Rubem Biáfora

GERVÁSIO RUBEM BIÁFORA
(74 anos)
Cineasta, Roteirista, Produtor e Crítico de Cinema

* São Paulo, SP (1922)
+ São Paulo, SP (1996)

Gervásio Rubem Biáfora foi um cineasta e crítico de cinema brasileiro.

Aos 6 anos iniciou uma coleção de recortes de filmes, que iria formar um importante arquivo, doado em parte ao Curso de Cinema da Faculdade Armando Penteado. Aos 12 anos, mais de uma vez por semana, atravessava as linhas de trem em direção ao bairro do Brás, para ver os cartazes de cinema e fazer suas anotações.

Ingressou na imprensa em 1937. Crítico de cinema em atividade desde 1940, fez parte da primeira grande geração de críticos paulistanos, ao lado de Paulo Emílio Sales Gomes, Almeida Salles, B.J. Duarte, Afrânio Zuccolotto, Carlos Ortiz e Flávio Tambellini.

Escreveu para as publicações Platéia, O Dia, Revista Inteligência e Jornal de São Paulo. Fundou o Clube de Cinema de São Paulo em 1946, que mais tarde iria se transformar na Cinemateca Brasileira.

Em 1948 assumiu a coluna de cinema na Folha da Noite e empreendeu suas primeiras experiências em 16 mm. Em 1950, com José Júlio Spiewak, organizou o Grupo de Cinema Orson Welles.

Transferiu-se em 1953 para O Estado de S.Paulo, onde permaneceu por cerca de 30 anos (1982). Apoiou a tentativa do cinema industrial paulista e até algumas chanchadas cariocas. Inimigo ferrenho do Cinema Novo, apostou suas fichas na produção da Boca do Lixo.

Grande é o número de seus discípulos: Jacob Timoner, Walter George Durst, Walter Hugo Khouri, Carlos M. Motta, José Júlio Spiewak, Maurício Rittner, Alfredo Sternheim, Rubens Ewald Filho, Astolfo Araújo, Rubens Stoppa e Juan Bajon.

No período da Guerra Fria, foi acusado de americanófilo e de direitista com Antônio Moniz Viana, crítico do jornal carioca Correio da Manhã. Acusações injustas em função do domínio absoluto da produção americana na época, com mais de 300 filmes anuais, além de um competente sistema de distribuição internacional de seus produtos.

No ano de 1954 escreveu e dirigiu seriados de ficção científica e teleteatros na TV Record.

Em 1955 colaborou anonimamente no roteiro do longa "Sob o Céu da Bahia" de Ernesto Remani. Depois, nos estúdios da Vera Cruz, dirigiu o último filme da Brasil Filme, de produção de Flávio Tambellini, "Ravina", drama de época, com os protagonistas Eliane Lage e Mário Sérgio, duas estrelas remanescentes do estúdio paulista.

Em 1964, com o roteiro "O Monstro", tenta a realização de seu segundo longa.

Em 1966 fundou a Data Cinematográfica, quando dirigiu o curta colorido "Mário Gruber", retratando o pintor paulista. Produziu, escreveu e dirigiu "O Quarto", drama ambientado no centro da capital paulista, que mostra a triste vida cotidiana de pequeno funcionário de repartição pública.

Em 1970 é roteirista de "As Gatinhas", de Astolfo Araújo, que assina com o pseudônimo de Otto Leme. No ano seguinte também produziu "As Noites de Iemanjá", de Maurício Capovilla, e "Fora das Grades" de Astolfo Araújo. Foi o produtor, diretor e roteirista de "A Casa das Tentações", retrato da decadência da família tradicional.

Em 1978, colaborou outra vez, anonimamente, no roteiro do filme "Alucinada Pelo Desejo", único filme dirigido pelo seu ator predileto, Sérgio Hingst.

Rubem Biáfora morreu aos 74 anos vítima de um Acidente Cardiovascular.

Fonte: Enciclopédia do Cinema Brasileiro (Fernão Pessoa Ramos e Luiz Felipe Miranda - Pag. 58)