Dom Pedro Henrique de Orléans e Bragança

PEDRO HENRIQUE AFONSO FILIPE MARIA GASTÃO MIGUEL GABRIEL RAFAEL GONZAGA DE ORLÉANS E BRAGANÇA E BOURBON
(71 anos)
Príncipe de Orléans e Bragança, Príncipe do Grão-Pará, Príncipe Imperial do Brasil, Chefe da Casa Imperial do Brasil

* Boulogne-Billancourt, França (13/09/1909)
+ Vassouras, RJ (05/07/1981)

Príncipe de Orléans e Bragança de 1909 a 1921, príncipe do Grão-Pará de 1909 a 1920, Príncipe Imperial do Brasil de 1920 a 1921 (após a morte do pai) e chefe da Casa Imperial do Brasil de 1921 em diante (após a morte da avó), então com 12 anos de idade, com apoio dos monarquistas e de seu tio, Dom Pedro de Alcântara de Orléans e Bragança.

Se fosse Imperador, teria reinado com o título Sua Majestade Imperial, Dom Pedro III, Por Graça de Deus, e Unânime Aclamação dos Povos, Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil.

Primeiro varão de Dom Luís de Orléans e Bragança, Principe Imperial do Brasil, e de Maria Pia de Bourbon, princesa real das Duas Sicílias. Casou-se em 19 de agosto de 1937 com a princesa Maria Isabel da Baviera.

Infância e Juventude

Quando nasceu, a Família Imperial Brasileira já estava exilada na França, havia 20 anos. Como seu tio, Dom Pedro de Alcântara , havia renunciado aos seus eventuais direitos ao trono do Brasil em 1908, seu pai, Dom Luís de Orléans e Bragança, foi elevado a Principe Imperial do Brasil, e ele ao nascer recebeu o título de Príncipe do Grão-Pará, conforme o artigo 105 da Constituição Brasileira de 1824. Foi batizado na capela do Castelo d'Eu com as águas levadas do Chafariz do Largo da Carioca, no Rio de Janeiro, tendo como padrinhos sua avó paterna, a Princesa Isabel, e o avô materno, D. Alfonso, Conde de Caserta e chefe da Casa Real das Duas Sicílias.

O príncipe e sua família viviam entre o Castelo d'Eu e o palacete de Boulogne-sur-Seine, ambos pertencentes à Família Imperial. Foi educado primeiramente por sua avó, a Princesa Isabel Leopoldina, e por inúmeros preceptores imbuídos em educá-lo como futuro imperador do Brasil.

Em 1920, seu pai falece em Cannes, França, vitimado pelos ferimentos adquiridos nas trincheiras da Primeira Guerra Mundial. Ainda em 1920, o decreto de banimento é revogado, pelo então presidente da República Epitácio Pessoa. O avô de D. Pedro Henrique, Gastão de Orléans, Conde d'Eu, conduz parte da Família Imperial de volta ao Brasil, todavia, sua avó, a Princesa Isabel Leopoldina, não vai, pois estava idosa e adoentada, fazendo com que a viagem não lhe fosse recomendada. Mesmo assim, ficaram pouco no Brasil, pois suas vidas estavam consolidadas na Europa, e resolveram para lá voltar.

Tendo em vista o falecimento do pai em 1920, tornou-se Principe Imperial do Brasil, mas em 14 de novembro de 1921, falece no Castelo d’Eu a Princesa Isabel, e aos 12 anos ele se torna o Chefe da Casa Imperial do Brasil.

Com a revogação, em 3 de setembro de 1920, do banimento imposto à Família Imperial em 21 de dezembro de 1889, sua mãe, Dona Maria Pia de Bourbon, resolveu continuar morando na França, onde achava que ele poderia receber educação mais adequada, com seus irmãos Dom Luís Gastão de Orléans e Bragança e Dona Pia Maria Raniera de Orléans e Bragança. Formou-se em Ciências Políticas e Sociais pela Universidade de Sorbonne, na França.

Em 1925, aos 16 anos, o governo brasileiro indefiriu o seu pedido para servir nas Forças Armadas.

