Daniel Corrêa

DANIEL CORRÊA FREITAS
(24 anos)
Jogador de Futebol

☼ Juiz de Fora, MG (22/01/1994)
┼ São José dos Pinhais, PR (27/10/2018)

Daniel Corrêa Freitas foi um jogador de futebol brasileiro que atuava como meia, nascido em Juiz de Fora, MG, no dia 22/01/1994. Seu último clube foi o São Bento, no qual jogou emprestado pelo São Paulo.

Natural de Juiz de Fora e criado em Conselheiro Lafaiete, Daniel jogou por cinco anos na base do Cruzeiro. Em 2013, ainda com idade júnior, transferiu-se para o Botafogo. Com a camisa alvinegra, ele alcançou o ápice profissional ao marcar cinco gols em 13 partidas no Campeonato Brasileiro de 2014. Sua melhor apresentação foi na vitória por 6 x 0 sobre o Criciúma, no Maracanã, pela quarta rodada.

Apesar de ter demonstrado talento e surgido até mesmo como possível reforço do América, Daniel conviveu com inúmeras lesões e não conseguiu sequência por outros clubes. Ele realizou apenas 16 jogos com a camisa do São Paulo, seis pelo Coritiba e 10 a serviço da Ponte Preta. Contratado pelo São Bento-SP em junho de 2018, o armador esteve em campo por duas vezes, ambas na condição de suplente.

Carreira

Cruzeiro

Daniel começou sua carreira futebolística aos 11 anos, no Cruzeiro. No time mineiro, o jovem foi campeão Brasileiro Juvenil, campeão da Copa do Brasil na categoria Júnior e campeão estadual em três categorias. Ficou na base do time mineiro até 2013, quando foi transferido para o Botafogo.

Botafogo

Daniel chegou ao clube carioca ainda nas divisões de base, e permaneceu no clube de 2013 a 2014, quando subiu à equipe principal.

Na base do clube, fez parte do elenco que foi campeão do Torneio SPAX CUP e da OPG, sendo um dos destaques da equipe.

Sua primeira partida entre os profissionais ocorreu no dia 20/10/2013, em partida válida pelo Brasileirão daquele ano, no empate por 2 x 2 com o Vasco, no Maracanã. Ele entrou já perto do fim do jogo, aos 41 minutos do 2º tempo, no lugar de Hyuri, mas foi o suficiente para fazer uma boa jogada e agradar ao técnico Oswaldo de Oliveira.

Em maio de 2014, na partida em que o Botafogo goleou o Criciúma por 6 x 0, Daniel marcou 3 gols e deu 1 assistência.

Seus outros 2 gols pelo clube foram no clássico com o Fluminense, vitória do Botafogo por 2 x 0, e um golaço que deu a vitória por 1 x 0 ao Alvinegro sobre o Santos.

Em setembro de 2014, em jogo do Botafogo contra o Ceará pela Copa do Brasil daquele ano, sofreu uma lesão no ligamento colateral anterior do joelho direito, o que o afastou dos gramados por um longo período, e o atrapalharia pelo resto de sua curta carreira.

São Paulo

No dia 27/12/2014, assinou um contrato de três anos com o São Paulo, após uma disputa com o Palmeiras, que também estava interessado em comprá-lo. Os alviverdes chegaram a estar em vantagem nas tratativas, mas não gostaram do resultado dos exames médicos e abriram mão do negócio. O Tricolor, horas depois, decidiu arcar com os riscos e ficou com o meia.

A expectativa era que Daniel tivesse condições de jogar entre março e maio de 2015. No entanto, um acidente doméstico prejudicou a evolução do tratamento no joelho, sendo necessária uma nova intervenção cirúrgica no local.

Após 1 ano se recuperando de uma cirurgia estreou com a camisa tricolor no dia 02/09/2015 no empate sem gols contra o Joinville pelo Campeonato Brasileiro.

Coritiba

Em 15/02/2017, foi emprestado pelo São Paulo ao Coritiba.

Ponte Preta

Em 19/01/2018, foi emprestado para a Ponte Preta até o fim do Campeonato Paulista.
No final de abril, Daniel foi devolvido para o São Paulo.

São Bento

Em 18/06/2018, foi emprestado para o São Bento até o fim do Campeonato Brasileiro - Série B.

Seleções Brasileiras de Base

Em 2011, Daniel foi convocado pelo técnico Emerson Ávila para a seleção brasileira sub-17.

Morte

Daniel Corrêa foi encontrado morto no dia 27/10/2018, 2 horas depois de seu assassinato, em um matagal na Colônia Mergulhão, zona rural de São José dos Pinhais, no Paraná, parcialmente degolado e com o pênis cortado, depois que um morador da região viu marcas de sangue no chão de uma estrada rural e seguiu o rastro até o corpo do jovem.

No final do dia, a assessoria de imprensa do jogador confirmou a morte em seu Twitter. O IML, mesmo não divulgado a causa oficial da morte, descreveu que o corpo foi "vítima de arma branca", provavelmente uma faca. Segundo um laudo realizado pela perícia realizado em seu corpo e divulgado dias depois, o jogador apresentava 13,4 decigramas de álcool por litro de sangue, mas que não havia usado drogas.

