Hermes da Fonseca

HERMES RODRIGUES DA FONSECA
(68 anos)
Militar, Político e Presidente do Brasil

* São Gabriel, RS (12/05/1855)
+ Petrópolis, RJ (09/09/1923)

Foi um militar e político brasileiro, presidente do Brasil entre 1910 e 1914.

Era sobrinho do marechal Deodoro da Fonseca, primeiro presidente do Brasil, do general João Severiano da Fonseca, patrono do Serviço de Saúde do Exército, e filho do marechal Hermes Ernesto da Fonseca e de Rita Rodrigues Barbosa.

Seu pai era natural de Alagoas e, sendo militar, foi transferido para São Gabriel, onde Hermes nasceu, em 1855. Quando o pai foi enviado para a Guerra do Paraguai, a família retornou para o Rio de Janeiro.

Carreira Militar

Em 1871, aos 16 anos, formou-se bacharel em Ciências e Letras e ingressou na Colégio Militar do Rio de Janeiro, onde foi aluno de Benjamin Constant, um dos introdutores das ideias de Auguste Comte no Brasil, e não escapou assim à influência do mestre, embora não se tornasse um positivista ortodoxo. Quando se formou serviu como ajudante de ordens do príncipe Gastão de Orléans, Conde d'Eu.

Apoiou a república proclamada por seu tio Manuel Deodoro da Fonseca, e foi convidado por este a ser ajudante-de-campo e secretário militar após o golpe. Em dez meses passou de capitão a tenente-coronel.

Por ocasião da Revolta da Esquadra (1893), destacou-se, em Niterói, no comando da defesa do governo de Floriano Peixoto. De 1894, quando foi promovido a coronel, a 1896 comandou o 2° Regimento de Artilharia Montada, depois foi nomeado chefe da Casa Militar da Presidência. Comandou a Brigada Policial do Rio de Janeiro (atual Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro) entre 1899 e 1904, quando assumiu o comando da Escola Militar do Realengo, que formava os oficiais do exército.

Como comandante da Escola Preparatória do Realengo, em 1904, reprimiu a Revolta da Vacina, movimento que, em nome da liberdade individual, protestou contra a obrigatoriedade da vacina antivariólica, traduzindo, também, a insatisfação popular mais ampla contra o regime. O presidente Rodrigues Alves promoveu-o a marechal. Desempenhou vários cargos governamentais até se tornar Ministro da Guerra, durante o governo de Campos Sales.

Continuou na pasta da Guerra no governo seguinte, de Afonso Pena (1906-1909), e reformou o exército e o ministério com a criação de serviços técnicos e administrativos. Dessas inovações, a mais importante foi a instituição do Serviço Militar Obrigatório, conquanto essa lei só fora legitimada em 1964, Lei nº 4.375, de 17 de agosto de 1964. Devido à discussão na Câmara sobre a participação dos militares na vida política do país, pediu demissão do cargo. Foi depois ministro do Supremo Tribunal Militar.

A Eleição de 1910

Em novembro de 1908, após regressar de uma viagem à Alemanha, onde assistira a manobras militares como convidado de Guilherme II, foi indicado para a sucessão presidencial. Contou com o apoio do presidente Nilo Peçanha que substituiu Afonso Pena e das representações estaduais no Congresso Nacional, à exceção das bancadas de São Paulo e Bahia, que apoiavam o nome do senador Ruy Barbosa e o presidente de São Paulo, Albuquerque Lins, como candidato a vice-presidente, e deram início à Campanha Civilista.

Pela primeira vez no regime republicano se instalou um clima de campanha eleitoral com a disputa entre civilistas e hermistas. Com o convite de Nilo Peçanha para que retornasse ao cargo no ministério, se fortaleceu e venceu as eleições de 1910 contra Ruy Barbosa.

Na eleição de 1 de março de 1910, o país se dividiu: Bahia, São Paulo, Pernambuco, Rio de Janeiro e parte de Minas Gerais, apoiaram o candidato Ruy Barbosa, que tinha o presidente de São Paulo, Albuquerque Lins, como seu vice-presidente, e os demais estados apoiaram a candidatura de Hermes da Fonseca, que tinha Venceslau Brás como seu vice. Hermes e Venceslau Brás venceram. Hermes teve 403.867 votos contra 222.822 votos dados a Ruy Barbosa.

