Prudente de Moraes

PRUDENTE JOSÉ DE MORAES BARROS
(61 anos)
Advogado, Político e Presidente do Brasil

* Itu, SP (04/10/1841)
+ Piracicaba, SP (03/12/1902)

Prudente José de Moraes Barros, foi um advogado e político brasileiro. Foi presidente do estado de São Paulo (cargo equivalente ao de governador), senador, presidente da Assembleia Nacional Constituinte de 1891, terceiro presidente do Brasil, tendo sido o primeiro político civil a assumir este cargo e o primeiro a fazê-lo por força de eleição direta.

Prudente de Moraes representava a ascensão da oligarquia cafeicultora e dos políticos civis ao poder nacional, após um período de domínio do poder executivo por parte dos militares, no qual essa oligarquia mantinha-se dominando apenas o poder Legislativo.

Formação e Início de Carreira

Prudente de Moraes nasceu nos arredores da cidade paulista de Itu em 04/10/1841, sendo descendente dos primeiros colonizadores de São Paulo. Seus pais eram José Marcelino de Barros e Catarina Maria de Moraes, fazendeiros. Em 1844, com menos de três anos de idade, Prudente de Moraes perdeu o pai, assassinado por um escravo quando estava viajando como tropeiro nas proximidades da cidade de São Paulo. Sua mãe casou-se com o viúvo Caetano José Gomes Carneiro.

Prudente de Moraes graduou-se em direito na Universidade de São Paulo em 1863, e, no mesmo ano, transferiu-se para Piracicaba, SP, onde exerceu advocacia durante dois anos. Em 28/05/1866, Prudente de Moraes casou-se com Adelaide Benvinda na residência dos pais dela em Santos, SP. Após o casamento, fixaram-se em Piracicaba, e atualmente, a residência onde viveram tornou-se o Museu Histórico e Pedagógico Prudente de Moraes.

Prudente de Moraes teve nove filhos com Adelaide, sendo que dois faleceram na menoridade, Teresa e Maria Jovita, falecidas, respectivamente, aos onze e um ano de idade. Além desses nove filhos, Prudente de Moraes teve um filho fora do casamento na época em que era estudante de direito, este chamava-se José.

No Império, pertenceu ao Partido Liberal (PL), monarquista. Elegeu-se vereador, sendo o mais votado, com 420 votos em 1864, presidindo a Câmara Municipal de Piracicaba. Em 1877, no exercício de vereador, Prudente de Moraes conseguiu mudar o nome da cidade, que na época chamava-se Vila Nova da Constituição, e passou a denominar-se Piracicaba.

Em 1873, transferiu-se para o Partido Republicano Paulista (PRP), declarando-se republicano, tendência que representou na Assembleia Provincial.

Foi deputado provincial em São Paulo e deputado à Assembleia Geral do Império, defendendo, além da forma republicana de governo, o abolicionismo e o federalismo. Como deputado provincial trabalhou na complexa questão das divisas de São Paulo com Minas Gerais, tema no qual era especialista.

Prudente de Moraes (no centro) preside a Constituinte republicana
Óleo de Aurélio de Figueiredo (Museu da República, Rio de Janeiro)
No Início da República

Proclamada a república, foi nomeado por Deodoro da Fonseca chefe da junta governativa que governou São Paulo de 16/11 a 14/12/1889, nomeado em seguida governador, permanecendo no cargo até 18/10/1890, quando renunciou para assumir uma cadeira no senado.

No governo de São Paulo, reorganizou e modernizou a administração, especialmente o Tesouro e o Arquivo do Tesouro, ampliou Força Pública, sendo que a transição para a república em São Paulo, com a nomeação de novos administradores, secretários e intendentes municipais ocorreu em tranquilidade. Reorganizou a Escola Normal, que deu origem à Escola Normal Caetano de Campos.

Chegou a ser vice-presidente do Senado, e presidiu a Assembleia Constituinte de 1890-1891. Elaborada a Constituição, disputou com Deodoro da Fonseca a presidência da república, sendo derrotado.

Após a derrota para Deodoro da Fonseca, eleito indiretamente com 129 votos contra 97, Prudente de Moraes presidiu o Senado até o fim do seu mandato.

