Waldir Vieira

WALDIR GOMES VIEIRA
(41 anos)
Radialista e Locutor

☼ São Fidélis, RJ (31/05/1944)
┼ Rio de Janeiro, RJ (13/11/1985)

Waldir Gomes Vieira foi um radialista e locutor brasileiro nascido em São Fidélis, RJ, no dia 31/05/1944. Filho de Antonio Vieira e Ana Lina Gomes Vieira. De um simples varredor ao maior Locutor do Brasil. Waldir Vieira dizia: "Não gosto de gênios, meu programa é povão!".

Waldir Vieira tinha um programa na Rádio Globo do Rio de Janeiro, entre as décadas de 1970 e 1980, das 13h00 às 17h00, e também nas manhãs de domingo, no qual conversava com ouvintes, pelo telefone, e desafiava-os com uma charada. Os quadros fixos eram "As Canções do Rei Roberto Carlos", onde uma carta sorteada contava a história de um ouvinte envolvendo uma música do Roberto Carlos, e a "Carta da Vovó".

O jingle do programa era "Waldir Vieira é um cara tão legal! Na Rádio Globo ele é sensacional!".

Waldir Vieira começou a trabalhar aos 13 anos de idade e em 1968 mudou-se para o Rio de Janeiro deixando a Rádio São Fidélis, para percorrer praticamente todas as emissoras cariocas. Trabalhou como assistente de Haroldo de Andrade até conseguir um horário para o seu programa na Rádio Globo.

Muito curioso é que Waldir Vieira entre os quadros fixos de seus programas criou "O Quebra Cuca", onde o ouvinte podia dizer qual o quadro mais chato que ele apresentava. Isso não era comum nos programas de rádio, mas ele sempre queria saber a audiência do seu horário.

Entre as atrações fazia também o "Onde Anda Minha Gente", e nesse quadro descobriu que neste país tinha muita gente que não sabia onde andavam seus pais, parentes, irmão ou amores. Através de cartas conseguiu o reencontro de duas irmãs que não se viam há 68 anos e foi emocionante.

Nutrição era também um assunto discutido por Waldir Vieira que, com o auxilio de uma nutricionista, respondia às cartas de donas-de-casa, num diálogo bem informal.

"Não gosto de gênios no meu programa, pois é um perigo, gosto de pessoas que se comunicam diretamente com o seu público, que é o povão", dizia o radialista.

Waldir Vieira foi casado com Ângela sua fã número um e com quem teve dois filhos, Luciano e LinaWaldir Vieira dizia ser um homem realizado tanto na profissão quanto no casamento.

Silvinho Barbosa, Sérgio Barbosa, Waldir Vieira, Gilbert O'Sullivan e Marcos Bissi - Estúdio A Rádio Globo, RJ.

Em uma entrevista, Waldir Vieira  falou sobre o seu programa que era líder de audiência:

"No meu programa nada é premeditado. As coisas vão acontecendo na hora e no momento exato e acho que esta é a verdadeira fórmula do sucesso que alcancei. O dia inteiro recebo telefonemas de donas-de-casa, que dão uma opinião sincera sobre a programação, e o que nós fazemos é sempre de acordo com a vontade do público. Há pouco tempo, por exemplo, tiramos do ar o quadro 'Eu Vi Um Disco Voador', por que estava se tornando cansativo, repetitivo. Todos os que chegavam diziam a mesma coisa e os ouvintes começaram a se cansar!
Tiramos também o 'Papo da Novela' onde atores da rádio imitavam atores da TV Globo. No principio deu certo, era gostoso porque a novela 'Pai Herói' estava em evidência e tinha tipos que a gente podia explorar bastante. Com 'Os Gigantes' ficou mais difícil e os ouvintes nos escreveram pedindo para eliminar o quadro.
O programa Waldir Vieira é isso: Comunicação total, integração perfeita entre público, ouvinte e apresentador. O programa é do povo, feito para ele. E se é assim, nada mais justo que todos os que nos prestigiam dêem sua opinião. Por isso o resultado que o IBOPE nos trás. A audiência é exatamente o dobro do segundo lugar da Radio Tupi. Sem falar nas cartas que recebem uma média de 1.500 por dia, com programação normal, pois agora estamos fazendo uma promoção da coleção de discos de Roberto Carlos e o número de cartas que chegam diariamente é de 3.000.
Alguma dica especial? Não, apenas um pensamento que é uma regra a seguir! A gente deve viver intensamente cada momento da vida, porque quando o tempo passa, a gente verá que os cabelos grisalhos chegam e nada de bom fizemos para ninguém. Antes que isso aconteça o programa Valdir Vieira vai entrando diariamente nos lares, levando a sua mensagem de amizade e companheirismo."
(Waldir Vieira)

Quando Waldir Vieira abria o seu programa, todas as tardes às 13h00, na Rádio Globo, nem ele mesmo sabia bem o que iria acontecer nas próximas 4 horas. É que, apesar de alguns textos já estarem preparados pela equipe de produção, Waldir Vieira improvisava o tempo todo.

Seu temperamento agitado e bastante emocional levava o programa a um clima diferente dos outros similares. As mancadas ele reconhecia que existiam, mas isso servia para mostrar aos ouvintes que as coisas iam acontecendo realmente, durante o programa e que ele também era apanhado de surpresa.

O Último Programa e Morte

No dia 13/11/1985, Waldir Vieira cumpriu normalmente seu dia de trabalho na Rádio Globo. Fez um programa considerado emocionante por seus colegas e por muitas de suas fãs e foi para a agência de publicidade que tem na mesma rua, no bairro da Glória, onde fica a rádio.

