Haydil Linhares

HAYDIL LINHARES
(75 anos)
Atriz e Dramaturga

* Itapicuru, BA (1935)
* Salvador, BA (03/10/2010)

Haydil nasceu no interior da Bahia, no munício de Itapicuru. Ao longo de sua trajetória fez curso de interpretação da Escola de Teatro e o de direção, concluído em 1979. Aos 75 anos, 46 de palco, a atriz fez parte da geração de atores que conviveu com a discriminação da profissão, resistindo aos preconceitos e ganhando destaque nos palcos.

"Sou de uma época em que fazer teatro significava estar se prostituindo", disse certa vez, em declaração à imprensa.

Como atriz, trabalhou com grandes diretores baianos. Em seu primeiro espetáculo, "Stopen Stopen!", foi dirigida por João Augusto. Haydil também fez trabalhos orientados por Deolindo Checcucci, Márcio Meirelles, Edwald Hackler, entre outros.

Na montagem "O Terceiro Sinal" (Deolindo Checcucci), a atriz de destacou ao lado do também falecido Wilson Mello. Com Harildo Déda e Jussilene Santana, fez "A Mulher sem Pecado", direção de Ewald Hackler .

Haydil também teve experiências importantes no mundo do cinema. Ela interpretou Norminha, em "Dona Flor e Seus Dois Maridos" e participou dos longas "Caveira My Friend", "Meteorango Kid", e "Jardim das Folhas Sagradas". Na TV, atuou nas novelas "Renascer" e "Porto dos Milagres", da Globo.

Como dramaturga, escreveu, peças como "Função de um Casamento","Ida e Volta", "O Pique dos Índios ou a Espingarda de Caramuru" e "As Feministas de Muzenza", comédia criada em parceria com Cleise Mendes.

Entre suas atividades, Haydil trabalhou na Fundação Cultural por 15 anos e dirigiu o Teatro Miguel Santana.

A atriz e dramaturga Haydil Linhares faleceu na manhã do dia 03/10/2010 (domingo) por volta das 11h, deixando a classe artística baiana de luto. A veterana intérprete estava internada no Hospital Espanhol desde o último dia 18, e morreu vítima de Falência Múltipla dos Órgãos.

Sua única filha, Poliana Linhares, informou que Haydil sofreu um quadro de infecção respiratória grave, com complicações. O velório foi realizado às 15h do dia 03/10/2010, no Cemitério Jardim da Saudade. O enterro ocorreu às 10h de segunda-feira, dia 04.

Fonte: www.atarde.com.br/cultura/noticia.jsf?id=5630061

Nancy Wanderley

NANCY WANDERLEY
(81 anos)
Atriz

* Rio de Janeiro, RJ (25/02/1927)
+ Florianópolis, SC (19/12/2008)

Nancy Wanderley foi uma atriz, a primeira esposa do humorista Chico Anysio, com quem teve o filho ator, também, Lug de Paula, o Seu Boneco da "Escolinha do Professor Raimundo".

Estreou no cinema, em 1954, no filme "O Petróleo é Nosso". Depois participou de comédias como "O Primo do Cangaceiro", "No Mundo da Lua", "Massagista de Madame", "O Batedor de Carteiras", "O Camelô da Rua Larga", "Quem Roubou Meu Samba?", "O Palhaço o Que É?" e "Samba em Brasília".

Nancy Wanderley trabalhou na Rádio Mayrink Veiga e em vários programas de humor na década de 60, na TV Excelsior e TV Tupi. Participou de apenas uma telenovela, "Rosa Baiana", na TV Bandeirantes, em 1981, onde viveu o personagem central da trama escrita por Lauro César Muniz.

Nancy Wanderley faleceu aos 81 anos, vítima de insuficiência respiratória, após uma semana de internação no Hospital Governador Celso Ramos, em Florianópolis, SC.

Cinema

  • 1954 - O Petróleo é Nosso ... Nancy
  • 1955 - O Primo do Cangaceiro
  • 1958 - O Batedor de Carteiras ... Ernestina
  • 1958 - Massagista de Madame ... Juju
  • 1958 - O Camelô da Rua Larga ... Aurora
  • 1959 - O Mundo da Lua
  • 1959 - Quem Roubou Meu Samba? ... Iolanda
  • 1959 - Eu Sou o Tal
  • 1960 - Pequeno Por Fora
  • 1961 - O Palhaço o Que É? ... Custódia
  • 1961 - Samba em Brasília ... Albertina

Dublagem

  • 1959 - A Bela Adormecida ... Flora

Televisão

  • 1981 - Rosa Baiana ... Rosa


Fonte: Wikipédia

Jefferson Peres

JOSÉ JEFFERSON CARPINTEIRO PERES
(76 anos)
Professor e Político

* Manaus, AM (18/03/1932)
+ Manaus, AM (23/05/2008)

Professor e político brasileiro, formado em Direito pela Universidade Federal do Amazonas, e em Administração pela Fundação Getúlio Vargas. Antes de se tornar político, lecionava na área de Economia, na Universidade Federal do Amazonas. Jornalista, escritor, professor, advogado, com pós-graduação em política pelo Iseb e em administração pública pela Fundação Getulio Vargas.

