Portinho

ANTÔNIO PORTO FILHO
(71 anos)
Maestro, Arranjador, Clarinetista, Saxofonista e Compositor

☼ Rio Grande, RS (27/09/1925)
┼ São Paulo, SP (01/01/1997)

Antônio Porto Filho nasceu na cidade do Rio Grande, RS,  no dia 27/09/1925, numa família de músicos, onde o pai era trombonista, o avô sanfoneiro e o tio violonista.

Mudou-se ainda jovem para Porto Alegre, onde conheceu o conceituado violonista paulista Antonio Rago. A convite deste se radicou em São Paulo. Portinho tocou em várias orquestras e com grandes artistas, chegando inclusive a reger, como convidado, a Orquestra Jazz Sinfônica de São Paulo.

Participou nos anos 40 do regional de Claudionor Cruz, nos 50 do regional do Rago, e foi uma figura da história do rádio do Rio de Janeiro e de São Paulo.  Portinho assinou arranjos de alguns  discos  de renomados artistas, como Ângela MariaPaulo VanzoliniNelson GonçalvesWaldick Soriano, Noite IlustradaCláudia Barroso (descoberta por Portinho), entre tantos outros, incluindo ídolos da Jovem Guarda, como Ed CarlosDemétriusMartinhaMário FaisalWilson Miranda, e outros.   

O maestro também entrou também na "onda" da Jovem Guarda, tendo inclusive gravado o álbum "Portinho - O Maestro Iê-Iê-Iê", lançado em 1967 pela gravadora Continental. O destaque está na contracapa: um texto de Ronnie Von, redigido do próprio punho na madrugada de 06/07/1967, destacando as qualidades do músico e informando que "A Praça", grande sucesso do cantor na época, teve os arranjos assinados pelo maestro.


"Portinho veio confirmar um pensamento nosso sobre a inexistência da idade cronológica. Sua jovialidade suplantou a nossa, e, vindo de outra geração, enquadrou-se perfeitamente na era da harmonia musical eletrônica, aderindo à nossa causa e, conosco, levanta agora, ainda mais alto, a bandeira da música jovem."
(Ronnie Von)

De fato, o repertório é formado por sucessos da juventude, e o álbum foi produzido com o talento impar do maestro.

O maestro foi tão respeitado no meio artístico que o cantor Teixeirinha o homenageou na gravação da música "O Centro-Oeste Brasileiro".  O violonista de 7 cordas Ed Gagliardi disse que o mestre Portinho foi como as músicas que compôs: calmo, tranquilo e alegre.


Muitos discos produzidos, principalmente, nos anos 60 e 70, vinham com o nome do maestro Portinho como o responsável pelos arranjos. Além de figurar como um dos músicos mais requisitados em discos, que iam de Teixeirinha a Caetano Veloso, o maestro também gravou vários discos. Uma reportagem sobre o artista informa que foram 35 LPs orquestrais e 5 como solista, mas esses dados requerem melhor apuração.

A sua discografia é imensa, e só para citar dois excelentes álbuns, recordamos um, só com composições de Noel Rosa, intitulado "Noel Rosa e Portinho Dá Samba", e outro que gravou em 1973, com muitas músicas de Ary Barroso intitulado "Samba, o Melhor do Brasil".

Os seus últimos anos de atividade foram ensinando música na Universidade Livre de Música (ULM), em São Paulo.

Portinho faleceu no dia 01/01/1997, em São Paulo, SP, deixando um importante legado para a cultura musical brasileira.

Indicação: Miguel Sampaio

Péricles

PÉRICLES DE ANDRADE MARANHÃO
(37 anos)
Cartunista

☼ Recife, PE (14/08/1924)
┼ Rio de Janeiro, RJ (31/12/1961)

Péricles de Andrade Maranhão foi um cartunista brasileiro de grande sucesso nas décadas de 40 e 50. Ele foi um adolescente desenhista daquele com talento de enlouquecer qualquer professor. Jovem durante a fase áurea dos quadrinhos, por vezes imitou os traços de Dick Tracy, Agente Secreto X-9 e Flash Gordon.

Péricles nasceu no bairro do Espinheiro, no Recife, PE, no dia 14/08/1924, estudou no Colégio Marista e fez sua primeira charge para o Diário de Pernambuco. A charge viveu nas páginas de O Cruzeiro de 23/10/1943 a 03/02/1962.

Menor de idade, chegou ao Rio de Janeiro, com uma carta de recomendação para Leão Gondim de Oliveira, manda-chuva dos Diários Associados, de Assis Chateaubriand, então a mais poderosa rede de comunicações do país.

Em sua estréia, no dia 06/06/1942, era o funcionário mais jovem da empresa. Nove meses depois seu primeiro personagem cômico no Diário da Noite, Oliveira, o Trapalhão, já divertia os leitores.


No ano de 1943 a revista O Cruzeiro baseada numa equipe jovem e de qualidade, iniciou a revolução que faria nos anos seguintes se tornando a revista mais importante do Brasil. Péricles participou com um tipo humorístico que traduzisse "a verve típica e o humor carioca", que captasse "o estado de espírito daquele que vive no Rio de Janeiro, não importa onde tenha nascido".

Rabisca pra cá, rabisca para lá, Péricles colocou o lápis para pensar e emergiu uma figura que lhe parecia apropriada: Baixinho, cabelo penteado para trás à base de gumex, summer jacket, bigodinho safado e olhar de peixe morto. Fez tanto sucesso, que as tiradas que antes ficavam na capa e contra-capa passaram a ser dentro da revista, evitando que as pessoas apenas as folheassem sem pagar.

O Amigo da Onça foi utilizado para fazer jornalismo e críticas e em muitas situações o Amigo da Onça esculhamba instituições como o casamento, exército e a hipocrisia social contida no jogo de aparências. Estreou em 23/10/1943, capturando de imediato a atenção dos leitores.


Coube a Leão Gondim de Oliveira o batismo do personagem, baseado numa piada da época:

Dois caçadores conversam em seu acampamento:
- O que você faria se estivesse agora na selva e uma onça aparecesse na sua frente?
- Ora, dava um tiro nela.
- Mas se você não tivesse nenhuma arma de fogo?
- Bom, então eu matava ela com meu facão.
- E se você estivesse sem o facão?
- Apanhava um pedaço de pau.
- E se não tivesse nenhum pedaço de pau?
- Subiria na árvore mais próxima!
- E se não tivesse nenhuma árvore?
- Sairia correndo.
- E se você estivesse paralisado pelo medo?
Então, o outro, já irritado, retruca:
- Mas, afinal, você é meu amigo ou amigo da onça?