Na verdade, Waldir Vieira passou pela portaria do Hotel Ebony com uma jovem com quem já se apresentara ali outras vezes. Uma jovem acompanhante, a bancária Sueli Costa Pessanha, de 22 anos, moradora de Niterói e funcionária de uma agência do Bradesco em Nilópolis. Pegaram as chaves no quarto C-03 do 12° andar do único "motel vertical" e mais moderno hotel de alta rotatividade do centro do Rio de Janeiro. A partir daí, ninguém mais viu o casal.

O casal foi encontrado sem vida na suíte, no dia 13/11/1985, no Rio de Janeiro. Na 9ª Delegacia, onde rola o inquérito, a versão aceita é a de homicídio seguido de suicídio - Sueli Costa Pessanha teria matado Waldir Vieira e se matado, hipótese essa, a menos contestada pelos familiares. Outra versão é que o casal morreu asfixiados por um vazamento de gás.

Assustadas, incrédulas, tristes e decepcionadas, milhares de fãs do radialista sempre anônimas, cantavam o prefixo do programa de Waldir Vieira, numa última homenagem ao ídolo. Waldir Vieira fez sucesso com as mulheres até o fim.

Fonte: Wikipédia, Projeto VIPRádio em Revista e Revista Veja (20/11/1985, Ed. 898 - Datas – Pág: 125 - Polícia Pág: 130)

Roberto Corrêa

ROBERTO CORRÊA JOSÉ MARIA
(76 anos)
Cantor e Compositor

☼ Rio de Janeiro, RJ (02/07/1940)
┼ Rio de Janeiro, RJ (26/11/2016)

Roberto Corrêa José Maria foi um cantor e compositor brasileiro nascido no Rio de Janeiro, RJ, no dia 02/07/1940.

Em 1958 iniciou sua carreira profissional integrando a banda Golden Boys, ao lado dos irmãos Ronaldo Corrêa e Renato Corêa, e com o amigo de escola, carinhosamente chamado de primo, Valdir Anunciação, como uma versão brasileira do conjunto americano The Platters.

Em 1977, Alcione gravou sua música "Eu Vou Deixar" (Roberto Corrêa e Sylvio Son), no LP "Pra Que Chorar", lançado pela gravadora Philips.

Em 1978, Sônia Lemos incluiu sua canção "Pode Ir" (Roberto Corrêa e Jon Lemos) no disco "O Amor Seja Benvindo", lançado pela Polydor. Alcione gravou suas composições "Eu Sou a Marrom" (Roberto Corrêa e Sylvio Son) e "Pode Esperar" (Roberto Corrêa e Sylvio Son) no LP "Alerta Geral".

Em 1979, Alcione gravou "Faca de Ponta" (Roberto Corrêa e Sylvio Son) no LP "Gostoso Veneno".


Em 1980, Alcione gravou "Resumo" (Roberto Corrêa e Sylvio Son), no LP "E Vamos à Luta".

No início da década de 1980, Celeste incluiu sua canção "Amor a Três" (Roberto Corrêa e Jon Lemos) no LP "Cinco e Triste da Manhã", lançado pela gravadora Tapecar.

Em 1985, sua composição "Xeque-Mate" (Roberto Corrêa e Carlos Colla) foi gravada por Alcione no LP "Fogo da Vida", lançado pela gravadora RCA Victor.

Como integrante dos Golden Boys, gravou vários discos, tendo sido responsável por um dos maiores sucessos do grupo, sua composição "O Cabeção" (Roberto Corrêa e Sylvio Son). Com o conjunto, participou das comemorações tanto dos 30 quanto dos 35 anos da Jovem Guarda, em grandes casas noturnas do Rio de Janeiro e de São Paulo, em 1995 e 2000.

Em 2002, integrou, ao lado dos irmãos Renato Corrêa e Ronaldo Corrêa, o coro que participou da gravação do "Acústico Jorge Benjor", transmitido pela MTV e lançado em CD e DVD.

Constam também da relação dos intérpretes de suas canções artistas como Wanderléa, Trio Esperança, Wanderley Cardoso, Martinha, Evinha, entre outros.

Morte

Roberto Corrêa morreu no sábado, 26/11/2016, em sua casa no bairro do Méier, Zona Norte do Rio de Janeiro, aos 76 anos, por volta das 18h00. A informação foi confirmada na página do grupo no Facebook e lamentada por fãs e admiradores. Roberto Corrêa sofria de câncer.

"É com imensa tristeza que informamos o falecimento, hoje, do nosso querido Roberto Corrêa. Ainda não temos informações sobre o velório e sepultamento, mas em breve estaremos publicando aqui. Força para toda a família Corrêa."

No entanto, logo depois, essas informações foram divulgadas pelo filho do cantor, Roberto Filho, nas redes sociais.

"Amigos, venho comunicar através deste post o falecimento do meu pai Roberto Corrêa hoje às 18h00. De forma branda como um suspiro feito um passarinho, nosso querido se foi levando todo amor da família e dos inúmeros amigos que colecionou durante sua vida. Fica como legado todo ensinamento de vida desse grande ser humano! Em breve vos informaremos detalhes do sepultamento"

O velório de Robeerto Corrêa acorreu no domingo, 27/11/2016, às 13h30 no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, no Rio de Janeiro, onde foi sepultado.

