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Cláudio Villas-Bôas

Cláudio Villas-Bôas
(81 anos)
Humanista e Sertanista

* Botucatu, SP (08/12/1916)
+ São Paulo, SP (01/03/1998)

Cláudio Villas-Bôas nasceu em Botucatu, e, juntamente com os irmãos Orlando Villas-Bôas e Leonardo Villas-Bôas, criou o Parque Nacional do Xingu e a própria FUNAI. Os irmãos Villas-Bôas ficaram internacionalmente conhecidos depois de realizarem a chamada "Marcha Para o Oeste", quando contataram 21 aldeias indígenas em locais de difícil acesso, entre 1966 e 1968. A maioria dessas tribos ainda não tinha tido nenhum contato com o mundo civilizado.

Os últimos anos do sertanista Cláudio Villas-Bôas no Xingu foram marcados por longas conversas com líderes indígenas que habitam o norte do parque, sobre as ameaças que eles sofriam com a abertura de fazendas e estradas em torno da área demarcada. Nesses encontros o sertanista, angustiado, não cansava de aconselhar os índios a se unirem. "O inimigo de vocês não é outro grupo indígena, mas o homem branco", repetia Cláudio Villas-Bôas.

A preocupação do sertanista com a situação dos índios do Xingu aumentou quando o parque, criado em l958, foi cortado ao norte pela rodovia que iria ligar Brasília a Manaus, a BR-080. Traçada no papel, a estrada nunca foi concluída, mas deixou o Parque Nacional do Xingu vulnerável. Os índios xinguanos, até o início da década de 70, tinham poucos contatos com o mundo externo.


Os militares que dirigiram a FUNAI na década de 70 defendiam que o Parque Nacional do Xingu não podia continuar "como um zoológico onde os índios eram mantidos longe dos brancos para o deleite de fotógrafos e antropólogos". Cláudio Villas-Bôas e seu irmão Orlando Villas-Bôas, lutavam para que os índios xinguanos, mesmo encantados com as novidades que chegavam da cidade, não sucumbissem aos valores do chamado mundo civilizado.

A inauguração do primeiro trecho da BR-080, já dentro do parque, foi acompanhada pelo cacique Raoni e outros guerreiros da tribo, que pintados de preto não escondiam sua irritação. Na tentativa de melhorar o clima de constrangimento, o então presidente da FUNAI, general Bandeira de Mello, ofereceu a Raoni a oportunidade de fazer uma plástica para tirar o botoque que o cacique ainda hoje usa no lábio inferior. "Se eu quiser falo com o Cláudio", respondeu ríspido o chefe metutire.

Pouco antes de deixar o parque definitivamente, em 1976, Cláudio Villas-Bôas estava pessimista quanto ao futuro não só dos índios do Xingu.

"Quem viveu mais de 30 anos com os índios, como eu, sente que eles representam uma outra humanidade, com valores complexos que nós não conseguimos compreender", dizia o sertanista. Ele também repetia que o índio é sempre mais feliz antes de entrar em contato com o branco. Cláudio Villas-Bôas sabia do que estava falando. No início da década de 70, os irmãos Villas-Bôas chefiaram a expedição lançada pelo governo para entrar em contato com os índios Crenhacarore e dois anos depois mais da metade tinha morrido dizimada pelas doenças levadas pelos brancos.


Morte

O sertanista Cláudio Villas-Bôas morreu, na madrugada 01/03/1998, em São Paulo, vítima de Ataque Cardíaco fulminante, no apartamento no qual ele morava com o irmão Orlando Villas-Bôas, na zona oeste da cidade e foi sepultado no final da tarde, no Cemitério do Morumbi. Cláudio Villas-Bôas tinha 81 anos e, nos últimos meses, vinha apresentando problemas de saúde.


Orlando Villas-Bôas

ORLANDO VILLAS-BÔAS
(88 anos)
Humanista e Sertanista

☼ Botucatu, SP (12/01/1914)
┼ São Paulo, SP (12/12/2002)

Orlando Villas-Bôas era o último sobrevivente de quatro irmãos indigenistas. Era o mais velho e último dos irmãos Villas-Bôas - Cláudio, Leonardo e Álvaro. O sertanista e indigenista nasceu em 12 de janeiro de 1914 em Botucatu, interior de São Paulo e se tornou fazendeiro, a exemplo de seu pai, Agnello. Foi um menino travesso quando estudava no grupo escolar do bairro paulistano de Perdizes, e seu espírito irrequieto predizia o futuro de sertanista e indigenista, sempre em busca de novas fronteiras.