Participou, na década de 1950, da campanha O petróleo é nosso e, em 1988, foi eleito para seu primeiro cargo público: o de vereador em Manaus, cargo para o qual foi reeleito para segundo mandato, cumprido até 1995, quando assumiu sua cadeira no Senado.

Foi candidato à vice-presidência do Brasil nas eleições de 2006, na chapa do também senador pedetista Cristovam Buarque, do Distrito Federal.

Jefferson Peres já havia anunciado que após cumprir seu atual mandato abandonaria a vida política, mas acabou falecendo antes, vítima de uma parada cardíaca.

Por iniciativa do Senador Epitácio Cafeteira foi apresentado uma resolução, aprovada por unanimidade, dando o no me de Senador Jefferson Peres ao plenário da sala de reuniões da Comissão de Ética do Senado Federal.

Fonte: www.biografia.inf.br

Athos Bulcão

ATHOS BULCÃO
(90 anos)
Pintor, Escultor, Arquiteto, Desenhista e Mosaicista

* Rio de Janeiro, RJ (02/07/1918)
+ Brasília, DF (31/07/2008)

Nascido no bairro carioca do Catete, desistiu do curso de medicina em 1939 para se dedicar às artes visuais. Sua primeira exposição individual veio em 1944, na inauguração da sede do Instituto dos Arquitetos do Brasil, em sua cidade natal.

Em 1945 trabalhou como assistente de Cândido Portinari no painel de São Francisco de Assis da Igreja da Pampulha, em Belo Horizonte. Em seguida, mudou-se para Paris, onde viveu até 1949.

Foi funcionário do Serviço de Documentação do Ministério da Educação e Cultura, onde trabalhou com ilustração de publicações. Também realizou trabalhos como artista gráfico e desenhista.

Na função de escultor e mosaiista, passou a colaborar com Oscar Niemeyer em 1955, integrando o esforço de construção de Brasília a partir de 1957. Em 1958, mudou-se defininivamente para a capital brasileira. Nos anos 1960, estabeleceu parceria com o arquiteto João Filgueiras Lima, cujas obras eventualmente apresentam painéis criados por Athos.

Pelo conjunto da obra, recebeu vários prêmios e condecorações, como a Ordem do Mérito Cultural, recebida em 1995 do Ministério da Cultura.

Faleceu aos 90 anos de idade no Hospital Sarah Kubitschek da Asa Sul em Brasília, devido a complicações do mal de Parkinson.

Fonte: Wikipédia


Nilda Spencer

NILDA OLIVA CÉSAR
(85 anos)
Atriz, Professora, Tradutora e Colunista

* Salvador, BA (18/06/1923)
+ Salvador, BA (10/10/2008)

Filha de filha de D. Zizi Oliva César e de Elizeu César.

"Nilda Spencer é uma das personalidades mais marcantes da vida artística da Bahia. Sua presença é criativa, apresenta de forma eficiente e profunda nossa trajetória cultural".

A opinião é do escritor Jorge Amado por ocasião do lançamento do CD "Boca do Inferno", na qual a atriz recitou alguns dos mais célebres poemas de Gregório de Mattos.

Nilda começou a se envolver com o teatro na década de 50, quando conheceu o dramaturgo Eros Martim Gonçalves, fundador da Escola de Teatro da Universidade Federal da Bahia. Desde então, ligou para sempre sua vida ao teatro. Foram dezenas de peças e interpretações marcantes, que se estenderam também ao cinema - Nilda participou de oito longas-metragens, entre eles "Dona Flor e seus Dois Maridos", de Bruno Barreto, maior sucesso de público do cinema brasileiro.

Atriz, professora, tradutora, colunista. Nilda César Spencer nasceu em Salvador, no bairro do Canela no dia 18/06/1923, em Salvador. Estudou na Escola Jesus Maria José, Colégio Nossa Senhora Auxiliadora e Colégio da Soledade. Era uma aluna aplicada, gostava do ensino de Português, mas o que preferia fazer nos intervalos das aulas era imitar os artistas. Todos os colegas em volta admiravam suas performances.