O sucesso do Amigo da Onça entre os leitores era enorme, mal se podia esperar pela próxima revista para vê-lo cometer as maiores maldades: Enganar um podre transeunte na rua, pregar uma peça na sogra, azedar com o cara que pedia dinheiro emprestado, botar uma armadilha para o chefe mal-humorado, etc.

O Amigo da Onça foi publicado durante mais de 20 anos ininterruptos em O Cruzeiro. Ao contrário de repórteres como David Nasser e Jean Manzon, desenhistas de humor como Carlos Estevão ou escritores como Rachel de Queiroz, que transformaram seus nomes em grifes, quão difícil era desvincular seu nome do personagem.

Dono de uma personalidade atormentada, o sucesso fez com que o cartunista passasse a odiar sua criação, pois era sempre citado como "O criador do Amigo da Onça". Apesar disso, continuou ilustrando suas histórias semanalmente, por 17 anos ininterruptos.

Comentário Crítico

O Amigo da Onça, é uma espécie de herói irônico ou "figura do homenzinho macunaímico que satiriza costumes e acontecimentos". O personagem encarna com olhar cínico e dissimulado o espírito de porco que se encontra em algum lugar entre o malandro carioca da Lapa e o grã-fino da vida mundana do Rio de Janeiro. Sempre alinhado, de cabelo engomado, calças pretas, paletó branco e gravata-borboleta, o Amigo da Onça está pronto para tirar vantagem de tudo, em geral colocando seus interlocutores em situações humilhantes e vexatórias.

O personagem nasceu na revista ilustrada O Cruzeiro, em 1943, inspirado no quadro The Enemies Of Man, da revista americana EsquireLeão Gondim de Oliveira, editor da revista brasileira, teve a idéia de criar uma figura fixa e convocou o desenhista Augusto Rodrigues para dar forma ao Amigo. Contudo, seu desenho solto parecia não combinar com o humor negro implacável do personagem. Então convidou o jovem Péricles, recém-chegado do Recife, PE, e já colaborador em outros periódicos dos Diários Associados de Assis Chateaubriand, com a série "Oliveira, o Trapalhão" da revista A Cigarra, para dar vida ao personagem. O homem de baixa estatura e nariz proeminente, desenhado em linhas bem-feitas e formas estilizadas, é prontamente aprovado.

Em popularidade, o Amigo da Onça tem antecedentes na história do humor gráfico brasileiro em figuras como Zé Povo, Jeca Tatu e Juca Pato. No entanto, diferentemente destes, não está associado aos oprimidos e sua luta. Ao contrário, em mais de mil páginas semanais, o Amigo da Onça assumiu diversos papéis sociais: é tanto o mendigo como o grã-fino, o chefe e o subalterno, o adulto e a criança, o ladrão e o policial, o retirante nordestino e o gaúcho, o náufrago e o comandante.

Tal mobilidade indica a universalidade na falta de valores e na suspensão de juízo crítico que orienta o personagem. Nos quadros do Amigo da Onça o leitor defronta um mundo cuja competição permanente exige ações livres de qualquer bom sentimento para quem quer ser vencedor. Nesse sentido, os quadros de Péricles - contemporâneo do teatro de Nelson Rodrigues, do projeto desenvolvimentista e da bossa nova - ironizam as afirmações de harmonia social advindas tanto da esquerda como da direita política e testemunham um processo de deterioração de valores sociais que se querem acima de qualquer poder ou exercício de exploração de um sobre o outro.

Por suas criações, Péricles é considerado um dos responsáveis pela inovação do humorismo brasileiro. Apesar dos diversos trabalhos de alta qualidade executados ao longo da vida - por exemplo, ao lado de Millôr Fernandes durante dez anos na coluna O Pif-Paf, também na revista O Cruzeiro, ou com charges políticas -, é com a figura baixinha do Amigo da Onça que o desenhista encontrou fama nacional.

Morte

Por trás da personalidade irreverente, havia uma pessoa muito sensível. No último dia do ano de 1961, sentindo-se só, suicidou-se abrindo o gás no seu apartamento em Copacabana, no Rio de Janeiro. Péricles era desquitado e estava longe dos parentes e amigos. Antes de cometer o suicídio, fixou na porta um cartaz onde se lia: "Não risquem fósforos".

Depois da morte de Péricles, o "Amigo da Onça" foi desenhado por Carlos Estevão, sendo publicado até 1972. Os diretores da revista O Cruzeiro queriam criar um personagem fixo e já tinham até o nome, adaptado de uma famosa anedota.

Sobre ele, escreveu o poeta Carlos Drummond de Andrade:

"A solidão do caricaturista seria talvez reação contra a personagem, que o perseguia, que lhe era necessária e que lhe travara os meios de comunicar-se e comungar com outros seres!"

Indicação: Miguel Sampaio

Branca Ribeiro

ADÉLIA ABUJAMRA
(70 anos)
Garota Propaganda

☼ (1937)
┼ São Paulo, SP (05/07/2007)

Branca Ribeiro, cujo nome real era Adélia Abujamra, foi uma das primeiras atrizes de comerciais da TV brasileira. Muito bonita e charmosa, fez sucesso, em todo os trabalhos que fez. Esteve na TV Tupi, na TV Paulista, na TV Excelsior, na TV Bandeirantes e na TV Record.

Salientou-se na apresentação do jornal "Mappin Movietone", em 1959, e também como apresentadora, ao lado de Cacilda Lanuza e do poeta Paulo Bonfim. Tinha bom improviso e isso lhe deu a chance de apresentar um programa que fez muito sucesso, intitulado "Festa Baile",  primeiro com Francisco Petrônio e depois com Agnaldo Rayol. Esse era um programa, em que todos se apresentavam em traje de gala, pois era um baile que acontecia, e com números de canto também. Foi um programa muito apreciado e Branca Ribeiro o enfeitava.

Ela também foi apresentadora do "Show de Notícias", da TV Excelsior. Branca Ribeiro ainda comandou o programa infantil "Parque Petistil".

