Silas de Oliveira

SILAS DE OLIVEIRA
(55 anos)
Compositor

* Rio de Janeiro, RJ (04/10/1916)
+ Rio de Janeiro, RJ (20/05/1972)

Desde menino frequentou as rodas de samba, apesar da resistência do pai, que era pastor protestante e via na música uma "manifestação do diabo". O pai, dono do Colégio Assumpção, arrumou uma vaga de professor para o filho, tão logo ele concluiu o Científico. Ele pretendia que, com a profissão, o filho abandonasse o gosto pela música.

Silas de Oliveira dava aulas de Português, quando começou a namorar uma das alunas, a jovem Elaine dos Santos. Nessa época também fez amizade com o jornaleiro Mano Décio da Viola, que se tornaria seu maior parceiro. Pelas mãos de Elaine dos Santos e de Mano Décio, Silas de Oliveira subia os morros cariocas atrás de rodas de samba. Com os dois, frequentou também os tradicionais pagodes nas casas das tias baianas, regados a muita bebida, comida e batucada. Seu talento como compositor começa a se revelar, ainda que timidamente. As visitas a estes locais passaram a ser cada vez mais constantes e não tardou para que Silas de Oliveira passasse a ser considerado como "gente da casa" nos redutos de samba.

Em 1942, durante a juventude, serviu no 7º Grupo de Artilharia de Dorso, Campinho, RJ, e estava no navio mercante Itagiba, afundado em 17 de agosto, pouco antes da entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial. Muitos jovens da região de Madureira morreram neste incidente, porém Silas de Oliveira sobreviveu para construir mais tarde sua carreira como sambista.

Em 1947, Silas de Oliveira e Mano Décio compuseram o samba-enredo "Conferência de São Francisco" ou "A Paz Universal", para a escola de samba Prazer da Serrinha, agremiação carnavalesca da qual faziam parte. Seguindo o decreto oficial do então presidente da República Getúlio Vargas que exigia que as escolas desfilassem com temáticas nacionalistas em seus enredos.


Porém, o presidente da Prazer da Serrinha, Alfredo Costa, não aceitou a inovação - o samba-enredo obrigatório - e cancelou sua apresentação no momento do desfile, o que gerou revolta nos compositores e culminou na fundação do Império Serrano, dias depois. Silas de Oliveira integrou a nova escola desde seu primeiro desfile, tornando-se reconhecido como um dos grandes compositores de samba enredo para a escola de samba de Madureira.

Sagrou-se campeão no carnaval de 1948. No ano seguinte, Mano Décio também aderiu à nova agremiação. Entre 1949 e 1951 o samba-enredo vitorioso no Império Serrano trouxe a assinatura de Silas de Oliveira e de Mano Décio. Em 1955 e 1956, mais duas vitórias da dupla na escolha do samba-enredo da escola: "Exaltação a Caxias" e "O Caçador de Esmeraldas".

Silas de Oliveira dedicou 28 anos de sua vida ao Império Serrano e nesse período fez 16 sambas-enredo para a escola, dos quais 14 foram apresentados no desfile oficial. Quando o amigo Mano Décio foi para a Portela, a dupla se desfez. Mas Silas de Oliveira continuou compondo para o Império Serrano, muitos sambas que tornaram-se clássicos do gênero, como "Aquarela Brasileira" (1964), "Os Cinco Bailes da História do Rio", em parceria com Dona Ivone Lara e Bacalhau (1965), "Glórias e Graças da Bahia", com Joacir Santana (1966) e "Pernambuco, Leão do Norte", com o qual enfrentou, e venceu, o antigo parceiro Mano Décio da Viola, que retornava à escola, em 1968. A última parceria dos dois grandes sambistas foi em 1969 com "Heróis da Liberdade", num ano em que o jeito de fazer samba-enredo passava por grandes modificações, sobretudo no andamento acelerado, lembrando marcha carnavalesca.

Mano Décio e Silas de Oliveira não se adaptaram a essa nova postura, pois acreditavam que essa mudança era responsável pelo empobrecimento do samba-enredo. Silas de Oliveira ainda tentou adaptar-se aos novos tempos, mas sua influência no Império Serrano já não era a mesma. Nos últimos anos de vida Silas de Oliveira deixou de se envolver com os desfiles da escola, limitando-se a frequentar rodas-de-samba, onde, na sua concepção, o ambiente era mais tranqüilo.


Morte

No dia 20 de maio de 1972, Silas de Oliveira foi à uma roda de samba, pensando arranjar dinheiro para matricular uma de suas filhas no vestibular. No momento em que cantava "Os Cinco Bailes da História do Rio", sofreu um infarto fulminante. Morreu no terreiro, onde passou a maior parte de sua vida.

Em 1974 a escola de samba Imperatriz Leopoldinense apresentou o enredo "Réquiem Por Um Sambista, Silas de Oliveira", em honra ao compositor. Silas de Oliveira acompanhou de perto a fundação desta escola, cuja madrinha é o Império Serrano.

Fonte: Wikipédia
Indicação: Miguel Sampaio

Teddy Milton

MILTON DA CUNHA
(61 anos)
Cantor

* Jundiaí, SP (04/02/1943)
+ Jundiaí, SP (25/01/2005)

Milton da Cunha, mais conhecido por Teddy Milton, iniciou sua carreira por volta de 1959, aos 16 anos,  quando tocou pela primeira vez na "Dragões Mecânica", situada na Vila Arens. Cantou no programa "Grêmio do Zezinho", na Rádio Jundiaí. Entrou para a Orquestra Universal, como crooner, pertencente ao maestro Aylton de Souza, onde um dia tocando em São Paulo, chamou a atenção de um produtor da gravadora RGE que o convidou para gravar.

O nome artístico lhe foi dado por Sérgio Beneli Campelo, mais conhecido por Tony Campelo, encarregado também de selecionar seu repertório.

No ano de 1964, Teddy Milton lançou o compacto "A Casa do Sol Nascente", versão de Fred Jorge para a música "The House Of Rising Sun", composta por Alan Price e interpretada pelo conjunto The Animals. Esse disco de Teddy Milton lhe rendeu disco de ouro.

Devido a problemas com a gravadora, depois de gravar mais dois discos, Teddy Milton mudou para a Epic onde gravou mais dois discos. Um deles trazia a música "Anjo do Amor". Teddy Milton, segundo seu filho Cristian César, viajou para vários países da America do Sul, cantando até "La Violetera" com Sara Montiel.

Teddy Milton participou de diversos programas de TV, entre eles, "Programa Sílvio Santos", "Programa do Chacrinha", "Astros do Disco" e "Jovem Guarda".

Em 1966 participou de shows no Teatro Glória, ao lado de Rossini Pinto e Erasmo Carlos. Cantou também com Roberto Carlos, em Jundiaí, no Teatro Polytheama.

Em 1972 gravou pela Epic a canção "Gloria, Gloria, aleluia", em um compacto.

Teddy Milton foi casado por 37 anos com Clarisse Aparecida Correia da Cunha, com quem teve um casal de filhos que tem a mesma verve do pai e são cantores também, Cristian César e Kátia Regina.


Morte

Em janeiro de 2005, faleceu em decorrência das complicações de um Acidente Vascular Cerebral (AVC) no dia 4 de janeiro, vindo a falecer 21 dias depois. Foi sepultado no Cemitério Municipal Nossa Senhora do Desterro em Jundiaí.

Fonte: Wikipédia
Indicação: Miguel Sampaio