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Lobo da Costa

FRANCISCO LOBO DA COSTA
(34 anos)
Poeta, Jornalista e Teatrólogo

* Pelotas, RS (12/07/1853)
+ Pelotas, RS (18/06/1888)

Francisco Lobo da Costa foi um poeta, jornalista e teatrólogo brasileiro. Marcado pelo "Mal do Século", Lobo da Costa é um dos nomes mais expressivos do movimento romântico da Literatura do Rio Grande do Sul.

Nascido na cidade de Pelotas, RS, no dia 12 de julho de 1853, Francisco Lobo da Costa é considerado um dos principais escritores Românticos do século XIX, conforme atestam autores e críticos. Seus genitores eram o catarinense Antônio Cardoso da Costa, e Jacinta Júlia Lobo da Costa, baiana, que por ocasião do término da Revolução Farroupilha transferiram-se para Pelotas e uniram-se em sociedade com um irmão abrindo um estabelecimento comercial, conforme nos relata a professora Ângela Sapper em seu livro "Lobo da Costa - Obra Completa". Mais adiante, com a Guerra do Paraguai, um clima de civismo envolveu a Princesa do Sul e seu pai entrou como instrutor da Guarda Nacional, influenciando o pequeno Francisco que, apesar de seus doze anos de idade, entusiasma-se com a causa bélica enaltecendo o sucesso da Armada Nacional em versos publicados no jornal Eco do Sul, da cidade de Rio Grande.

Com os negócios da família não indo bem, Lobo da Costa empregou-se em um cartório e mais adiante numa agência de telégrafo onde pela falta de movimento em sua seção punha-se a ler e escrever versos que publicava na imprensa. Contemporâneo de Fernando Osório, Aquiles Porto Alegre e Bernardo Taveira Junior, teve contato com os mesmos através do jornal literário A Arcádia onde atuavam como colaboradores. Em 1869 passou a dedicar-se exclusivamente as letras e seguindo sua vocação fundou o jornal Castália que teve pouca duração.

Lobo da Costa aos 12 Anos
Comungando de ideais abolicionistas e republicano, estabeleceu com os jovens políticos da época, entre eles Fernando Osório, duradoura amizade, o que proporcionou-lhe frequentar a sociedade e encantá-la com seus versos e recitações. Nesta época conheceu Saturnino Epaminondas de Arruda com quem atou laços de amizade e passou a frequentar sua residência onde se reunia a sociedade elegante nos finais de semana.  Lá, encontrava-se com Saturnina Elvira, irmã do amigo, por quem enamorou-se e sendo correspondido transformou-a em sua musa inspiradora.

Em 1872 transferiu-se para Rio Grande e no jornal Eco do Sul onde trabalhava, imprimiu e editou o livro de poemas "Rosas Pálidas" e o romance "Espinhos d’Alma", além disso escreveu para o teatro e foi colaborador de diversos jornais até conhecer Múcio Teixeira com quem fez amizade e retornou a Pelotas. No mesmo ano, a convite de amigos visitou e hospedou-se na Estância de Molhos, no Uruguai, onde certamente encontrou com Saturnina Elvira. Por sentir que carecia de uma formação cultural mais consistente para ascender socialmente mudou-se para São Paulo, onde ficou um ano, a fim de tentar a faculdade de Direito. Durante este período publicou o livro "Lucubrações", por intermédio do poeta gaúcho Carlos Ferreira, residente em Campinas.

Não logrando êxito no curso preparatório para a faculdade e tendo sua saúde abalada devido a sua vida desregrada na companhia de outros estudantes, retornou a Pelotas passando antes por Santa Catarina onde recuperou-se de sua enfermidade na casa de seu tio José Cardoso Costa. Sua chegada a Desterro, hoje Florianópolis, já reconhecido como poeta, foi homenageada pela Associação Musical Trajano e, agradecido, publicou em "O Conservador" sua emoção. Foi ainda "O Conservador" que registrou através de publicações de poemas e textos sua estada de alguns meses em Santa Catarina.

