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Ederaldo Gentil

EDERALDO GENTIL PEREIRA
(67 anos)
Cantor e Compositor

☼ Salvador, BA (07/09/1944)
┼  Salvador, BA (30/03/2012)

Ederaldo Gentil Pereira, mais conhecido como Ederaldo Gentil, foi um cantor e compositor, nascido em Salvador, BA, no dia 07/09/1944.

Cantor e compositor da geração mais talentosa do samba baiano, Ederaldo Gentil ao lado de nomes como Edil PachecoBatatinha se notabilizou como um dos maiores sambistas da Bahia. 

Ederaldo Gentil nasceu no Largo Dois de Julho, centro histórico de Salvador. Filho de Seu Carlos e Dona Zezé, aos 11 anos já participava da bateria da Escola de Samba Filhos do Tororó, começando a compor para a escola ainda muito jovem, entrando para a ala da escola.

Foi jogador de futebol (meia-esquerda) do Guarany, chegando a treinar no Vitória.

Em 1960, após a morte do pai, a família passou a residir no bairro do Tororó. Ederaldo Gentil vai trabalhar com Albino Castro, no Palácio das Jóias, onde aprendeu a profissão de ourives e, depois, relojoeiro.


Em 1964, Com 20 anos, gerente da Casa Alfaia, vai trabalhar na Avenida Sete. Compôs "Rio de Lágrimas" e a música venceu o Festival de Música da Prefeitura de Salvador em 1967. No mesmo ano, compôs para a Escola de Samba Filhos do Tororó seu primeiro samba-enredo, "Dois de Fevereiro".

Em 1965, "Um Rio de Lágrimas" cantada por Raquel Mendes, fica em 6º lugar no Concurso de Músicas Carnavalescas. A canção foi gravada no disco "Carnaval da Bahia Para o Brasil”, lançado pela Sutursa no ano seguinte, em 1966.

Em 1968, ganhou outra vez o Festival de Música da Prefeitura de Salvador, dessa vez com o samba "Silêncio". Este festival reinaugurou o Teatro Castro Alves, o principal da cidade, tendo sido o júri presidido por Dorival Caymmi e Jorge Amado, para o qual foram convidadas personalidades do Rio de Janeiro, como Sérgio Porto, Oscar Castro-Neves, Quarteto em Cy e o crítico Ricardo Cravo Albin. No mesmo ano, classificou um samba-enredo de sua autoria, "História dos Carnavais", em concurso promovido pela prefeitura de Salvador. Ainda em 1968, Tião Motorista foi responsável pela gravação de sua primeira música, "Esquece a Tristeza".

Em 1969, Jair Rodrigues gravou pela Philips dois sambas seus em parceria com Edil Pacheco, "Alô, Madrugada" e "Berequetê".


Em 1970, com "O Samba Chama", venceu o 1º Festival de Samba de Salvador. Integrou o conjunto Função, com o qual fez diversos shows pela cidade de Salvador. Nessa época, Maria Bethânia e Eliana Pittman gravaram composições suas.

Em 1972 compôs com Anísio Félix o samba-enredo "In-Lê-In-Lá", em homenagem aos cinquenta anos de Mãe Menininha do Gantois, para a Escola de Samba Filhos do Tororó.

No ano de 1973, mudou-se para São Paulo e assinou contrato com a gravadora paulista Chanteclair, lançando seu primeiro disco, um compacto simples contendo duas composições suas, "Triste Samba" e "O Ouro e a Madeira". Ainda neste ano, com a música "O Ouro e Madeira" (Ederaldo Gentil), venceu o 1º Concurso de Sambas, realizado no Pelourinho.

 Em 1975, o conjunto Nosso Samba regravou pela Odeon "O Ouro e a Madeira" (Ederaldo Gentil), tornando a música um grande sucesso e projetando o nome do compositor nacionalmente. Ainda nesse ano, retornou a Salvador e participou no Teatro Vila Velha do show "Improviso". Obteve também o primeiro lugar, no mesmo ano, no concurso de sambas-enredos de Salvador. Gravou seu primeiro LP pela Chanteclair, "Samba, Canto Livre de um Povo", interpretando "O Ouro e a Madeira" (Ederaldo Gentil), "Pam Pam Pam" (Ederaldo Gentil e Batatinha), "Rose" (Ederaldo Gentil e Nelson Rufino), "Fevereiro Eu Volto" (Ederaldo Gentil e Eustáquio de Olivieira), "Samba, Canto Livre de um Povo" (Ederaldo Gentil e Edil Pacheco), entre outras. Continuando 1975, Alcione, no disco "A Voz do Samba", pela gravadora Philips, interpretou uma composição sua em parceria com Batatinha, "Espera".