Branca Ribeiro ganhou o Troféu Imprensa, em 1964, como melhor apresentadora e anunciadora.

Meire Nogueira, Branca Ribeiro, Ana Maria e Vininha de Moraes
Morte

Branca Ribeiro foi encontrada na quinta-feira, 05/07/2007. Segundo informações iniciais, ela havia morrido há pelo menos uma semana, e o corpo já estava em estado de decomposição. 

Branca Ribeiro tinha 70 anos e morava sozinha em um apartamento na Rua Peixoto Gomide, em São Paulo. Segundo informações passadas por uma amiga dela, identificada como Clélia, o zelador do prédio percebeu que ela não colocava o lixo para ser recolhido há vários dias, e chamou o genro da atriz que segundo ele, a atriz morreu em decorrência de problemas cardíacos. 

De acordo com Clélia, Branca Ribeiro seria prima do ator Antônio Abujamra.

Branca Ribeiro foi cremada no Crematório da Vila Alpina, por desejo expresso tempos antes, às suas amigas.

Fonte: Museu da TV e G1
Indicação: Miguel Sampaio

Renato Ladeira

RENATO LADEIRA
(63 anos)
Cantor e Tecladista

☼ Rio de Janeiro, RJ (04/05/1952)
┼ Rio de Janeiro, RJ (12/08/2015)

Renato Ladeira era filho do radialista César Ladeira e da atriz Renata Fronzi e do radialista e ator César Ladeira, que criou nomes artísticos como "A Pequena Notável", para Carmen Miranda, e "A Garota Grau Dez", para Emilinha Borba.

 um dos grandes nomes do rock nacional. Compôs a música "Faz Parte do Meu Show" com Cazuza. Ele foi integrante de bandas importantes como A Bolha, Bixo da Seda e Herva Doce.

Em 2009, Renato Ladeira concedeu uma entrevista a fanzine Sindromina, publicação criada e editada por um grupo de patobranquenses. Na conversa Renato Ladeira falou sobre sua trajetória musical e também sobre mochilão carona, e lugares inusitados, tema da terceira edição da fanzine:


Nas décadas de 60, 70 e 80, você participou de bandas como A Bolha, Herva Doce e Bixo da Seda. Certamente viajou bastante fazendo shows. Como avalia a experiência de conhecer novos mundos e culturas diferentes?
Tive a benção de começar a tocar aos 13 anos de idade na banda The Bubbles junto com meu irmão. Tocamos em vários programas de televisão ao vivo e shows dentro e fora do estado (anos 60). Com A Bolha toquei em todos os clubes do Rio de Janeiro. Ganhamos prêmio de melhor banda no Festival Internacional da Canção no Maracanãzinho em 1971. Gravamos alguns discos e já vivia da música desde então (anos 70). Com o Bixo da Seda gravamos no Rio de Janeiro o LP e fizemos shows também no Rio de Janeiro e no Rio Grande do Sul em vários lugares, foi uma experiência diferente (anos 70). O Herva Doce apareceu junto com as rádios FM no Brasil. Tocamos no Brasil inteiro, graças ao estouro do rock-pop nacional (anos 80). Mas o que posso dizer é que conheci muitos aeroportos, hotéis, restaurantes e clubes das cidades que fomos, era impossível sair para conhecer os lugares e suas culturas, apenas as pessoas dos lugares.
Fazer parte da cena musical num momento em que o rock descobria outros rumos e o país passava por situações conturbadas não é pra qualquer um. Quais são as suas lembranças daqueles tempos?
Foi uma época especial. Eu comecei com o rock nacional. Vivi seu nascimento, seu crescimento, seu amadurecimento. Foram várias épocas distintas. No início, muita ralação, falta de equipamentos, de infra-estrutura, de produção, de divulgação, mas a gente fazia, e fazia direito. Depois, tudo começou a aparecer, a divulgação, a produção, a infra-estrutura e os equipamentos. Nos anos 80 era tudo muito mais fácil, e por isso surgiram muitas bandas que ainda existem até hoje.
Em 2005, A Bolha regravou algumas músicas para o filme "1972”, e em 2007 lançou o CD "É Só Curtir". Depois de tantos anos de estrada e uma pausa prolongada na carreira da banda, o que dizer sobre essa união?
Posso te dizer que foi mágico. Quando nos reunimos para gravar para o filme, fomos para o estúdio de ensaio para ver se todos lembravam das músicas. E depois da primeira musica tocada, estávamos todos com os olhos mareados e com um sorriso de orelha à orelha. Adoro tocar com esses caras.
Tanto em sua vida pessoal quanto profissional, seja recentemente ou há muitos verões, você já pegou carona? Talvez tenha alguma história relacionada a caronas durante a sua juventude, poderia relembrá-la?
Foram poucas as caronas que pequei, se peguei. Porque desde os 18 anos tive o meu carrinho (Fusquinha), e era eu a dar carona para todo mundo.
O tema "mochilão, caronas e lugares inusitados" exerce ou já exerceu alguma influência em seu trabalho? Se sim, de que maneira essa influência se dá?
A idéia de aventura é uma das mais utilizadas nas criações, porque são ricas em novas emoções e nos dão experiência de vida e amadurecimento. Com certeza influi muito na cabeça de quem cria, seja texto, música ou empreendimento. Viajar enriquece a alma.

Herva Doce

Herva Doce foi uma banda de pop rock brasileira formada em 1982. Fizeram sucesso em 1982 com a canção "Erva Venenosa" e em 1985 com a canção "Amante Profissional".

A banda foi formada em 1982, durante o carnaval, quando Marcelo Sussekind e Renato Ladeira gravaram uma fita demo com quatro canções: "Volta Meu Bem", "Ganhei um Avião", "O Negócio é Relaxar" e "Não Faz Sentido". Esta última, se transformaria posteriormente num grande sucesso na voz de Ney Matogrosso.

Como "Volta Meu Bem" estava sendo bem executada na Rádio Cidade, Marcelo Sussekind e Renato Ladeira foram chamados pela EMI-Odeon para uma entrevista, posteriormente sendo contratados, mas com a condição de que fosse formada uma banda com eles.

Logo entrou o baterista Sérgio Della Mônica, baterista de Ney Matogrosso, que participou apenas da gravação do single "Volta Meu Bem" / "Ganhei um Avião".