O São Paulo Futebol Clube, agremiação com a qual Daniel tinha vínculo até o final de 2018, pagará os honorários do atleta a família da vítima até o final do contrato com o mesmo, além de ter ajudado com traslado do corpo e enterro.

Seu corpo foi sepultado no Cemitério Nossa Senhora da Conceição em Conselheiro Lafaiete, MG, cidade na qual ele passou parte da infância. O velório foi realizado no Ginásio Poliesportivo do Clube Carijós, onde ele deu seus primeiros chutes, ainda na infância.

Títulos

Cruzeiro
  • 2011 - Campeão Mineiro Sub-17
  • 2011 - Campeão Brasileiro Sub-17
  • 2012 - Campeão Brasileiro Sub-20

Botafogo
  • 2013 - Torneio SPAX CUP
  • 2014 - Taça OPG

Coritiba
  • 2018 - Campeonato Paranaense

Ponte Preta
  • 2018 - Campeonato Paulista do Interior


O Caso Daniel Corrêa

Investigação do Assassinato

De acordo com a polícia, Daniel viajou até Curitiba para comemorar o aniversário de 18 anos de Allana Brittes na casa noturna sertaneja Shed Bar, que foi realizada no dia 26/10/2018. Após as comemorações, ele teria seguido com outras pessoas para a residência de empresário Edison Luiz Brittes Jr., pai da aniversariante, onde ocorreria uma extensão da festa.

Segundo a administração da boate, o jogador de futebol não se envolveu em nenhuma confusão dentro do local.

Já na residência da aniversariante, Daniel enviou mensagens via Whatsapp a um amigo afirmando ter transado com a mãe da aniversariante. Em depoimento à polícia, este amigo afirmou que, no grupo de WhatsApp, os rapazes geralmente tiravam a foto "no momento que a mulher estava dormindo".

Foi poucos minutos depois de enviar esta foto que o crime teria acontecido.

No dia 27/10/2018, a mãe do jogador entrou em contato com a Allana Brittes para saber alguma notícia sobre seu filho, já que o mesmo estava desaparecido. Na conversa, Allana afirma que nada de anormal havia acontecido na sua festa, e que o jogador havia saído com uma de suas amigas.

Algumas horas depois, o corpo de Daniel foi encontrado. Tão logo a notícia foi divulgada, Edison Luiz Brittes Jr. ligou para a mãe do jogador para dar pêsames pela morte do filho e oferecer auxílio. Edison também ligou para um amigo do jogador, onde disse que Daniel saiu sozinho da casa da família, e lamentou a morte do jogador.

Depoimentos

Testemunha Chave

No dia 31/10/2018, uma testemunha considerada chave pela Polícia Civil, já que esteve com Daniel momentos antes da morte, prestou um depoimento no qual afirmou que, após Daniel ter sido flagrado com a esposa de suspeito, ele teria sido espancado e violentamente assassinado. Ainda segundo esta mesma testemunha, o autor do crime procurou as pessoas que estavam na casa para montar um álibi mudando as versões dos fatos. A testemunha informou também que não sabia afirmar o que havia ocorrido enquanto Daniel estava sozinho no quarto com a mulher.

Edison Luiz Brittes Jr.

No dia 01/11/2018, o suspeito, o empresário Edison Luiz Brittes Jr., se entregou à polícia e, de forma informal, confessou o crime, alegando "defender a honra de todas as mulheres, já que Daniel teria estuprado sua esposa".

Ele foi detido e indicou o local onde a arma branca teria sido descartada. Ele afirmou que a faca usada foi jogada em um lago. No local, o pênis decepado do jogador foi encontrado pendurado em uma árvore, cerca de 20 metros do local onde foi encontrado o corpo de Daniel. O advogado de defesa, Cláudio Dalledone Júnior, sustenta que o jogador não era próximo de Allana e foi até a residência, onde foi espancado, sem ser convidado. Ele afirma ainda que, após o jogador entrar no quarto e tentar estuprar a esposa do empresário, Edison espancou o jovem, colocou-o dentro do carro e foi até a área rural de São José dos Pinhais com a intenção de abandoná-lo vivo. No trajeto, porém, Edison teria visto as fotos enviadas pelo Daniel via Whatsapp para o amigo, e que por isso teria perdido o controle e matado o jovem.

No dia 07/11/2018, ele prestou um depoimento formal na Polícia. Mesmo com a negativa de tentativa de estupro por parte da Polícia Civil, Edison reforçou que sua esposa estava sim sendo violentada por Daniel. Ele confessou novamente que matou o jogador Daniel, mas mudou alguns pontos que havia dito anteriormente, sendo um deles o de que ele não teria arrebentado a porta do quarto, mas que entrou pela janela.

Allana Brittes

No dia 01/11/2018, o advogado de defesa de Edison Luiz Brittes Jr. divulgou um vídeo onde Allana Brittes corrobora com a tese de seu pai, que afirmou ter socorrido a mulher de uma tentativa de estupro. Também afirmou que jamais manteve relacionamento com Daniel e que não havia o convidado para a festa em sua casa.

