Dircinha Batista

DIRCE GRANDINO DE OLIVEIRA
(77 anos)
Atriz e Cantora

* São Paulo, SP (07/04/1922)
+ São Paulo, SP (18/06/1999)

Conhecida como Dircinha Batista, foi uma atriz e cantora brasileira. Era filha de Batista Júnior e irmã de Linda Batista.

Dircinha Batista foi uma cantora de enorme sucesso. Em mais de quarenta anos de carreira, ela gravou mais de trezentos discos em 78rpm, com muitos grandes sucessos, especialmente músicas carnavalescas. Trabalhou em dezesseis filmes.

Uma criança prodígio, Dircinha começou a se apresentar em festivais aos seis anos de idade. Ela começou a participar dos shows de seu pai no Rio de Janeiro e em São Paulo a partir daquele ano de 1928. Em 1930, aos oito anos, gravou seu primeiro disco, para a Columbia, com duas composições de Batista Júnior, Borboleta Azul e Dircinha.

Em 1931, ela se tornou um membro do programa de Francisco Alves na Rádio Cajuti, onde trabalhou até seus dez anos, então se mudou para o Rádio Clube do Brasil. Em 1933, ela gravou A Órfã e Anjo Enfermo, de Cândido das Neves, com acompanhamento do compositor ao violão, junto de Artur de Souza Nascimento.

Aos treze anos, participou do filme Alô, Alô, Brasil e, no ano seguinte, de Alô, Alô, Carnaval, ambos de Wallace Downey. Em 1936, gravou dois discos pela RCA Victor.

Em 1937, Benedito Lacerda convidou-a para gravar seu samba Não Chora, com ele como solista (com Darci de Oliveira). Depois da gravação, não sabendo o que usar no outro lado do disco, ele pediu a Antônio Nássara, que estava no estúdio, para dar a ela uma de suas canções. Antônio Nássara só tinha a primeira parte de uma marchinha, mas logo a finalizou e Dircinha Batista gravou seu primeiro grande sucesso, Periquitinho Verde, que estourou no Carnaval do ano seguinte.

Em 1938, Dircinha Batista trabalhou nos filmes Futebol em Família (J. Ruy), Bombonzinho e Banana da Terra, e, em Belo Horizonte, MG, recebeu a faixa de melhor cantora do governador Benedito Valadares. Gravou Tirolesa (Oswaldo Santiago e Paulo Barbosa), um dos grandes sucessos do Carnaval de 1939, e venceu um concurso promovido pelo jornal O Globo para escolher a cantora preferida da capital federal. No mesmo ano, Dircinha Batista teve muitos outros sucessos: Moleque Teimoso (Jorge Faraj e Roberto Martins), Era Só o Que Faltava (Oscar Lavado, Raul Longras e Zé Pretinho), Mamãe, Eu Vi Um Touro (Jorge Murad e Oswaldo Santiago).

Em 1940, teve sucesso no Carnaval com Katucha (Georges Moran e Oswaldo Santiago) e participou do filme Laranja da China. Dircinha Batista também teve sucesso com Upa, Upa, Nunca Mais (ambas de Ary Barroso), Acredite Quem Quiser (FrazãoAntônio Nássara) e Inimigo do Batente (Germano Augusto e Wilson Batista). No mesmo ano, assinou um contrato milionário com a Rádio Ipanema e fez sua primeira turnê internacional na Argentina.

Em 1941, participou do filme Entra na Farra e, três anos depois, de Abacaxi Azul. Em 1945, Dircinha Batista fez sucesso com Eu Quero é Sambar (Alberto Ribeiro e Peterpan). Em 1947, participou do filme Fogo na Canjica. Em 1948, foi coroada Rainha do Rádio. Em 1952, trabalhando na Rádio Nacional e no Rádio Clube, apresentou o programa Recepção no Rádio Clube, o qual era dedicado aos compositores populares brasileiros. Sua atuação neste programa lhe rendeu uma placa de prata na Sociedade Brasileira de Autores, Compositores e Escritores de Música e um troféu pela União Brasileira de Compositores.

Em 1953, atuou no teatro pela segunda e última vez, a primeira foi em 1952, e teve um de seus maiores sucessos com Se Eu Morresse Amanhã de Manhã (Antônio Maria). Em 1954, atuou no filme Carnaval em Caxias, e depois em Guerra ao Samba (1955), Tira a Mão Daí e Depois Eu Conto (1956), Metido a Bacana (1957), É de Chuá (1958) e Mulheres à Vista (1959).