Depois de eleito, viajou à Europa, onde assistiu à queda da monarquia em Portugal.

Na Presidência da República

Hermes da Fonseca enfrentou, logo na primeira semana de governo, em novembro de 1910, a Revolta da Chibata, arquitetada por cerca de dois anos e que culminou num motim dos marinheiros no Encouraçado Minas Gerais, Encouraçado São Paulo, Encouraçado Deodoro e Cruzador Bahia, revolta liderada pelo marinheiro João Cândido Felisberto.

Depois de conseguido o objetivo, o fim da aplicação da Chibata na Marinha, e concedida a anistia a todos os mais de dois mil marinheiros amotinados, o governo traiu sua palavra e começou um processo de expulsão de marinheiros. O primeiro motim, já controlado, foi seguido de um levante no batalhão de fuzileiros navais sem causa aparente. O marechal Hermes da Fonseca ordenou o bombardeio aos portos e colocou o país em Estado de Sítio. Mais de 1200 marinheiros foram expulsos e centenas foram presos e mortos. Apesar de ser bastante popular quando eleito, sua imagem ficou bastante abalada depois da revolta. Logo outra revolta veio conturbar o seu governo, a Guerra do Contestado, que não chegou a ser debelada até o fim de seu governo.

Manteve a ordem e apoiado pelo Partido Republicano Conservador, liderado pelo senador Pinheiro Machado, retomou o esquema das administrações anteriores, sem poder, contudo, contendo o surto militarista das chamadas "salvações", que consistiam na derrubada das oligarquias que dominavam as regiões Norte e Nordeste. Foi no seu governo que foi criada a Faixa Presidencial, pelo decreto número 2.299, de 21 de dezembro de 1910.

A Política das Salvações, nem sempre pacífica, consistiu em promover intervenções federais sucessivamente nos estados de Pernambuco, Bahia, Ceará e Alagoas, alegando a prática de corrupção e a fim de colocar militares na chefia dos estados, em substituição aos políticos. As intervenções provocaram violenta oposição, que resultou no bombardeio a Manaus e Salvador.

Em seu governo ocorreu nova renegociação da dívida externa brasileira, em 1914, com um segundo Funding Loan (o primeiro fora negociado por Campos Sales), pois a situação financeira do Brasil não andava bem. Sua política externa manteve a aproximação com os Estados Unidos, traçada pelo chanceler Barão do Rio Branco, que continuou no cargo de ministro, até 1912, quando faleceu.

No plano interno, prosseguiu o programa de construção de ferrovias, incluindo a Ferrovia Madeira-Mamoré e de escolas técnico-profissionais, delineado no governo Afonso Pena. Instalou a Universidade do Paraná. Concluiu as reformas e obras da Vila Militar de Deodoro e do Hospital Central do Exército (HCE), entre outras, além das vilas operárias, no Rio de Janeiro, no subúrbio de Marechal Hermes e no bairro da Gávea.

Hermes da Fonseca e Nair de Teffe
Foi o único presidente a casar-se durante o mandato presidencial, sua primeira esposa, Orsina Francioni da Fonseca, com que casou-se em 1878 veio a falecer em 1912. Sua segunda esposa foi a caricaturista Nair de Tefé von Hoonholtz, filha do Barão de Teffé. Nair seria hoje considerada uma feminista - e, em sua longa vida, chegaria a participar das primeiras comemorações do Ano Internacional da Mulher. Casaram-se no dia 8 de dezembro de 1913, no Palácio do Catete - Rio de Janeiro (embora ele tenha pedido a sua mão em 6 de janeiro).

Durante seu governo, foi editado um decreto instituindo o uso da Faixa Presidencial no Brasil, sendo ele mesmo o primeiro presidente a usá-la e o primeiro a passá-la a seu sucessor. Desde então, todos os presidentes a recebem na ocasião da posse.

Hermes da Fonseca é um dos dois únicos militares a chegar na presidência de forma direta e eleitoral. O outro foi Eurico Gaspar Dutra. Durante todo o seu mandato andou fardado, inclusive durante as reuniões ministeriais.