Discografia

  • 1997 - Festival dos Golden Boys (Som Livre, CD)
  • 1997 - Meus Momentos Vol. 2 (EMI Music, CD)
  • 1994 - Os Grandes Sucessos dos Golden Boys (EMI-Odeon, CD)
  • 1994 - Meus Momentos (EMI-Odeon, CD)
  • 1991 - Golden Boys Ao Vivo (Som Livre, CD)
  • 1986 - Golden Boys (Epic/CBS, LP)
  • 1984 - O Sonho Não Acabou... Os Inesquecíveis Sucessos da Jovem Guarda em 35 Super Regravações! (Epic/CBS)
  • 1978 - Melô da Bochecha (Odeon, Compacto Simples)
  • 1978 - Golden Boys (Polydor, LP)
  • 1976 - Não Wsquenta a Cabeça (Odeon, Compacto Simples)
  • 1975 - Golden Boys (Odeon, LP)
  • 1974 - Na Rua, Na Chuva, Na Fazenda / Fogo Sobre Terra / Não Faz Mal / Malandragem Dela (Odeon, Compacto Duplo)
  • 1973 - Golden Boys (Odeon, LP)
  • 1972 - Mammy Blues / O Feiticeiro (Odeon)
  • 1971 - Só Vou Criar Galinha (Odeon, LP)
  • 1971 - Só Vou Criar Galinha / Você Também Chora (Odeon)
  • 1970 - Fumacê (Odeon, LP)
  • 1970 - Eu Sou Tricampeão / Fumacê (Odeon, Compacto Simples)
  • 1969 - Golden Boys (Odeon, LP)
  • 1968 - Na Linha de Frente (Odeon, LP)
  • 1968 - Quero Lhe Dizer Cantando / Você Me Paga / Agora é Tarde / Pra Longe de Mim (Odeon, Compacto Duplo)
  • 1968 - Dia de Vitória / Andança (Odeon, Compacto Simples)
  • 1968 - A família / A Bela de Itapoã (Odeon, Compacto Simples)
  • 1967 - Não Precisa Chorar (Odeon, LP)
  • 1967 - Pensando Nela (Odeon, LP)
  • 1967 - Pensando Nela / Minha Empregada (Odeon, Compacto Duplo)
  • 1967 - Olha o Que Você Me Fez (Odeon, Compacto Duplo)
  • 1966 - Michelle / Mágoa (Odeon, Compacto Simples)
  • 1966 - The Golden Boys (Odeon, LP)
  • 1965 - Alguém na Multidão (Odeon, LP)
  • 1965 - Alguém na Multidão / Valentina, My Valentina (Odeon, Compacto Simples)
  • 1965 - Ai de Mim / João Ninguém (Odeon, Compacto Simples)
  • 1964 - Pra Sempre Te Adorar / Se Eu Tivesse Alguém (Odeon, Compacto Simples)
  • 1964 - Quero Afagar As Suas Mãos / Não Quero Que Chores (Odeon, Compacto Simples)
  • 1964 - Michael / Erva Venenosa (Odeon, Compacto Simples)
  • 1963 - Twist Do Amor / Dança Legal (Polydor, 78)
  • 1963 - Sukiyaky / Renata (Polydor, 78)
  • 1963 - Golden Boys (Polydor, Compacto Duplo)
  • 1962 - Lana / Terna Paixão (Copacabana, 78)
  • 1961 - Tristonho / Meus Encontros (Copacabana, 78)
  • 1960 - Samba / É a Saudade (Copacabana, 78)
  • 1960 - Golden Boys (Copacabana, Compacto Duplo)
  • 1959 - Os Golden Boys (Copacabana, LP)
  • 1959 - Estúpido Cupido / Ela Não Gostou (Copacabana, 78)
  • 1959 - Personality / Nanã (Copacabana, 78)
  • 1958 - Wake Up Little Suzie / Meu Romance Com Laura (Copacabana, 78)
  • 1958 - Sino De Belém / Natal Das Crianças (Copacabana, 78)

Indicação: Miguel Sampaio

Villas-Bôas Corrêa

LUIZ ANTÔNIO VILLAS-BÔAS CORRÊA
(93 anos)
Jornalista

☼ Rio de Janeiro, RJ (02/12/1923)
┼ Rio de Janeiro, RJ (15/12/2016)

Luiz Antonio Villas-Bôas Corrêa foi um jornalista brasileiro nascido no Rio de Janeiro, RJ, no dia 02/12/1923. Era o mais antigo analista político do Brasil até a sua morte. Começou em 1948 e até 2011 assinou uma coluna no Jornal do Brasil.

Nascido no bairro da Tijuca, no Rio de Janeiro, formou-se em Direito pela Faculdade Nacional de Direito, da antiga Universidade do Brasil, em 1947, onde se espantou com a efervescência política e presidiu o Centro Acadêmico Cândido de Oliveira (CACO) no Estado Novo.

Iniciou sua atividade jornalística, sempre na área política, em 27/10/1948, no jornal A Notícia. Trabalhou também no Diário de Notícias, na Rádio Nacional e em diversas emissoras de televisão, notadamente na Rede Manchete, na qual atuou como comentarista político desde 1991 até o fechamento da emissora de Adolpho Bloch. Era conhecido pelo texto elegante, com estilo inconfundível e algo irônico, e pela sofisticada capacidade de análise política.

Atribuía, porém, ao acaso sua especialização. Ainda "foca", em uma reportagem policial, ouviu em uma rua na Glória um empresário se queixar de que não conseguia fechar um negócio, porque autoridades lhe exigiam dinheiro. Segundo relatou em 2011 a Pedro Doria na série em vídeo "Decanos Brasileiros - Dez Visões Sobre a Democracia no País", no site Estadão, convenceu o desconhecido a deixá-lo acompanhar uma audiência com Ministro da Guerra, general Canrobert Pereira da Costa, para denunciar as extorsões.



