Umberto Magnani

UMBERTO MAGNANI NETTO
(75 anos)
Ator e Produtor

☼ Santa Cruz do Rio Pardo, SP (25/04/1941)
┼ Rio de Janeiro, RJ (27/04/2016)

Umberto Magnani Netto foi um ator e produtor brasileiro. Atuando há mais de trinta anos, Umberto Magnani participou de diversas novelas da TV Globo, como "Cabocla" (2004), "Alma Gêmea" (2005) e "Páginas da Vida" (2006), além de atuar no teatro e no cinema.

Com intensa atividade em teatro, era um ator premiado, marcando presença na cena nacional não somente como intérprete, mas também como realizador dos espetáculos em que atuava.

Em sua cidade de origem fez várias peças infantis e participou dos autos de Natal, no papel de menino Jesus.

Em 1965 iniciou curso de interpretação na Escola de Arte Dramática (EAD), em São Paulo. Dentro deste período de formação participou de montagens com direção de Alfredo Mesquita, tendo sido dirigido também por Antunes Filho, em "A Falecida", de Nelson Rodrigues, 1965.

Dois anos depois, ainda na Escola de Arte Dramática, fez um exame de comédia em "Este Ovo é Um Galo", de Lauro César Muniz, com direção de Silnei Siqueira. Ruth Escobar assistiu ao espetáculo e convidou quatro integrantes para remontá-lo profissionalmente no Teatro Ruth Escobar, estreando em 1968.

No mesmo ano, seguiu para o Teatro de Arena, substituindo Antonio Fagundes em "Primeira Feira Paulista de Opinião", de Lauro César Muniz, Bráulio Pedroso, Jorge Andrade, Gianfrancesco Guarnieri, Plínio Marcos e Augusto Boal, com direção de Augusto Boal. Manteve-se no núcleo em "Mac Bird", de Barbara Garson, outra direção de Augusto Boal.


Fez assistência de direção para Silnei Siqueira na montagem de "Morte e Vida Severina", de João Cabral de Melo Neto, pela Companhia de Paulo Autran, que estreou em Curitiba, seguindo depois para São Paulo, em 1969.

Em 1970, em "Língua Presa e Olho Vivo", de Peter Shaffer, fez assistência de direção para Emílio Di Biasi. Ainda em 1970, atuou em "Cidade Assassinada", de Antônio Callado, com direção de Antônio Petrin, numa produção do Grupo Teatro da Cidade, que estreou no aniversário de Santo André, e integrou o elenco de "Macbeth", de William Shakespeare, numa direção de Fauzi Arap.

Sua primeira produção em teatro ocorreu em 1971, com "Palhaços", texto de Timochenco Wehbi, também dirigida por Emílio Di Biasi. Fez uma incursão como ator no Theatro São Pedro, em "Frank V", de Friedrich Dürrenmatt, sendo dirigido por Fernando Peixoto, em 1973. No ano seguinte, participou de "Um Homem Chamado Shakespeare", de Barbara Heliodora e Ana Amélia Carneiro de Mendonça, uma direção de Antonio GhigonettoBarbara Heliodora.

Em 1976, esteve em "Concerto nº 1 Para Piano e Orquestra", de João Ribeiro Chaves Neto, espetáculo com direção de Sérgio Mamberti.

Destacou-se como ator em 1977, em "O Santo Inquérito", de Dias Gomes, direção de Flávio Rangel.

Em 1979, atuou e produziu "Mocinhos Bandidos", com autoria e direção de Fauzi Arap.

Ganhou o Troféu Mambembe e Prêmio Molière de melhor ator em 1981, por sua atuação em "Lua de Cetim", de Alcides Nogueira, com direção de Márcio Aurelio. Na crítica ao espetáculo, elogiou Sábato Magaldi:

"Umberto magnani aproveita a melhor oportunidade que teve como ator e vive um Guima comovido, mentindo-se no fracasso e bebida, marcado pela tragédia!"


Em 1985, chamou atenção novamente em "Louco Circo do Desejo", de Consuelo de Castro, uma direção de Vladimir Capella. Recebeu o Troféu Mambembe e o Prêmio Governador do Estado de melhor ator em "Às Margens do Ipiranga", texto e direção de Fauzi Arap, em 1988.