Em novembro de 1982 lançaram seu álbum de estreia, agora com novos integrantes: Paul de Castro (guitarra), Roberto Lly (baixo), e Pena (bateria). A canção de maior sucesso desse álbum foi "Erva Venenosa", versão de "Poison Ivy", uma canção de 1959 do conjunto The Coasters, composta por Jerry Leiber e Mike Stoller.

Em 18/06/1983, a banda abriu o show da Kiss no estádio do Maracanã, tendo se apresentado para um público de mais de 200 mil pessoas. No mesmo ano lançaram seu segundo e último álbum pela EMI. Logo após assinaram com a gravadora RCA Victor. Nessa época, a formação da banda era Renato Ladeira (teclados e vocais), Fred Maciel (bateria e vocais), Roberto Lly (baixo e vocais) e Marcelo Sussekind (guitarra e vocais).

O primeiro LP pela RCA Vicor, lançado em 1985, trazia a faixa-título "Amante Profissional", que foi um grande sucesso.

Em 1986, lançaram o último álbum de estúdio, "Desastre Mental".

Morte

Renato Ladeira morreu por volta das 23:00 hs de quarta-feira, 12/08/2015, em sua casa no Rio de Janeiro, RJ, aos 63 anos, vítima de uma parada cardiorrespiratória.

O corpo de Renato Ladeira foi enterrado às 16:00 hs de quinta-feira, 13/08/2015, no Jardim da Saudade, em Sulacap, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. O corpo começou a ser velado às 14:30 hs na Capela A.

Antônio Venâncio

ANTÔNIO VENÂNCIO DA SILVA
(86 anos)
Empresário

☼ Assaré, CE (1911)
┼ Rio de Janeiro, RJ (15/10/1997)

O nome do cearense Antônio Venâncio da Silva é uma das marcas de Brasília. Sertanejo semi-analfabeto, construiu um império de R$ 200 milhões em imóveis. Tentava imortalizar o próprio sucesso a cada prédio erguido. Assim, foram se sucedendo os edifícios Venâncio 1, 2, 3, 4, 5, 6... A fortuna cresceu junto com a numeração. Os dois últimos prédios, grandes shoppings populares no coração da cidade, foram batizados de Venâncio 2000 e Venâncio 3000. Em péssimo estado de conservação, são o retrato da decadência dos empreendimentos.

Antônio Venâncio constituiu uma família incomum. Aos 17 anos, casou-se com Antônia Odontina de Souza, em Santana do Cariri, no interior do Ceará. Não tiveram filhos. Odontina sentia-se culpada pela infertilidade e aceitava os filhos que o marido tinha fora do casamento. Cinco, segundo a conta oficial. Ou sete, se forem considerados todos os que buscam na Justiça o reconhecimento de paternidade. Frequentavam a casa do pai. As velhas fotos de família mostram os filhos reunidos nos aniversários. A tolerância era aparente. Devia-se ao patriarca e à mão de ferro com que governava empresas e herdeiros.

Depois do enterro de Antônio Venâncio, os filhos só se reuniram uma vez. Foi na Vara de Família, com dez seguranças dentro da sala e detector de metais na porta. As velhas fotos fazem parte agora dos processos em que os irmãos Antônio Venilson e Maria Verenice da Silva tentam provar que são filhos de Antônio Venâncio e têm direito a parte do espólio. "Até a semelhança dos nomes prova a ligação", diz Venilson.

Venâncio 2000 em Brasília (Foto Diurna)
Antônio Venâncio era um conquistador assumido. Na última casa em que morou, uma mansão de 2 mil metros quadrados, o quarto era decorado com espelhos no teto e cama redonda. Viveu com várias mulheres, mas nunca pediu a separação formal de Antônia Odontina. Os dois chegaram a comemorar com missa as bodas de ouro, em 1979. Ela aparece como sócia em quase todas as empresas abertas pelo marido e figura nos testamentos como dona de metade dos bens do casal.

Antônio Venâncio nasceu pobre, filho de pequenos agricultores. Aos 16 anos, intermediou a venda de um terreno no sertão. O comprador foi o Padre Cícero Romão Batista, já com alguma fama de santo no Nordeste. Sob as bênçãos do Padre Cícero, iniciou os negócios e fez de tudo. Durante a Segunda Guerra Mundial, explorava cera de carnaúba e revendia pneus usados.

Mudou-se para o Rio de Janeiro e investiu em construção. Lançou em Copacabana sua primeira série de edifícios. Antônio Venâncio chegou a Brasília rico, mas foi na Capital Federal que entrou para o clube dos arquimilionários. Quando morreu, tinha R$ 10 milhões numa conta corrente do Banco do Brasil. O restante da fortuna estava investido na empresa que administra os shoppings.

A briga dos herdeiros é pelo controle da holding familiar. De um lado está José Nicodemos, o filho mais velho, de 62 anos, que dividia com o pai a administração das empresas. Seu trunfo é ser o único herdeiro de Antônia Odontina. Isso lhe garantiria a metade dos bens. A outra metade, correspondente a Antônio Venâncio, seria dividida entre ele e os outros quatro filhos oficialmente reconhecidos - André, Rafael, Priscila e Venâncio Júnior.

Venâncio 2000 em Brasília (Foto Noturna)
Os quatro contestam o testamento. Alegam que o pai era menor de idade quando se casou com Odontina, portanto os dois não poderiam ter adotado o regime de comunhão de bens. Além disso, acusam José Nicodemos de ter gerenciado mal as empresas. As denúncias fazem parte do processo na Justiça. José Nicodemos teria pago despesas pessoais com vales da empresa. Apenas no mês de maio de 1998 os vales somariam R$ 265 mil. Fez isso sem abrir mão do salário mensal de R$ 19.500. José Nicodemos diz que todos os irmãos retiravam dinheiro das empresas.

No dia 15/10/1997, enquanto o pai era velado no Rio de Janeiro, José Nicodemos registrava em ata uma reunião dos condomínios dos dois shoppings, supostamente realizada em Brasília. A ata confirma a presença do morto na reunião, que aprovou despesas de R$ 1,7 milhão nos prédios. André e Venâncio Júnior ganharam lugar na diretoria da empresa e alijaram José Nicodemos. A disputa entre os diretores paralisa a companhia. Os herdeiros calculam que o valor dos dois shoppings caiu pela metade.

