Petrônio Portella

PETRÔNIO PORTELLA NUNES
(54 anos)
Advogado e Político

* Valença do Piauí, PI (12/09/1925)
+ Brasília, DF (06/01/1980)

Foi um advogado e político brasileiro de atuação destacada como fiador da distensão política empreendida pelos presidentes Ernesto Geisel e João Baptista de Oliveira Figueiredo.

Filho de Eustáquio Portella Nunes e Maria Ferreira de Deus Nunes mudou-se para Teresina aos onze anos de idade acompanhado de seus genitores a fim de prosseguir em seus estudos. A seguir foi morar na cidade do Rio de Janeiro onde trabalhou como funcionário da atual Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, atividade que exerceu de modo concomitante com suas obrigações de universitário.

Formado em Direito pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), à época chamada de Universidade do Brasil, exerceu a profissão de advogado na capital piauiense tendo sido ainda professor da Escola Técnica de Comércio do Piauí.

Quando jovem teve papel ativo na política estudantil. Foi líder da Reforma, o mais ativo partido universitário carioca e que disputava o cobiçado Centro Acadêmico Cândido de Oliveira (CACO) na Faculdade de Direito da Universidade do Brasil.

Política

Após regressar ao Piauí, Drº Petrônio Portella passou a assessorar juridicamente a União Democrática Nacional (UDN), partido ao qual se filiou e logo se viu imerso no mundo político.

Disputou sua primeira eleição em 1950 quando foi eleito suplente de deputado estadual, condição que lhe valeu uma série de convocações para o exercício do mandato.

Em 1954 foi eleito deputado estadual e em 1958 foi eleito prefeito de Teresina, sendo um dos artífices da eleição de Chagas Rodrigues ao governo do estado.

Ao longo de sua gestão como prefeito teresinense rompeu com Chagas Rodrigues e pôs fim à aliança PTB/UDN, o que o fez coligar seu partido com o Partido Social Democrático (PSD) e pavimentar sua eleição para governador do Piauí em 1962, derrotando o deputado estadual Constantino Pereira de Sousa (PTB).

Foi durante seu interregno como chefe do executivo piauiense que eclodiu uma rebelião na Polícia Militar do Estado do Piauí em 1963 e no ano seguinte foi instaurado o Regime Militar de 1964, movimento ao qual hipotecou apoio, embora tenha se mostrado contrário ao mesmo num primeiro instante, ingressando a seguir na Aliança Renovadora Nacional (ARENA), o novo partido situacionista, sendo eleito senador em 1966.

Em seu primeiro mandato foi presidente da Comissão de Constituição e Justiça, vice-líder de sua bancada e depois vice-líder do governo. Entre 1971 e 1973 foi presidente do Senado Federal e presidente da executiva nacional da Aliança Renovadora Nacional (ARENA) entre 1973 e 1975, acumulando esta última tarefa com a liderança do governo Emílio Garrastazu Médici no Senado Federal e com a liderança de sua bancada.

Reeleito Senador em 1974, foi o condutor da chamada "Missão Portella", o primeiro passo da política de "distensão gradual e segura" empreendida pelo presidente Ernesto Geisel em seus planos de abertura.

Presidente do Senado Federal, pela segunda vez entre 1977 e 1979 foi alçado à presidência da Comissão de Relações Exteriores daquela casa em 1979, cargo do qual se afastou em 15/03/1979 ao ser nomeado Ministro da Justiça pelo presidente João Baptista de Oliveira Figueiredo. Durante seu interregno no cargo, o Pluripartidarismo foi restaurado e foi decretada a Lei da Anistia que pacificou os ânimos nacionais quanto às conseqüências do Regime Militar.

Em razão de sua capacidade de articulação era apontado como um dos candidatos a sucessão presidencial pelo Partido Democrático Social (PDS), contudo faleceu em Brasília vítima de ataque cardíaco em 06/01/1980.

Sucessores

Devido ao seu falecimento, foi sucedido em sua vaga de senador por Bernardino Soares Viana e como Ministro da Justiça deu lugar a Ibrahim Abi-Ackel após uma breve passagem de Golbery do Couto e Silva pelo cargo.

Família

No início de sua carreira política, Petrônio Portella era um férreo opositor do governador Pedro Freitas, o que não o impediu de casar-se com a filha de seu adversário político.

Dois de seus irmãos atuaram na política do Piauí: Lucídio Portela Nunes foi nomeado governador do estado em 1978 pela Aliança Renovadora Nacional (ARENA) e eleito pelo Partido Democrático Social (PDS) vice-governador do estado em 1986 e senador em 1990, enquanto que Elói Portela foi eleito primeiro suplente do senador Freitas Neto em 1994, chegando a exercer o mandato entre abril de 1998 e janeiro de 1999 quando o titular foi Ministro Extraordinário das Reformas Institucionais no primeiro governo Fernando Henrique Cardoso.

Seu sobrinho, Marcelo Coelho, foi eleito deputado estadual em 1982, 1986, 1998 e 2002 sempre pelo Partido Democrático Social (PDS) e pelas legendas que o sucederam.

Fonte: Wikipédia