Belmonte

PASCHOAL TODARELLI
(34 anos)
Cantor e Compositor

* Barra Bonita, SP (02/11/1937)
+ Santa Cruz das Palmeiras, SP (09/09/1972)

Paschoal Todarelli, conhecido com o nome artístico de Belmonte, foi um cantor e compositor de músicas sertanejas.

Belmonte, segundo Zé Fortuna, outro monstro sagrado do mundo sertanejo, trouxe na alma a poesia lhe transmitida pelo borbulhar das águas do lendário Tietê. Nascido em 02 de novembro de 1937, como Paschoal Todarelli, aos 16 anos de idade, ainda praticamente uma criança, Pascoal Todarelli já se aventurava pela grande São Paulo, perseguindo o sonho de ser cantor. Aos 18 anos ele conheceu Belmiro e com ele formou dupla, gravando seu primeiro LP, de título "Aquela Mulher".

Mas o jovem Paschoal Todarelli, ou Lico, como era conhecido em Barra Bonita, SP, tinha gravado seu disco, realizado o sonho de ser cantor, mas o sucesso ainda estava longe. Este só veio em 1966, quando Paschoal Todarelli conheceu Domingos Sabino da Cunha, o Amaraí, e já no primeiro disco gravado por eles, com o título "Saudade de Minha Terra", que faria a dupla imortal, o sucesso estourou com tanta potência quanto a voz dos dois, que segundo afamadas duplas como Mato Grosso & Mathias e Milionário & José Rico, eram as vozes mais afinadas e que melhor se "casavam" naqueles tempos.


Mas se as vozes do dois se entrosavam perfeitamente, a personalidade dos artistas era bem diferente, e isso gerava desentendimentos e separações esporádicas. Nessas brigas, Belmonte chegou a gravar um LP com Miltinho Rodrigues e até a fazer show com Amauri, mas sem gravar. No início da década de 70, ele acabou gravando, a convite de Geraldo Meirelles, um LP solo, acompanhado de coral e orquestra, onde interpreta seis clássicos da música raiz e folclórica, e onde também se pode aquilatar toda beleza da voz daquele que se transformou no mais famoso filho de Barra Bonita.

Porém, o destino de Belmonte & Amaraí estava entrelaçado pela música e eles gravariam ainda 5 LPs. E nesse trabalho é que se percebe porque a dupla se tornou um marco dentro da música sertaneja, sendo os precursores do sertanejo moderno.

Nos trabalhos de Belmonte & Amaraí, pela primeira vez se viam arranjos com harpa, piano, bongô, viola e violão e pistons, coisa até então inédita na música sertaneja. E, apesar de influenciado fortemente pela música mexicana de Miguel Aceves Mejia, do qual Miltinho e Amaraí eram perfeitos intérpretes, Belmonte & Amaraí inauguravam o sertanejo moderno gravando músicas de Nat King Cole, como "La Golondrina" e "Adios Mariquita Linda", boleros de Augustin Lara,  "Solamente Una Vez" e de Elaido Martinez, "Oracion a Mi Amada", e até a música de Raul Sampaio, "Meu Pequeno Cachoeiro", que se tornou símbolo de Roberto Carlos.


Além destas, Belmonte & Amaraí também gravaram "South Of The Border" (Kennedy e Carr), e "L'ora Dell Amore" (Reld e Brooker), que seriam gravadas por Agnaldo Timóteo.  E ousados, como todos pioneiros, eles gravaram um dos primeiros countrys, "Green, Green Grass Of Home" (Putman), que também seria gravada por Agnaldo Timóteo, e como primeira dupla a homenagear os caminhoneiros, eles gravaram a bela "Carreta da Fronteira".

Toda a obra de Belmonte está em seis LPs gravados com Amaraí, um gravado com Belmiro, um com Miltinho Rodrigues e um de título "Jóias da Música Brasileira", onde ele se apresenta em solo, acompanhado de coral e orquestra, totalizando nove LPs.

Além disso, existe compacto gravado em parceria com Pirassununga - raridade e fitas gravadas em shows ao vivo em várias cidades do interior e pela televisão (na época não havia video-tape e não se tem registro dessas apresentações). Mas as fitas cassetes ainda existem e são hoje uma preciosidade. Numa delas, gravada na cidade de Rio Claro, Belmonte faz dupla com Andarai (Getúlio, também já falecido, e que era irmão de Cristiano, da dupla Carlos César & Cristiano).

"Porque Fui Te Conhecer" foi o último LP gravado por Belmonte.  Em toda sua obra, foram mais de 100 canções gravadas e cerca de 25 composições e versões suas. Neste último LP, lançado após sua morte, saíram apenas 11 músicas, o que não era comum na época. Muitos dizem que faltou uma música por causa da morte do cantor, e Amaraí garante que o LP era com 11 melodias mesmo, que todas as músicas foram gravadas.

Morte

Em 09/09/1972, aos 34 anos, Belmonte sofreu um acidente automobilístico na cidade de Santa Cruz das Palmeiras, SP, que o matou. Belmonte havia terminado de sair de um show que havia feito em São Paulo e viajou durante toda a noite com destino à Barra Bonita, SP, sua cidade natal. No entanto, ele dormiu ao volante, e ao amanhecer, seu carro se chocou contra uma ponte na entrada da cidade de Santa Cruz das Palmeiras, SP. Belmonte foi levado ao hospital mais próximo, porém, não sobreviveu, devido à gravidade dos ferimentos.

Fonte: Gente da Nossa Terra e Wikipédia