Em 1976, lançou seu segundo disco, "Ederaldo Gentil - Pequenino",  também pela Chanteclair, no qual interpretou diversas composições de sua autoria, como "O `Rei" (Ederaldo Gentil e Paulo Diniz), "In-lê-in-lá" (Ederaldo Gentil e Anísio Félix), "Vento Forte" (Ederaldo Gentil Eustáquio Oliveira) e "A Bahia Vem" (Ederaldo Gentil e Batatinha). Alcione gravou "Agolonã" (Ederaldo Gentil e Batatinha).

Em 1977, no LP "Pra Que Chorar", Alcione interpretou "Feira do Rolo" (Ederaldo Gentil),  e em 1978, "A Volta ao Mundo". Por esta época, com Batatinha, montou o show "O Samba Nasceu na Bahia".

No ano de 1983, pela gravadora Nosso Som Gravações e Produções, lançou o disco "Identidade", no qual foram incluídas as faixas "Luandê" (Ederaldo Gentil e Capinam), "Provinciano" (Ederaldo Gentil e Roque Ferreira), "Ternos da Lapinha" (Ederaldo Gentil e Gereba) e "Choro - Dor" (Ederaldo Gentil).

Em 1998, a EMI lançou o disco "Diplomacia", de Batatinha. Nesse CD, juntamente com Batatinha, Nelson Rufino, Walmir Lima, Edil Pacheco e Riachão, participou da faixa "De Revólver Não". Constou ainda, neste mesmo disco, uma de suas parcerias com Batatinha, "Ironia", interpretada por Jussara Silveira.


Em 1999, foi lançado o CD "Pérolas Finas", em sua homenagem. Produzido por seu parceiro e amigo Edil Pacheco, o disco contou com diversas participações especiais, como as de Gilberto Gil e Felipe de Angola em "Luandê" (Ederaldo Gentil), composta após uma viagem do compositor a Angola, Luiz Melodia interpretando "Espera" (Ederaldo Gentil e Batatinha), Beth Carvalho em "Eu e a Viola" (Ederaldo Gentil), Elza Soares em "A Saudade Me Mata" (Ederaldo Gentil), Jair Rodrigues, recriando um sucesso de 1975 do grupo Nosso Samba, em "O Ouro e a Madeira" (Ederaldo Gentil), Lazzo interpretou "Rose" (Ederaldo Gentil e Nelson Rufino), Carlinhos Brown e Cézar Mendes em "Barraco" (Ederaldo Gentil), Paulo César Pinheiro prestou homenagem ao amigo interpretando "De Menor" (Ederaldo Gentil), a dupla Paulinho Boca de Cantor e Pepeu Gomes cantou "In-lê-in-lá" (Ederaldo Gentil Anísio Félix), composta em homenagem à Mãe Menininha do GantoisJussara Pinheiro interpretou "Impressão Digital" (Ederaldo Gentil), Vânia Bárbara apareceu em "Oceano de Paz" (Ederaldo Gentil). O disco trouxe ainda Edil Pacheco, parceiro e amigo, cantando "Maria da Graça" (Ederaldo Gentil), e a participação do cantor João Nogueira. Na linha de frente dos músicos, constam Maurício Carrillo (violão), Pedro Amorim (bandolim), Cristóvão Bastos (piano), Jorge Simas (violão), Marco 7 Cordas (violão) e Luciana Rabello (cavaquinho).

Em 2004 sua composição "Passarela da Vida" (Ederaldo Gentil e Dalmo Castello) foi incluída no CD "Passeador de Palavras", de Dalmo Castello.

