Vera Brasil

VERA LELOT
(80 anos)
Cantora, Compositora e Violonista

☼ São Paulo, SP (07/05/1932)
┼ Araçoiaba da Serra, SP (18/07/2012)

Vera Brasil, nome artístico de Vera Lelot, foi uma cantora, compositora e instrumentista brasileira.

Com o nome artístico de Vera Brasil, ideia do pai Ulysses Lelot Filho, um compositor que assinava suas músicas como Sivan Castelo Neto e que, mais tarde, acabaria sendo parceiro musical da própria filha, passou a compor na década de 1950, sendo logo associada à bossa nova.

Começou a estudar violão aos 16 anos de idade. Alguns anos depois, dedicou-se ao canto e ao estudo de teoria musical com Miguel Arguerons.

Teve seu primeiro trabalho registrado em 1954, quando seu samba-canção "Três Palavras", composto em parceria com seu pai Silvan Castelo Neto, foi gravado por Mário Martins.

Em 1958, sua música "O Menino Desce o Morro" foi gravada por vários intérpretes, como Myriam Ribeiro, Geraldo Cunha, entre outros.

Vera Brasil participou de diversos festivais de Música Popular Brasileira, no Brasil e em outros países da América do Sul. 

Ao todo, escreveu mais de cem canções, algumas gravadas por artistas ilustres, como Elis Regina ("Eu Só Queria Ser"), Maysa ("O Menino Desce o Morro"), Jair Rodrigues ("Inaê") e Elizeth Cardoso ("Canto de Partir").


Como cantora, fez sua estréia em 1964, com o LP "Tema do Boneco de Palha", lançado pela gravadora Farroupilha. O título deste LP foi tirado da faixa do mesmo nome, gravação de uma de suas mais conhecidas canções, composta em parceria com seu pai. A partir desta data, começou a apresentar-se em shows e programas de televisão.

Em 1965, classificou-se em 3º lugar no I Festival Nacional de Música Popular, na TV Excelsior de São Paulo, com "Eu Só Queria Ser" (Vera Brasil e Myriam Ribeiro), interpretada por Claudette Soares.

Em 1966 obteve o 2º lugar no II Festival Nacional de Música Popular, na TV Excelsior de São Paulo, com "Inaê" (Vera Brasil e Maricene Costa), interpretada por Nilson.

Em 1967, Vera Brasil viajou em turnê para Portugal.

Vera Brasil foi diretora musical do espetáculo "Musicanossa", apresentado no Teatro de Arena de São Paulo, em 1968.

Em 1983, com a cantora Márcia e a pianista Maria Eugênia Pacheco de Brito, criou a Escola Play (Centro Audiovisual de Música). 

Como arranjadora e violonista, abriu em São Paulo na década de 1980 uma escola na qual criou seu próprio método de ensino, onde dava aulas usando técnicas de audiovisual.


Em 2002, após trinta anos afastada dos palcos, apresentou-se no Vinicius Piano Bar, no Rio de Janeiro. Foi homenageada num show, por vários artistas, entre os quais Gilberto Gil.

Em 2008, gravou o programa "Ensaio", da TV Cultura.

Nos últimos anos de sua vida, viveu numa chácara em Araçoiaba da Serra, no interior paulista.

Vera Brasil, além de musicista, chegou a ser secretária, professora de inglês, decoradora de interiores, fotógrafa e astróloga. Fazia ioga e tinha interesse por esoterismo e ficção científica.

Vera Brasil havia quebrado a bacia numa queda. Morreu na quarta-feira, 18/07/2012, aos 80 anos, vítima de complicações de saúde. Solteira, não teve filhos. Deixou o irmão, Berto Filho, jornalista.

Ela foi sepultada em cerimônia simples, entre parentes e amigos, no cemitério de Araçoiaba da Serra, no interior paulista, no dia 19/07/2012.

"Fica a lembrança de sua cultura musical e intelectual imensa, da multiplicidade do seu talento nas várias atividades que empreendeu, da sua importância na bossa nova e a saudade de sua presença companheira e solidária, na defesa dos direitos dos músicos e compositores!"
(Berto Filho, irmão de Vera Brasil)

Berto Filho entregou partituras de 70 músicas de Vera Brasil, além do violão Del Vecchio e a flauta doce Armstrong, ao maestro Rubens Gouvea, diretor da Orquestra Sinfônica de Araçoiaba da Serra, com o objetivo de perenizar a obra da cantora.

Discografia

  • 1964 - Tema do Boneco de Palha (Gravadora Farroupilha, LP)

Indicação: Carlos da Terra

Carlinhos

LUÍS CARLOS NUNES DA SILVA
(77 anos)
Jogador e Técnico de Futebol

☼ Rio de Janeiro, RJ (19/11/1937)
┼ Rio de Janeiro, RJ (22/06/2015)

Luís Carlos Nunes da Silva, mais conhecido como Carlinhos, foi um futebolista e treinador brasileiro, que dedicou toda sua vida profissional ao Flamengo. Técnico com passagens sempre vitoriosas pelo clube carioca, dirigiu o time no título nacional 1992, comandando craques como Zico, Bebeto, Leandro, Renato Gaúcho e Júnior, entrando para a galeria eterna dos heróis rubro-negros.

Carreira Como Jogador

Carlinhos foi um dos maiores jogadores da história do futebol brasileiro segundo principais jornais e revistas do esporte, atuava como meia e jogou no Flamengo de 1958 a 1969. Neste período, participou das conquistas de dois campeonatos estaduais e do Torneio Rio-São Paulo de 1961, o único vencido pelo rubro-negro.