Em 1989 participou de "Jesus Homem", autoria e direção de Plínio Marcos. Recebeu o Prêmio Governador do Estado novamente em 1989, agora em "Nossa Cidade", de Thornton Wilder, direção e adaptação de Eduardo Tolentino de Araújo, numa produção do Teatro Amador Produções Artísticas (TAPA).

Na década de 90, atuou em "A Guerra Santa", de Luís Alberto de Abreu, direção de Gabriel Villela, 1993; "Tartufo", de Molière, direção de José Rubens Siqueira, em "Fragmentos e Canções", colagem de trechos de peças de vários autores nacionais, outra direção de Eduardo Tolentino de Araújo, espetáculo comemorativo de 15 anos do Teatro Amador Produções Artísticas (TAPA) e em "O Jogo", inspirado em "Esperando Godot", de Samuel Beckett, autoria e direção de Reinaldo Maia, todos em 1994.

Foi dirigido por Francisco Medeiros em "Uma Vida no Teatro", de David Mamet, que ganhou o nome de "Avesso" na montagem brasileira, com tradução de Edla Van Steen, em 1996. Neste espetáculo, atuou ao lado do filho Beto Magnani, discutindo a relação entre dois atores nos bastidores de um teatro. Por vários anos, pai e filho percorreram cidades do interior de São Paulo e do Brasil com esta montagem.

Em muitos de seus espetáculos como intérprete, atuou também como produtor. É o caso de "Palhaços" (1970), "Mocinhos Bandidos" (1979), "Lua de Cetim" (1981), "Cabeça e Corpo" (1983), "Louco Circo do Desejo" (1985), "O Jogo" (1994) e "Uma Vida no Teatro" (1996).

Umberto Magnani e Ana Rosa
Como homem de teatro, assumiu não só funções artísticas, mas também atuou em direção de produção e administração de vários espetáculos, dentre eles: "A Capital Federal" (1972), de Artur Azevedo, direção de Flávio Rangel, produção de Cleyde Yáconis; "Reveillon" (1975), de Flávio Márcio, direção de José Renato; "O Santo Inquérito" (1977), de Dias Gomes, direção de Flávio Rangel; "Honra" (1999), de Joanna Murray-Smith, direção de Celso Nunes.

Umberto Magnani tinha intensa atividade didática, política e administrativa na área, sendo diretor da Associação dos Produtores de Espetáculos Teatrais do Estado de São Paulo (APETESP), entre os anos de 1972 e 1988; diretor regional em São Paulo da Fundação Nacional de Artes Cênicas (FUNDACEN), do Ministério da Cultura de 1977 a 1990; presidente da Comissão de Teatro da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo, em 1985; membro da Comissão de Reconhecimento dos Cursos de Artes Cênicas em São Paulo do Ministério da Educação, em 1987 e 1988; membro do Conselho Diretor do Laboratório Cênico de Campinas, da Prefeitura Municipal de Campinas em 1988 e 1989; coordenador das oficinas de Teatro Comunitário do Programa Universidade Solidária de 1996 e 1999. Secretário da Cultura e Turismo em Santa Cruz do Rio Pardo, São Paulo, nos anos de 2001 e 2002.

Umberto Magnani trabalhava continuamente em televisão, tendo também algumas incursões no cinema nacional.

O novelista Manoel Carlos tinha um carinho especial por ele. Desde que Umberto Magnani participou de sua novela "Felicidade" (1991), Maneco sempre encontrava uma maneira de criar um personagem para ele.

Em 2016, após 10 anos na TV Record, retornou à TV Globo para atuar na novela "Velho Chico", onde permaneceria nas três fases.

Umberto Magnani foi retirado da novela "Velho Chico" e substituído pelo ator Carlos Vereza no dia 25/04/2016 após sofrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC), foi submetido a uma cirurgia na madrugada do dia 26 para o dia 27/04/2016, mas não resistiu e morreu aos 75 anos.