No ano de 2017, seu sobrinho, o músico Luisão Pereira, reuniu seus três discos lançados e mais um de inéditas (com novos artistas gravando a sua obra) em uma caixa de CDs com lançamento de parte de sua obra. Entre seus principais intérpretes constavam Agepê, Alcione, Miltinho, Eliana Pittman, Leny Andrade, Maria Bethânia, Originais do Samba, Beth Carvalho, Elza Soares, Jair Rodrigues e Roberto Ribeiro

Morte

Ederaldo Gentil faleceu na sexta-feira, 30/03/2012, aos 67 anos, em Salvador, BA, vítima de infecção generalizada após complicações intestinais. 

O sepultamento ocorreu no sábado, 31/03/2012, às 16h00, no Cemitério do Campo Santo, em Salvador, BA.

Discografia

  • 1999 - Diplomacia (EMI, CD)
  • 1999 - Pérolas Finas (Copene - Companhia Petroquímica do Nordeste, CD)
  • 1983 - Identidade (Nosso Som Gravações e Produções, LP)
  • 1976 - Ederaldo Gentil - Pequenino (Chanteclair, LP)
  • 1975 - Samba, Canto Livre de um Povo (Chanteclair, LP)
  • 1973 - Triste Samba / O Ouro e a Madeira (Chanteclair, Compacto Simples)

#FamososQuePartiram #EderaldoGentil

Milton Luiz Pereira

MILTON LUIZ PEREIRA
(79 anos)
Jurista, Radialista, Professor e Político

☼ Itatinga, SP (09/12/1932)
┼ Curitiba, PR (16/02/2012)

Milton Luiz Pereira foi um jurista e político brasileiro, nascido em Itatinga, SP, no dia 09/12/1932.

Milton Luiz Pereira mudou-se ainda adolescente para Curitiba, PR. Na capital, iniciou amizade com José Richa, então estudante de Odontologia.

Filho de José Benedito Pereira e Júlia Pinto Pereira, formou em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade Federal do Paraná (UFPR), em 1958. Foi Procurador Judicial Municipal e advogado credenciado pela Caixa Econômica Federal da Comarca de Campo Mourão, PR.

Como advogado, Milton Luiz Pereira foi atuar em Campo Mourão, no Centro-Oeste do Paraná, em 1959, e rapidamente foi reconhecido por seu trabalho.

Em 1963 aceitou disputar a eleição para prefeito da cidade pelo Partido Democrata Cristão (PDC), de Ney Braga. O historiador Santos Júnior, que é de Campo Mourão, conta que a eleição parecia perdida. Milton Luiz Pereira tinha poucos recursos e concorria com o empresário Ivo Trombini, que além de dinheiro tinha o apoio do ex-presidente Juscelino Kubits­­chek. Então senador, Juscelino Kubits­­chek fez um grande comício no município. O troco de Milton Luiz Pereira foi visitar cada eleitor em casa. Elegeu-se.


Então, entre 1964 e 1967, foi prefeito de Campo Mourão, PR, e ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Nessas funções, realizou obras e julgamentos importantes. Mas o maior legado que deixou ao Paraná e ao Brasil, segundo relatos de várias pessoas que o conheceram, em artigos e cartas publicadas pela Gazeta do Povo, foi sua conduta. Um homem público íntegro, humilde e sempre pronto para aprender.

Como prefeito, promoveu uma grande inovação para a época: criou o Conselho Comunitário, que contava com a participação de uma pessoa de cada bairro da cidade. O trabalho foi produtivo: as receitas financeiras do município cresceram e a gestão de Milton Luiz Pereira entregou várias obras, como bibliotecas, rede de água e esgoto, estradas, a rodoviária. Graças ao Conselho e às obras, Cam­­po Mou­­rão foi escolhido à época como "Município Modelo do Paraná".

Entre o final da década de 1960 até a sua aposentadoria, exerceu diversos cargos na esfera jurídica Estadual e Federal, como:
  • Juiz Federal Substituto da 2ª Vara da Seção Judiciária do Paraná;
  • Juiz Federal da 5ª Vara da Seção Judiciária do Rio Grande do Sul;
  • Juiz Substituto do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná, em vários biênios;
  • Ministro do Tribunal Federal de Recursos;
  • Juiz Presidente do Conselho de Administração do Tribunal Regional Federal;
  • Ministro do Superior Tribunal de Justiça, decreto de 1992;

Também foi professor catedrático em universidades de Curitiba e Umuarama.