Em 1935 Orlando Villas-Bôas alistou-se no Exército onde ficou até 1939 e foi expulso porque só obedecia "às ordens que julgava certas", conforme dizia.

Aos 29 anos resolveu trocar o emprego e a vida na cidade pela selva. Orlando Villas-Bôas dedicou grande parte de sua vida à defesa dos povos da selva.

Conheceu o deputado Ulysses Guimarães na escola, a quem apresentou a Jânio Quadros, seu amigo - e Ulysses Guimarães muito o agradeceu depois, pois se iniciou na política ao conhecer Jânio Quadros. Depois de trabalhar numa empresa de petróleo, onde se sentia entendiado e tendo provocado a própria demissão, dirigiu-se para o estado de Goiás, remando durante 22 dias no Rio Araguaia e que era o início de uma história de 40 anos pela causa indígena, abraçada depois pelos irmãos Cláudio, Leonardo e Álvaro.


Com Cláudio e Leonardo, Orlando fez o reconhecimento de numerosos acidentes geográficos do Brasil Central. Em suas andanças, os irmãos abriram mais de 1.500 quilômetros de picadas na mata virgem, onde surgiram vilas e cidades. Foi indicado duas vezes para o Prêmio Nobel da Paz, com Cláudio, em 1971 e, em 1976, pelo resgate das tribos xinguanas.

Os irmãos lideraram a Expedição Roncador-Xingu, iniciada em 1943 e que depois de 24 anos deixou em seu rastro mais de 40 novas cidades, 19 campos de pouso e o Parque Nacional do Xingu, criado por lei em 1961, com a ajuda do antropólogo Darcy Ribeiro.

A criação do Parque Nacional do Xingu em 1961 foi conseguida facilmente por Orlando Villas-Bôas, dada sua amizade com o então presidente da República, Jânio Quadros. O Xingu tem cerca de quatro mil habitantes divididos entre 13 nações assentadas em 2.800.704,3343 hectares - mais ou menos o tamanho da França e Inglaterra juntas. 

Na expedição, Orlando, Cláudio, Leonardo e Álvaro, mapearam os seus encontros com catorze tribos indígenas, conseguindo permissão tácita para instalar as bases da Fundação Brasil Central. Cuidadosos, eles souberam agir contra idéias militaristas ou contra a ação de especuladores.

Crítico da influência do homem branco, Orlando Villas-Bôas destacava que 400 anos depois do início da colonização europeia, cada uma das tribos assentadas às margens do Rio Xingu mantinha sua própria cultura e identidade.

Orlando Villas-Bôas contava que ao chegar à mata pela primeira vez encontrou os índios amedrontados, se homiziando e lançando flechas. Ele dizia que jamais reagiu às flechadas e procurava ganhar a amizade dos índios transmitindo-lhes um espírito de confiança e amizade. 

Orlando Villas-Bôas
Orlando e seus irmãos ajudaram a consolidar o Parque Nacional do Xingu com o apoio do Marechal Cândido Rondon, de Darcy Ribeiro e do sanitarista Noel Nutels.

Os irmãos sertanistas Orlando, Cláudio, Leonardo e Álvaro Villas-Bôas cuidadosamente mapearam seus encontros com as 14 tribos indígenas que encontraram, obtendo sempre permissão para instalar as bases da Fundação Brasil Central. Cientes da fragilidade das comunidades às doenças da civilização ocidental, eles impediram que a política militarista se instalasse entre pessoas armadas apenas com flechas e os fuzis de um Brasil que passo a passo procurava fazer da terra um motivo de exploração econômica.

A esposa de Orlando Villas-Bôas, a enfermeira Marina Villas-Bôas, conta muitas das suas proezas. Ele a viu pela primeira vez em um consultório médico, e, como precisava de uma enfermeira para a expedição que chefiava resolveu convidá-la. Ela aceitou participar e ficou cerca de 15 anos trabalhando pela missão indígena. "Nesse tempo contraíu malária 15 vezes e Orlando pelo menos umas 200", conforme disse.

Marina chegou ao parque do Xingu em 1963 e logo no início enfrentou uma epidemia de gripe, além de cuidar de muitos casos de malária. "Os índios tinham o organismo puro, e pegavam com facilidade as doenças de branco, mas conseguimos êxito rapidamente".

O lazer, no Xingu, era algo restrito a jogos de cartas e passeios nas margens do rio segundo Marina. "À noite, jogávamos baralho ou conversávamos", relata. "Assim, eu me apaixonei por ele, só que Orlando demorou quase dois anos para perceber".

