Stellinha Egg

STELLA MARIA EGG
(76 anos)
Atriz, Cantora e Compositora

* Curitiba, PR (18/07/1914)
+ Curitiba, PR (17/06/1991)

Stellinha Egg nasceu numa família de seis irmãos (três meninas e três meninos: Jovita, Carlos, Stellinha, Arthur, Daniel e Rosinha) e cresceu recebendo a influência do ambiente musical existente em sua família - o pai cantava no coral e tocava flauta horizontal, a mãe tocava bandolim.

Com cinco anos começou a cantar em festas da igreja evangélica. Posteriormente, participou de um concurso de cantores para Rádio Clube Paranaense, tirando o primeiro lugar, sempre acompanhada do seu violão. Mas tarde deixou de tocar violão e dedicou-se ao canto.

Sua carreira profissional se iniciou na Rádio Clube Paranaense, em Curitiba. Venceu um concurso de melhor intérprete do folclore brasileiro e foi contratada a partir daí pela Rádio Tupi de São Paulo, para onde se transferiu logo depois.

Na capital paulista trabalhou na Rádio São Paulo e na Rádio Cultura.

No início da década de 40, transferiu-se para a Rádio Tupi do Rio de Janeiro, onde se apresentou ao lado de Dorival Caymmi e Sílvio Caldas.

Em 1944, gravou seu primeiro disco, pela gravadora Continental, interpretando a toada Uma Lua no Céu... Outra Lua no Mar (Jorge Tavares e Alaíde Tavares), e o coco Tapioquinha de Coco (Jorge Tavares e Amirton Valim).

No ano de 1945, casou-se com o maestro Lindolpho Gaya, que conhecera na Rádio Tupi de São Paulo, e que a partir daí trabalharia nos arranjos de suas músicas, e de quem gravou, entre outras músicas, o samba Não Consigo Esquecer Você, a toada Mais Ninguém, parceria com Eme de Assis e o samba-canção Um Amor Para Amar.

Em 1949, gravou de Ary Barroso, o samba-canção Terra Seca.

Em 1950, gravou o baião Catolé (Humberto Teixeira e Lauro Maia Teles). No mesmo ano, foi eleita no Congresso Internacional de Folclore, em Araxá, Minas Gerais, como a Melhor Cantora Folclórica.

Em 1952, gravou a rancheira Toca Sanfoneiro (Stellinha Egg e Luiz Gonzaga), e a canção Luar do Sertão (Catulo da Paixão Cearense).

Em 1953, gravou, de Dorival Caymmi, as canções O Mar e O Vento. Gravou também do mesmo autor, o samba-canção Nunca Mais.

Em 1954, gravou ainda de Dorival Caymmi, os batuques Noite de Temporal e A Lenda do Abaeté.

Entre 1955 e 1956 excursionou à Europa, apresentando-se na União Soviética, França, Polônia, Finlândia, Itália e Portugal, acompanhada do maestro Lindolpho Gaya.

Em 1956, gravou o xote O Torrado (Luiz Gonzaga e Zé Dantas) e o clássico baião Fiz a Cama na Varanda, grande sucesso de Dilu Melo.

Em 1960, gravou na Odeon cantando com o Trio Irakitan a limpa-banco Entrevero no Jacá (Barbosa Lessa e Danilo Vital).

Dedicada ao estudo e pesquisa do folclore brasileiro, gravou diversas composições de domínio público e folclóricas, tais como Garoto da Lenha de Angico, Boi Barroso, Samba Lelê, A Moda da Carranquinha, Cantigas do Meu Brasil e outras. Gravou ainda o LP Luar do Sertão, com composições de Catulo da Paixão Cearense, Ernesto Nazareth e Anacleto de Medeiros.

Gravou diversos LPs dedicados a distintos aspectos da música popular e folclórica, entre os quais: Modas e Modinhas, com modas de viola e modinhas antigas e modernas; Vamos Todos Cirandar, com canções de roda; e Músicas do Nosso Brasil, com canções tradicionais brasileiras.

Além de cantora e compositora era também atriz. Gravou 160 discos 78 rpm, 15 LPs e mais de 20 compactos gravados, entre 1943 e 1975.

Ao lado de Sylvia Telles formou a dupla caipira Mara e Cota para a gravação, no ano de 1959, de duas músicas de Tom Jobim, Eu Sei Que Vou Te Amar e Eu Não Existo Sem Você.

Stellinha também foi professora primária, lecionando pela primeira vez em Antonina. De lá foi transferida para Curitiba, para um colégio anexo à Escola Normal, onde mais tarde se especializaria em Educação Física.

Stellinha e Lindolpho Gaya tiveram um casamento extremamente amoroso e harmonioso, mas nunca tiveram filhos, pois julgavam que atrapalharia a profissão. Mais tarde, quando resolveram ter um filho, Stellinha não conseguiu engravidar.

O último show de Stellinha foi no Teatro Guaíra, em Curitiba.

Adoeceu logo depois, ao mesmo tempo que o marido. Quando o marido morreu, ela não resistiu a perda, não perseverou em seu tratamento e faleceu.

Fonte: Memória da MPB e Wikipédia