Na Presidência da República

Na disputa pela sucessão de Floriano Peixoto, que chegara à presidência devido ao golpe de 23/11/1891, candidatou-se pelo Partido Republicano Federal (PR Federal), fundado pelo paulista Francisco Glicério em 1893. Venceu as eleições presidenciais de 01/03/1894 e tomou posse no dia 15/11/1894, tornando-se o primeiro presidente do Brasil a ser eleito pelo voto direto e o primeiro presidente civil do Brasil. Prudente de Moraes teve 276.583 votos contra 38.291 de seu principal competidor Afonso Pena, em uma eleição que teve mais 29 políticos que foram votados. Seu vice-presidente foi o médico Manuel Vitorino Pereira. A sua eleição marcou a chegada ao poder da oligarquia cafeeira paulista em substituição aos setores militares.

Os quatro anos de governo de Prudente de Moraes foram agitados, tanto por problemas político-partidários (a perda do apoio do Partido Republicano Federal) como pela oposição dos setores florianistas e pela continuação, no Rio Grande do Sul, da Revolta Federalista (1893-1895).

Prudente de Moraes dedicou todos os seus esforços à pacificação das facções, que tinham em seus extremos os defensores do governo forte de Floriano Peixoto e os partidários da monarquia. Durante seu governo, abandonou uma a uma as medidas inovadoras de Floriano Peixoto. Essa cautela de Prudente de Moraes foi necessária, já que os florianistas ainda tinham uma certa força, principalmente no Exército. Além disso, o vice-presidente estava ligado às ideias de Floriano Peixoto. Prudente de Moraes imprimiu uma direção ao governo que atendia mais aos cafeicultores e afastava os militares da política.

Mandato (1894-1898)

No início do seu governo conseguiu pacificar a Revolução Federalista no Rio Grande do Sul, assinando a paz com os rebeldes, que receberam anistia.

Em 1896, enfrentou a questão diplomática envolvendo os ingleses, que acharam por bem tomar posse da Ilha da Trindade em 1895, e a revolta da Escola Militar. Fez então valer sua autoridade: fechou a escola e o clube militar. A questão diplomática foi resolvida favoravelmente ao Brasil.

Prudente de Moraes restabeleceu as relações com Portugal e assinou o Tratado de Amizade, Comércio e Navegação com o Japão, em novembro de 1895, com o objetivo de incitar a vinda de imigrantes japoneses.

Mas pouco tempo depois enfrentaria um movimento rebelde ainda maior: a Guerra de Canudos, no sertão baiano.

Obrigado a submeter-se a uma cirurgia, se afastou do poder entre 10/11/1896 e 04/03/1897, passando o cargo ao vice-presidente, o médico Manuel Vitorino Pereira. Nesta interinidade, Manuel Vitorino transferiu a sede do governo do Palácio Itamaraty para o Palácio do Catete.

Com a vitória dos amotinados de Antônio Conselheiro sobre várias expedições militares, a situação voltou a deteriorar-se. Prudente de Moraes interrompeu então a convalescença e nomeou ministro da Guerra o general Carlos Machado Bittencourt, que liderou nova expedição e derrotou os rebeldes.

As divergências internas no Partido Republicano Federal (PR Federal) e a Guerra de Canudos desgastaram o governo. Mesmo com a vitória das tropas do governo na guerra, os ânimos não se acalmaram.

Em 05/11/1897, durante uma cerimônia militar, sofreu um atentado contra a sua vida praticado por Marcellino Bispo de Mello. Escapou ileso, mas o seu ministro da Guerra, marechal Carlos Machado Bittencourt, faleceu defendendo a vida de Prudente de Moraes. O presidente decretou, então, estado de sítio, para o Distrito Federal, Rio de Janeiro e Niterói, conseguindo assim livrar-se dos oposicionistas mais incômodos.

As dificuldades econômico-financeiras, herdadas da crise do encilhamento, acentuaram-se em sua administração, sobretudo devido aos gastos militares, aumentando as dívidas com os credores estrangeiros.

Com a assessoria de seus ministros da Fazenda, Rodrigues Alves e Bernardino de Campos, negociou com os banqueiros ingleses a consolidação da dívida externa, operação financeira que ficou conhecida como Funding Loan, base da política executada por Joaquim Murtinho nos quatro anos seguintes.

