Vavá

EDVALDO IZÍDIO NETO
(67 anos)
Jogador de Futebol

☼ Recife, PE (12/11/1934)
┼ Rio de Janeiro, RJ (19/01/2002)

Conhecido por Vavá e depois apelidado de Peito de Aço, foi bicampeão mundial de futebol nas Copas de 1958 e 1962, foi um dos mais importantes atacantes que a Seleção Brasileira de Futebol já teve. Continuando sua carreira pela amarelinha após o fim da carreira, foi auxiliar técnico de Telê Santana no time que disputou a Copa do Mundo de 1982, na Espanha.

Ao vir do Sport Club do Recife para o Vasco, ainda garoto, Vavá era meia-esquerda, tipo preparador, de entregar a bola. Flávio Costa foi quem mudou sua posição e suas características. Jogando na área, se destacou por unir a técnica à valentia.

No ano de 1952, foi campeão brasileiro de amadores, campeão carioca amador e titular da seleção olímpica.

Pouca gente sabe, mas o gol que decidiu o título carioca de 1952 para o Vasco foi marcado por Vavá. O Vasco, já na bica para ser campeão, enfrentava o Bangu pela penúltima rodada, desfalcado de alguns titulares, e o garoto Vavá foi escalado. O Vasco venceu por 2 x 1, e o gol da vitória foi dele. No dia seguinte, houve um Fla-Flu que terminou empatado, resultado que deu o título antecipado ao Vasco.


Na vez seguinte em que o Vasco conquistou o campeonato carioca, 1956, o título foi conquistado novamente por antecipação numa partida contra o Bangu, na penúltima rodada, e Vavá novamente decidiu a partida, marcando ambos os gols na vitória por 2 x 1.

Pelo Vasco, Vavá ainda conquistou o Rio-São Paulo de 1958 e, depois de sagrar-se campeão do mundo pelo Brasil na Suécia, chegou a participar dos jogos iniciais do campeonato carioca daquele ano, quando foi então vendido ao Atlético de Madrid.

Como goleador do Vasco e da Seleção Carioca de Futebol, Vavá chegou a Seleção Brasileira de Futebol, participando efetivamente do bicampeonato mundial de 1958 e 1962 (já de volta da Espanha para o Palmeiras), tendo merecido o apelido de Leão da Copa.

Ele marcou 5 gols na Copa do Mundo de 1958 e 4 na de 1962, quando foi, inclusive, um dos co-artilheiros da competição.

Clubes Em Que Jogou

  • 1948 - América Futebol Clube do Recife
  • 1948 - Íbis Sport Club
  • 1949-1950 - Sport Club do Recife
  • 1951 a 1958 - Vasco da Gama, RJ
  • 1958 a 1961 - Atlético de Madrid, Espanha
  • 1961 a 1964 - Palmeiras, SP
  • 1964 a 1965 - América, México
  • 1965-1966 - Elche, Espanha
  • 1966-1967 - América, México
  • 1967-1968 - Toros Naza, México
  • 1968-1969 - San Diego Toros, EUA
  • 1969 - Portuguesa, RJ (Onde encerrou sua carreira)

História na Seleção Brasileira

  • Pela Seleção Brasileira:
23 partidas, 19 vitórias, 3 empates, 1 derrota, 14 gols
  • Contra Seleções Nacionais:
20 partidas, 16 vitórias, 3 empates, 1 derrota, 14 gols
  • Contra Clubes ou Seleções Estaduais:
3 partidas, 3 vitórias
  • Seleção Olímpica:
3 partidas, 2 vitórias, 1 derrota, 1 gol
  • Jogou na Copa do Mundo de 1958 e 1962

Títulos

  • Copa do Mundo (1958 e 1962) - Seleção Brasileira
  • Campeonato Carioca (1952, 1956 e 1958) - Vasco da Gama
  • Torneio de Paris (1957) - Vasco da Gama
  • Torneio Rio-São Paulo (1958) - Vasco da Gama
  • Taça Oswaldo Cruz (1958 e 1962) - Seleção Brasileira
  • Campeonato Paulista (1963) - Palmeiras

Fernando Peixoto

FERNANDO AMARAL DOS GUIMARÃES PEIXOTO
(74 anos)
Escritor, Tradutor, Ator e Diretor

☼ Porto Alegre, RS (19/05/1937)
┼ São Paulo, SP (15/01/2012)

Escritor, tradutor, ator e diretor teatral, ligado ao Teatro Oficina de São Paulo, até 1968. Autor de várias obras vinculadas às concepções brechtianas, tendo sido membro do comitê central do Partido Comunista Brasileiro (PCB).