Casamento

Casou em Leutstetten 17 de agosto de 1937 e religiosamente na capela do castelo de Nymphenbourg, em Munique, em 19 de agosto de 1937 com Maria Isabel de Wittelsbach, batizada Marie Elisabeth Françoise Josèphe Thérèse de Wittelsbach (ali nascida em Nymphenburg em 9 de setembro de 1914), princesa da Baviera, filha primogênita de Francisco de Wittelsbach, Príncipe real da Baviera e de Isabel de Croÿ, Princesa de Croÿ. Tiveram 12 filhos. Esse casamento serviu de pretexto ao duque da Baviera para confrontar o governo nazista, pois estavam convidados dois soberanos e vários Chefes de Casas Reais, entre eles a grã-duquesa Charlotte I de Luxemburgo e o rei espanhol Alfonso XIII, exilado devido à Guerra Civil Espanhola. Os altos comandantes do partido nazista não foram convidados.

O casal residiu primeiramente na França. Durante várias vezes tentaram morar no Brasil, mas foram impedidos devido às dificuldades de locomoção geradas pela Segunda Guerra Mundial.

Mudança Para o Brasil

A Família Imperial só conseguiu voltar para o Brasil em 1945, quando findou a guerra. Eles se instalaram primeiramente em Petrópolis, Rio de Janeiro, no Palácio do Grão-Pará, e depois em casa no bairro do Retiro, em Petrópolis.

No Brasil, Dom Pedro Henrique viu sua posição consolidada, embora, periodicamente Dom Pedro Gastão fizesse investidas. Dom Pedro Henrique, talvez por não acreditar na possibilidade de restauração da monarquia, nunca se preocupou, embora instado a assumir algum papel em momentos de grave crise institucional, como em 1964 no início do golpe militar.

Em 1951, Dom Pedro Henrique comprou uma propriedade agrícola, a Fazenda Santa Maria, na cidade de Jacarezinho, interior do Paraná, onde se lançou como agricultor. Em 1965, retornou ao estado do Rio de Janeiro, instalando-se em Vassouras, cidade importante nos tempos do Império, quando era pólo cafeeiro. No chamado Sítio Santa Maria Dom Pedro Henrique residiu até o final de sua vida.

Chefia da Casa Imperial

Antes mesmo de vir para o Brasil, Dom Pedro Henrique já se comunicava com o novo Movimento Monárquico existente no país. Era o Patrianovismo, uma organização da direita católica, formada por intelectuais.

Apesar das controvérsias geradas depois da renúncia de Dom Pedro de Alcântara, Dom Pedro Henrique consolidou sua posição como Chefe da Casa Imperial do Brasil, principalmente entre as Casas Reais Européias, depois de seu casamento com a Princesa Bávara. Ainda assim, o sucessor de Dom Pedro de Alcântara, Pedro de Alcântara Gastão de Orléans e Bragança, continuou a fazer eventuais investidas, afirmando-se como Chefe da Casa Imperial, embora ficasse sempre desacreditado pela maioria dos monarquistas brasileiros.

Mesmo enfrentando o anonimato e a Cláusula Pétrea das constituições republicanas, Dom Pedro Henrique foi atuante politicamente no período em que viveu no Brasil. Chegou a ser convidado por militares a dar um golpe de Estado, e restaurar a monarquia, mas ele recusou-se prontamente, alegando que não iria usar das táticas e artifícios aos quais à República sempre soube usar. Disse também que só queria uma monarquia dentro da vontade democrática, e que voltasse por meio do povo, em um referendo.

Títulos de Dom Pedro Henrique do Nascimento à Morte

- S.A.I.R.  D. Pedro Henrique de Orléans e Bragança, Príncipe do Grão-Pará;

- S.A.I.R.  D. Pedro Henrique de Orléans e Bragança, príncipe de Orleáns e Bragança;

- S.A.I.R.  D. Pedro Henrique de Orléans e Bragança, Príncipe Imperial do Brasil;

- S.M.I.  D. Pedro III, Imperador Constitucional de Defensor Perpétuo do Brasil (de jure).

Além desses títulos ele foi Grão-Mestre das Ordens Imperiais do Cruzeiro, de Dom Pedro I, da Rosa, de São Tiago da Espada, São Bento de Aviz e de Nosso Senhor Jesus Cristo, além de ser Grão-Cruz da Ordem Constantiniana de São Jorge, da realeza napolitana.

Morte

Em 5 de julho de 1981, Dom Pedro Henrique falece em Vassouras. Em seus funerais comparecem centenas de monarquistas de todo o Brasil, em prova do fascínio da monarquia sobre a população. Foi sucedido pelo seu filho primogênito, Dom Luís Gastão de Orléans e Bragança (1938), que costuma denominar Dom Pedro Henrique, como "Condestável das Saudades e da Esperança".

Fonte: Wikipédia