Música

  • 2014 - Vitais - Eu Vou Viver Só (Clipe)


Televisão

  • 2016 - Velho Chico ... Padre Romão
  • 2016 - Conselho Tutelar ... Juca
  • 2014 - Milagres de Jesus ... Timeu
  • 2012 - Balacobaco ... Genivaldo Aragão
  • 2012 - Máscaras ... Administrador Jeremias
  • 2010 - Ribeirão do Tempo ... Delegado Luis Ajuricaba
  • 2008 - Chamas da Vida ... Dionísio Cardoso de Oliveira
  • 2007 - Amigas e Rivais ... Pedro Gonçalves
  • 2006 - Páginas da Vida ... Zé Ribeiro
  • 2005 - Alma Gêmea ... Elias
  • 2004 - Cabocla ... Chico Bento
  • 2003 - Mulheres Apaixonadas ... Argemiro Batista
  • 2001 - Presença de Anita ... Eugênio
  • 2000 - Laços de Família ... Eládio
  • 1999 - Sandy & Junior ... Otacílio
  • 1997 - Por Amor ... Antenor Andrade
  • 1996 - História de Amor ... Mauro Moretti
  • 1994 - Éramos Seis ... Alonso
  • 1991 - Felicidade ... Ataxerxes
  • 1990 - Rosa dos Rumos ... Olegário
  • 1985 - Joana (Seriado) ... Sérgio
  • 1985 - Grande Sertão: Veredas ... Borromeu
  • 1984 - Anarquistas Graças a Deus ... Tio Guerrando
  • 1983 - Razão de Viver ... Bruno
  • 1982 - Caso Verdade
  • 1973 - Mulheres de Areia ... Zé Luis


Cinema

  • 2005 - Quanto Vale ou é Por Quilo?
  • 2003 - Cristina Quer Casar
  • 2000 - Cronicamente Inviável ... Alfredo
  • 1989 - Kuarup ... Fontoura
  • 1985 - A Hora da Estrela ... Seu Raimundo
  • 1985 - Jogo Duro
  • 1976 - Chão Bruto


Teatro

  • 2014 - Elza e Fred
  • 1996 - Tempo de Namoro
  • 1996 - Dilema de Amor
  • 1993 - O Juramento

Indicação: Simone Simas e Fadinha Veras

Fernando Faro

FERNANDO ABÍLIO DE FARO SANTOS
(88 anos)
Diretor e Produtor Musical

☼ Aracaju, SE (21/06/1927)
┼ São Paulo, SP (25/04/2016)

Fernando Abílio de Faro Santos, conhecido como Fernando Faro, foi um produtor musical brasileiro, criador do programa "Ensaio", da TV Cultura.

Fernando Faro, apesar de ter nascido em Aracaju, foi criado em Salvador, BA. Mudou-se para São Paulo para estudar Direito no Largo São Francisco. Em pouco tempo desistiu do Direito e começou a trabalhar como repórter para publicações como "A Noite" e "Jornal de São Paulo".

No anos 1960 levou peças de teatro para a Rádio Cultura no programa "Ribalta", antes de migrar para a TV Paulista.

Além da TV Cultura, Fernando Faro teve passagens por canais como TV Tupi, TV Globo, TV Bandeirantes e TV Record.

Desde a década de 1960, criava e produzia shows e programas de TV para artistas como Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Elis Regina e Gal Costa.

Foi Fernando Faro quem idealizou o tom documental do programa "Ensaio", que priorizava close-ups no rosto e em partes do corpo dos entrevistados. Ficou famoso também por incluir, de forma simpática, os erros de gravações na edição final.

Em 2007, para comemorar os 80 anos de Fernando Faro, a Fundação Padre Anchieta lançou sua biografia, "Baixo", cujo título é uma referência ao termo usado para chamar qualquer um à sua volta: "Ô, baixo!". O apelido Baixo foi dado por Cassiano Gabus Mendes pela sua altura que era 1,65 e pela fala tranquila.

Morte

Fernando Faro morreu na noite de domingo, 24/04/2016, aos 88 anos, em São Paulo, SP. Em nota, a TV Cultura informou que a causa da morte foi infecção pulmonar.

Fernando Faro estava internado desde 26/01/2016 no Hospital Oswaldo Cruz, inicialmente por causa de uma desidratação. Segundo a produtora que trabalhava com ele, o quadro se agravou e evoluiu para infecção.

O velório de Fernando Faro começou às 9h00 de segunda-feira, 25/04/2016,  no Cemitério do Araçá. O enterro ocorreu às 17h00, no mesmo local.