Iniciou carreira como ator em Porto Alegre, em 1953, trabalhando nesta cidade com artistas importantes que por lá passaram como Ruggero Jacobbi, Gianni Ratto, Flávio Rangel, Ruth Escobar, antes de sua mudança para São Paulo.

Entre seus colegas de profissão em Porto Alegre encontram-se pessoas que teriam papel importante na arte brasileira, entre eles Antônio Abujamra, Carlos Reverbel, Olga Reverbel, Paulo César Pereio, Paulo José e Luis Carlos Maciel. Foi casado com a atriz Ítala Nandi de 1961 a 1969, e depois com a cantora e compositora Ana de Hollanda  de 1980 a 1996.

Porto Alegre

Em 1958, ingressou na primeira turma do curso de Arte Dramática, na Universidade do Rio Grande do Sul, onde foi aluno de Gerd Bornheim, Ângelo Ricci, Guilhermino César e Ruggero Jacobbi.

Fernando Peixoto fundou o Teatro Equipe, nos moldes do Teatro de Arena de São Paulo, pois ele "era nosso modelo como postura de um teatro social, político, voltado para a realidade nacional". Nessa época, já havia estabelecido contatos com Augusto Boal e Sábato Magaldi.

Como jornalista, no jornal Correio do Povo, de Porto Alegre, entre 1957 e 1959, escreveu sobre teatro, cinema e cultura. Atividade que continuou em alguns importantes órgãos da imprensa de resistência nas décadas de 70 e 80, como Opinião, Movimento, Revista Civilização Brasileira, A Voz da Unidade, Argumento, Debate e Crítica, etc.

São Paulo

Mudou-se para São Paulo em 1963, com a atriz Ítala Nandi, quando ambos se ligam ao Teatro Oficina. Também atuou no Teatro de Arena, no final dos anos 60.

Fernando Peixoto foi autor de ensaios, textos teóricos, tradutor, professor e dirigente de coleções nas editoras Paz e Terra e Hucitec, marca um dos raros casos de simultaneidade na produção artística e teórica.

Foi professor de direção teatral no curso de teatro da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo entre 1973 e 1975. Traduziu os livros "O Teatro e Sua Realidade", de Bernard Dort, em 1977, e "Berliner Ensemble: Um Trabalho Teatral em Defesa da Paz", em 1985; além de muitos textos dramáticos, como "Pequenos Burgueses", "Vassa Geleznova", "Um Mês no Campo", "Dom Juan", "Mortos Sem Sepultura", "Tupac Amaru", "Na Selva das Cidades", sendo um dos organizadores da edição do Teatro Completo de Brecht no Brasil, para a qual traduz diversas peças.

Fernando Peixoto foi casado com Ministra da Cultura, Ana de Hollanda. No site do ministério, Vitor Ortiz, Ministro Interino de Estado da Cultura, homenageia o diretor. Em nota oficial, de 15/01/2012, afirma:

"O Brasil acaba de perder um dos seus maiores pensadores de teatro. As reflexões de Fernando Peixoto sobre o teatro internacional e sua contribuição ao teatro brasileiro na segunda metade do século 20 foram fundamentais."

Luta Pelas Liberdades Democráticas

Foi também diretor artístico dos shows pela democracia no Brasil, realizados como protesto nos tempos da Ditadura Militar Brasileira, ao final dos anos setenta, com a participação de Chico Buarque de Hollanda, Milton Nascimento, Quinteto Violado e outros grandes artistas nacionais.

Como ator, participou de várias montagens no Teatro Oficina, se destacando em "Galileu Galilei" de Bertolt Brecht (personagem Andréa Sarti, discípulo do personagem principal), "Rei da Vela" de Oswald de Andrade (personagem Abelardo II) e "Pequenos Burgueses" de Máximo Gorki.

Fernando Peixoto morreu em 15/01/2012, aos 74 anos. Ele estava internado no Hospital São Luiz, em São Paulo, desde dezembro de 2011 e tinha câncer no intestino.