José Nicodemos ganhou na Justiça o direito de sacar cerca de R$ 5 milhões da conta que o pai mantinha no Banco do Brasil. O juiz Silvânio Santos autorizou o saque no último dia de expediente do Poder Judiciário, enquanto os outros herdeiros ainda tentavam um recurso. O advogado de José Nicodemos, Jonas Cruz, é padrinho da filha de Silvânio Santos. Mesmo assim ele não se considera suspeito para julgar o caso: "A lei diz que só há suspeição se o juiz for amigo íntimo de uma das partes do processo, não do advogado", argumentou.

Desde a morte do patriarca, em outubro de 1997, aos 86 anos, a família briga pela herança. A cada sentença judicial o comando das empresas muda de dono.

Venâncio 3000, atualmente Shopping ID em Brasília
O Império dos Venâncios em Brasília

Poucos brasilienses e visitantes que trafegam pela Via S1 tem conhecimento que seis prédios que formam o complexo comercial conhecido por Conic, foram construídos pelo empresário cearense Antônio Venâncio da Silva, natural do Assaré. Além dos Edifícios Venâncios II, III, IV, V e VI o ex-agricultou que residiu na Taboquinha altaneirense, construiu um verdadeiro império na Capital Federal no ramo imobiliário, inclusive com dois centros comerciais que marcaram época.

Na Taboquinha existe uma lenda que o jovem Antônio Venâncio enganou uma velha senhora e desenterrou um butija (pote com ouro e prata) e fugiu para o Rio de Janeiro onde fez sua fortuna. 

O primeiro imóvel construído por Antônio Venâncio foi o Edifício Venâncio I, localizado na Avenina Nossa Senhora de Copacabana em área nobre do Rio de Janeiro, antes da transferência da Capital Federal para Brasília.

Já os brasilienses são mais familiarizados com outros, os dois centros de compras da família, o Venâncio 2000 e o Venâncio 3000 (atual Shopping ID), ambos os empreendimentos foram construídos na década de 70 do século passado.

Os dois shoppings, sobretudo o Venâncio 2000, representaram uma mudança no varejo na Capital Federal e no comportamento dos consumidores. Até então, era na Avenida W3 Sul onde se encontravam o bom comércio e as boas lojas, além do grande divertimento dos brasilienses da época: "flanar" por suas calçadas, olhar as vitrines, além de ver e ser visto pela sociedade local.

Com a construção do primeiro shopping da capital, o Venâncio 2000, naturalmente os consumidores migraram da Avenida W3 Sul para o centro de compras, pois encontravam tudo o que precisavam em um só lugar, não precisavam mais percorrer as longas distâncias entre as lojas e estavam protegidos do sol inclemente do cerrado, além das intermitentes chuvas que assolavam Brasília na época do verão.

Conic (Complexo de Edifícios Venâncio em Brasília)
Ambos os centros comerciais possuem endereços privilegiados: Venâncio 2000 no Setor Comercial Sul (SCS) quadra 8 e o Venâncio 3000 no Setor Comercial Norte (SCN) quadra 6. Por terem sido construídos num período onde o preço do m² no centro da cidade era mais barato, ambos os empreendimentos possuem corredores bastante largos e todas as suas lojas possuem dimensões maiores, inclusive, das encontradas nas lojas âncora dos shoppings atuais.

O falecimento de Antônio Venâncio em outubro de 1997 expõe a verdadeira guerra que seu herdeiros (cinco legalmente reconhecidos mais dois que não eram reconhecidos, quando da sua morte) travavam dentro da família e que espólio do rico empresário cearense só tornou mais acirrada. Os bens deixados pelo Antônio Venâncio já foram avaliados em mais R$ 400 milhões, constituído de 10.000 salas e lojas comerciais, 2 shoppings centers, quatro casas em Brasília, um apartamento no Rio de Janeiro, as cotas da empresa que administra os bens e R$ 10 milhões depositados numa conta bancária no Banco Brasil.

Em meio a várias disputas judiciais dignas de enredo de novela, ambos os shoppings foram entrando em decadência. Suas instalações ficaram obsoletas e a chegada de empreendimentos concorrentes, só agravou o problema.

Tentativas para reerguer ambos os shoppings são frequentemente anunciadas como a da livraria FNAC, que antes de optar pelo Park Shopping cogitou em ser condômina dos Venâncios e o departamento cultural do Unibanco, mas ante ao embrolho judicial desistiram. Outra solução encontrada foi a de alugar os espaços para a sede de empresas estatais como a EBC e a Eletronorte que depositam mensalmente o aluguel numa conta bancária sob administração judicial. Além dessas medidas, ocorreu, também, o retrofit do Venâncio 3000 e sua transformação em shopping de móveis e decoração, o Shopping ID, buscando a loja paulista Etna para âncora do empreendimento.

Antonio Akira

ANTONIO AKIRA
(27 anos)
Dublador

☼ (1988)
┼ São Paulo, SP (26/07/2015)

Antonio Akira era conhecido por ter emprestado sua voz às séries "Cavaleiros do Zodíaco: Série Ômega" e "Teenage Mutant Ninja", versão atual de "Tartarugas Ninja"Antonio Akira fazia a voz do personagem Ryuho de Dragão em "Os Cavaleiros do Zodíaco" e ao tartaruga ninja Leonardo, em uma versão recente do desenho, em 2012.

"Os Cavaleiros do Zodíaco" foi transmitido pela primeira vez na década de 90, pela extinta TV Manchete, e se tornou um fenômeno do público infantil.

Já em 2004, foi reexibido pela Band, porém com algum trabalho de edição, já que o desenho original tinha bastante violência. A série dublada por Antonio Akira foi uma segunda fase do "Cavaleiros do Zodíaco", que estreou no Japão em 2012.

Entrevista Com Antonio Akira

Vamos conhecer um pouco mais sobre Antonio Akira o dublador do Ryuho da nova saga de "Cavaleiros do Zodíaco: Série Ômega". Akira, como prefere ser chamado, é um dublador novato, mais já com muita experiência na dublagem, tanto que antes do Ryuho, foi chamado para dublar o Leonardo na nova série das "Tartarugas Ninjas" da Nickelodeon.

