978, num quarto de um hotel situado na chamada Boca do Lixo, no Centro de São Paulo. As causas da morte nunca foram esclarecidas.

Portinho

ANTÔNIO PORTO FILHO
(71 anos)
Maestro, Arranjador, Clarinetista, Saxofonista e Compositor

☼ Rio Grande, RS (27/09/1925)
┼ São Paulo, SP (01/01/1997)

Antônio Porto Filho nasceu na cidade do Rio Grande, RS,  no dia 27/09/1925, numa família de músicos, onde o pai era trombonista, o avô sanfoneiro e o tio violonista.

Mudou-se ainda jovem para Porto Alegre, onde conheceu o conceituado violonista paulista Antonio Rago. A convite deste se radicou em São Paulo. Portinho tocou em várias orquestras e com grandes artistas, chegando inclusive a reger, como convidado, a Orquestra Jazz Sinfônica de São Paulo.

Participou nos anos 40 do regional de Claudionor Cruz, nos 50 do regional do Rago, e foi uma figura da história do rádio do Rio de Janeiro e de São Paulo.  Portinho assinou arranjos de alguns  discos  de renomados artistas, como Ângela MariaPaulo VanzoliniNelson GonçalvesWaldick Soriano, Noite IlustradaCláudia Barroso (descoberta por Portinho), entre tantos outros, incluindo ídolos da Jovem Guarda, como Ed CarlosDemétriusMartinhaMário FaisalWilson Miranda, e outros.   

O maestro também entrou também na "onda" da Jovem Guarda, tendo inclusive gravado o álbum "Portinho - O Maestro Iê-Iê-Iê", lançado em 1967 pela gravadora Continental. O destaque está na contracapa: um texto de Ronnie Von, redigido do próprio punho na madrugada de 06/07/1967, destacando as qualidades do músico e informando que "A Praça", grande sucesso do cantor na época, teve os arranjos assinados pelo maestro.


"Portinho veio confirmar um pensamento nosso sobre a inexistência da idade cronológica. Sua jovialidade suplantou a nossa, e, vindo de outra geração, enquadrou-se perfeitamente na era da harmonia musical eletrônica, aderindo à nossa causa e, conosco, levanta agora, ainda mais alto, a bandeira da música jovem."
(Ronnie Von)

De fato, o repertório é formado por sucessos da juventude, e o álbum foi produzido com o talento impar do maestro.

O maestro foi tão respeitado no meio artístico que o cantor Teixeirinha o homenageou na gravação da música "O Centro-Oeste Brasileiro".  O violonista de 7 cordas Ed Gagliardi disse que o mestre Portinho foi como as músicas que compôs: calmo, tranquilo e alegre.


Muitos discos produzidos, principalmente, nos anos 60 e 70, vinham com o nome do maestro Portinho como o responsável pelos arranjos. Além de figurar como um dos músicos mais requisitados em discos, que iam de Teixeirinha a Caetano Veloso, o maestro também gravou vários discos. Uma reportagem sobre o artista informa que foram 35 LPs orquestrais e 5 como solista, mas esses dados requerem melhor apuração.

A sua discografia é imensa, e só para citar dois excelentes álbuns, recordamos um, só com composições de Noel Rosa, intitulado "Noel Rosa e Portinho Dá Samba", e outro que gravou em 1973, com muitas músicas de Ary Barroso intitulado "Samba, o Melhor do Brasil".

Os seus últimos anos de atividade foram ensinando música na Universidade Livre de Música (ULM), em São Paulo.

Portinho faleceu no dia 01/01/1997, em São Paulo, SP, deixando um importante legado para a cultura musical brasileira.

Indicação: Miguel Sampaio