Leônidas Pires

LEÔNIDAS PIRES GONÇALVES
(94 anos)
Militar

☼ Cruz Alta, RS (19/05/1921)
┼ Rio de Janeiro, RJ (04/06/2015)

Leônidas Pires Gonçalves foi um general-de-Exército brasileiro, ministro do Exército durante o governo de José Sarney.

Graduou-se aspirante-a-oficial de artilharia em 1942, na Escola Militar do Realengo e exerceu inúmeras funções de destaque, ao longo de sua carreira.

Foi Aspirante a Oficial no 6° GMAC, na cidade de Rio Grande, RS. Integrou o contingente de cerca de 2 mil homens que fizeram a guarnição do litoral sul do Brasil durante a Segunda Guerra Mundial.

Foi o primeiro colocado de sua turma na Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME) e, em função disso, recebeu a Medalha Marechal Hermes de prata dourada com uma coroa.

Em março de 1964, servia no Estado Maior do Exército, sob a chefia do general Humberto de Alencar Castelo Branco. Em seguida, acompanhou o general Orlando Geisel na 1ª Divisão de Infantaria, na Vila Militar do Rio de Janeiro.

Como coronel, comandou o 2º Regimento de Obuses - Regimento Deodoro, em Itu, SP. Foi também adido militar na Colômbia.

Como oficial general, foi chefe do Estado-Maior do I Exército no Rio de Janeiro de 1974 a 1977, e Comandante Militar da Amazônia. No período de 23/12/1983 a 08/03/1985, foi Comandante do III Exército, em Porto Alegre.

Tancredo Neves o designou para ser seu ministro do Exército. Após o falecimento de Tancredo Neves, permaneceu à frente do ministério durante os cinco anos do governo de José Sarney. Desenvolveu projetos como a Força Terrestre 1990 (FT-90), que permitiram a modernização do Exército Brasileiro, que dentre outras coisas adquiriu a sua Aviação.

Episódio Político

Após a eleição indireta de Tancredo Neves, foi escolhido para ser o seu ministro do Exército. Com a morte de Tancredo Neves, foi quem garantiu a posse de seu vice, José Sarney, contrapondo-se ao que desejavam certos setores do Exército, que pretendiam dar posse ao presidente da Câmara dos Deputados, Ulysses Guimarães.

"Quem assume é o Sarney!
Imediatamente, Ulysses Guimarães concorda, para surpresa de Pedro Simon. (…) Ulysses Guimarães também retorna ao Congresso. Ali, Pedro Simon lhe pergunta porque aceitara tão rapidamente a tese de Leônidas Pires.
O Sarney chega aqui ao lado do seu jurista. Esse jurista é o ministro do Exército. Se eu não aceito a tese do jurista, a crise estava armada!"
(Ulysses Guimarães)

O episódio já foi lembrado em diversas entrevistas do general. Uma das mais detalhadas foi para os jornalistas Hélio Teixeira e Rose Arruda, autores de uma biografia sobre o governador paranaense José Richa.

O general Leônidas Pires após passar para a Reserva continuou sendo uma pessoa influente e nunca deixou de dar seu testemunho sobre os episódios que viveu. Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, em março de 2014, Leônidas Pires afirmou que o Exército nunca foi intruso na História do Brasil.

Morte

Leônidas Pires Gonçalves, faleceu na quinta-feira, 04/06/2015, no Rio de Janeiro, aos 94 anos. Ele sofreu complicações após uma queda que sofreu no início da semana. Leônidas Pires será velado com honras militares no sábado, 06/06/2015, pela manhã, no salão nobre do Palácio Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, e terá o corpo cremado à tarde.

O ex-presidente José Sarney afirmou:

"A participação de Leônidas na transição democrática foi decisiva e a ele se deve grande parte da extinção do militarismo - a agregação do poder militar ao poder político - no Brasil. Ele deu suporte a que transição fosse feita com as Forças Armadas e não contra as Forças Armadas. Pacificou o Exército e assegurou e garantiu o poder civil. Reconduziu os militares aos seus deveres profissionais, defendendo a implantação do regime democrático que floresceu depois de 1985."

Leônidas Pires foi casado com Dóris Pires Gonçalves, com quem teve dois filhos, quatro netos e sete bisnetos.

Fonte: Wikipédia