Em 1978, Orlando Villas-Bôas deixou definitivamente o Parque Nacional do Xingu. Em 1984, aposentou-se para viver em sua casa no bairro paulistano de Alto da Lapa, e cultuava, num grande galpão nos fundos de casa, uma espécie de miniatura da Mostra do Redescobrimento (Exposição Brasil + 500, montada no Pavilhão da Bienal no ano 2000), composta de grande variedade de objetos indígenas, guardados em prateleiras, cada um com uma história a contar. Ele, e seus três irmãos eram contrários à ação colonizadora que se iniciara há quatro séculos.

Irmãos Villas-Bôas (Foto: Beatriz Lefèvre)
Procuraram descobrir intacto um universo de hábitos e ética inteiramente diferentes. À medida que encontravam novas tribos assentadas às margens do Rio Xingu e seus afluentes se deparavam com povos que tinham sua própria cultura e identidade e isso os fascinava e fazia do seu trabalho uma meta de vida. E, ao voltar à vida doméstica, queria conviver com um exemplar da mata, que tinha no reduto de sua própria casa.

Os Villas-Bôas contribuíram para preservar vidas humanas, culturas antigas, valores que, depois de perdidos, não podem mais ser recuperado. Garantiram a sobrevivência de nações inteiras no Parque Nacional do Xingu ao consolidá-lo como espaço, com a orientação humanista do marechal Cândido Mariano da Silva Rondon, e o apoio do antropólogo Darcy Ribeiro e do sanitarista Noel Nutels.

Sem ter completado o segundo grau, a vivência no Xingu permitiu que Orlando Villas-Bôas publicasse, em co-autoria com seu irmão Cláudio Villas-Bôas, 12 livros e inúmeros artigos em jornais e revistas internacionais, como a National Geographic Magazine.  Algumas das aventuras da Expedição Roncador-Xingu foram contadas em "A Marcha Para o Oeste", escrito com Cláudio Villas-Bôas. Já no fim da vida, Orlando Villas-Bôas começou a escrever uma autobiografia lançada após seu falecimento.

Tanto juntos quanto individualmente, os irmãos receberam honras acadêmicas, reconhecimento de cidadanias e títulos honorários, homenagens à sua atuação na política de proteção à cultura indígena.

Orlando Villas-Bôas foi demitido da Fundação Nacional do Índio (FUNAI), órgão que ajudou a criar, em fevereiro de 2000 pelo seu então presidente, Carlos Marés de Souza. A demissão causou revolta da opinião pública e retratação formal do presidente Fernando Henrique Cardoso.

Orlando Villas-Bôas morreu aos 88 anos, em 12/12/2002, no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, vítima de Falência Múltipla dos Órgãos.

Homenagens

Orlando Villas-Bôas recebeu diversas homenagens em razão do trabalho desenvolvido, dentre elas:

  • Medalha do Fundador, concedida pela Royal Geographical Society Of London, com a aprovação da Rainha da Inglaterra;
  • As mais altas condecorações brasileiras, como o Grau Oficial da Ordem do Rio Branco e Grão Mestre da Ordem Nacional do Mérito entre outras;
  • Membro do The Explorers Club Of New York;

Foi indicado para o Prêmio Nehru da Paz e para o Prêmio Nobel da Paz, por Julian Huxley e Claude Lévi-Strauss.

Recebeu, ainda, cinco títulos Doutor Honoris Causa de universidades estaduais e federais brasileiras e algumas dezenas de títulos de cidadãos honorários de diferentes cidades brasileiras.

Em 2001 foi homenageado como enredo pela escola de samba Camisa Verde e Branco.

Fonte: Wikipédia

Marechal Rondon

CÂNDIDO MARIANO DA SILVA RONDON
(92 anos)
Militar, Sertanista, Explorador, Geógrafo e Pacificador

☼ Santo Antônio do Leverger, MT (05/05/1865)
┼ Rio de Janeiro, RJ (19/01/1958)

Cândido Mariano da Silva Rondon, mais conhecido como Marechal Rondon, foi um militar, sertanista, explorador, geógrafo e pacificador brasileiro.

De origem indígena por parte de seus bisavós maternos (Bororo e Terena) e bisavó paterna (Guará), Cândido Rondon tornou-se órfão precocemente, tendo sido criado pelo tio e, depois de sua morte, transferiu-se para o Rio de Janeiro para ingressar na Escola Militar: além dos estudos serem gratuitos, os alunos da escola recebiam - desde que assentassem praça - soldo de sargento.

Alistou-se no 3º Regimento de Artilharia a Cavalo em 1881. Dentre outros estudos, cursou Matemática e Ciências Físicas e Naturais da Escola Superior de Guerra.