01: Conte um pouco sobre você antes de conhecer a dublagem até o momento que você decidiu se tornar um dublador.
Akira: Eu fazia teatro antes de começar a dublar, acabei descobrindo que ia abrir uma escola de dublagem, no caso a Dubrasil, já tinha feito uma pequena oficina antes de dublagem, mas foi com o curso na Dubrasil que comecei a gostar ainda mais da profissão.

02: Fale dos seus primeiros trabalhos na dublagem.
Akira: Meu primeiro trabalho foi a dublagem de uma novela portuguesa, lembro que quando fiquei sabendo que tinha passado no meu primeiro teste para dublar numa novela quase nem acreditei, tinha pensado até que era um trote quando o estúdio me ligou dizendo que eu tinha passado no teste.

03: Como foi entrar no mundo dos animes dublando primeiramente o Nakahito e agora sendo presenteado com o Ryuho?
Akira: Foi muito marcante dublar o Nakahito mesmo não sendo um personagem tão conhecido pelos fãs de anime, primeiramente pelo fato de eu ter tido a chance de dublar no maior estúdio de dublagem de São Paulo que era a Álamo, e segundo por ter sido dirigido por uma das pessoas que mais admiro como profissional que é a Marli Bortoletto. Gostei muito do resultado desses anime. E sobre dublar o Ryuho é uma honra, pois faço parte de uma equipe de dubladores de diversas gerações, isso possibilita meu crescimento como profissional e sem falar do carinho que os fãs da série tem por nós, deixa nosso trabalho mais especial ainda.

04: Fale um pouco sobre o Nakahito.
Akira: O Nakahito era um garoto tímido e muito medroso, até que acidentalmente beija uma androide que se apaixona por ele. Ao passar dos episódios ele se vê envolvido em situações que forçam ele deixar o medo de lado e isso faz com que ele amadureça.



05: Agora vamos para "Cavaleiros do Zodíaco, Ômega": Qual foi sua sensação ao ganhar o Ryuho e participar da continuação da série que chega para inovar?
Akira: Nem sei explicar a reação quando soube que tinha ganhado o teste. Ainda não caiu a ficha que vou dublar um anime tão icônico para uma geração inteira que cresceu assistindo esse anime. Fico ansioso também para saber a reações dos fãs aos assistirem a versão dublada, pois eles são muito exigentes. Mas uma coisa eu digo, estamos dublando "Cavaleiros do Zodíaco" com todo o carinho possível.

06: Você pode contar alguma novidade sobre o Ômega?
Akira: Bom, dublei só os primeiros episódios então não aconteceu muita coisa de marcante para que eu possa adiantar para os fãs que ainda não viram ao anime. Em relação aos dubladores geralmente eu fico sabendo quem vai dublar quem quando a notícia sai nos sites.

07: O que você espera do Ryuho?
Akira: Espero que meu trabalho possa ficar mais conhecido pelo Brasil , agradando todos os fãs da série e assim possa me trazer mais personagens tão especiais como o Ryuho.

08: Mande uma mensagem para os fãs de "Cavaleiros do Zodíaco".
Akira: Queria agradecer a todos os fãs pelas mensagens de incentivando nosso trabalho e dizer que o carinho deles faz uma grande diferença na hora em que vamos dublar. Continuem assim!

09: Agora vamos para outro trabalho conhecido seu: É o Leonardo, como anda a dublagem de "Tartarugas Ninjas".
Akira: A dublagem das "Tartarugas Ninja" também está a todo vapor, um trabalho muito especial pra mim também espero que a segunda temporada chegue logo no Brasil.

10: Para terminar mande uma mensagem especial para os amantes da dublagem.
Akira: Quero agradecer pelo carinho que eles tem por nosso trabalho!

Morte

Antônio Akira morreu em São Paulo no domingo, 26/07/2015, aos 27 anos, vítima de uma meningite fúngica, uma bactéria que se alojou no cérebro e depois passou para os pulmões, depois de ficar internado por duas semanas no Hospital da Luz, na Vila Mariana, Zona Sul da capital paulista.

A notícia foi confirmada pelo dublador Robson Kumode, amigo de Antonio Akira, a quem considerava um irmão. Segundo ele, no início do mês de julho de 2015, o jovem sentiu fortes dores de cabeça e acabou sendo internado no Hospital da Luz, na Vila Mariana, por duas semanas. Os médicos identificaram que ele tinha meningite do tipo fúngica, que acabou causando uma pneumonia.

"Ele teve quatro paradas cardíacas, e acabou entrando em coma. No domingo pela manhã, depois de um exame clínico, os médicos disseram que ele não resistiria, e fariam exames para confirmar a morte cerebral. À noite ele teve mais duas paradas cardíacas e faleceu por volta das 21:00 hs"

O corpo do jovem foi velado no Cemitério da Vila Mariana, na segunda-feira, 27/07/2015, e cremado no fim da tarde no Crematório Vila Alpina.

Antonio Akira tinha dois irmãos por parte de pai, e era o único filho por parte de mãe. Segundo Robson Kumode, a família ficou bastante abalada. O dublador lembra que ele e Antonio Akira começaram a trabalhar juntos em São Paulo.

"Conheci ele há dez anos, e éramos muito amigos. Começamos juntos, e as pessoas até confundiam a gente. E moramos juntos com outro amigo dublador. Era como se fosse um irmão, e ele me consultava para falar as coisas, me procurava para puxar a orelha dele!"

Nas redes sociais, centenas de fãs do dublador deixaram mensagens de carinho. Muitos lembraram os personagens Ryuho e Leonardo, e deixaram mensagens de apoio os familiares do rapaz.

Indicação: Miguel Sampaio

Orlando Orfei

ORLANDO ORFEI
(95 anos)
Empresário Circense, Domador, Pintor, Dublê, Ator, Pintor e Escritor

☼ Riva del Garda, Itália (08/07/1920)
┼ Rio de Janeiro, RJ (01/08/2015)

Orlando Orfei foi um empresário circense, domador, pintor, escritor, dublê de cinema e ator italiano radicado no Brasil. Foi o fundador do tradicional Circo Orlando Orfei.

A história dos Orfei teve início em 1822 quando o então seminarista Paulo Orfei conheceu uma jovem da família Massari no conservatório da cidade italiana de Ferrara. Os dois se apaixonaram e ele abandonou a vida eclesiástica e decidiu pedir a mão da moça em casamento. Como a família se opôs, os dois fugiram e se refugiam com ciganos que viajavam pela Itália.