Ela enfrentou a família, nos anos 50, e abandonou a promissora carreira de pianista - com concertos nos Estados Unidos e Venezuela - para virar atriz, uma profissão que, naquela época, não era vista com bons olhos. O conhecimento musical a ajudou no teatro, arte na qual se dedicou, principalmente, à área de dicção e expressão vocal, chegando a ser professora e diretora da Escola de Teatro. Foi a primeira mulher que assumiu a direção de uma Escola de Teatro na Universidade num tempo em que Salvador era uma província e o papel feminino estava reservado nos bastidores da lei, da família. Fazer teatro no Brasil ainda era considerado opção menor para rapazes e moças de boas famílias.

Diplomada na primeira turma da Escola de Teatro da Universidade da Bahia, em 1956, logo após, foi a substituta de Martim Gonçalves, por indicação deste, que só nela confiara o fundador da casa que modificou a cena baiana, com ecos por todo o Brasil. Ao assumir, Nilda quebrava a rotina dos homens em postos de comando e de destaque e impunha um desempenho de mulher – capaz, competente.

Determinada, fez pós-graduação em Londres, foi tradutora oficial da escola, ensinou durante 25 anos e nunca deixou os palcos e os sets de gravações e filmagens. Fez centenas de peças, filmes e minisséries para a tevê.

O primeiro trabalho foi em 1956 com a peça Auto da Cananéia, de Gil Vicente, com o grupo dramático da Escola de Teatro, A Barca na Igreja de Santa Teresa. Dois anos depois fez a comédia de Arthur Azevedo, Almanjarra. Em seguida o drama realista de August Strindberg, Senhorita Julia, peça da inauguração do Teatro Santo Antônio; As Três Irmãs, drama de Anton Tchecov; A Sapateira Prodigiosa, de Federico Garcia Lorca; Calígula, de Albert Camus, em que Nilda trabalhou ao lado de Sérgio Cardoso; Companhia das Índias, de Nelson de Araújo; Medo, de Robert Frost; A Falecida, de Nelson Rodrigues; Seis Personagens à Procura de um Autor, de Luigi Pirandello, entre muitas outras.

Depois que pisou no palco ela não parou mais, viveu e deu vida a muitos personagens. Aprendeu e ensinou muito. No Festival de Poesia no Teatro Santo Antonio, Nilda fez parte daquele clube muito seleto dos atores realmente grandes.

No cinema atuou em Dona Flor e seus Dois Maridos; de Bruno Barreto, Tenda dos Milagres, de Nélson Pereira dos Santos; Meteorango Kid, de André Luís Oliveira; Caveira My Friend, de Álvaro Guimarães; O Super-Outro, de André Navarro, Eu Tu Eles, entre outros. Fez ainda as minisséries da Globo Tenda dos Milagres e O Pagador de Promessas, além da novela Rosa Baiana, da TV Bandeirantes.

Quem na Bahia não conhece Nilda? Ela inspirou vários personagens nos livros de Jorge Amado. Basta abrir o livro para conhecer esse personagem, essa figura alegre, solidária e com muita vontade de viver. E na vida, na noite baiana, num acontecimento cultural que movimenta a cidade, lá está Nilda com o bom humor de sempre.

Myriam Fraga, num artigo dedicada a grande dama (no sentido mais amplo) dos palcos baianos afirmou que ela "é um exemplo permanente de honestidade profissional e ilimitado amor à sua profissão". Ela "soube vencer tantas barreiras para construir seu ideal com talento e altivez".

O constante sucesso de Nilda Spencer nos palcos tem uma explicação: "Amo o teatro, nunca deixei de encenar. Mesmo quando não estou nos palcos, faço algo ligado ao teatro". Além de teatro, produziu show musical como Coração de Tambor, com Wilson Café, Quincas Berro D’Água, com Nilda e Mário Gadelha e, para marcar os 40 anos de carreira, lançou em 1996 o CD Boca do Inferno, homenagem explícita ao poeta baiano do século XVII Gregório de Mattos. O velho sonho de gravar CD interpretando os picantes versos de Gregório de Mattos foi realizado.

A versátil Nilda se preparou para mais uma etapa da vida, encenar a peça de Colin Higgins, Ensina-me a Viver, sob a direção de Fernando Guerreiro. A personagem principal procura ensinar as outras a descobrir a felicidade de viver. Uma personagem muita aplaudida foi Zulmira, a suburbana da peça A Falecida de Nélson Rodrigues. Nilda guardou momentos marcantes nesta peça e diz que o sucesso foi devido ao realismo que Nélson passava em seus trabalhos, além de ser muito bem escrita, dando margem a criação do ator. E criar é o que ela mais sabe fazer na vida. Criar momentos mágicos no trabalho que faz, criar felicidade em torno dos amigos.