"Eu fiz a matéria, e deu uma manchetona no dia seguinte em 'A Notícia", contou Villas-Bôas Corrêa.

"'Gravíssima denúncia ao ministro da Guerra!' (...) Isso foi uma bomba no Congresso. Porque a oposição veio em cima, etc, debates, e faz CPI, não faz CPI... Durou uma semana. Não deu em nada. Mas para mim deu. Porque daí em diante eu verifiquei que não tinha repórter político na Notícia, que eu gostei da experiência e comecei a ir para o jornal cedo e a fazer matéria política!"
(Villas-Bôas Corrêa)

Era o início da trajetória profissional que o transformaria em testemunha dos principais acontecimentos políticos da segunda metade do século 20 e o início do século 21 no Brasil. Longa, a lista inclui o suicídio do presidente Getúlio Vargas, o contragolpe do marechal Henrique Teixeira Lott, em 1955, as revoltas de Jacareacanga e Aragarças no governo de Juscelino Kubitschek, a renúncia do presidente Jânio Quadros em 1961, o golpe de 1964, a ditadura civil-militar de 1964-1985, a redemocratização, a agonia e morte do presidente Tancredo Neves, o impeachment do presidente Fernando Collor, os dois governos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o início do primeiro período de Dilma na presidência.


Em, 1985, segundo relatou no livro "Conversa Com a Memória - A História de Meio Século de Jornalismo Público" (Ed. Objetiva) que preparara-se para participar, pela Rede Manchete, da cobertura da posse de Tancredo Neves. A solenidade acabou frustrada por uma cirurgia de emergência cujas complicações levariam o presidente à morte sem jamais ser empossado.

Praticamente sozinho no estúdio, Villas-Bôas Corrêa ancorou desde cedo (a operação fora feita de madrugada) o noticiário, enquanto a cobertura era reorganizada. "Continua, Villas", pediam-lhe, pela linha interna de comunicação, para que não parasse de falar. O repórter já sessentão, apesar do cansaço, garantiu por horas, com seus comentários, a transmissão.

Villas-Bôas Corrêa durante 23 anos, trabalhou na sucursal do Rio do jornal O Estado de S. Paulo, inicialmente como chefe da seção política e, mais tarde, como diretor da sucursal. Também trabalhou no matutino O Dia, lançado por Chagas Freitas após assumir o diário A Notícia.

Retornou ao Jornal do Brasil, em 1999, como editor de política.

Morte

Luiz Antônio Villas-Bôas Corrêa morreu na noite de quinta-feira, 15/12/2016, aos 93 anos, no Rio de Janeiro. Ele estava internado no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) do Hospital São Lucas desde o dia 09/12/2016. Villas-Bôas Corrêa morreu em decorrência "de um choque séptico causado por uma pneumonia comunitária", segundo o Hospital São Lucas.

O corpo de Luiz Antônio Villas-Bôas Corrêa foi velado no Memorial do Carmo, no Caju, na Zona Portuária do Rio de Janeiro, na manhã de sábado, 17/12/2016. No período da tarde ocorreu a cremação do jornalista. O velório começou às 10h00.

Villas-Bôas Corrêa era viúvo de Regina Maria de Sá Corrêa e deixou, além de Marcos, outro filho, o professor Marcelo de Sá Corrêa, três netos e três bisnetos.

Indicação: Miguel Sampaio

Dom Paulo Evaristo Arns

Paulo Evaristo Arns
(95 anos)
(Frade Franciscano e Cardeal)

☼ Forquilhinha, SC (14/09/1921)
┼ São Paulo, SP (14/12/2016)

Dom Frei Paulo Evaristo Arns OFM, foi um frade franciscano e Cardeal brasileiro nascido em Forquilinha, SC, no dia 14/09/1921. Foi o quinto Arcebispo de São Paulo, tendo sido o terceiro prelado dessa Arquidiocese a receber o título de Cardeal. Era Arcebispo-Emérito de São Paulo e protopresbítero do Colégio Cardinalício.

Quinto de treze filhos do casal Gabriel Arns e Helena Steiner, brasileiros, descendentes de imigrantes provenientes da Alemanha, região de Rio Mosela.

Realizou seus estudos fundamentais em Forquilhinha, SC. Depois ingressou no seminário franciscano, no Seminário Seráfico São Luís de Tolosa, em Rio Negro, PR.

Em 1940, entrou no noviciado, em Rodeio, SC. A Filosofia, cursou-a em Curitiba e a Teologia em Petrópolis, RJ.

Três de suas irmãs são freiras, e um irmão faz parte da Ordem dos Frades Menores (OFM). Também é irmão de Zilda Arns, morta em um terremoto em Porto Príncipe, Haiti, em 2010.

Paulo Evaristo Arns foi ordenado presbítero no dia 30/11/1945, em Petrópolis, por Dom José Pereira Alves, Arcebispo de Niterói.

Por cerca de uma década exerceu seu ministério, assistindo a população desfavorecida de Petrópolis, RJ, onde também lecionou no Teologado Franciscano de Petrópolis e na Universidade Católica de Petrópolis. Depois disto, foi para a França para cursar letras na Sorbonne, onde se doutorou em 1952. Retornando ao Brasil, foi professor nas faculdades de Filosofia, Ciências e Letras de Agudos e Bauru. A seguir, retornou a Petrópolis, onde voltou a dar assistência aos desfavorecidos.