Ainda estudante, teve participação nos movimentos abolicionista e republicano. Foi nomeado chefe do Distrito Telegráfico de Mato Grosso. Foi então designado para a comissão de construção da linha telegráfica que ligaria Mato Grosso e Goiás.

O governo republicano tinha preocupação com a região oeste do Brasil, muito isolada dos grandes centros e em regiões de fronteira. Assim decidiu melhorar as comunicações construindo linhas telegráficas para o centro-oeste.

Cândido Rondon cumpriu essa missão abrindo caminhos, desbravando terras, lançando linhas telegráficas, fazendo mapeamentos do terreno e principalmente estabelecendo relações cordiais com os índios.


Manteve contato com muitas tribos indígenas, entre elas os Bororo, Nambikwara, Urupá, Jaru, Karipuna, Ariquemes, Boca Negra, Pacaás Novo, Macuporé, Guaraya e Macurape.

Em 1889 Cândido Rondon participou diretamente com Benjamin Constant Botelho de Magalhães das articulações que resultaram na criação da República Brasileira.

Entre 1892 e 1898 ajudou a construir as linhas telegráficas de Mato Grosso a Goiás, entre Cuiabá e o Araguaia, e uma estrada ligando Cuiabá a Goiás.

Entre 1900 e 1906 dirigiu a construção de mais uma linha telegráfica, entre Cuiabá e Corumbá, alcançando as fronteiras de Paraguai e Bolívia.

Em 1906 encontrou as ruínas do Real Forte Príncipe da Beira, a maior relíquia histórica de Rondônia.

Em 1907, no posto de major do Corpo de Engenheiros Militares, foi nomeado chefe da comissão que deveria construir a linha telegráfica de Cuiabá a Santo Antonio do Madeira, a primeira a alcançar a região amazônica, e que foi denominada Comissão Rondon. Seus trabalhos desenvolveram-se de 1907 a 1915. Nesta mesma época estava sendo construída a Ferrovia Madeira-Mamoré, que junto com o desbravamento e integração telegráfica de Cândido Rondon ajudaram a ocupar a região do atual estado de Rondônia.

Cândido Rondon realizou expedições com a Comissão Rondon, com o objetivo de explorar a região amazônica. Em 1910 organizou e passou a dirigir o Serviço de Proteção Aos Índios e de maio de 1913 a maio de 1914 realizou mais uma expedição, em conjunto com ex-presidente dos Estados Unidos, Theodore Roosevelt.


Em setembro de 1913, Cândido Rondon foi atingido por uma flecha envenenada dos índios Nambikwara, sendo salvo pela bandoleira de couro de sua espingarda, ordenou a seus comandados, porém, que não reagissem e batessem em retirada, demonstrando seu princípio de penetrar no sertão somente com a paz.

Em 1914, com a Comissão Rondon, construiu 372 km de linhas e mais cinco estações telegráficas: Pimenta Bueno, Presidente Hermes, Presidente Pena (depois Vila de Rondônia e atual Ji-Paraná), Jaru e Ariquemes, na área do atual estado de Rondônia.

Em 01/01/1915, concluiu sua missão com a inauguração da estação telegráfica de Santo Antônio do Madeira.

De 1919 a 1924 foi diretor de engenharia do Exército. Com a Revolução de 1930, que destituiu Washington Luís e levou Getúlio Vargas ao poder, foi preso.

Em maio de 1956, Juarez Távora escreve:

"Esclareço que o fato de haver oposto restrição quanto à oportunidade do empreendimento (linhas telegráficas) do Marechal Rondon, não significava desapreço pelo conjunto de sua obra sertanista - e aí incluo o nobre esforço de catequese leiga de nossos índios — Rondon foi sem dúvida um pioneiro."

Cândido Rondon cumpriu essa missão abrindo caminhos, desbravando terras, lançando linhas telegráficas, fazendo mapeamentos do terreno e principalmente estabelecendo relações cordiais com os índios. Manteve contato com diversos povos indígenas, porém, sem nunca levar a morte ou o horror dos brancos a eles.

Desbravador do interior do país, foi inspiração para criar o Serviço de Proteção ao Índio (SPI). Teve seu primeiro encontro com os índios, alguns hostis, outros escravos de fazendeiros, quando construía as linhas telegráficas que ligaram Goiás a Mato Grosso.

