Jorge Dória

JORGE PIRES FERREIRA
(92 anos)
Ator

* Rio de Janeiro, RJ (12/12/1920)
+ Rio de Janeiro, RJ (06/11/2013)

Nascido no bairro de Vila Isabel, Rio de Janeiro, Jorge Dória era filho de militar, teve uma rígida educação e tinha pela frente uma carreira como funcionário público. Mas, com a morte do pai, rendeu-se às artes irremediavelmente: foram quase 60 anos de carreira, nos quais interpretou papéis marcantes no teatro, no cinema e na televisão.

Em 1952 teve um de seus grandes momentos no palco. Primeiro, lançou-se com o espetáculo "As Pernas da Herdeira". Em seguida, entrou para a companhia Eva e Seus Artistas, em que estreou a peça "A Amiga da Onça", de I. Bekeffi e A. Stella. Depois disso, permaneceu por cerca de uma década como ator fixo da companhia. No período, firmou-se como um dos maiores comediantes do teatro e se destacou por sua atuação em "O Freguês da Madrugada" (1952), "Sabrina" (1955) e "Valsa de Aniversário" (1957).

O grande salto de sua trajetória teatral, contudo, só se deu em 1962, quando protagonizou "Procura-se Uma Rosa", de Vinicius de Moraes, Pedro Bloch e Gláucio Gil, dirigida por Hélio Bloch. Também de Pedro Bloch fez "Os Pais Abstratos", em 1966, sob direção de João Bethencourt. O encenador foi um de seus mais profícuos parceiros e o conduziu em diversos trabalhos de sucesso, entre eles, o mais afamado espetáculo da carreira de Jorge Dória, "Gaiola das Loucas". A montagem, que estreou em 1974, ficou em cartaz por cerca de seis anos. Também com João Bethencourt voltaria a se encontrar mais de 20 anos depois para criar "O Avarento", de Molière.


Outro criador que o acompanhou em sua trajetória foi o dramaturgo e diretor Domingos de Oliveira. Ele o dirigiu em importantes clássicos como "Escola de Mulheres", texto de Molière que lhe rendeu o Prêmio Mambembe de 1984 e "A Morte do Caixeiro Viajante", de Arthur Miller, que estreou em 1986.

Iniciou sua carreira na televisão em 1953, atuando em uma novela da TV Tupi"Delícias da Vida Conjugal". A carreira na TV consolidou-se a partir da novela "E Nós, Aonde Vamos?", da TV Rio, quando já era um ator consagrado no cinema e no teatro.

Na Rede Globo, participou, como Lineu, da primeira versão da série "A Grande Família", de Oduvaldo Vianna Filho, o Vianinha, e Paulo Pontes. "Foi um grande sucesso. Era um programa diferente, todas as cenas se passavam dentro de um ambiente, como se fosse um teatro", declarou Jorge Dória certa vez à Rede Globo.

Na emissora, também se destacou no especial "O Noviço", adaptação de Mário Lago para a comédia homônima de Martins Pena. Nos anos 80, chamou a atenção em "Que Rei Sou Eu?" (1989), novela de Cassiano Gabus Mendes pela qual o ator recebeu o Prêmio Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA), como melhor intérprete de 1989. De Cassiano Gabus Mendes, também integrou o elenco de "Meu Bem, Meu Mal", em 1990. Participou ainda de "Zazá" (1997) e "Suave Veneno" (1999). Entre 2000 e 2005, pôde ser visto no programa "Zorra Total", do qual se afastou depois de sofrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC).

Morte

Jorge Dória morreu às 15:05 hs de quarta-feira, 06/11/2013, aos 92 anos. Ele estava internado no Centro de Tratamento Intensivo do Hospital Barra D'Or, na zona oeste do Rio de Janeiro, desde o dia 27/09/2013. A assessoria de imprensa do hospital informou que Jorge Dória morreu após complicações cardiorrespiratórias e renais.

O ator estava respirando com a ajuda de aparelhos e sua pressão arterial estava sendo controlada por remédios.

