Moise Safra

MOISE YACOUB SAFRA
(80 anos)
Banqueiro e Filantropo

* Beirute, Líbano (05/04/1934)
+ São Paulo, SP (15/06/2014)

Moise Yacoub Safra foi um banqueiro e filantropo libanês, naturalizado brasileiro, co-fundador do Banco Safra junto aos irmãos Edmond e Joseph.

A família Safra está no mercado financeiro desde o século 19, quando foi fundada a financeira Safra Frères, em Alepo, na Síria, instituição que financiava comerciantes e empresários da região.

Em 1920, Jacob Safra fundou o primeiro banco do clã em Beirute, no Líbano.

Após a Segunda Guerra Mundial, com a perseguição aos judeus no Oriente Médio, Jacob se mudou para o Brasil com a família e, junto com os filhos Edmond, Joseph e Moise, todos naturalizados brasileiros, fundou o Banco Safra em 1955.

Seu pai, Jacob Safra, geriu a criação do conglomerado financeiro. No Brasil, o Banco Safra foi gerido pelo pai e pelos três filhos por muitos anos.


Moise Safra e Chella Safra
Edmond, porém, ficou pouco tempo no país. Ele vendeu sua fatia no banco aos irmãos e ergueu o império financeiro da família no exterior. Em Genebra, na Suíça, fundou o banco Trade Development Bank, que anos mais tarde foi vendido à American Express. Viveu também em New York, onde criou o Republic National Bank Of New York, que chegou a ser o 20º maior banco americano e foi vendido ao HSBC. O acordo ocorreu em maio de 1999, meses antes de o banqueiro morrer de forma trágica em seu apartamento em Monte Carlo, Mônaco, vítima de um incêndio criminoso.

Com a morte de Edmond, os negócios internacionais do Grupo Safra passaram a ser geridos por Joseph e seu filho mais velho, Jacob.

Entre seus investimentos, estão participações na Aracruz Celulose (papel e celulose), uma empresa telefônica em Israel e diversos bancos espalhados pelo mundo. Foi considerado um dos principais bilionários brasileiros por revistas especializadas.

Em 2006, o empresário vendeu sua parte no Banco Safra ao irmão Joseph, por uma quantia avaliada em 2 bilhões de dólares.

Moise Safra e o filho Jacob Moise Safra
A mais recente empreitada dele deu-se em 2013, quando, associado à magnata chinesa Zhang Xin, adquiriu 40% do General Motors Building, edifício situado em Manhattan, erguido pela General Motors Corporation em 1964, um dos edifícios corporativos mais caros dos Estados Unidos.

O negócio aumentou ainda mais o valor de mercado do imóvel, para cerca de US$ 3,4 bilhões. A transação foi estimada em cerca de US$ 700 milhões. A participação restante de 60% do empreendimento pertence à Boston Properties, que controla o edifício.

Apesar de discretos, o casal Moise SafraChella Safra estampavam com frequência as colunas sociais, quase sempre participando de eventos beneficentes. A construção do auditório do Hospital Albert Einstein, por exemplo, foi custeada por ele.

A fortuna de Moise Safra era avaliada em US$ 2,2 bilhões, o que o colocava como o 26º homem mais rico do país pelo ranking da "Forbes".

Seu irmão Joseph ocupa a segunda posição no ranking, atrás apenas de Jorge Paulo Lemann, da Ambev.


Morte

Moise Safra morreu na manhã de domingo, 15/06/2014, aos 79 anos, em São Paulo. Ele estava internado no Hospital Israelita Albert Einstein, onde lutava contra um câncer e sofria do Mal de Parkinson, doença que seu irmão Edmond tinha quando faleceu em um incêndio em 1999, em Mônaco. Ele deixou a esposa Chella Safra e os filhos Jacob, Ezra, Edmundo, Esther e Olga.

O sepultamento ocorreu no Cemitério Israelita de São Paulo.

"Era um homem muito afetivo, uma pessoa dotada de uma sensibilidade instintiva, para quem a palavra amor era um exercício do cotidiano. Ele conseguia conciliar a visão de um empresário com a de um humanista. É uma perda muito grande. Moise era um grande doador do Einstein e eu o considerava meu conselheiro. Muitas vezes conversei com ele sobre questões do hospital e ele nos apoiava em todas as nossas obras."
(Cláudio Lottemberg, presidente do Hospital Albert Einstein)


"Moise Safra foi o homem mais generoso que eu conheci na minha vida. Ele era bondoso, meigo, humilde e simples. Seu dinheiro não lhe subiu à cabeça. Era um amigo muito próximo. Ele tinha fineza, e tinha fineza de espírito. Estou realmente abalado e vou sentir muito a falta de Moise Safra, um homem insubstituível."
(Rabino Henry Sobel)