Em 14/02/2014, no segundo aniversário de falecimento de Milton Luiz Pereira e sua esposa Mary, foi fundado o Instituto Milton Luiz Pereira, com a intenção de promover ações e assistência sociais, bem como estudos e iniciativas para o exercício das virtudes e ideais daquele que lhe deu o nome.

Milton Luiz Pereira e o Fusca
Presente do Povo

Em 1967, Milton Luiz Pereira renunciou ao cargo de prefeito para ser nomeado juiz federal, atingindo o objetivo de chegar à magistratura. O convite surgiu de contatos com políticos. Eles já haviam oferecido outros cargos, como secretário estadual, e sugerido a candidatura à Assembleia ou à Câ­­ma­­ra Federal. Mas Milton Luiz Pereira não se interessou.

Foi nessa época que a população de Campo Mourão fez a célebre arrecadação de dinheiro e comprou um Fusca de presente para o prefeito, que não tinha automóvel. Santos Júnior conta que se esqueceram de colocar gasolina. Mas isso não foi problema. A população empurrou o Fusca, com Milton Luiz Pereira, a mulher e os filhos, até a casa deles. "Além do carro, o ex-prefeito ganhou um jogo de canetas, um relógio de ouro e até um frango, presente de um lavrador, que andou 20 quilômetros, a pé!", relata o historiador.

O Fusca azul se tornou um amuleto usado por Milton Luiz Pereira até o fim da vida. Foi seu único carro.


"Toda vez que entro nele, sinto-me em Campo Mourão. Naquele momento, senti que o povo sabe ser justo!", dizia o juiz.

Milton Luiz Pereira permaneceu como juiz federal e, em 1988, assumiu a presidência do Tribunal Federal de Recursos (TFR), fato noticiado com destaque na Gazeta do Povo de 20 de novembro. O órgão já estava em vias de ser extinto, por força da nova Constituição. O Judiciário foi remodelado e surgiram os Tribunais Regionais Federais. Pela sua experiência, Milton Luiz Pereira assumiu o TRF da 3ª Região, em São Paulo.

Em 1992 foi nomeado Ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), onde ficou por 10 anos.

Aposentado, teve mais tempo para se dedicar às novenas na Igreja São Judas Tadeu, do qual era devoto, e à família. Com Rizoleta Mary teve 5 filhos e com ela viveu até o fim.

Morte

Milton Luiz Pereira, o Drº Milton, como era conhecido entre os servidores da Justiça Federal, faleceu na madrugada do dia 16/02/2012, em Curitiba, PR, aos 79 anos, poucas horas após o falecimento de sua esposa, Rizoleta Mary Pereira. Ela morreu por volta das 19h00 de quarta-feira, 15/02/2012, e o ministro às 2h20 de quinta-feira, 16/02/2012.

Os dois estavam internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Nossa Senhora das Graças, em Curitiba, PR, há uma semana, de acordo com familiares. Milton Luiz Pereira e Rizoleta Mary Pereira tinham câncer no pulmão e morreram em decorrência de complicações da doença.

Em nota oficial, o presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Ministro Ari Pargendler lamentou as mortes, pois "formavam um casal harmonioso nutrido pelo amor que sentiam pelos filhos".

O velório do casal começou por volta das 12h30 de quinta-feira, 16/02/2012, no Cemitério Parque Iguaçu, de acordo com informações do Serviço Funerário Municipal e da funerária responsável. Os corpos foram sepultados na sexta-feira, 17/02/2012, às 10h00, no mesmo cemitério.

Aírton Pavilhão

AÍRTON FERREIRA DA SILVA
(77 anos)
Jogador de Futebol

☼ Porto Alegre, RS (31/10/1934)
┼ Porto Alegre, RS (03/04/2012)

Aírton Ferreira da Silva foi um jogador de futebol brasileiro. O zagueiro Aírton iniciou sua carreira profissional no Grêmio Força e Luz em 1949 e atuou pelo clube até 1954.

Ocorrida em 23/06/1954, sua transferência para o Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense foi no mínimo bem curiosa: Aírton foi vendido pelo Grêmio Força e Luz por 50 mil cruzeiros e mais um Pavilhão de arquibancadas. E foi assim que nasceu o apelido Aírton Pavilhão.