Heloísa Mafalda e Jorge Dória em cena de "A Grande Família", da TV Globo
Televisão

  • 1970 - E Nós Aonde Vamos?
  • 1972 - Uma Rosa com Amor ... Zé Pistola
  • 1972/1975 - A Grande Família ... Lineu
  • 1975 - O Noviço ... Ambrósio
  • 1978 - Aritana ... Boaventura
  • 1978 - O Pulo do Gato ... Bubby Mariano
  • 1979 - O Todo Poderoso ... Cristiano
  • 1980 - Cavalo Amarelo ... Barbosa
  • 1981 - O Amor é Nosso ... Sandoval
  • 1983 - Champagne ... João Brandão
  • 1983 - Parabéns Pra Você ... Baby
  • 1984 - Livre Para Voar ... J.J. (Jardim Julião)
  • 1985 - Jogo do Amor ... Otávio
  • 1987 - A Rainha da Vida ... Carlos Valadares
  • 1987 - Brega & Chique ... Herbert Alvaray
  • 1989 - Que Rei Sou Eu? ... Vanoli Berval
  • 1989 - Tieta ... Padre Hilário
  • 1990 - Meu Bem, Meu Mal ... Emílio Castro
  • 1990 - Rainha da Sucata ... Alberico
  • 1992 - Deus Nos Acuda ... Tomás Euclides Rodrigues Garcia
  • 1992 - Tereza Batista ... Emiliano
  • 1993 - Olho No Olho ... Átila
  • 1994 - Quatro Por Quatro ... Santinho
  • 1996 - Vira-Lata ... Moreira
  • 1997 - Zazá ... Ângelo Pietro
  • 1998 - Era Uma Vez… ... Rodolfo "Rudy" Reis
  • 1999 - Suave Veneno ... Genival
  • 1999/2006 - Zorra Total ... Mateus / Maurição
  • 2001 - Malhação ... Carmello


Cinema

  • 1948 - Inconfidência Mineira
  • 1948 - Mãe
  • 1949 - Também Somos Irmãos
  • 1951 - Maior Que O Ódio
  • 1962 - Assalto Ao Trem Pagador
  • 1965 - O Beijo
  • 1966 - Cristo De Lama
  • 1968 - Juventude E Ternura
  • 1969 - As Duas Faces Da Moeda
  • 1970 - Pais Quadrados, Filhos Avançados
  • 1971 - Bonga, O Vagabundo
  • 1972 - Eu Transo, Ela Transa
  • 1973 - Como É Boa Nossa Empregada
  • 1974 - O Comprador De Fazendas
  • 1975 - As Aventuras De Um Detetive Português
  • 1976 - Ninguém Segura Essas Mulheres
  • 1978 - A Dama Do Lotação
  • 1980 - Perdoa-me Por Me Traíres
  • 1981 - O Sequestro
  • 1985 - Pedro Mico
  • 1987 - A Dama Do Cine Shanghai
  • 2003 - O Homem Do Ano

Moraes Sarmento

RUBENS SARMENTO
(75 anos)
Radialista, Locutor e Apresentador de TV

* Campinas, SP (14/12/1922)
+ São Paulo, SP (22/03/1998)

Moraes Sarmento nasceu em Campinas, SP no dia 14/12/1922 onde iniciou a carreira de radialista em 1937, na Rádio Educadora. Teve a primeira experiência como locutor em serviços de alto-falantes da cidade. Mas foi em Uberlândia, MG, que, aos 16 anos de idade, em 1941, trabalhou como locutor profissional.

Na década de 40 atuou em diversas cidades do interior de São Paulo como São José do Rio Preto, Araçatuba, entre outras. Nesse período, ia constantemente a São Paulo tentar a sorte em alguma emissora, até que em 1944, pelas mãos de Roberto Côrte-Real, ingressou na Rádio Cultura, cujos estúdios ficavam na Avenida São João. Ali, com a experiência adquirida em Campinas, em programas de auditório, passou a comandar o famoso programa da época, "Cirquinho do Simplício".

Foi incentivado por Manuel de Nóbrega de quem se tornou secretário particular.