Em 02/05/1966 foi eleito Bispo da Sé Titular de Respecta e auxiliar de São Paulo, aos 44 anos. Recebeu a ordenação episcopal em 03/07/1966, na igreja matriz do Sagrado Coração de Jesus em Forquilhinha, SC, sendo sagrante principal Dom Agnelo Rossi, Arcebispo de São Paulo, e consagrantes Dom Anselmo Pietrulla OFM, então Bispo de Tubarão, SC, e Dom Honorato Piazera SCI, então Bispo coadjutor de Lages, SC.

No dia 22/10/1970, o Papa Paulo VI o nomeou Arcebispo metropolitano de São Paulo, tendo tomado posse a 01/11/1970, exercendo o cargo até 15/04/1998, quando renunciou, por limite de idade, detendo o título de Arcebispo-Emérito de São Paulo.

No Consistório do dia 05/03/1973, convocado pelo Papa Paulo VI, na Basílica de São Pedro, Dom PauloEvaristo Arns foi criado Cardeal-Presbítero do título de Santo Antônio de Pádua, na Via Tuscolana.

Como Cardeal eleitor, participou dos dois conclaves, de agosto e de outubro de 1978. Participou ainda, como Cardeal não-votante, dos conclaves de 2005 e de 2013.

Em 09/07/2012 tornou-se o Protopresbítero do Colégio dos Cardeais, por ser aquele que há mais tempo foi elevado à dignidade cardinalícia entre todos os cardeais-presbíteros, sendo também o mais antigo de todos os membros do Colégio Cardinalício.

Brasão e Lema

Descrição: Escudo eclesiástico. Em campo de blau uma cruz em tau de jalde com um in-fólio aberto do mesmo, brocante sobre a cruz, e uma espada de argente, empunhada e guarnecida do primeiro metal, posta em pala, cosida sobre o livro; tendo, à dextra e à senestra, dois ramos de café "ao natural", ou seja de sinopla e frutado de goles. Em chefe, um Cálice de jalde encimado por uma Hóstia de argente. O escudo está assente em tarja branca, na qual se encaixa o pálio branco com cruzetas de sable. O conjunto pousado sobre uma cruz trevolada de duas travessas de ouro. O todo encimado pelo chapéu eclesiástico com seus cordões em cada flanco, terminados por quinze borlas cada um, tudo de vermelho. Brocante sob a ponta da cruz um listel de jalde com a legenda: EX SPE IN SPEM, em letras de blau.

Interpretação: O escudo obedece às regras heráldicas para os eclesiásticos. O campo de blau (azul) representa o manto de Maria Santíssima sob  cuja proteção o Cardeal pôs toda a sua vida sacerdotal, sendo que este esmalte significa: Justiça, serenidade, fortaleza, boa fama e nobreza. A Cruz em Tau é própria da Ordem Franciscana, à qual pertence o Cardeal e, sendo de jalde (ouro) simboliza: nobreza, autoridade, premência, generosidade, ardor e descortínio. O in-fólio com a espada representam São Paulo Apóstolo, numa referência ao padroeiro do Estado, da cidade e da Arquidiocese, sendo que o metal jalde (ouro) tem o significado acima descrito) e o metal argente (prata) da lâmina da espada simboliza: inocência, castidade, pureza e eloquência; virtudes essenciais num bispo. Os ramos de café frutados representam o estado de São Paulo, "Terra do Café", cuja capital é a sede episcopal do Cardeal; sendo que as expressões "ao natural" e "de sua cor" são recursos para se colocar os ramos de café, naturalmente com a cor sinopla (verde), com frutos de goles (vermelho) sobre o campo de blau (azul), sem ferir as leis da Heráldica. Os ramos, por seu esmalte sinopla (verde) representam: esperança, liberdade, abundância, cortesia e amizade; e os frutos de café, por seu esmalte goles (vermelho) simbolizam o fogo da caridade inflamada no coração do Cardeal, bem como, valor e socorro aos necessitados, e ainda o martírio de São Paulo Apóstolo. No chefe, a Hóstia de argente (prata) e o Cálice de jalde (ouro) lembram o santo sacrifício da missa, no qual o pão e o vinho são transubstanciados no Corpo e no Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo, com os significados destes metais, acima descritos. O lema: "EX SPE IN SPEM" (De Esperança em Esperança), traduz a certeza do cardeal de que em Deus esperou e não será confundido, numa referência ao Livro dos Salmos (Sl. 70,1), sendo uma expressão da total e confiante adesão a Cristo e do humilde abandono do cardeal nas mãos da Divina Providência.

Atividade e Contribuições

Sua atuação pastoral foi voltada aos habitantes da periferia, aos trabalhadores, à formação de comunidades eclesiais de base nos bairros, principalmente os mais pobres, e à defesa e promoção dos direitos da pessoa humana. Ficou conhecido como o Cardeal dos Direitos Humanos, principalmente por ter sido o fundador e líder da Comissão Justiça e Paz de São Paulo, e sua atividade política era claramente vinculada à sua fé religiosa. Segundo ele:

"Jesus não foi indiferente nem estranho ao problema da dignidade e dos direitos da pessoa humana, nem às necessidades dos mais fracos, dos mais necessitados e das vítimas da injustiça. Em todos os momentos Ele revelou uma solidariedade real com os mais pobres e miseráveis (Mt 11, 28-30); lutou contra a injustiça, a hipocrisia, os abusos do poder, a avidez de ganho dos ricos, indiferentes aos sofrimentos dos pobres, apelando fortemente para a prestação de contas final, quando voltará na glória para julgar os vivos e os mortos."