No plano da política externa, resolveu, favoravelmente, para o Brasil a questão de limites com a Argentina, arbitrada pelo presidente norte-americano Grover Cleveland e na qual se destacou o representante brasileiro, o Barão do Rio Branco.

Vida Após a Presidência e Homenagens

Prudente de Moraes desfrutava de grande popularidade ao fim do mandato, em 15/11/1898, quando passou o cargo de Presidente da República a Campos Salles e retirou-se para Piracicaba, onde exerceria a advocacia por alguns anos.

Faleceu devido a uma tuberculose em 03/12/1902. Prudente de Moraes está enterrado no Cemitério da Saudade, localizado na cidade de Piracicaba, SP.

É homenageado dando seu nome à cidade de Presidente Prudente, SP, Prudentópolis, PR e Prudente de Moraes, MG.


Ministros de Estado


Ministério da Justiça e Negócios Interiores:

  • Antônio Gonçalves Ferreira (15/11/1894 - 30/08/1896)
  • Alberto de Seixas Martins Torres (30/08/1896 - 07/01/1897)
  • Bernardino José de Campos Júnior (Interinamente: 07/01/1897 - 19/01/1897)
  • Amaro Cavalcanti (19/01/1897 - 15/11/1898)

Ministério da Marinha:

  • Almirante Eliziário José Barbosa (15/11/1894 - 21/11/1896)
  • Manuel José Alves Barbosa (21/11/1896 - 15/11/1898)

Ministério da Guerra:

  • General de Divisão Bernardo Vasques (15/11/1894 - 23/11/1896)
  • General de Brigada Dionísio Evangelista de Castro Cerqueira (Interinamente: 23/11/1896 - 04/01/1897)
  • General de Brigada Francisco de Paula Argolo (04/01/1897 - 17/05/1897)
  • Marechal Carlos Machado Bittencourt (17/05/1897 - 05/11/1897)
  • General de Divisão João Tomás de Cantuária (06/11/1897 - 15/11/1898)

Ministério das Relações Exteriores:

  • Carlos Augusto de Carvalho (15/11/1894 - 01/09/1896)
  • Dionísio Evangelista de Castro Cerqueira (01/09/1896 - 15/11/1898)

Ministério da Fazenda:


Ministério da Indústria, Viação e Obras Públicas:

  • Antônio Olinto dos Santos Pires (15/11/1894 - 20/11/1896)
  • Joaquim Duarte Murtinho (20/11/1896 - 01/10/1897)
  • Dionísio Evangelista de Castro Cerqueira (01/10/1897 - 13/11/1897)
  • Sebastião Eurico Gonçalves de Lacerda (13/11/1897 - 27/06/1898)
  • Marechal Jerônimo Rodrigues de Morais Jardim (27/06/1898 - 15/11/1898)

Geraldo Nunes

GERALDO NUNES
(83 anos)
Cantor e Compositor

☼  Teófilo Otoni, MG (1933)
┼ São Paulo, SP (13/05/2016)

Geraldo Nunes foi um cantor e compositor nascido em Teófilo Otoni, MG no ano de 1933.

Em 1960 gravou seu primeiro disco, pela gravadora Chantecler, com a toada "Lenço Vermeio" (Nino Ferraz e Caetano Somma) e o xaxado "Fazenda Veia" (Tatá Sales e Chacrinha).

Em 1962 gravou pela Continental, de sua autoria e Coronel Narcizinho o rasqueado "As Três Marias" e de Elias Soares a toada "Nordeste Sangrento".

Em 1964, Luiz Gonzaga gravou de sua autoria o baião "Viva o Zé Arigó".

Em 1965 teve a composição "Minha Serenata", em parceria com João Silva, gravada por Wanderley Cardoso na gravadora Copacabana.

Em 1968, Wanderley Cardoso gravou "Bobo do Baile" (Geraldo Nunes e Wanderley Cardoso) e "Eu Não Sou Ioiô" (Geraldo Nunes e Cláudio Fontana).


Em 1971, Eduardo Araújo gravou "A Canção do Povo de Deus", pela Odeon.

Em 1989, compôs com João Silva "Faça Isso Não", gravado por Luiz Gonzaga.