Wilma Santochi Sarmento e Moraes Sarmento
Esta é a ultima foto dos dois, quando ele recebeu o Titulo de Cidadão Paulistano
Moraes Sarmento tornou-se cidadão honorário das cidades paulistas de Atibaia, Brotas, Osasco, Tatuí, Torrinha, recentemente Cidadão Paulistano, e Ouro Fino, em Minas Gerais.

Após um período de muito sucesso na Rádio Cultura, esteve no Rio de Janeiro onde atuou na Rádio Tamoio e na Rádio Tupi. Retornou a São Paulo para ficar, por nove anos, na antiga Rádio São Paulo.

Foi porém a partir de maio de 1958 que, atendendo a convite, ingressou na Rádio Bandeirantes, onde, por 22 anos consecutivos, teve um programa que levava seu nome, no qual pode realizar aquilo que sempre almejou: irradiar, essencialmente, a música brasileira, preservando de forma singular, a memória  musical de nossa terra. Nesse programa, teve também a oportunidade de lutar pela preservação da fauna e flora do nosso país, sendo por isso, agraciado com a Comenda e Medalha Marechal Rondon e Couto de Magalhães pela Sociedade Geográfica Brasileira.

Moraes Sarmento com Dorival Caymi na Rádio Bandeirantes
Por sua luta pela preservação de bandas de música, despertou a atenção de prefeitos de inúmeras cidades do interior paulista, incentivando-os com a construção  de coretos em praças públicas locais.

Foi presidente da Federação das Escolas de Samba de São Paulo, oportunidade em que organizou grande desfile de escolas de samba no Anhangabaú. O sucesso do evento foi tão grande que, o então prefeito Faria Lima, em 1967, através de decreto, resolveu oficializar o carnaval de São Paulo.

Foi presidente da Associação de Amparo aos Animais, sendo, em sua gestão construída a sede própria da entidade.

Moraes Sarmento recebeu vários troféus, entre os quais o Prêmio Roquette Pinto, por duas vezes, e o Prêmio Governador do Estado, tendo como justificativa o melhor programa de música brasileira e a preservação da memória musical do país.

O ex-governador Laudo Natel, Moraes Sarmento e Nelson Goncalves no seu programa da Radio Bandeirantes
Em 1996, em seu programa na Rádio Bandeirantes, fez memorável campanha visando homenagear o cantor Vicente Celestino com um disco de ouro que pesava cerca de meio quilo. A entrega do disco foi feita em famoso programa da TV Record, ao qual compareceram grandes cantores da época como Orlando Silva, Carlos Galhardo, Gilberto Alves, Osny Silva, Cyro Monteiro, Elizeth Cardoso, os quais costumava prestigiar em seu programa.

Moraes Sarmento esteve no ar por 60 anos, sempre prestigiando nossos grandes cantores e a música popular brasileira em sua fase de ouro.

Durante 11 anos consecutivos apresentou, na TV Cultura, o programa "Viola Minha Viola".

Em 1987, recebeu aquela que considerava ser sua maior homenagem: Participou em carro aberto no desfile de carnaval e teve sua vida contada e cantada no samba enredo da Escola de Samba Mocidade Alegre.

Moraes Sarmento foi fundador da Lira Musical Pedro Salgado, nome que homenageia o grande compositor de músicas específicas para banda de música. Apresentou também, com grande sucesso, na TV Tupi, o programa "Praça Moraes Sarmento".

Na Rádio Bandeirantes, além de seu programa noturno, que durou 22 anos, lançou "Almoço à Brasileira" com audiência absoluta no horário, ocasião em que reabilitou o samba, em franca decadência na época.

Moraes Sarmento foi casado com Wilma Santochi Sarmento e teve uma filha chamada Marisa Sarmento Edwards. Era avô de Marcelo e Gabriela, e bisavô de Victor, Marina, Luccas e David Miguel.

Moraes Sarmento faleceu em São Paulo, no dia 22/03/1998, vítima de um aneurisma abdominal.

Fonte: Registros de família gentilmente cedidos por Marisa Sarmento Edwards.