Dulce Nunes

DULCE PINTO BRESSANE
(90 anos)
Atriz, Compositora, Cantora, Produtora Musical e Arquiteta

☼ Rio de Janeiro, RJ (11/06/1929)
┼ Rio de Janeiro, RJ (04/06/2020)

Dulce Nunes, nome artístico de Dulce Pinto Bressane, foi uma atriz, compositora, cantora, produtora musical e arquiteta, nascida no Rio de Janeiro, RJ, no dia 11/06/1929.

Quando era estudante de arquitetura, na década de 1950, começo a fazer trabalhos fotográficos como modelo para agências publicitárias, como nas campanhas dos cigarros Hollywood e dos tecidos da fábrica Braspérola.

Logo em seguida, foi convidada para fazer cinema, tornando-se protagonista em duas produções: "Estrela da Manhã", do diretor Jonald de Oliveira, filme brasileiro com Paulo Gracindo e Dorival Caymmi, e no italiano "O Noivo da Minha Mulher", com Orlando Vilar. Também atuou em "A Princesa de Joinville", mas este filme não foi finalizado.

Dulce Nunes foi casada com o pianista Bené Nunes, de 1956 a 1965. Eram constantes as reuniões realizadas em sua casa, onde recebia os compositores e intérpretes da Bossa Nova.

Participou do musical "Pobre Menina Rica", de Carlos Lyra e Vinícius de Moraes, gravando a trilha sonora original, lançada em disco, em 1964, com Carlos Lyra, Moacir Santos e Telma Soares, com arranjos de Radamés Gnattali.

Dulce e Benê Nunes

Em 1965, após separar-se de Bené Nunes, começou a cantar em público, participando de shows com Baden Powell e apresentando-se em televisão e teatros. Nesse mesmo ano, participou do Festival Nacional de Música Popular Brasileira, na TV Excelsior, classificando-se entre as 10 finalistas com sua composição "O Jangadeiro" (Dulce Nunes e João do Vale), interpretada pelo cantor Catulo de Paula.

Em 1966, lançou o LP "Dulce" pela gravadora Forma, interpretando composições de Antônio Carlos Jobim, Carlos LyraVinícius de MoraesBaden Powell e Ruy Guerra. Foi acompanhada, nessa gravação, por Baden Powell e o quarteto de cordas de Peter Daulsberg, com arranjos de Guerra Peixe.

Por esse disco recebeu, no Teatro Municipal, o prêmio Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, promovido pelo Correio da Manhã, como a Melhor Cantora do ano. O LP foi considerado, em citação de Sílvio Tulio Cardoso, do jornal O Globo, como um dos melhores discos do ano.

Em 1967, participou, como cantora e compositora, do II Festival Internacional da Canção, da TV Rede Globo, com a música "O Amanhecer" (Dulce Nunes e Ruy Guerra).

Em 1968, gravou o LP "O Samba do Escritor", registrando composições próprias, em parceria com vários escritores. O disco contou com a participação de Nara Leão, Edu Lobo, Gracinha Leporace, Joyce e o conjunto vocal Momento Quatro, além de arranjos de Luiz Eça, Oscar Castro-Neves e o lançamento de Egberto Gismonti, como arranjador e instrumentista.

Em 1969, participou, como cantora, do LP "Egberto Gismonti", primeiro disco do instrumentista e compositor, com quem foi casada de 1968 a 1976.


Em 1970 participou, como cantora, dos discos de Egberto Gismonti "Sonho 70" (Philips) e "Orfeu Novo", esse último gravado na Alemanha. Passou a atuar, desde então, como vocalista de inúmeras gravações de Egberto Gismonti para discos e trilhas sonoras para cinema, teatro e televisão, nos quais sua voz de soprano foi utilizada como parte instrumental.

Assinou trilhas sonoras para peças de teatro, entre as quais "A Madona de Éfeso" e "O Homem do Princípio ao Fim", ambas de Millôr Fernandes, e "A Megera Domada", de William Shakespeare, com elenco integrado por Marília Pera, Gracindo Junior, José Wilker, Camila Amado, dentre outros.

Em 1980, gravou para a Som Livre a trilha musical do disco infantil "O País das Águas Luminosas", em parceria com Egberto Gismonti.

Em 1983 montou, com Egberto Gismonti, a firma Carmo Produções Artísticas Ltda. Como produtora e sócia de Egberto Gismonti no selo Carmo (Brasil), lançou discos de André Geraissati ("Entre Duas Palavras") e Nando Carneiro ("Violão"), em 1983.

Em 1984 lançou discos de Luiz Eça ("Luiz Eça"), Robertinho Silva ("Bateria"), Piry Reis ("Caminho do Interior"), Aleuda ("Oferenda"), Antônio José ("Um Mito Uma Coruja Branca"), Carioca ("Sete Dias, Sete Instrumentos, Música") e Grupo Papavento ("Aurora Dorica Para o Embaixador de Júpiter").

Em 1985 lançou discos de Artistas Carmenses ("Carmo ano 1"), Luigi Irlandini ("Azul e Areia"), ("Meu Continente Encontrado") e William Senna ("O Homem do Madeiro").


Em 1986 lançou discos de Nando Carneiro ("Mantra Brasil"), Luiz Eça, Robertinho Silva e Luiz Alves ("Triângulo"), Marco Bosco ("Fragmentos da Casa") e Piry Reis ("Rio Zero Grau").

Em 1987 lançou disco de Fernando Falcão ("Barracas Barrocas").

Em 1991, como produtora e sócia de Egberto Gismonti no selo Carmo/ECM (Alemanha), lançou os CDs "Árvore" (Egberto Gismonti, Group And Orchestra), "Circense" (Egberto Gismonti, Group And Orchestra), "Violão" (Nando Carneiro) e "Kuarup" (Egberto Gismonti, Group And Orchestra).

Em 1992, lançou os CDs "Academia de Danças" (Egberto Gismonti, Group And Orchestra), "Trem Caipira" (Egberto GismontiGroup And Orchestra), "Nó Caipira" (Egberto GismontiGroup And Orchestra), "Amazônia" (Egberto GismontiGroup And Orchestra) e "Sete Dias, Sete Instrumentos, Música" (Carioca).

Em 1996, lançou o CD "Alma" (Egberto Gismonti).

Em 199, lançou o CDs "Guitarreros" (Ernest Snajer & Palle Windfeld) e "Antonio" (Délia Fischer).

No ano de 2000 lançou o CDs "Quaternaglia" (Quaternaglia) e "Água & Vinho" (Rodney Waterman & Doug De Vries).

Paralelamente ao trabalho na Carmo Produções Artísticas, atuou de 1978 até 2001, como decoradora de sua firma Bressane Arquitetura & Interiores.

Morte

Dulce morreu faleceu na quinta-feira, 04/06/2020, aos 91 anos, no Rio de Janeiro, RJ, vítima de complicações derivadas de uma infecção por Covid-19.

Discografia

  • 1968 - O Samba do Escritor
  • 1966 - Dulce
  • 1964 - Pobre Menina Rica (Trilha Sonora Original)

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