Mozart Catão

MOZART CATÃO
(35 anos)
Alpinista

* Teresópolis, RJ (14/06/1962)
+ Monte Aconcágua, Argentina (03/02/1998)

Era formado em Educação Física e especialista em administração esportiva. Juntamente com Waldemar Niclevicz, foi o primeiro brasileiro a conquistar o Monte Everest, em 14/05/1995.

Mozart Catão começou cedo a demonstrar interesse pelo esporte. Aos 13 anos fazia caminhadas em montanha, no Parque Nacional da Serra dos Órgãos e, aos 15 anos, já escalava em rocha. Em 1976, aos 14 anos, Mozart Catão ingressou no Centro Excursionista Serra dos Órgãos de Teresópolis, e a partir dali começou uma trajetória que o levaria a escalar os maiores e mais difíceis picos do mundo, tanto em expedições como em investidas solitárias, seguindo a melhor tradição dos grandes aventureiros.


Conquistas

Realizou inúmeras escaladas no Brasil e participou de diversas competições mundiais, principalmente nas montanhas da Cordilheira dos Andes (Argentina, Chile e Bolívia), dos Alpes (França e Itália), dos Apalaches e do Maciço Central do Alasca (Estados Unidos e Canadá), da Cordilheira do Cáucaso (Rússia e Geórgia), do Maciço Ellsworth (Antártica), da Cadeia do Leste Africano (Tanzânia) e do Himalaia (Nepal e Tibete).


Destaque no Guinness

O mesmo Monte Aconcágua que futuramente lhe privaria da vida já havia lhe trazido muitas alegrias. Em 1993, então com 15 anos de experiência em montanhismo e 5 anos de mountain bike, Mozart Catão igualou sozinho o recorde mundial de ciclismo em altitude, estabelecido anteriormente por 3 canadenses.

Na volta, por causa de 2 dedos da mão esquerda congelando, foi preciso descer rapidamente com a bike, nos trechos em que era possível pedalar. A bicicleta foi levada na mochila do cume do Monte Aconcágua até Nido de Condores (5600 msnm), a seguir pedalou até Plaza de Mulas (4200 msnm) e desceu mais 1500m, chegando finalmente à Puente del Inca (2700 msnm), onde tudo começou.

A aventura rendeu alguns sustos, como cruzar com uma patrulha de resgate em Cambio Pendente (5200 msnm) que trazia o corpo de um alpinista americano, cuja família havia pago US$ 10.000 para que o corpo fosse resgatado da montanha. Aquela temporada havia deixado um total de 4 mortos. Apesar das dificuldades causadas pelo clima após o fim da temporada, os dedos congelados e o nariz sangrando, Mozart Catão venceu o inferno de gelo, igualando o tão almejado recorde.


Tragédia na Face Sul do Aconcágua

Mozart Catão morreu ao tentar conquistar o Monte Aconcágua pela sua face sul, a mais perigosa, tendo sido arrebatado por uma avalanche.

A tragédia no Monte Aconcágua aconteceu seis dias depois deles terem saído do acampamento base, sendo dois já de espera pela melhora no tempo. Cinco anos após a morte dos alpinistas, foi lançado o livro "Montanha em Fúria", do jornalista Marcus Vinicius Gasques, que conversou com dois sobreviventes, amigos e parentes de Mozart Catão e alpinistas renomados. Além das entrevistas, Marcus Vinicius Gasques teve acesso a uma fita de vídeo gravada durante a expedição.

A Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro concedeu-lhe post mortem a Medalha Tiradentes.

Fonte: Wikipédia