Nilda ministrou aulas de dicção e expressão vocal para muitos artistas, políticos e empresários. Tudo o que ela aprendeu na vida ela repassa para seus alunos, mas o que ela jamais esquece é a força do bem querer que todos os amigos lhe devota.

"Poucas pessoas têm a felicidade de realizar um sonho como tive, de fazer o que mais gosto, teatro. Na época enfrentei muitos preconceitos, mas tive a coragem de seguir em frente e meus amigos torceram muito por mim. Só na estréia foi uma aceitação geral onde fui recebida com flores. Conseguir romper a barreira e o domínio total para dizer que teatro é uma coisa boa para toda a comunidade”.

Foi junto com os amigos Geová de Carvalho, Fred Souza Castro, Afonso Coentro e tantos outros intelectuais da vida baiana que descobriram muitos pontos culturais e roteiros curiosos e interessantes da misteriosa noite da Bahia. Os tempos passaram, alguns amigos se foram, outros estão na ativa e Nilda continua a mostrar felicidade para todos.

Nilda Spencer faleceu no início da madrugada do dia 10/10/2008 aos 85 anos. Nilda estava internada desde o dia 01/10 no Hospital Jorge Valente, em Salvador, para ser submetida a uma cirurgia no braço direito, fraturado em uma queda. Durante a internação, teve uma infecção pulmonar onde sofreu duas paradas cardíacas e não resistiu.

Fonte: Wikipédia

Mestre Salustiano

MANUEL SALUSTIANO SOARES
(62 anos)
Ator, Músico, Compositor e Artesão

* Aliança, PE (12/11/1945)
+ Recife, PE (31/08/2008)

Manoel Salustiano Soares, o Mestre Salú, nasceu no Engenho Oiteiro Alto, na cidade da Aliança (90Km de Recife), zona da Mata Norte de Pernambuco. Desde pequeno, aprendeu com o pai, João Salustiano, a confeccionar e tocar rabeca. Era motorista profissional e freqüentou apenas o curso primário. Mas fez da cultura da zona da Mata, com a qual conviveu de perto desde criança, o seu principal conhecimento em vida.

Estabeleceu-se em Olinda e lá iniciou sua trajetória artística. Foi fundador do Maracatu Rural Piaba de Ouro e do Cavalo-Marinho Boi Matuto. Mestre Salustiano era reconhecido nacionalmente como um dos grandes representantes da cultura popular, além de ter influenciado artistas como Chico Science, Antonio Carlos Nóbrega, Siba, entre outros. Ele levou a tradição do maracatu, cavalo-marinho, ciranda e forró para todos os cantos do Brasil e do mundo, tendo se apresentado em países como Alemanha, Cuba, Estados Unidos, França, entre outros.

Como reconhecimento ao seu trajeto dentro do campo da cultura, em 1965, ganhou o título Doutor Honoris Causa da UFPE. Recebeu ainda, em 1990, o título de "reconhecido saber" concedido pelo Conselho Estadual de Cultura de Pernambuco. Em 2001, ganhou a comenda da Ordem do Mérito Cultural, do então Presidente da República, Fernando Henrique Cardoso. Além disso, foi escolhido pelo Governo do Estado como Patrimônio Vivo de Pernambuco.

Em 55 anos de carreira, lançou 4 CDs: "O Sonho da Rabeca", "As Três Gerações", "Cavalo-Marinho" e "Mestre Salú e a Sua Rabeca Encantada". Fundou na Cidade Tabajara, em Olinda, a Casa da Rabeca do Brasil, um espaço para danças, oficinas, encontros de maracatus rurais e cavalos-marinhos, além de shows de música regional, durante todo o ano.

Na época do carnaval, a Casa recebe caboclinhos, bois, burras, troças, ursos, além do seu maracatu Piaba de Ouro. No Natal, apresentações de pastoril, ciranda, cavalo-marinho, entre os quais o Boi Matuto, com a participação de 76 figurantes e 18 pessoas brincando.

Salú era portador do Mal de Chagas há 20 anos. Há 18, utilizava um marcapasso pra controlar o aumento do coração, provocado pela doença. Na manhã de domingo (31/08), por volta das 6h30, Salú sofreu uma parada cardíaca, vindo a falecer uma hora depois. Deixou 15 filhos, quase todos “brincantes” como ele.

Fonte: www.recife.pe.gov.br