Após a Presidência

Ao deixar a presidência, em novembro de 1914, candidatou-se ao Senado Federal pelo Rio Grande do Sul, mas recusou-se a assumir a cadeira, em virtude do assassinato de José Gomes Pinheiro Machado, no dia em que deveria ser diplomado, em setembro de 1915. Viajou para a Europa, afastando-se da política, e só retornou ao Brasil após seis anos de vida na Suiça (1920), quando se iniciava uma nova campanha presidencial.

Acolhido carinhosamente pelos militares, foi conduzido à presidência do Clube Militar em 1921. Nesta condição entrou em conflito com o governo de Epitácio Pessoa ao prestigiar as forças políticas que apoiaram a candidatura de Nilo Peçanha, no movimento "Reação Republicana", e envolver-se na frustrada Revolta Militar de 1922, conhecida como Revolta dos 18 do Forte de Copacabana.

Durante a eleição presidencial de 1922, cartas falsas contra Hermes da Fonseca, onde era chamado de sargentão sem compostura, foram atribuídas à autoria de Artur Bernardes, o que causou tumulto imenso naquelas eleições. Sua prisão foi então decretada pelo presidente Epitácio Pessoa. Seis meses depois foi libertado graças a um habeas corpus.

Doente, retirou-se para Petrópolis, onde morreu em 9 de setembro de 1923. Foi sepultado no cemitério da cidade.

Representações na Cultura

O marechal Hermes da Fonseca já foi retratado como personagem na televisão, interpretado por Othon Bastos na minissérie Mad Maria (2005).

Fonte: Wikipédia

Guiomar Novaes

GUIOMAR NOVAES
(85 anos)
Pianista

☼ São João da Boa Vista, SP (28/02/1894)
┼ São Paulo, SP (07/03/1979)

Guiomar Novaes foi uma pianista brasileira nascida em São João da Boa Vista, SP, no dia 28/02/1894, que construiu sólida carreira no exterior, particularmente nos Estados Unidos. Ficou especialmente conhecida pelas suas interpretações das obras de Frédéric Chopin e Robert Schumann. Foi importante divulgadora de Villa-Lobos no exterior.

Filha de Manoel José da Cruz Novaes e Anna de Carvalho Menezes Novaes, Guiomar foi a décima sétima dos dezenove filhos do casal. A família logo estabeleceu-se em São Paulo.

O piano, presente em sua casa e utilizado nas aulas de suas irmãs, despertou o interesse de Guiomar, que, aos quatro anos, começou a tocá-lo de ouvido. Aos seis anos, a menina passou a tomar aulas com Eugenio Nogueira, professor paulista, e ingressou, por vontade própria, no jardim de infância. Desde os primeiros dias escolares, acompanhava, ao piano, as canções entoadas pelas colegas.

Mais tarde, Guiomar Novaes passou a tomar aulas com Luigi Chiafarelli, um importante mestre italiano, considerado o responsável pelo seu desenvolvimento artístico. Luigi Chiafarelli também foi professor de inúmeros pianistas que alcançaram fama no país e no exterior. A menina Guiomar Novaes, vizinha de Monteiro Lobato, foi quem inspirou o escritor a criar a encantadora personagem Narizinho, a "menina do nariz arrebitado" do Sítio do Pica-pau Amarelo.


Em 1902, com oito anos, Guiomar Novaes apresentou-se publicamente pela primeira vez como artista.

Em outubro de 1909, com o auxílio do Governo do Estado de São Paulo, partiu para a Europa, para estudar em Paris. Ao desembarcar na França, Guiomar Novaes foi convidada para visitar uma compatriota que desejava ouvi-la: era a Princesa Isabel, também pianista, que vivia próximo a Versalhes, no exílio. Foi a Princesa Isabel quem estimulou Guiomar Novaes a incluir em seu repertório a "Grande Fantasia Triunfal Sobre o Hino Nacional Brasileiro", composição de Louis Moreau Gottschalk.

Guiomar Novaes frequentemente tocava a "Grande Fantasia Triunfal Sobre o Hino Nacional Brasileiro" nos recitais que fazia no exterior, evidenciando assim sua nacionalidade e contribuindo para o reconhecimento internacional do Brasil.

Na capital francesa, Guiomar Novaes inscreveu-se para prestar provas no Conservatório de Paris. Haviam 331 candidatos para doze vagas. Realizou a primeira prova em 18/11/1909. Após rígida seleção, o número de candidatos baixou para trinta. A segunda prova deu-se em 25/11/1909.