Enquanto bispo-auxiliar, trabalhou na Zona Norte paulistana, no bairro de Santana. Durante a ditadura militar, na década de 1970, notabilizou-se na luta pelo fim das torturas e restabelecimento da democracia no país, junto com o Rabino Henry Sobel, criando uma ponte entre a comunidade judaica e a Igreja Católica em solo paulista.

Renovou o plano pastoral da Arquidiocese de São Paulo, instituindo novas regiões episcopais (divisões da Arquidiocese de São Paulo) e quarenta e três novas paróquias.

Em 1972 criou a Comissão Brasileira de Justiça e Paz de São Paulo. Incentivou a Pastoral da Moradia e a Pastoral Operária.

Em 22/05/1977 recebeu o título de Doutor Honoris Causa, juntamente com o presidente norte-americano Jimmy Carter, da Universidade de Notre Dame, Indiana, Estados Unidos. A distinção, concedida também ao Cardeal Kim da Coreia do Sul e ao Bispo Lamont da Rodésia, deveu-se ao seu empenho em prol dos direitos humanos.

Entre 1979 e 1985, coordenou com o Pastor Jaime Wright, de forma clandestina, o projeto "Brasil: Nunca Mais". Este projeto tinha como objetivo evitar o possível desaparecimento de documentos durante o processo de redemocratização do país. O trabalho foi realizado em sigilo e o resultado foi a cópia de mais de um milhão de páginas de processos do Superior Tribunal Militar (STM). Contudo, este material foi microfilmado e remetido ao exterior diante do temor de uma apreensão do material. Em ato público realizado dia 14 de junho de 2011, foi anunciada a futura repatriação, digitalização e disponibilização para todos os brasileiros deste acervo. O livro homônimo "Brasil: Nunca Mais" reuniu esta pesquisa sobre a tortura no Brasil no período da Ditadura Militar e foi publicado pela Editora Vozes. Dom Paulo Evaristo Arns também foi um dos organizadores do movimento "Tortura Nunca Mais".

Em 03/06/1980 recebeu, em São Paulo o Papa João Paulo II.

Em 30/11/1984 inaugurou a Biblioteca Dom José Gaspar.

Em 1985, com a ajuda de sua irmã, a pediatra Zilda Arns Neumann, implantou a Pastoral da Criança.

Em 1989 a Arquidiocese de São Paulo, por decisão do Papa João Paulo II, teve seu território reduzido com a criação das novas dioceses: Osasco, Campo Limpo, São Miguel Paulista e Santo Amaro.

Em 1992, Dom Paulo Evaristo Arns criou o Vicariato Episcopal da Comunicação, com a finalidade de fazer a Igreja estar presente em todos os meios de comunicação.

Em 22/02/1992 inaugurou uma nova residência destinada aos padres idosos, a Casa São Paulo, ano em que também criou a Pastoral dos Portadores de HIV.

Em 1994 criou o Conselho Arquidiocesano de Leigos.

Em 1996, após completar 75 anos, apresentou renúncia ao Papa João Paulo II, em função das normas eclesiásticas, renúncia esta que foi aceita. A partir de então, tornou-se Arcebispo Emérito de São Paulo e foi substituído por Dom Frei Cláudio Cardeal Hummes.

Dom Paulo Evaristo Arns recebeu o título de Doutor Honoris Causa pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás, em 1998.

Morte

Dom Paulo Evaristo Arns morreu na quarta-feira, 14/12/2016, aos 95 anos. Ele foi internado no Hospital Santa Catarina, no dia 28/11/2016, em decorrência de uma broncopneumonia. Com o passar do dia o estado de saúde piorou, e ele teve de ir para a UTI por causa de dificuldades na função renal. Segundo o hospital, Dom Paulo Evaristo Arns morreu às 11h45 vítima de Falência Múltipla dos Órgãos.

Bibliografia

Autor de 49 livros, suas obras versam sobre a ação pastoral da Igreja nas grandes cidades e estudos da literatura cristã dos primeiros séculos, além de centenas de artigos escritos para as diversas revistas das quais foi redator, antes do episcopado.

Umas das principais obras foi a pesquisa por ele organizada, em que foi abordada a tortura durante os Anos de Chumbo: "Brasil, Nunca Mais".

Ordenações Episcopais

O Cardeal Paulo Evaristo Arns foi o principal sagrante dos seguintes bispos:

  • Benedito de Ulhôa Vieira (1920-2014)
  • Francisco Manuel Vieira (1925-2014)
  • Joel Ivo Catapan, S.V.D. (1927-1999)
  • Angélico Sândalo Bernardino (1933-)
  • Mauro Morelli (1935-)
  • Antônio Celso de Queiroz (1933-)
  • Dom Luciano Pedro Mendes de Almeida, S.J. (1930- 2006)
  • Dom Geraldo Majella Cardeal Agnelo (1933-)
  • Alfredo Ernest Novak, C.Ss.R. (1930-)
  • Ricardo Pedro Paglia, M.S.C. (1937-)
  • Aloísio Hilário de Pinho, F.D.P. (1934-)
  • José Carlos Castanho de Almeida (1930-)
  • Antônio Gaspar (1931-)
  • Fernando Antônio Figueiredo, O.F.M. (1939-)
  • Walter Bini, S.D.B. (1930-1987)
  • Walter Ivan de Azevedo, S.D.B. (1926-)
  • Irineu Danelon, S.D.B. (1940-)
  • José Vieira de Lima, T.O.R. (1931-)
  • Dom Leonardo Ulrich Steiner, O.F.M. (1950 -)
E foi consagrante de:

  • Dom Luís Flávio Cappio O.F.M.
  • Dom Manuel Parrado Carral
  • Dom Pedro Luiz Stringhini

Fonte: Wikipédia
Indicação: Miguel Sampaio

Ferreira Gullar

JOSÉ RIBAMAR FERREIRA
(86 anos)
Escritor, Poeta, Crítico de Arte, Biógrafo, Tradutor, Memoralista e Ensaísta

☼ São Luís, MA (10/09/1930)
┼ Rio de Janeiro, RJ (04/12/2016)

Ferreira Gullar, pseudônimo de José Ribamar Ferreira, foi um escritor, poeta, crítico de arte, biógrafo, tradutor, memorialista e ensaísta brasileiro e um dos fundadores do neoconcretismo. Foi o postulante da cadeira 37 da Academia Brasileira de Letras (ABL), na vaga deixada por Ivan Junqueira, da qual tomou posse em 05/12/2014.

Ferreira Gullar nasceu em São Luís, MA, no dia 10/09/1930, com o nome de José Ribamar Ferreira. É um dos onze filhos do casal Newton Ferreira e Alzira Ribeiro Goulart.

Sobre o pseudônimo, o poeta declarou o seguinte:

"Gullar é um dos sobrenomes de minha mãe, o nome dela é Alzira Ribeiro Goulart, e Ferreira é o sobrenome da família, eu então me chamo José Ribamar Ferreira; mas como todo mundo no Maranhão é Ribamar, eu decidi mudar meu nome e fiz isso, usei o Ferreira que é do meu pai e o Gullar que é de minha mãe, só que eu mudei a grafia porque o Gullar de minha mãe é o Goulart francês; é um nome inventado, como a vida é inventada eu inventei o meu nome!"

Segundo Mauricio Vaitsman, ao lado de Bandeira Tribuzi, Luci Teixeira, Lago Burnet, José Bento, José Sarney e outros escritores, fez parte de um movimento literário difundido através da revista que lançou o pós-modernismo no Maranhão, A Ilha, da qual foi um dos fundadores. Até sua morte, muitos o consideravam o maior poeta vivo do Brasil e não seria exagero dizer que, durante suas seis décadas de produção artística, Ferreira Gullar passou por todos os acontecimentos mais importantes da poesia brasileira e participou deles.

Morando no Rio de Janeiro, participou do movimento da poesia concreta, sendo então um poeta extremamente inovador, escrevendo seus poemas, por exemplo, em placas de madeira, gravando-os.

Em 1956 participou da exposição concretista que é considerada o marco oficial do início da poesia concreta, tendo se afastado desta em 1959, criando, junto com Lígia Clark e Hélio Oiticica, o neoconcretismo, que valoriza a expressão e a subjetividade em oposição ao concretismo ortodoxo.

Posteriormente, ainda no início dos anos de 1960, se afastou deste grupo também, por concluir que o movimento levaria ao abandono do vínculo entre a palavra e a poesia, passando a produzir uma poesia engajada e envolvendo-se com os Centros Populares de Cultura (CPCs).

Militância Política

Ferreira Gullar foi militante do Partido Comunista Brasileiro (CPB) e, exilado pela ditadura militar, viveu na União Soviética, na Argentina e Chile. Ele comentou que bacharelou em subversão em Moscou durante o seu exílio, mas que devido a uma maior reflexão, experiência de vida, e de observar as coisas irem acontecendo se desiludiu do socialismo e que o socialismo não faz mais sentido pois fracassou.

"(...) toda sociedade é, por definição, conservadora, uma vez que, sem princípios e valores estabelecidos, seria impossível o convívio social. Uma comunidade cujos princípios e normas mudassem a cada dia seria caótica e, por isso mesmo, inviável."

Prêmios e Indicações

Ferreira Gullar ganhou o concurso de poesia promovido pelo Jornal de Letras com seu poema "O Galo" em 1950. Os prêmios Molière, o Saci e outros prêmios do teatro em 1966 com "Se Correr o Bicho Pega, Se Ficar o Bicho Come", que é considerada uma obra prima do teatro moderno brasileiro.

Em 1999 foi inaugurada em São Luís, MA, a Avenida Ferreira Gullar. Em Imperatriz, MA, ganhou em sua homenagem com o teatro Ferreira Gullar.

Em 2002, foi indicado por nove professores dos Estados Unidos, do Brasil e de Portugal para o Prêmio Nobel de Literatura.

Em 2007, seu livro Resmungos ganhou o Prêmio Jabuti de melhor livro de ficção do ano. O livro, editado pela Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, reúne crônicas de Ferreira Gullar publicadas no jornal Folha de S.Paulo no ano de 2005.

Foi considerado pela Revista Época um dos 100 brasileiros mais influentes do ano de 2009.

Ferreira Gullar foi agraciado com o Prêmio Camões em 2010.

Em 15/10/2010, foi contemplado com o título de Doutor Honoris causa, na Faculdade de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Em 20/10/2011, ganhou o Prêmio Jabuti com o livro de poesia Em Alguma Parte Alguma, que foi considerado O Livro do Ano de ficção.

Em 2011, a obra Poema Sujo inspirou a vídeo instalação "Há Muitas Noites na Noite", dirigida por Silvio Tendler. Em 2015, o poema inspirou uma série documental, também denominada: "Há Muitas Noites na Noite", com sete episódios com 26 minutos cada, exibida na TV Brasil entre dezembro de 2015 e janeiro de 2016, também dirigida por Silvio Tendler.