Três anos depois, em 1825, nasceu o primeiro Circo Orfei. O jovem Orlando Orfei, neto de Paulo Orfei, estreou no picadeiro aos 6 anos como palhacinho dentro das calças do irmão palhaço, que a um certo momento do esquete o retirava como se estivesse grávido.

Depois disso, dos 9 aos 15 anos foi malabarista - um dos números mais difíceis -, equilibrista, ciclista acrobático e mágico aos 18 anos.


Em 1956 um domador alemão deixou a companhia e Orlando Orfei decidiu se tornar domador, o que o levou a ser considerado um dos melhores do mundo, por seu estilo descontraído de tratar os animais.

Orlando Orfei foi responsável por inúmeras invenções do circo moderno: quando os circos eram obrigados a encerrar temporadas por causa do inverno rigoroso da Europa, Orlando Orfei inventou a calefação a diesel. Convenceu seu amigo Canobbio, hoje o mais famoso fabricante de lonas de circo do mundo, a construir a primeira lona de plástico, quando as lonas eram de algodão, impagáveis devido ao seu alto custo e com pouco tempo de vida.

Enfrentou o irmão Paridi, seu sócio, ao idealizar o cartaz de 4 folhas e assim aumentar a eficácia dos cartazes de colagem urbana. O som central utilizando a concavidade do interior do circo, a propaganda aérea, as águas dançantes e principalmente seu modo inigualável de domar os animais.

Orlando Orfei foi também pintor, escritor e músico, apesar de não poder tocar mais já que teve um acidente com uma de suas leoas onde perdeu a articulação de um dos dedos das mãos. Na pintura, teve suas obras reconhecidas como herdeiras da arte alemã, por especialistas e, durante anos, teve suas telas expostas na Sala Antonina uma das mais importantes galerias de Roma, por indicação do cardeal Fanini, seu amigo do Vaticano.

Entrega da Grã Cruz da Ordem do Mérito Cultural 2012
Condecorações

Orlando Orfei foi condecorado pelo Governo Italiano como Cavalheiro Oficial da República. No Rio de Janeiro, São Paulo e Goiânia é Cidadão Honorário. Recebeu o título de Cidadão Carioca pelo município do Rio de Janeiro e de Cidadão Iguaçuano, em 2010, pela Câmara Municipal de Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro.

Foi recebido pelo Papa Pio XII, Papa Paulo XVI e Papa João Paulo II. Mas foi o Papa João XXIII, que ao recebê-lo 5 vezes disse-lhe: "Orlando, o teu trabalho é um apostolado de paz, continua a levar ao mundo às famílias cristãs a alegria".

Em 2012 que foi agraciado pela mais alta honraria do governo brasileiro, aos cidadãos que prestaram relevantes serviços à cultura brasileira. Recebeu das mãos da presidente do Brasil, Dilma Rousseff, a Grã-Cruz do Mérito Cultural, em cerimônia realizada no Palácio do Planalto, dia 05/11/2012.

Em 1968 decidiu aventurar-se na América Latina e estreou em São Paulo na Praça Princesa Isabel. Logo se apaixonou pelo Brasil e decidiu ficar, deixando na Itália um legado inestimável de tradição e cultura circense, com seus parentes que seguem até hoje com o nome Orfei.


Tivoli Park

Em 1972, inaugurou o Tivoli Park da Lagoa, que levou alegria, a uma geração, durante duas décadas. O Tivoli Park encerrou suas atividades em 17/12/1995.

Turnê Pela América Latina

Em 1985, saiu do Rio de Janeiro, num navio cargueiro da Grimaldi e foi até Manaus. De Manaus a Boa Vista, o circo subiu o Rio Solimões em barcaças, levando mais de 100 veículos e o avião de propaganda. Entrou na Venezuela por terra. Depois, Colômbia, Equador, Peru, Bolívia, Chile, Argentina, Uruguai, Paraguai e retornou ao Brasil em 1990.

Orlando Orfei continuou seu "Apostolado de Paz", seguindo as palavras do Papa João XXIII, e continuou a homenagear seu público, com as "Águas Dançantes", sua grande interpretação e considerado um dos números circenses mais lindos do mundo, agora interpretadas por seu filho Mário Orfei.

Em 2008, Orlando Orfei fez sua última apresentação antes de morrer em 2015.

Documentário "Orlando Orfei, o Homem do Circo Vivo"

No dia 24/11/2013, foi apresentado em avant-première o documentário "Orlando Orfei, o Homem do Circo Vivo", o filme que mostra a trajetória do maior domador de feras que o mundo conheceu. Comoveu a plateia, mostrando a importância de Orlando e da família Orfei para o circo mundial.

O longa metragem dá ao personagem um recorte surpreendente, mostrando um Orlando Orfei visionário e inovador na arte dos picadeiros. Produzido pela Camera2 do premiado diretor Sylas Andrade, o filme de 85 minutos está divido em duas partes: Até 1968, quando Orfei veio ao Brasil, com o Festival Mundial do Circo e os 45 anos de permanência no Brasil.

Os depoimentos de irmãos, filhos, sobrinhos e circenses que ainda mantém a tradição do circo vivo na Itália, emocionaram a todos os presentes. Apesar de Orfei ter voltado diversas vezes à terra natal durante estas quatro décadas, nota-se que laços que nunca serão quebrados.

Morte

Orlando Orfei morreu na noite de sábado, 01/08/2015, aos 95 anos, vítima de pneumonia. O artista estava internado no Hospital do Coração de Duque de Caxias (HSCOR), na Baixada Fluminense, desde o dia 16/07/2015.

Orlando Orfei deixou seis filhos, treze netos e seis bisnetos. O corpo do artista será velado na segunda-feira, 03/01/2015, a partir das 14:00 hs, no Cemitério Jardim da Saudade de Mesquita. O enterro ocorrerá na terça-feira, 04/01/2015, no mesmo cemitério.

