Roberto Marinho

ROBERTO PISANI MARINHO
(98 anos)
Jornalista e Empresário

* Rio de Janeiro, RJ (03/12/1904)
+ Rio de Janeiro, RJ (06/08/2003)

Roberto Marinho foi um jornalista e empresário brasileiro, tendo sido o presidente das Organizações Globo de 1925 a 2003. Foi um dos homens mais ricos e poderosos do Brasil. Participou do Movimento Tenentista (Tenentismo foi o nome dado ao movimento político-militar e à série de rebeliões de jovens oficiais de baixa e média patente do Exército Brasileiro no início da década de 1920, descontentes com a situação política do Brasil), porém foi um dos primeiros a sair do Forte de Copacabana.

Herdou ainda jovem o jornal O Globo, fundado por seu pai, Irineu Marinho em 29/07/1925, o qual ele ampliou, fundando uma cadeia de rádios entre as quais se destacam a Rádio Globo e a Rádio CBN, esta última somente de notícias.

Em 26/04/1965, fundou a Rede Globo de Televisão, que se tornou o principal canal de televisão do Brasil e a quarta maior do mundo. A Rede Globo tem tido um grande desenvolvimento, durante e principalmente depois da Ditadura Militar. É especialmente na produção de telenovelas, que a TV Globo mostrou todas as suas forças, as quais têm sido exportadas para inúmeros países, inclusive a China. Hoje em dia suas empresas formam um império de mídia que tem imensa influência social e política no Brasil. Esse pool de empresas faz parte do que hoje se conhece pelo nome de Organizações Globo.

Roberto Marinho na década de 1920
Roberto Marinho sempre defendeu o liberalismo econômico, com aliança estratégica com os Estados Unidos. Foi adversário de políticos como Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek, Leonel Brizola e o Lula da Silva. Quando Getúlio Vargas se matou, como presidente da República em 1954, seu jornal foi destruído pela população, quase falindo. Foi acusado de ser o mentor intelectual da Ditadura Militar, apoiada por ele. Em editorial publicado pelo jornal O Globo em 07/10/1984, Roberto Marinho escreveu:

"Participamos da Revolução de 1964 identificados com os anseios nacionais de preservação das instituições democráticas, ameaçadas pela radicalização ideológica, greves, desordem social e corrupção generalizada"

Roberto Marinho também acusado de manipular as eleições para governador do Estado do Rio de Janeiro, quando Leonel Brizola venceu, e de mandar nas comunicações brasileiras no governo de José Sarney, quando Antônio Carlos Magalhães, dono de uma afiliada da Globo, foi ministro das comunicações.

Roberto Marinho e Jô Soares
Em 1989, foi acusado de manipular a edição do Jornal Nacional, após o debate de segundo turno entre Fernando Collor e Lula da Silva, para ajudar Collor a ser eleito presidente. Em 1992, Roberto Marinho, em um editorial do jornal O Globo e no noticiário Jornal Nacional, chamou Leonel Brizola de "senil". Isso valeu direito de resposta a Leonel Brizola no Jornal Nacional, que foi lido por Cid Moreira, dois anos depois, em 1994.

Com o governo Fernando Henrique, as Organizações Globo passaram por uma grande crise, retirando o nome do jornalista na lista de bilionários da revista Forbes.

Com sua primeira esposa em 1946, Stella Goulart Marinho, teve quatro filhos: Roberto Irineu Marinho, Paulo Roberto Marinho, falecido aos 19 anos, em 1970, João Roberto Marinho, e José Roberto Marinho. O segundo casamento foi com Ruth Albuquerque, em 1971, já se divorciando da primeira esposa.

Seu último casamento, o terceiro, foi com Lily Monique de Carvalho Marinho, em 1991.

Academia Brasileira de Letras

Roberto Marinho foi o 7º ocupante da cadeira 39 da Academia Brasileira de Letras, embora nunca tenha escrito um livro, eleito em 22/07/1993 na sucessão de Otto Lara Resende. Foi recebido pelo acadêmico Josué Montello em 19/10/1993.


Morte

O presidente das Organizações Globo, morreu às 22:30 hs de quarta-feira, 06/08/2003, no Rio de Janeiro. Ele havia sido internado na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Samaritano, pela manhã, em razão de um edema pulmonar. Durante todo o dia, seu estado de saúde permaneceu grave.

Às 21:30 hs, o jornalista foi levado às pressas para cirurgia. Os médicos tentaram dissolver um coágulo no pulmão, mas não obtiveram sucesso. Ele não resistiu à cirurgia.

Antes de ser levado para o hospital, Roberto Marinho estava em sua casa, no Cosme Velho, zona sul do Rio de Janeiro. Ele deixou viúva, Lily de Carvalho, e três filhos, Roberto Irineu, José Roberto e João Roberto, além de netos e bisnetos.

O corpo do jornalista foi velado, a partir das 10:00 hs de quinta-feira, 07/08/2003, em sua casa. O enterro ocorreu às 16:00 hs no Cemitério São João Batista, em Botafogo, zona sul do Rio de Janeiro.


Em nota divulgada, a família do jornalista se disse "consternada" e afirmou que Roberto Marinho tinha uma "vida reta, dedicada ao trabalho e, fundamentalmente, ao desenvolvimento do Brasil"

Fonte: Wikipédia e Folha Online