Seu depoimento foi prestado à Polícia no dia 05/11/2018. Nele, Allana relatou que o pai recomendou "inventar a história de que Daniel estava na festa da sua casa, havia saído pelo portão tomando rumo ignorado".

Cristiana Brittes

Cristiana Brittes prestou depoimento à Polícia no dia 05/11/2018. Ela relatou que tinha bebido e que, quando chegou da casa noturna, foi dormir no quarto do casal. Depois ela acordou com o jogador deitado sobre ela de cueca e que, então, começou a gritar assustada. Ele dizia: "Calma, é o Daniel", contou. Informou ainda que ele estava excitado, e que esfregava o pênis, que estava para fora da cueca, pelo corpo dela.

Outros Depoimentos

Duas testemunhas afirmaram que ouviram Edison falar em certo momento que "isso é o que acontece quando se mexe com mulher de bandido". Uma das pessoas que presenciou o crime disse que Cristiana em certo momento falou para sua filha Allana Brittes: "Não deixa seu pai fazer isso dentro da minha casa, você sabe como ele é!". E uma outra afirmou que o jogador chegou a pedir socorro: "Não quero morrer!".

Uma das testemunha relatou que mãe e filha não fizeram nada enquanto o jogador era agredido e que ela tentou ligar para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), mas Edison não deixou.

Duas testemunhas contaram que a porta do quarto não tinha sinais de arrombamento.

O delegado Amadeu Trevisan informou ainda que nenhuma das testemunhas disse ter ouvido qualquer grito de socorro por parte de Cristiana, conforme relata a família Brittes.

Perícia

No dia 02/11/2018, profissionais do Instituto de Criminalística estiveram na casa do empresário para realizar a perícia do local, coletando vestígios do crime e informações que pudessem ajudar nas investigações.

Como não foram encontrados os pertences do jogador, a investigação trabalha com a hipótese de que as roupas e celular de Daniel tenham sido queimados.

Promotor Milton Sales
Análise dos Depoimentos Pela Promotoria

Para o promotor Milton Sales, responsável pelo caso, a história sustentada pela defesa apresenta contradições, já que fotos na rede social de Allana demonstram que existia uma certa familiaridade entre eles. Além disso, uma série de prints de telas do celular da Allana, mostram que a jovem conversou com um amigo em comum, com a mãe de Daniel e com uma tia dele depois do crime, dando informações diferentes.

O advogado de defesa do Daniel afirma que se ele tivesse de fato estuprado a mãe da jovem, ela não teria se solidarizado com a morte do jogador, conforme demonstrou em suas conversas pelo Whatsapp e em postagens em suas redes sociais após a morte do mesmo. A mesma tese vale para o empresário. "Esse maluco ligou para a mãe do Daniel. Foi um negócio bem de sangue frio mesmo. Se o Daniel tivesse estuprado, ele não ligaria para a mãe de um estuprador e falaria sobre sentimentos dele. Não se estivesse defendendo a honra da família. Esse cara está inventando a versão dele", disse o parente da vítima.

Por conta disso, para não atrapalhar o andamento das investigações, a Polícia prendeu Edison, sua filha Allana Brittes e sua esposa Cristiana Brittes.

A promotoria entendeu também que Daniel teria sido morto no local em que o corpo foi encontrado e não na residência do suspeito. Segundo o promotor João Milton Salles, "esse rapaz esguichou sangue por todo o local, o que é um indicativo de que ele chegou lá vivo, pois é o coração bombeando que faz o sangue se espalhar".

Sobre a tentativa de estupro, a promotoria entendeu "não ter havido a tentativa de estupro, mesmo porque o Daniel estava com 13,4 decigramas de álcool no sangue. Então, ele estava muito embriagado, estava muito aquém de conseguir realizar algum estupro".

Prisões

O primeiro a ser preso foi o empresário Edison Brittes. Principal suspeito, ele foi preso preventivamente no dia 01/11/2018, após se entregar a Polícia e confessar o crime. De acordo com o Balanço Geral, da Record TV, Edison já tinha em sua ficha criminal outros crimes, como Porte Ilegal de Armas, Adulteração de Veículo e Ameaça e Crime Contra a Pessoa.

Allana Brittes, filha do empresário, e Cristiana Brittes, a esposa, foram detidas no dia 02/11/2018. Elas tiveram a prisão preventiva decretada porque, no entender da Polícia, "não fizeram nada para conter as agressões ou, ainda que fosse, denunciá-las".

No dia 07/11/2018, a promotoria solicitou a detenção preventiva de mais três envolvidos no caso, que estavam no carro que levou o corpo do jogador até a Colônia Mergulhão, em São José dos Pinhais, PR, no dia do crime. Eduardo Henrique Ribeiro da Silva, primo de Cristiana Brittes, de 19 anos, David Willian Villero Silva, de 18 anos, e Igor King, de 20 anos.

Fonte: Wikipédia
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