Já recuperado da enfermidade, adiou sua volta a Pelotas para ocupar temporariamente cargo no gabinete do presidente da Província e após, seguiu viagem.   Com sua chegada a Pelotas reiniciou suas diligências na imprensa e manteve sua produção literária participando regularmente de atividades culturais. Em 1875 publicou um de seus mais notáveis poemas: "Aquele Ranchinho". Dedicou-o ao amigo Bernardo Taveira Junior a quem chamou de "inspirado poeta rio-grandense". Ao longo do ano seguinte trabalhou no Jornal do Comércio, de Pelotas, atuou em O Despertador e fundou A Lanterna e O Trovador, ambos de vida efêmera.

Herma de Lobo da Costa localizada em sua cidade natal Pelotas, RS, nas proximidades do local de sua morte.
Embora sua atividade artística produtivamente se desenvolvia, sua saúde arruinava-se, pois há algum tempo sua entrega ao alcoolismo destruía qualquer perspectiva de um futuro saudável e de uma vida efetiva satisfatória. Seu vício proporcionou o rompimento definitivo com sua amada Saturnina Elvira, filha de família da alta sociedade e decretou grandes reflexos em sua temática que agora figurava solidão e tristeza oriundas de um poeta descrente e revoltado, modelo vivo do poeta romântico em conflito com a sociedade e consigo mesmo. Exceto a poesia nada o prendia por muito tempo e nos últimos doze anos de vida mudou frequentemente de cidade e emprego.

Mas, em meio a infortúnios ainda havia lugar para alegrias e uma delas foi proporcionada pelos cadetes da Escola Militar que fundaram a sociedade Fênix Literária e, conforme relatou a autora, "elegeram para sócios honorários da novel instituição as maiores sumidades das Letras Nacionais". Em Pelotas, os agraciados foram Bernardo Taveira Junior e Francisco Lobo da Costa. Era, talvez, o primeiro título que outorgavam-lhe em vida, e, provavelmente, o último.

O pensamento da morte levou-o a escrever "Fantasias de Um Morto", em prosa, revelando-se nesse gênero, tão seguro de si quanto no terreno da rima. Em setembro de 1879 Lobo da Costa, em ato imprevisto, casou-se em Jaguarão com Carolina Augusta Carnal, jovem de 17 anos, natural de Rio Grande. Dois meses depois Lobo da Costa se encontrou muito doente e em estado de penúria. Seu casamento do qual nasceu à filha Amanda resultou num grande infortúnio. Mesmo assim, sua poesia continuava a jorrar tendo registros em páginas literárias como O Cabrion e O Lábaro.

Em 1883, por encomenda de um grupo amador de Dom Pedrito , escreveu uma peça teatral, "O Filho das Ondas".

Já separado da esposa passou algum tempo em Arroio Grande, Porto Alegre, Dom Pedrito, Bagé e finalmente retornou a Pelotas. Muito doente e sem poder trabalhar foi recolhido à Santa Casa de Misericórdia de Pelotas para tratar-se e a partir de 1886 não mais peregrinou, fixando-se em Pelotas dominado pelo vício do álcool e percorrendo casas de amigos e tabernas buscando uma bebida. Em 1887 foi hospitalizado várias vezes preocupando a sociedade que mobilizou-se para ajudá-lo. O Grêmio dos Lunáticos, associação de jovens intelectuais elaborou o opúsculo "Charitas" cuja venda reverteu em prol do poeta.

Mesmo no hospital, Lobo da Costa continuava inspirado na produção de versos e, escreveu a autora, recebeu diversos amigos e simpatizantes que vinham prestar justas homenagens ao mais popular dos poetas gaúchos. Permaneceu no hospital entre fins de 1887 até a metade de 1888 quando na manhã de 18 de junho ganhou a rua e saiu sem destino certo com o restante da quantia conseguida com a publicação de "Charitas", dirigindo-se a taberna mais próxima para beber e, certamente o fez. Durante a tarde foi visto nas imediações da  Santa Casa de Misericórdia de Pelotas e reconhecido por algumas pessoas que avisaram o delegado e seus familiares, foi procurado e não mais encontrado até o trágico acontecimento. O frio e as intempéries da noite, cumulados com o despojo de Francisco por vândalos que o assaltaram, selaram seu destino.