Como cantor um de seus grandes sucessos foi "A Véia Debaixo da Cama" (J. Andrade), gravada nos anos de 1970, que vendeu 800 mil cópias e rendeu a ele vários troféus, inclusive o da "Discoteca do Chacrinha".

Gravou pela Candem os LPs "Na Onda do Sucesso" volumes I e II.

Seus maiores sucessos como compositor foram "O Bom Rapaz" e "Meu Amor Brigou Comigo", gravadas por Wanderley Cardoso nos anos 1960, no auge da Jovem Guarda.

Em 1999 teve a música "A Véia Debaixo da Cama" relançada no CD "A Discoteca do Chacrinha", pela Universal Music.

Em 2001, o sanfoneiro Renato Leite gravou "Mentira Cabeluda" (Geraldo Nunes e Joca de Castro).

Em seu curriculum tem 18 discos, entre LPs, compactos e CDs. Compôs sucessos para muitos artistas e dividiu um disco com sua filha, Monalisa.

Morte

Geraldo Nunes faleceu vítima de problemas cardíacos, na sexta-feira, 13/05/2016, aos 83 anos. Segundo a família, na quinta-feira, 12/05/2016, ele passou por uma delicada cirurgia cardíaca. Procedimento cirúrgico que durou aproximadamente 12 horas. Na madrugada do dia 13/05/2016 ele teve uma parada cardíaca e não resistiu.

O velório de Geraldo Nunes aconteceu no Cemitério Municipal São Miguel Arcanjo, em Santana de Parnaíba, SP. O enterro foi às 9h00 no sábado, 14/05/2016.

Waleska

MARIA DA PAZ GOMES
(75 anos)
Cantora e Compositora

☼ Afonso Claudio, ES (29/09/1941)
┼ Rio de Janeiro, RJ (14/10/2016)

Maria da Paz Gomes, mais conhecida pelo pseudônimo Waleska, foi uma cantora e compositora brasileira, nascida no Espírito Santo, no dia 29/09/1941, Maria da Paz Gomes adotou o nome artístico de Waleska na década de 1960, quando começou a carreira se apresentando na Rádio Inconfidência e na emissora de TV Itacolomy, ao lado de Clara Nunes e de Milton Nascimento, em Belo Horizonte, até se mudar definitivamente para o Rio de Janeiro.

Foi entre a efervescência cultural carioca da época que se tornou cronner da Boate Arpége, de Waldir Calmon, e passou a cantar no famoso Beco das Garrafas.

Em 1960, gravou seu primeiro disco pela Vogue Discos interpretando os sambas-canção "Noite Fria" e "És Tu", ambos de Albatênio Rego.

Contratada pela CBS lançou em 1961 um compacto simples no qual interpretou as canções "Cantiga de Mandar Embora" (Evaldo Gouveia e Jair Amorim), "Risos e Canções" (Albatênio Rego), "Há Por Ai" (Othon Russo e Niquinho) e "Canção de Tristeza" (Paulo Borges).

Autora de mais de 20 álbuns, Waleska destacou-se no cenário musical ao gravar composições de Tom Jobim, Ary Barroso e Cartola. O apelido de "Rainha da Fossa", dado por Vinícius de Moraes, traduzia o fato de ser considerada uma das mais fiéis intérpretes românticas da Música Popular Brasileira. "Ela sempre tem a canção certa para a dor exata", costumava descrever Vinícius de Moraes.


Em 1966, Waleska fundou o PUB (Pontifícia Universidade dos Boêmios), no bairro do Leme, onde se reuniam muitos artistas. O bar foi tema constante das crônicas de Sérgio Bittencourt tornando-se um verdadeiro "point" da boemia carioca da época.

Em 1968, gravou a canção "Estrelinha", de Sérgio Bittencourt, de quem foi uma das principais intérpretes. 

Celebrizada no circuito de boates, com público cativo na década de 1970, criou a Boate Fossa, em Copacabana. O local ficou conhecido pelos seus frequentadores ilustres, como o ex-presidente Juscelino Kubitschek e o jornalista Carlos Lacerda.

Na década de 1980 e 1990, fez várias turnês, passando pela Itália, Portugal e pelos Estados Unidos.