No Carnaval de 1958, fez sucesso com Mamãe, Eu Levei Bomba (J. Júnior e Oldemar Magalhães). Em 1961, ela foi contratada pela TV Tupi. Ainda fez sucesso em 1964 com A Índia Vai Ter Neném (Haroldo Lobo e Milton de Oliveira).

Desgostosa pela falta de memória nacional e abalada pela morte da mãe para de cantar na década de 1970.

No final dos anos 1980 é lançado o musical Somos Irmãs, estrelado por Nicete Bruno e Suely Franco, que conta a história de vida das cantoras.

Curiosidades

Dublou Dinah Shore na versão em português de Música, Maestro!, da Disney. A canção que ela canta no filme, Two Silhouettes (Charles Wolcott e Ray Gilbert), que, com a versão de Aloysio de Oliveira, ficou conhecida no Brasil como Dois Corações, foi lançada em disco pela Continental.

Foi a primeira, junto de Linda Batista, a gravar Abre Alas! de Chiquinha Gonzaga na íntegra. Até então, a música era conhecida apenas por retalhos e enxertos em outros discos. Nos anos 1980, conhece o cantor José Ricardo que ampara ela e as irmãs, Odete e Linda, acolhendo-as como membros de sua família.

Filmografia

  • 1967 - Carnaval Barra Limpa
  • 1966 - 007 e Meio No Carnaval
  • 1960 - O Viúvo Alegre
  • 1959 - Entrei de Gaiato
  • 1959 - Mulheres à Vista!
  • 1958 - É de Chuá
  • 1957 - Metido a Bacana
  • 1956 - Depois Eu Conto
  • 1956 - Tira a Mão Daí!
  • 1955 - Guerra ao Samba
  • 1953 - Carnaval em Caxias
  • 1952 - É Fogo na Roupa
  • 1952 - Está Com Tudo
  • 1949 - Carnaval no Fogo
  • 1949 - Eu Quero é Movimento
  • 1948 - Folias Cariocas
  • 1948 - Esta é Fina!
  • 1947 - Fogo na Canjica
  • 1945 - Não Adianta Chorar
  • 1944 - Abacaxi Azul
  • 1941 - Entra na Farra
  • 1940 - Laranja da China
  • 1939 - Onde Estás, Felicidade?
  • 1938 - Banana da Terra
  • 1938 - Futebol em Família
  • 1937 - Bombonzinho
  • 1936 - João Ninguém
  • 1936 - Alô, Alô Carnaval
  • 1935 - Alô, Alô Brasil

Fonte: Wikipédia

Canhoto da Paraíba

FRANCISCO SOARES ARAÚJO
(82 anos)
Instrumentista

* Princesa Isabel, PB (19/03/1926)
+ Paulista, PE (24/04/2008)

Foi um violonista e músico brasileiro. Era mais conhecido como Canhoto da Paraíba e também por Chico Soares. Por ser canhoto, tocava com o violão invertido, mas sem inverter as cordas, pois precisava compartilhar o mesmo violão com seus irmãos, destros. Embora fosse filho de pai violonista, não teve a oportunidade de aprender com ele exatamente por ser canhoto. Canhoto aprendeu a tocar sozinho.

Canhoto compôs choros com um "agradável sabor nordestino". Conta a lenda que ao ver Canhoto tocar pela primeira vez, Radamés Gnattali ficou tão impressionado que teria gritado um palavrão e jogado seu copo de cerveja para o teto e que o dono da casa, ninguém menos que Jacob do Bandolim, nunca teria apagado a mancha do teto para lembrar o momento (tudo indica que é apenas lenda).

Pela extinta gravadora Rozenblit, gravou o disco Único Amor, que, recentemente, foi relançado em CD. Canhoto tinha a sensibilidade aguçada. Na ocasião, para acompanhá-lo, escolheu Henrique Annes, violonista de formação erudita que, mais tarde, viria a se tornar um dos maiores violonistas brasileiros. Já o produtor musical do disco foi Nelson Ferreira, grande maestro e arranjador de frevos.

Outros discos de Canhoto da Paraíba foram: Com Mais de Mil (1997), produzido por Paulinho da Viola e Pisando em Brasa (1993), que contou com as participações de Paulinho da Viola e do violonista Raphael Rabello. Junto com Paulinho da Viola, que produziu seu disco O Violão Brasileiro Tocado pelo Avesso percorreu o Brasil no Projeto Pixinguinha, divulgando o choro.


Em 1998 sofreu um Acidente Vascular Cerebral que o deixou com o lado esquerdo do corpo paralisado, ficando assim impossibilitado de prosseguir com sua carreira e, em 2008, após Infarto, morreu aos 82 anos.

Fonte: Wikipédia