Na manhã seguinte um carroceiro encontrou seu corpo rijo e inerte, caído numa sarjeta próximo a rua Santa Cruz. Após seu desencarne, ainda foram publicados "Auras do Sul", "Flores do Campo" e "Dispersas", obras compiladas por Francisco de Paula Pires que dedicou-se a este resgate literário até 1915, ano em que faleceu.

Conforme relata Mozart Victor Russomano em seu artigo "A Obra de Lobo da Costa", publicado na Revista Província de São Pedro em 1952, Lobo da Costa foi o primeiro poeta verdadeiramente grande que pôde ser verdadeiramente popular. Tal afirmação traz a corroboração da pesquisa feita pela professora Drª Ângela Treptow Sapper, que datando de abril de 2000 sob o título "Lobo da Costa e Sua Sobrevivência Literária" demonstra que ainda hoje sua verve popular ainda reside no conhecimento pelotense e gaúcho.  Para Alcides Maya, só Castro Alves o superou no momento condoreiro.

Obras de Lobo da Costa

A obra poética de Lobo da Costa foi publicada em jornais, em especial Eco do Sul, Diário de Pelotas e Progresso Literário. Alguns de seus poemas mais conhecidos são: "Isabel", "Fragmento", "Sombras e Sonhos", "Amor", "Melodias", "Aquele Ranchinho", "Os Romeiros da Morte" e "Adeus".

Em edições póstumas, poesias suas foram reunidas em "Dispersas" e em "Auras do Sul". Em 1985, a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) publicou em livro seu poema épico, "Epopéia Farroupilha".

Principais Obras

  • Rosas Pálidas e Mariposas (não foram encontrados exemplares destas obras)
  • Lucubrações (1874)
  • Auras do Sul (1888)
  • Dispersas (1896)
  • Flores do Campo (1904)

Fonte: Acervo do Prof. Carlos Eugênio Costa da SilvaLobo da Costa Obra Completa (Ângela Treptow Sapper) e Wikipédia

Franklin Távora

JOÃO FRANKLIN DA SILVEIRA TÁVORA
(46 anos)
Advogado, Jornalista, Político, Romancista e Teatrólogo

* Baturité, CE (13/01/1842)
+ Rio de Janeiro, RJ (18/08/1888)

Filho de Camilo Henrique da Silveira Távora e de Maria de Santana, em 1844 transferiu-se com os pais para Pernambuco. Fez preparatórios em Goiana e Recife, em cuja Faculdade de Direito matriculou-se em 1859, formando-se em 1863.

Em Recife viveu até 1874, tendo sido funcionário público, deputado provincial e advogado, com breve intervalo em 1873 no Pará, como secretário de governo. Em 1874, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde foi funcionário da Secretaria do Império.

Iniciou o romantismo de caráter regionalista no Nordeste. Uma de suas obras mais marcantes é "O Cabeleira", romance passado em Pernambuco do século XVIII. Foi crítico ferrenho de outros grandes autores brasileiros, como José de Alencar.

Homenageado pela Academia Brasileira de Letras, é o patrono da cadeira 14, escolhido por Clóvis Beviláqua.

Obras

Fase Literária Recifense
  • 1861 - Trindade Maldita (Contos)
  • 1862 - Os Índios do Jaguaribe (Romance)
  • 1866 - A Casa de Palha (Romance)
  • 1869 - Um Casamento no Arrabalde (Romance)
  • 1862 - Um Mistério de Família (Drama)
  • 1870 - Três Lágrimas (Drama)

Fase Carioca
  • 1871 - Cartas de Semprônio a Cincinato (Crítica)
  • 1876 - O Cabeleira (Romance - Considerado um de seus melhores livros)
  • 1878 - O Matuto (Crônica)
  • 1878 - Lourenço (Romance)
  • 1878 - Lendas e Tradições do Norte (Folclore)
  • 1879 - O Sacrifício (Romance)

Fonte: Wikipédia