Waleska era admirada também pelo jornalista e compositor Sérgio Bittencourt, um dos grandes divulgadores de seu trabalho, além de ser muito amiga da cantora Maysa, grande referência musical para ela, tanto que, em 2015, apresentou na Sala Baden Powell o espetáculo "Maysa - Um Mito Cantado Por Waleska", com direção musical de José Roberto Leão, no qual interpretou canções consagradas na voz da cantora Maysa.

Mesmo debilitada pela doença, subiu ao palco pela última vez em março de 2016, no Little Club, no Beco das Garrafas, em Copacabana, com o show "Cantando e Contando a MPB".

Morte

Waleska morreu na manhã de sexta-feira, 14/10/2016, aos 75 anos, na Clínica São Carlos, no Humaitá, na Zona Sul do Rio de Janeiro, após três anos de luta contra um câncer no pâncreas.

Waleska deixou dois filhos.

Discografia

  • 2010 - 20 Super Sucessos (Polydisc)
  • 2002 - Boleros em Espanhol (Polimusic)
  • 2000 - Seleção de Ouro - 20 Sucessos - Waleska
  • 2000 - Waleska Canta Boleros
  • 1998 - 20 Super Sucessos (Polydisc)
  • 1996 - 20 Super Sucessos (Polydisc)
  • 1990 - Fossa e Bossa (CID)
  • 1988 - Novo Jeito de Amar (3M)
  • 1985 - Com Amor (Copacabana)
  • 1981 - Êta Dor de Cotovelo (Copacabana)
  • 1980 - Canto Livre (Copacabana)
  • 1979 - Waleska - Palavras Amigas (Copacabana)
  • 1978 - Eu, Waleska (Copacabana)
  • 1977 - Waleska (Copacabana)
  • 1975 - Waleska (Copacabana)
  • 1974 - A Fossa (Copacabana)
  • 1971 - Waleska na Fossa (Copacabana)
  • 1971 - Amiga / A Fossa  (Copacabana - Compacto Simples)
  • 1970 - Chorinho Por um Adeus / Tema de Amor Por Patricia (Copacabana)
  • 1968 - Uma Noite na Fossa (Codil)
  • 1961 - Cantiga de Mandar Embora /Risos e Canções / Há Por Aí / Canção de Tristeza (CBS)
  • 1960 - Noite Fria / És Tu (Vogue Discos)

Indicação: Miguel Sampaio

Orival Pessini

ORIVAL PESSIANI
(72 anos)
Ator, Humorista, Cantor e Compositor

☼ Marília, SP (06/08/1944)
┼ São Paulo, SP (14/10/2016)

Orival Pessini foi um ator, compositor, cantor e humorista brasileiro nascido em Marília, SP, no dia 06/08/1944. Era conhecido por seus personagens Sócrates, Charles, Fofão, Patropi, Juvenal, Ranulpho Pereira, Hitler, Clô (baseado em Clodovil), Frank (em homenagem ao cantor Frank Sinatra), dentre outros em programas e comerciais para a Televisão, e também por utilizar máscaras de látex (feitas por ele próprio) na composição de seus personagens.

Orival Pessini iniciou sua carreira no teatro amador e posteriormente começou a aparecer em comerciais famosos como dos produtos "Jarrão da Ki-Suco", "Campanha da AACD" e "Tigre da Kellogg’s".

Sua estréia na televisão foi no infantil  "Quem Conta Um Conto" na TV Tupi em 1963. Durante este período, Orival Pessini começou a desenvolver uma técnica própria, criando máscaras de látex com movimento.

Na década de 70 interpretou os macacos Sócrates e Charles, do programa humorístico "Planeta dos Homens" na TV Globo.


Em 1988 estreou o personagem Patropi, no programa "Praça Brasil" na TV Bandeirantes, sendo convidado pra atuar em outros programas como "Escolinha do Professor Raimundo" na TV Globo e "A Praça é Nossa" no SBT.

Foi no programa "Balão Mágico" da TV Globo, em 1983, que Orival Pessini criou os bonecos Fofão e Fofinho, sendo que o primeiro, cuja jardineira foi confeccionada por Ney Galvão, era interpretado por ele mesmo. Fofão fez tanto sucesso que, com o fim do programa na TV Globo, ganhou seu programa diário chamado "TV Fofão" na TV Bandeirantes, no qual apresentava quadros humorísticos e desenhos animados. Também estrelou um filme para o cinema, teve vários produtos licenciados com seu nome e lançou 10 álbuns de estúdio.