Logo no início da carreira, recebeu em 20/01/1954, simbolicamente, as chuteiras do jogador Biguá, destaque do Flamengo na época e que estava encerrando sua carreira.

Carlinhos foi um dos poucos jogadores a ganhar o Prêmio Belfort Duarte, por nunca ter sido expulso de campo. Sua forma de jogar com grande classe e o toque de bola refinado o valeram o apelido de "Violino". É apontado como um dos melhores jogadores de meio campo de todos os tempos do futebol brasileiro.

O ex meio-campista, apesar de sua qualidade, foi um dos atletas injustiçados por nunca terem tido uma sequência na Seleção Brasileira, tendo disputado apenas uma partida com a camisa canarinho, no ano de 1964 contra a Seleção de Portugal, em uma época onde a maior parte dos craques da Seleção e jogadores de maior visibilidade jogavam no Santos e no Botafogo. Na referida partida, outro rubro-negro esteve em campo junto com Carlinhos, foi Aírton Beleza, centroavante que fez dupla central de ataque com Pelé. A Seleção Brasileira saiu vitoriosa do Maracanã naquele dia.

Dois anos antes, nos preparativos para a Copa do Mundo de 1962, o então treinador da Seleção Brasileira, Aymoré Moreira, convocou 41 jogadores para a pré-preparação, destes, apenas 22 iriam ao Chile. Ocorre que, para dar equilíbrio entre os selecionados do Rio de Janeiro e São Paulo, a comissão técnica preferiu levar, como reserva de Zito, o Zequinha, do Palmeiras, ao invés de Carlinhos Violino, a grande sensação do momento.

Um dos grandes momentos de Carlinhos como jogador foi o Fla-Flu decisivo do campeonato de 1963, quando liderou o time no empate de 0x0 que deu o título ao Flamengo. Naquele jogo, no dia 15/12/1963, registrou-se o maior público em um jogo oficial entre dois clubes no futebol mundial: 177.020 pagantes e 16.947 não pagantes são os números registrados daqueles que lotaram o Maracanã, embora hajam especulações de que o total de torcida presente foi de cerca de 200.000 espectadores.

Carreira Como Treinador

Como treinador, Carlinhos chegou a treinar outros clubes, porém, a sua paixão pelo Flamengo resultaria em, nada mais, nada menos, do que sete passagens pela Gávea.

É verdade que muitas vezes foi usado como um técnico "tampão", porém, entre 1991-1993, começou a ganhar respeito ao trazer para a Gávea um improvável troféu de campeão brasileiro em 1992, o quinto do Flamengo. Vale lembrar que Carlinhos foi o técnico do último título brasileiro do século XX do Flamengo e da última conquista internacional, a Copa Mercosul em 1999.

Sua última passagem pelo Flamengo como técnico ocorreu entre maio e outubro de 2000, época em que conquistou a Taça Rio e logo depois o bicampeonato estadual.

Ao longo da brilhante carreira como profissional disputou 880 partidas: 517 como jogador e 313 como técnico.

Em 12/02/2011, Carlinhos foi homenageado pelo Flamengo, com a inauguração de um busto e uma praça na sede social do clube, no bairro da Gávea.

No Brasil, dirigiu também o Guarani de Campinas e o Clube do Remo, do Pará.

Há quem afirme que Carlinhos, e não o Andrade (com o penta do Flamengo em 2009), tenha sido o primeiro negro a conquistar, como técnico de futebol, o Campeonato Brasileiro. Porém Carlinhos pode ser identificado como mestiço e não necessariamente negro.

Morte

Anos antes de falecer, Carlinhos já sofria com problemas de saúde. A elevação da taxa de ácido úrico causou problemas de cicatrização, obrigou a amputação de um dedo do pé, gerou complicações no sistema circulatório, perda de memória e, além disso, complicações na carótida e a necessidade de colocar pontes de safena. Ele morreu na madrugada do dia 22/06/2015, aos 77 anos, vítima de insuficiência cardíaca.

Títulos

Flamengo Como Jogador
  • 1958 - Torneio Internacional de Israel
  • 1959 - Torneio Hexagonal de Lima
  • 1959 - Torneio do Início
  • 1961 - Torneio Rio-São Paulo
  • 1961 - Torneio Internacional de Verão Uruguai
  • 1962 - Torneio Internacional da Tunisia
  • 1963 - Campeonato Carioca
  • 1964 - Troféu Naranja
  • 1965 - Campeonato Carioca
  • 1965 - Torneio Gilberto Alves
  • 1968 - Troféu Mohammed IV
  • 1968 - Troféu Restelo


Flamengo Como Treinador
  • 1987 - Módulo Verde (Copa União)
  • 1988 - Taça Guanabara
  • 1991 - Taça Rio
  • 1991 - Campeonato Carioca
  • 1992 - Campeonato Brasileiro
  • 1992 - Taça dos Campeões Brasileiros (Taça Brahma)
  • 1992 - Troféu Eco-92
  • 1993 - Troféu Libertad
  • 1993 - Troféu Raul Plasmann
  • 1994 - Torneio Internacional de Kuala Lumpur
  • 1994 - Copa Pepsi Cup'94
  • 1999 - Campeonato Carioca
  • 1999 - Taça Guanabara
  • 1999 - Copa Mercosul
  • 2000 - Campeonato Carioca
  • 2000 - Taça Rio


Fonte: Wikipédia
Indicação: Miguel Sampaio