Academia Brasileira de Letras

Ferreira Gullar foi postulante eleito da cadeira 37 na Academia Brasileira de Letras (ABL), tendo obtido na votação 36 dos 37 votos possíveis derrotando os outros candidatos: Ademir Barbosa Júnior, José Roberto Guedes de Oliveira e José William Vavruk em apenas 15 minutos, com uma abstenção que permanece anônima devido a queima das fichas após o resultado da urna, em 09/10/2014, tendo votado 19 acadêmicos por presença física e 18 por cartas.

A cadeira tem como patrono o poeta e inconfidente mineiro Tomás Antônio Gonzaga e foi ocupada anteriormente por personalidades como Silva Ramos, Alcântara Machado, Getúlio Vargas, Assis Chateaubriand, João Cabral de Melo Neto e recentemente pelo ensaísta e curador Ivan Junqueira, amigo de Ferreira Gullar.

Sua posse era marcada para novembro, depois de várias recusas do escritor em convites anteriores.

Em 05/12/2014, Ferreira Gullar tomou posse de sua cadeira, a número 37, na Academia Brasileira de Letras (ABL).

Morte

Ferreira Gullar morreu no domingo, 04/12/2016, no Rio de Janeiro, RJ vítima de vários problemas respiratórios que culminaram em uma pneumonia. Ele estava internado há 20 dias no Hospital Copa D'Or, na Zona Sul do Rio de Janeiro.

Amigos famosos e imortais foram à Academia Brasileira de Letras (ABL), no Centro do Rio de Janeiro, na segunda-feira, 05/12/2016, para velar o corpo de Ferreira Gullar. Familiares, admiradores e colegas acadêmicos prestaram sua última homenagem ao poeta, que foi velado ainda na noite de domingo, 04/12/2016, e durante toda a madrugada no saguão da Biblioteca Nacional, também no Centro do Rio de Janeiro, e na manhã de segunda-feira foi velado na sede da Academia Brasileira de Letras (ABL).

O corpo de Ferreira Gullar foi sepultado por volta das 16h00 de segunda-feira, 05/12/2016, no mausoléu da Academia Brasileira de Letras (ABL) localizado no Cemitério São João Batista, no bairro de Botafogo, na Zona Sul do Rio de Janeiro.

Bibliografia

Poesia
  • 1949 - Um Pouco Acima do Chão
  • 1954 - A Luta Corporal
  • 1958 - Poemas
  • 1962 - João Boa-Morte, Cabra Marcado para Morrer (Cordel)
  • 1962 - Quem Matou Aparecida? (Cordel)
  • 1966 - A Luta Corporal e Novos Poemas
  • 1966 - História de um Valente (Cordel: Na clandestinidade, como João Salgueiro)
  • 1968 - Por Você Por Mim
  • 1975 - Dentro da Noite Veloz
  • 1976 - Poema Sujo (Onde se localiza a letra de Trenzinho do Caipira)
  • 1980 - Na Vertigem do Dia
  • 1986 - Crime na Flora ou Ordem e Progresso
  • 1987 - Barulhos
  • 1991 - O Formigueiro
  • 1999 - Muitas Vozes
  • 2005 - Um Gato Chamado Gatinho
  • 2010 - Em Alguma Parte Alguma

Antologias
  • 1977 - Antologia Poética
  • 1980 - Toda Poesia
  • 1981 - Ferreira Gullar - Seleção de Beth Brait
  • 1983 - Os Melhores Poemas de Ferreira Gullar - Seleção de Alfredo Bosi
  • 1989 - Poemas Escolhidos

Contos e Crônicas
  • 1996 - Gamação
  • 1997 - Cidades Inventadas
  • 2007 - Resmungos

Teatro
  • 1979 - Um Rubi no Umbigo

Crônicas
  • 1989 - A Estranha Vida Banal
  • 2001 - O Menino e o Arco-Íris

Memórias
  • 1998 - Rabo de Foguete - Os Anos de Exílio

Biografia
  • 1996 - Nise da Silveira: Uma Psiquiatra Rebelde

Literatura Infantil
  • 2011 - Zoologia Bizarra

Ensaios
  • 1959 - Teoria do Não-Objeto
  • 1965 - Cultura Posta em Questão
  • 1969 - Vanguarda e Subdesenvolvimento
  • 1977 - Augusto do Anjos ou Vida e Morte Nordestina
  • 1977 - Tentativa de Compreensão: Arte Concreta, Arte Neoconcreta - Uma Contribuição Brasileira
  • 1978 - Uma Luz no Chão
  • 1983 - Sobre Arte
  • 1985 - Etapas da Arte Contemporânea: Do Cubismo à Arte Neoconcreta
  • 1989 - Indagações de Hoje
  • 1993 - Argumentação Contra a Morte da Arte
  • 1998 - O Grupo Frente e a Reação Neoconcreta
  • 2002 - Cultura Pem Questão / Vanguarda e Subdesenvolvimento
  • 2002 - Rembrandt
  • 2003 - Relâmpagos

Televisão
  • 1990 - Araponga (Rede Globo) - Colaborador
  • 1995 - Irmãos Coragem (Rede Globo) - Colaborador
  • 1998 - Dona Flor e Seus Dois Maridos (Rede Globo) - Colaborador

Filmes
  • Os Herdeiros - Davi Martins

Fonte: Wikipédia
Indicação: Miguel Sampaio