Em 2014, Orival Pessini atuou sem máscara na série da TV Globo "Amores Roubados" como o Padre José, contracenando com Patrícia Pillar. Neste mesmo ano seu personagem Fofão desfilou no carnaval sendo homenageado pela Escola de Samba Rosas de Ouro que trouxe o tema "Inesquecível" relembrado figuras que marcaram a vida de muita gente. A produtora Farofa Studios está produzindo uma série animada com a personagem.

Morte

Orival Pessini morreu na madrugada de sexta-feira, 14/10/2016, em São Paulo, SP, aos 72 anos. Ele tinha câncer no baço e estava internado no Hospital São Luiz, no Morumbi, na Zona Sul de São Paulo. Álvaro Gomes, o empresário do ator, afirmou por meio do Facebook que ele faleceu às 4h00.

Sob forte emoção, o corpo de Orival Pessini foi enterrado no fim da tarde de sexta-feira, 14/10/2016, no Cemitério Gethsêmani, na Vila Sônia, em São Paulo. Orival Pessini deixou um filho e três netas.

O filho de Orival Pessini, Pedro Pessini, chorando muito, preferiu não acompanhar o corpo até o local do sepultamento. À distância, ele ficou observando e foi consolado pela mulher e amigos. Marlene, ex-mulher de Orival Pessini, falou sobre a ausência do filho, Pedro, no enterro:

"Ele não quis enterrar o pai. Acho que a ficha dele não caiu, e vai ser muito triste quando cair, porque tenho certeza que ele vai sofrer muito. Ele não quis carregar o caixão e não quis vir até o enterro porque não queria ter essa imagem de enterrar o pai. Vamos rezar por ele. Ele se foi, mas o Fofão não morreu, será eterno!"

Após o enterro, que acabou por volta de 17h35hs, familiares se abraçaram, jogaram flores no túmulo e aplaudiram o ator e humorista. Confortando uns aos outros, os familiares falavam: "Fofão não morre nunca!".

Personagens

  • Fofão - Começou no programa infantil "Balão Mágico", que teve exibição pela TV Globo no início dos anos 80. Depois, esse personagem foi transferido para a TV Bandeirantes em que ganhou um programa próprio: a "TV Fofão". Destaque para o seu bordões: "Bilu-Bidu Alua-Iê pra todo mundo!", "Tavares, Tavares!", "Alô amiguinhos da TV Fofão!".
  • Patropi - Típico hippie, convidado de "Praça Brasil" e "A Praça é Nossa", aluno da "Escolinha do Professor Raimundo", "Escolinha do Barulho" e da "Escolinha do Gugu". Dizia-se um aluno de comunicação na PUC, mas que só dizia frases e palavras para a abertura de canal, assim como todo jogador ou técnico de futebol sempre faz. Havia iniciado o curso universitário e ainda não havia terminado, demorando em vários semestres o término. Alguns de seus bordões são: "Sei lá, entende?!", "Padaqui, padali. Padicá, palilá", "Oh lôco bixo!" e "Sem crise, meu!".
  • Juvenal - Personagem fanho que se dizia muito veloz, mas dava a entender que vacilava e sempre era apanhado nas situações mais constrangedoras e embaraçosas. Era também um grande azarado. Seu bordão mais conhecido era "Ele veio numa ve-lo-ci-dade...".
  • Ranulpho Pereira - Personagem do programa "Uma Escolinha Muito Louca". Aposentado revoltado que reclama de tudo quando se lembra da sua aposentadoria. Destaque para o seu bordão: "Se a gente não reclamar, vai ficar do jeitinho que está!".
  • Sócrates - Sempre falava de coisas filosóficas mas de um modo bem ridículo para, obviamente, serem engraçadas. Destaque para seu bordão: "Não precisa explicar, eu só queria entender!". Fez parte do programa humorístico "Planeta dos Homens", exibido pela TV Globo nos anos 70.

Fonte: Wikipédia
Indicação: Fadinha Veras