Aírton Pavilhão estreou pelo Grêmio Foot-Ball Porto-Alegrense em 01/08/1954, num empate de 1 x 1 com o Cruzeiro de Porto Alegre. Defensor de técnica apurada, que jogava com a cabeça erguida e jamais usava o recurso das faltas violentas, certa vez em um confronto do Grêmio Foot-Ball Porto-Alegrense com o Santos no Estádio Olímpico Monumental, entrou para a história do futebol ao dar um "balãozinho" - como se chamava no Rio Grande do Sul o que é conhecido em alguns Estados brasileiros por "chapéu" - em Pelé.


Foi convocado para a Seleção Brasileira em sete oportunidades. Atuou também pelo Santos em 1960. Seu último jogo pelo Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense foi em 05/11/1967, num empate com o Perdigão de 2 x 2, em Videira.

Aírton Pavilhão encerrou sua carreira em 1971 atuando pelo Cruz Alta do Rio Grande do Sul.

Em 2007 foi homenageado pelo Grêmio com a inauguração no Centro de Treinamentos do Clube do Pavilhão "Airton Ferreira da Silva". Foi conselheiro titular do Grêmio com mandato de 2007 a 2013.

Se você tem dúvidas sobre as qualidades de Aírton Pavilhão, pergunte a Pelé que o considerava o melhor zagueiro do mundo, capaz de jogar contra ele, roubar-lhe a bola e sem jamais ter necessidade de fazer uma só falta.

Em 30/03/2016, a Câmara de Vereadores de Porto Alegre aprovou por unanimidade o projeto encaminhado pelos Sócios Livres - Grêmio de Todos em 2012, que cria a Rua Aírton Ferreira da Silva - "O Pavilhão" no Bairro Humaitá em Porto Alegre, nas proximidades da Arena do Grêmio.

Morte

Aírton Pavilhão faleceu aos 77 anos, por volta das 15h00, de terça-feira, 03/04/2012, vítima de uma infecção generalizada dos órgãos, no Hospital Ernesto Dornelles em Porto Alegre, RS.

A diretoria do Grêmio decretou luto oficial por três dias devido à morte do ex-zagueiro Aírton Ferreira da Silva, o "Pavilhão". A bandeira do clube no estádio Olímpico ficou a meio mastro durante o período.

O velório ocorreu na terça-feira, 03/04/2012, a partir das 23h00, no Salão Nobre do Conselho Deliberativo do Grêmio, e foi até às 17h00 de quarta-feira, 04/04/2012.

Títulos

Seleção Brasileira
  • 1956 - Campeonato Pan-americano

Grêmio
  • 1956 - Campeonato Gaúcho
  • 1957 - Campeonato Gaúcho
  • 1958 - Campeonato Gaúcho
  • 1959 - Campeonato Gaúcho
  • 1960 - Campeonato Gaúcho
  • 1962 - Campeonato Gaúcho
  • 1963 - Campeonato Gaúcho
  • 1964 - Campeonato Gaúcho
  • 1965 - Campeonato Gaúcho
  • 1966 - Campeonato Gaúcho
  • 1967 - Campeonato Gaúcho

Fonte: Wikipédia

Vera Brasil

VERA LELOT
(80 anos)
Cantora, Compositora e Violonista

☼ São Paulo, SP (07/05/1932)
┼ Araçoiaba da Serra, SP (18/07/2012)

Vera Brasil, nome artístico de Vera Lelot, foi uma cantora, compositora e instrumentista brasileira.

Com o nome artístico de Vera Brasil, ideia do pai Ulysses Lelot Filho, um compositor que assinava suas músicas como Sivan Castelo Neto e que, mais tarde, acabaria sendo parceiro musical da própria filha, passou a compor na década de 1950, sendo logo associada à bossa nova.

Começou a estudar violão aos 16 anos de idade. Alguns anos depois, dedicou-se ao canto e ao estudo de teoria musical com Miguel Arguerons.

Teve seu primeiro trabalho registrado em 1954, quando seu samba-canção "Três Palavras", composto em parceria com seu pai Silvan Castelo Neto, foi gravado por Mário Martins.

Em 1958, sua música "O Menino Desce o Morro" foi gravada por vários intérpretes, como Myriam Ribeiro, Geraldo Cunha, entre outros.