Fonte: WikipédiaG1
Indicação: Miguel Sampaio

Içami Tiba

IÇAMI TIBA
(74 anos)
Psiquiatra, Colunista, Escritor e Palestrante

☼ Tapiraí, SP (15/03/1941)
┼ São Paulo, SP (02/08/2015)

Içami Tiba foi um médico psiquiatra, psico-dramatista, colunista, escritor de livros sobre educação familiar e escolar e palestrante brasileiro. Professor em diversos cursos no Brasil e no exterior, criou a Teoria da Integração Relacional, que facilita o entendimento e a aplicação da psicologia por pais e educadores. Como palestrante Içami Tiba fez mais de 3.200 participações de eventos do gênero, tanto no Brasil como em outros países.

Filho de imigrantes japoneses, que chegaram ao Brasil por conta das dificuldades que passaram, em consequência dos tempos de guerra que o Japão passava. Seus pais chegaram ao Brasil em 1936, juntamente com outros familiares. Construíram em Tapiraí, SP, um armazém de alvenaria, chamada de Casa Tiba - Secos e Molhados. E aos fundos desse estabelecimento era a casa da família Tiba e também local de nascimento de Içami Tiba, onde vivia com os pais, irmãos, avós e mais uns irmãos caçulas de seu pai.

Sonhou em ser caminhoneiro, mas inspirado pelo médico da cidade de Piedade, Drº Imamura, resolveu ser médico, quando este foi atender sua família em Tapiraí.

Formou-se em medicina pela Universidade de São Paulo (USP), em 1968. Em seguida especializou-se em psiquiatria pelo Hospital de Clínicas da mesma Universidade, onde foi professor assistente por sete anos.

Entre seus diversos títulos, encontram-se os de Membro da Equipe Técnica da Associação Parceria Contra Drogas (APCD), membro eleito do Board Of Directors Of The International Association Of Group Psychotherapy, professor-supervisor de Psicodrama de Adolescentes pela Federação Brasileira de Psicodrama, conselheiro do Instituto Nacional de Capacitação e Educação Para o Trabalho, conselheiro do Instituto Via de Acesso, ONG de capacitação e educação de jovens para o mercado de trabalho.

Sua especialidade era a psicoterapia para adolescentes e suas famílias, atendendo, em sua clínica particular mais de dois mil pacientes a cada ano, aos quais aplicava os princípios da Teoria da Integração Relacional, por ele próprio criada, e técnicas de psicodrama.


Para Içami Tiba, a maior parte dos problemas psíquicos dos adolescentes pode ser atribuída ao comportamento de seus pais, que agem eles próprios como adolescentes. Esses pais, na expressão criada pelo médico, estariam vivendo numa fase de "adultescência".

Segundo uma pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (IBOPE), a pedido do Conselho Federal de Psicologia, seu nome está em terceiro lugar como o autor de pesquisa e referência, antecedido por Freud (1° lugar) e Jung (2° lugar). Há três décadas que trabalhava com adolescentes e conflitos familiares, Içami Tiba atualmente era um dos maiores especialistas nessa área no Brasil.

Içami Tiba mantinha colunas no Jornal da Tarde de São Paulo no Caderno de Educação, e Revista Viva São Paulo na seção Pais & Filhos, bem como o programa semanal "Quem Ama, Educa!" na Rede Vida de Televisão. Recentemente, tornou-se colunista do portal UOL no link de educação, escrevendo artigos quinzenalmente.

Com 22 obras publicadas e regularmente reeditadas, foi campeão absoluto de vendas de livros no Brasil em 2003, segundo a Revista Veja.

Lançado em 2002, o clássico "Quem Ama Educa!", já passou de 170 edições, um verdadeiro fenômeno editorial no Brasil. Foi editado em Portugal, Espanha e Itália, e vendeu mais de 1 milhão de exemplares, considerando a também a versão atualizada.

Seu livro, "Quem Ama, Educa! Formando Cidadãos Éticos" chegou às livrarias em 2007. A nova versão, totalmente revista e atualizada, traz a visão do autor sobre a importância da educação dos pais na vida dos filhos.

Suas obras foram referência para pais, filhos, educadores, psicólogos, psiquiatras e psicopedagogos. Içami Tiba tinha uma visão considerada moderna e adequada aos dias atuais. Ele foi reconhecido por usar uma linguagem coloquial e bem humorado.

Morte

Içami Tiba morreu em São Paulo, no domingo, 02/08/2015, às 19:00 hs. Ele estava internado no Hospital Sírio Libanês para tratamento de um câncer desde janeiro de 2015, mas a causa da morte não foi divulgada. O velório ocorrerá no Cemitério do Morumbi, em São Paulo, na segunda-feira, 03/08/2015, a partir das 08:00 hs. O sepultamento está programado para 16:00 hs, no mesmo local.

Içami Tiba deixou a mulher Maria Natércia, os filhos Natércia Tiba, André Luiz Martins Tiba e Luciana Martins Tiba, os netos Kaká e Dudu.

Obras

  • 1985 - Sexo e Adolescência
  • 1986 - Puberdade e Adolescência
  • 1989 - Saiba Mais Sobre Maconha e Jovens
  • 1994 - 123 Respostas Sobre Drogas
  • 1994 - Adolescência, o Despertar do Sexo
  • 1995 - Seja Feliz, Meu Filho
  • 1995 - Abaixo a Irritação
  • 1996 - Disciplina, Limite na Medida Certa
  • 1998 - O(A) Executivo(a) & Sua Família - O Sucesso dos Pais Não Garante a Felicidade dos Filhos
  • 1998 - Amor, Felicidade & Cia.
  • 1998 - Ensinar Aprendendo
  • 1999 - Anjos Caídos - Como Prevenir e Eliminar as Drogas na Vida do Adolescente
  • 2001 - Obrigado, Minha Esposa
  • 2002 - Quem Ama, Educa!
  • 2004 - Homem-Cobra, Mulher-Polvo
  • 2008 - Adolescentes: Quem Ama, Educa!

Entre 2006 e 2007 lançou as versões revisadas e atualizadas dos livros:

  • 2008 - Disciplina: Limite na Medida Certa. Novos Paradigmas
  • 2008 - Ensinar Aprendendo. Novos Paradigmas na Educação
  • 2007 - Educação & Amor
  • 2007 - Seja Feliz, Meu Filho
  • 2008 - Juventude & Drogas: Anjos Caídos
  • 2008 - Quem Ama, Educa! Formando Cidadãos Éticos

Fonte: Wikipédia e G1