Fonte: Wikipédia e G1
Indicação: Miguel Sampaio

Cara de Cavalo

MANOEL MOREIRA
(23 anos)
Traficante, Cafetão e Ladrão

☼ Rio de Janeiro, RJ (22/04/1941)
┼ Cabo Frio, RJ (03/10/1964)

Manoel Moreira, mais conhecido pela alcunha Cara de Cavalo, foi um criminoso brasileiro. Acusado do assassinato de Milton Le Cocq, foi a primeira vítima da Scuderie Le Cocq, organização policial clandestina criada para vingar a morte do detetive.

Cara de Cavalo nasceu no Rio de Janeiro em 22/04/1941. Morador da Favela do Esqueleto, Cara de Cavalo iniciou-se na criminalidade ainda garoto, vendendo maconha na Central do Brasil. Tornou-se pouco depois cafetão, e ligou-se ao jogo do bicho. Diariamente, cumpria a rotina de percorrer de táxi os pontos de jogo da Vila Isabel, acompanhado de uma amante, a quem designara a tarefa de recolher o pagamento compulsório do dia. Ocasionalmente, tornou-se amigo do artista plástico Hélio Oiticica que, passista da Mangueira e frequentador de favelas, era fascinado pela marginalidade.

Ele foi de vital importância para o surgimento de um dos mais sanguinários grupos que se tem notícia, o "Esquadrão da Morte".

Insatisfeito com os pagamentos, um bicheiro procurou o detetive Milton de Oliveira Le Cocq, que organizara um grupo clandestino de policiais para caçar criminosos.

Em 27/08/1964, o detetive, acompanhado dos colegas Jacaré, Cartola e Hélio Vígio, armou o cerco a Cara de Cavalo em um dos pontos de jogo. Percebendo a armadilha, o bandido tentou fugir, mas teve seu táxi cercado pelo Fusca de Le Cocq. Após um breve tiroteio, o detetive caiu morto com um tiro da Colt 45 de Cara de Cavalo.


Apesar de não ter um currículo violento, Cara de Cavalo inaugurou em seu prontuário criminal o homicídio de Milton de Oliveira Le Cocq, um dos "Dez Homens de Ouro" da polícia carioca.

O incidente decretou a sentença de morte de Cara de Cavalo. De reles marginal, passou a ser um dos criminosos mais procurados de Rio de Janeiro. Armou-se então uma grande operação à sua cata, mobilizando 2 mil policiais, em quatro Estados.

Um mês e sete dias depois, Cara de Cavalo foi finalmente encontrado em Cabo Frio, RJ.

Em 03/10/1964, o criminoso foi cercado em seu esconderijo pela denominada "Turma da Pesada", formada pelos policiais Sivuca, Euclides Nascimento, Guaíba, Cartola, JacaréHélio Vígio, entre outros, e sumariamente executado com mais de cem disparos, 52 dos quais o atingiram, 25 apenas na região do estômago.

Os policiais cariocas da época ironizavam ao declarar que Manoel Moreira, o Cara de Cavalo era o sócio-fundador do "Esquadrão da Morte" de Hélio Oiticica, famoso artista plástico do Rio de Janeiro, que ganhou as colunas dos jornais ao defender publicamente seu amigo marginal e exibir em sua obra, um estandarte que homenageava o bandido.

Ao lado da foto de Cara de Cavalo com os braços abertos formando uma cruz em meio a uma poça de sangue, Hélio Oiticica fez a inscrição: "Seja marginal, seja herói".

Hélio Oiticica Homenageia Cara de Cavalo
Consequências

A caçada a Cara de Cavalo deixou a polícia desorientada. Motivados pelo bordão de Milton de Oliveira Le Cocq de que "Bandido que atira num policial não deve viver!", as autoridades se desentenderam na corrida por deter o criminoso, enquanto pessoas parecidas com ele eram mortas por engano. Após a execução, a "Turma da Pesada" consolidou-se como Scuderie Le Cocq, tendo Luiz Mariano como presidente da organização clandestina de repressão ao crime e Sivuca eleito deputado estadual com a plataforma "Bandido bom é bandido morto".

Um ano depois da morte, Hélio Oiticica criou a obra "Homenagem a Cara de Cavalo", uma caixa envolta por telas, cujas paredes internas foram cobertas por fotografias do criminoso assassinado. Em 1968, prestaria outro tributo ao amigo, com o poema-bandeira "Seja Marginal, Seja Herói".

Scuderie Le Cocq inspirou o surgimento do Esquadrão da Morte, cuja perseguição e execução de bandidos espalhou-se por todo o Brasil.

Fonte: Wikipédia