Vera Brasil participou de diversos festivais de Música Popular Brasileira, no Brasil e em outros países da América do Sul. 

Ao todo, escreveu mais de cem canções, algumas gravadas por artistas ilustres, como Elis Regina ("Eu Só Queria Ser"), Maysa ("O Menino Desce o Morro"), Jair Rodrigues ("Inaê") e Elizeth Cardoso ("Canto de Partir").


Como cantora, fez sua estréia em 1964, com o LP "Tema do Boneco de Palha", lançado pela gravadora Farroupilha. O título deste LP foi tirado da faixa do mesmo nome, gravação de uma de suas mais conhecidas canções, composta em parceria com seu pai. A partir desta data, começou a apresentar-se em shows e programas de televisão.

Em 1965, classificou-se em 3º lugar no I Festival Nacional de Música Popular, na TV Excelsior de São Paulo, com "Eu Só Queria Ser" (Vera Brasil e Myriam Ribeiro), interpretada por Claudette Soares.

Em 1966 obteve o 2º lugar no II Festival Nacional de Música Popular, na TV Excelsior de São Paulo, com "Inaê" (Vera Brasil e Maricene Costa), interpretada por Nilson.

Em 1967, Vera Brasil viajou em turnê para Portugal.

Vera Brasil foi diretora musical do espetáculo "Musicanossa", apresentado no Teatro de Arena de São Paulo, em 1968.

Em 1983, com a cantora Márcia e a pianista Maria Eugênia Pacheco de Brito, criou a Escola Play (Centro Audiovisual de Música). 

Como arranjadora e violonista, abriu em São Paulo na década de 1980 uma escola na qual criou seu próprio método de ensino, onde dava aulas usando técnicas de audiovisual.


Em 2002, após trinta anos afastada dos palcos, apresentou-se no Vinicius Piano Bar, no Rio de Janeiro. Foi homenageada num show, por vários artistas, entre os quais Gilberto Gil.

Em 2008, gravou o programa "Ensaio", da TV Cultura.

Nos últimos anos de sua vida, viveu numa chácara em Araçoiaba da Serra, no interior paulista.

Vera Brasil, além de musicista, chegou a ser secretária, professora de inglês, decoradora de interiores, fotógrafa e astróloga. Fazia ioga e tinha interesse por esoterismo e ficção científica.

Vera Brasil havia quebrado a bacia numa queda. Morreu na quarta-feira, 18/07/2012, aos 80 anos, vítima de complicações de saúde. Solteira, não teve filhos. Deixou o irmão, Berto Filho, jornalista.

Ela foi sepultada em cerimônia simples, entre parentes e amigos, no cemitério de Araçoiaba da Serra, no interior paulista, no dia 19/07/2012.

"Fica a lembrança de sua cultura musical e intelectual imensa, da multiplicidade do seu talento nas várias atividades que empreendeu, da sua importância na bossa nova e a saudade de sua presença companheira e solidária, na defesa dos direitos dos músicos e compositores!"
(Berto Filho, irmão de Vera Brasil)

Berto Filho entregou partituras de 70 músicas de Vera Brasil, além do violão Del Vecchio e a flauta doce Armstrong, ao maestro Rubens Gouvea, diretor da Orquestra Sinfônica de Araçoiaba da Serra, com o objetivo de perenizar a obra da cantora.

Discografia

  • 1964 - Tema do Boneco de Palha (Gravadora Farroupilha, LP)

Indicação: Carlos da Terra

Ivone Kassu

IVONE KASSU
(66 anos)
Assessora de Imprensa, Empresária Artística e Promoter

* Itu, SP (13/07/1945)
+ Rio de Janeiro, RJ (03/07/2012)

Nascida em Itu em 13/07/1945, Ivone Kassu foi a primeira assessora de imprensa da área artística no Brasil. Começou sua trajetória ainda em São Paulo, contratada para ser secretária de Roberto Colossi, famoso empresário de artistas no fim da década de 60. Rapidinho enturmou-se e encontrou seu caminho.