A comissão julgadora era formada por músicos como Claude Debussy, Moszkowski e Lazare-Lévy. Durante o primeiro exame, ela tocou um "Prelúdio" e "Fuga nº 1 de O Cravo Bem Temperado" de Johann Sebastian Bach, um estudo de Liszt-Paganini e a "3ª Balada de Chopin". No segundo exame, quebrando o protocolo dos concursos do Conservatório de Paris, Claude Debussy, fascinado com a jovem Guiomar Novaes, pediu a repetição da "3ª Balada de Chopin".

"Eu estava voltado para o aperfeiçoamento da raça pianística na França... a ironia habitual do destino quis que o candidato artisticamente mais dotado fosse uma jovem brasileira de treze anos. Ela não é bela, mas tem os olhos 'ébrios da música' e aquele poder de isolar-se de tudo que a cerca - faculdade raríssima - que é a marca bem característica do artista"
(Claude Debussy, 25/11/1909, Carta a André Caplet)



Após ser admitida em primeiro lugar, por unanimidade, estudou no Conservatório de Paris com o mestre húngaro Isidor Philipp, que afirmou não ter ensinado nada à aluna e sim aprendido com ela.

Em julho de 1911, na prova de encerramento do curso do Conservatório de Paris, Guiomar Novaes venceu a prova, que contava com 35 concorrentes, e ganhou o primeiro prêmio - que compreendia a quantia de 1200 francos e um piano de cauda.

Depois de conquistar o primeiro prêmio e deixar o Conservatório de Paris, Guiomar Novaes teve diversos oferecimentos de contratos, tocando em Paris, Londres, Genebra, Milão e Berlim.

Em 1913, retornou ao Brasil e se apresentou no Teatro Municipal de São Paulo e no Teatro Municipal do Rio de Janeiro.

Em 1914, com a eclosão da Primeira Guerra Mundial, Guiomar Novaes cancelou todos os compromissos na Europa e continuou apresentando-se no Brasil.

Em 1915, fez sua estreia nos Estados Unidos, onde realizou fantástica temporada, tocando em Nova York, Boston, Chicago, Norfolk, Newport e outras cidades norte-americanas, sendo aclamada pela crítica estadunidense, que a chama de "Lady Of The Singing Tone". Henry T. Finck, famoso crítico musical norte-americano, considerou-a a mais inspirada pianista.


Em janeiro de 1919, Guiomar Novaes perdeu sua mãe e companheira Dona Anna, mas não deixou de encantar as plateias americanas.

Em agosto de 1919, retornou ao Brasil, onde foi acolhida festivamente, recebendo o reconhecimento de seus compatriotas. Em novembro de 1919 partiu para os Estados Unidos, iniciando a temporada 1919-1920.

Em dezembro de 1920, estava no Brasil e oficializou seu noivado com o namorado, o arquiteto e compositor Octávio Pinto.

Em 1922 Guiomar Novaes participou da Semana de Arte Moderna - evento que revolucionou as artes brasileiras, marcando a chegada do Modernismo -, apesar de um pouco entristecida com as paródias feitas à Frédéric Chopin no I Festival da Semana de 22.

Também em 1922, Guiomar Novaes casa-se com Octávio Pinto. O casal teve dois filhos: Anna Maria e Luiz Octávio. A partir de 1922, Guiomar Novaes passou a incluir nos seus recitais as obras de Villa-Lobos, tornando-se importante divulgadora desse seu compatriota nos Estados Unidos. A partir daí, Guiomar Novaes alternou idas aos Estados Unidos e voltas ao Brasil.


Em 1938, tocou para o presidente Franklin Delano Roosevelt. A imprensa americana a reconheceu como a melhor pianista do mundo.

Em 1950, faleceu Octávio Pinto, seu marido e incentivador, que ficou no Brasil para cuidar de problemas cardíacos. Guiomar Novaes sentiu-se profundamente abalada, chegando a cogitar um fim de carreira, mas logo estava de volta aos palcos, fortalecendo-se com a música.

Em abril de 1967, foi escolhida, entre todos os artistas do mundo, para inaugurar o Queen Elizabeth Hall, em Londres, convidada pela rainha Elizabeth II do Reino Unido.