Apoio a Getúlio Vargas

Tornou-se então colaborador de Getúlio Vargas. Em 1942, pronunciou discurso em apoio de Getúlio Vargas:

"Por este conduzir a bandeira política e administrativa da Marcha para o Oeste, visando ao alargamento do povoamento do sertão e de seu aproveitamento agropecuário com fundamentos econômicos mais sólidos e eficientes. Homenagem pela sua expressão de simpatia para com os indígenas e disposição de ocupar o vazio do território que permanecia despovoado."

Marechal Rondon em contato com índios entre Mato Grosso e Rondônia.
Homenagens

Em 05/05/1955, data de seu aniversário de 90 anos, recebeu o título de Marechal do Exército Brasileiro concedido pelo Congresso Nacional.

Em 17/02/1956, o Território Federal do Guaporé teve seu nome alterado para Território Federal de Rondônia, em 1981 elevado a Estado.

O município de Marechal Cândido Rondon foi criado em 1960.

Em 1957 foi indicado para o Prêmio Nobel da Paz, pelo Explorer's Club, de New York.

Seu rosto foi estampado na nota de mil cruzeiros.

O principal aeroporto de Mato Grosso chama-se Aeroporto Internacional Marechal Rondon, enquanto o Aeroporto de Marechal Cândido Rondon serve à cidade homônima.

O Marechal Rondon é também homenageado nomeando diversos bairros, escolas e logradouros no Brasil, como a Rodovia Marechal Rondon e a Escola Marechal Rondon, em Recife, PE.

O reconhecimento da obra de Rondon extrapolou as fronteiras do Brasil. Teve a glória de ter seu nome escrito em letras de ouro maciço no Livro da Sociedade de Geografia de New York, como o explorador que penetrou mais profundamente em terras tropicais, ao lado de outros imortais como Amundsen e Peary, descobridores dos pólos norte e sul; e Charcot e Byrd, exploradores que mais profundamente penetraram em terras árticas e antárticas.

Marechal Rondon é o Patrono das Telecomunicações no Brasil, e 05 de maio é o Dia Nacional das Comunicações, criado em sua homenagem.

Em 01/07/2015, o Governo Federal determinou a inscrição do nome de Rondon no Livro de Heróis da Pátria, depositado no Panteão da Liberdade e da Democracia, em Brasília.

Em 1963, o Marechal Rondon foi homenageado com a designação de Patrono da Arma de Comunicações do Exército Brasileiro.

Carreira Militar


  • Segundo-tenente em 4 de janeiro de 1890;
  • Primeiro-tenente, três dias depois, por serviços relevantes à Proclamação da República, no mesmo ato em que o Marechal Deodoro foi promovido a Generalíssimo e Benjamin Constant a General, em 7 de janeiro de 1890;
  • Marechal Honorário (Lei nº 2.409, de 27 de janeiro de 1955) em 5 de maio de 1955.


Positivismo

Sob influência do positivismo, Marechal Rondon fez seu credo:

"Eu Creio:
Que o homem e o mundo são governados por leis naturais.
Que a Ciência integrou o homem ao Universo, alargando a unidade constituída pela mulher, criando, assim, modesta e sublime: simpatia para com todos os seres de quem, como poverello, se sente irmão.
Que a Ciência, estabelecendo a inateidade (sentimento nato) do amor, como a do egoísmo, deu ao homem a posse de si mesmo. E os meios de se transformar e de se aperfeiçoar.
Que a Ciência, a Arte e a Indústria hão de transformar a Terra em Paraíso, para todos os homens, sem distinção de raças, crenças,: nações – banido os espectros da guerra, da miséria, da moléstia.
Que ao lado das forças egoístas – a serem reduzidas a meios de conservar o indivíduo e a espécie – existem no coração do homem: tesouros de amor que a vida em sociedade sublimará cada vez mais.
Nas leis da Sociologia, fundada por Augusto Comte, e por que a missão dos intelectuais é, sobretudo, o preparo das massas humanas: desfavorecidas, para que se elevem, para que se possam incorporar à Sociedade.
Que, sendo, incompatíveis às vezes os interesses da Ordem com os do Progresso, cumpre tudo ser resolvido à luz do Amor.
Que a ordem material deve ser mantida, sobretudo, por causa das mulheres, a melhor parte de todas as pátrias e das crianças, as pátrias do futuro.
Que no estado de ansiedade atual, a solução é deixando o pensamento livre como a respiração, promover a Liga Religiosa,: convergindo todos para o Amor, o Bem Comum, postas de lado as divergências que ficarão em cada um como questões de foro íntimo, sem perturbar a esplêndida unidade – que é a verdadeira felicidade."

Rondon ingressou na Igreja Positivista ao fim de 1898, como major e como ardoroso membro na teoria e na prática positivista.

Fonte: Wikipédia