Nas décadas de 1960 e 1970, Guiomar Novaes foi condecorada com diversos títulos, medalhas, insígnias e comendas, e homenagens como a Ordem Nacional do Mérito, concedida pelo governo brasileiro, além de ter sido elevada ao grau de Cavaleiro da Legião de Honra de França. 1972 é o ano da sua última temporada nos Estados Unidos.

Existem dois documentários realizados sobre a Guiomar Novaes, um na década de 70 e o "Infinitivamente Guiomar Novaes" (2003) dirigido por Norma Bengell.

Morte

Em janeiro de 1979 Guiomar Novaes sofreu um derrame cerebral e seu estado de saúde passou a inspirar cuidados.

Guiomar Novaes faleceu às 20h00 do dia 07/03/1979, aos 85 anos, em São Paulo, SP, vítima de um infarto do miocárdio.

Todos os grandes jornais americanos publicaram um anúncio fúnebre intitulado "In Tribute To Guiomar Novaes".

Seu velório aconteceu na Academia Paulista de Letras. Foi sepultada no Cemitério da Consolação, em São Paulo, no dia 08/03/1979, ao som da "Marcha Fúnebre", da "Sinfonia Eroica", de Beethoven.

Críticas Destacadas

"Para escrever sobre um recital de Guiomar Novaes - a brilhante jovem pianista brasileira - é preciso valer-se de uma requintada lista de adjetivos e aplicá-los no superlativo. Mesmo assim, é difícil transmitir com precisão, o domínio que essa jovem e talentosa artista tem sobre o seu público."
(Musical America, 2 de dezembro de 1916)

"A palavra gênio não é simplesmente indicada para sua interpretação, mas é a expressão adequada para caracterizar a habilidade desta jovem pianista que faz reviver os grandes compositores. Há alguma coisa de misterioso e de mágico. Ela quase nos faz acreditar em espiritismo e reencarnação."
(Henry T. Finck. New York Evening Post, 12 de novembro de 1917)

"Ela toca como se estivesse improvisando ou como se algum espírito invisível estivesse soprando ao seu ouvido os segredos mais profundos de toda a harmonia."
(Times, Louisville, 27 de fevereiro de 1919)

"Sob seus dedos privilegiados, o piano adquire todos os timbres da orquestra, fazendo-nos ouvir a suavidade das flautas, a melancolia dos instrumentos de madeira, a sonoridade dourada dos metais ou a maleabilidade das cordas."
(O Estado de São Paulo, 7 de outubro de 1936)

"Novaes é a mais pessoal das pianistas. Faz coisas ao seu próprio modo. Cria suas próprias normas. Frequentemente tem ideias singulares. Mas tem a autoridade e intuição musical para ser sempre absolutamente convincente."
(The New York Times, 5 de dezembro de 1954)

Depoimentos da Artista

"Eu sempre toco uma peça de maneira diferente, pois descubro alguma coisa nova e me surpreendo como é que não tinha pensado nisso antes. Arte é a coisa mais sutil que existe. Nem sempre conseguimos compreendê-la."
(Guiomar Novaes, Great Woman & piano, Time, Nova York, 13 de dezembro de 1954)

"Para mim, é importante que o estudante tenha a oportunidade para desenvolver-se simples, normal e naturalmente num ser humano completo, que compreenda e aprecie a significação da verdade e do belo. Dessas coisas, em última análise, é que deve resultar um impulso para a Música. Do contrário, esta será pouco mais do que uma ginástica de dedos, uma máquina bem exercitada, mas sem alma. Toque com seus dedos e seu cérebro, mas cante com sua alma."
(Guiomar Novaes, A conference with Guiomar Novaes, The Etude Music Magazine, Março de 1939)

"Tocar piano nunca foi um esforço para mim. Há pessoas que estudam seis, sete ou oito horas por dia. Acho-as admiráveis. Talvez tenham muito a preparar, é natural. Eu nunca estudei tanto tempo, não tenho paciência. Gosto de tocar piano uma ou uma hora e meia e depois olhar para o céu. Mais tarde volto ao trabalho."
(Guiomar Novaes, Great Woman Piano, Time, Nova York, 13 de dezembro de 1954)

Fonte: Wikipédia