"Eu ia aos estúdios e shows acompanhando os artistas e passei a registrar tudo o que poderia gerar notícia, além do trabalho deles. Fui a primeira a passar notas para a imprensa e a criar esse nicho que, hoje, é enorme."
(Ivone Kassu)

E será que a menina do interior não se deslumbrou ao circular em meio a tantos nomes que, durante toda a vida, ela só tinha visto em revistas e ouvido no rádio?

"Claro! Lembro quando fui chamada pelo Tom Jobim para cuidar da sua relação com a imprensa. Nosso primeiro encontro foi na casa dele, no Rio de Janeiro, e quando entrei na sala, aquele homem lindo sentado ao piano, tocando… Era quase um cenário de sonho. Fiquei petrificada na porta. Ele, sempre muito gentil, viu o meu estado e me levou para a varanda, me segurando pelo ombro, para me mostrar os passarinhos. Quase morri!"
(Ivone Kassu relembra, em meio a muitas gargalhadas)

Bom humor, aliás, aqui não falta. Mesmo quando teve de lidar com situações complicadas, como cuidar dos quatro últimos anos da carreira de Tim Maia, incluindo a fatídica apresentação no Teatro Municipal de Niterói, em 1998, que seria registrada para o Multishow. Como todo mundo sabe, Tim Maia entrou no palco e, quando se preparava para soltar os primeiros versos de "Não Quero Dinheiro", não resistiu e saiu dali direto para o hospital, no qual morreria uma semana depois.

"Era a redenção dele, depois de um tempo envolvido em problemas. Ele estava animado, feliz… Durante a tarde, tinha feito um ensaio memorável, a banda dizia que havia sido a melhor apresentação da vida dele, mas, infelizmente, nada foi registrado. Quando ele saiu do palco, no começo da apresentação, meio cambaleando, tentei me aproximar, mas não podia fazer muita coisa."
(Ivone Kassu)

Entretanto, antes do triste fim, Tim Maia deu muitas alegrias a Ivone Kassu, além de ótimas histórias.

"Lembro de um dia que ele me ligou, de madrugada, pedindo para cancelar todas as entrevistas do dia seguinte, aí respondi, meio sonolenta, que não tinha nada agendado. Ele retrucou: 'Mas cancela mesmo assim'."

Sem contar a vez em que Tim Maia encasquetou que queria visitar Roberto Carlos. Ela, claro, com toda a paciência do mundo, tentou demovê-lo da ideia. Sem sucesso. Tim Maia pegou o carro, estacionou na porta do prédio de Roberto Carlos, na Urca, e começou a gritar o nome do amigo.

"Roberto o deixou subir, mas nunca descobri o teor da conversa. Só sei que, no dia seguinte, Tim Maia me ligou para contar da aventura, morrendo de rir, e disse: 'Ficam falando que eu sou louco, mas louco é o Roberto Carlos, que conversa com samambaia. Ninguém me contou isso não, eu vi'."
Ivone Kassu e Leda Nagle
O primeiro trabalho de Ivone Kassu foi em 1965, quando fez a divulgação do primeiro espetáculo de humor de Chico Anysio.

Desde 1978 trabalhava com Roberto Carlos e esteve ao lado do Rei nos momentos mais difíceis de sua vida, como a morte da esposa, Maria Rita, em 1999 e mais recentemente na morte da mãe do cantor Laura, em 2010. Era sempre ela quem falava com os jornalistas e auxiliava Roberto Carlos nas divulgações de seus trabalhos.

Além de Roberto Carlos, Kassu, como era carinhosamente conhecida no meio, trabalhou com nomes como, Tom JobimMaria BethâniaTim MaiaCaetano VelosoAlcioneWilson SimonalChico BuarqueNey MatogrossoMilton NascimentoMarcos ValleMPB 4Clara NunesRita LeeCláudia RaiaEdson CelulariPaulinho da ViolaWilson SimonalJorge Ben Jor Roberto Carlos,  só para citar alguns.

Ela foi considerada a precursora da profissão de assessora de imprensa no Brasil e estava começando a escrever um livro sobre os bastidores do show business brasileiro.

Profissional ao extremo, jamais deixou de atender um telefonema de repórter que fosse em busca de notícias de Roberto Carlos, a quem defendia com unhas e dentes. Mesmo interpretando muitas vezes o papel de cão de guarda do Rei junto a jornalistas, Ivone Kassu jamais se permitiu ser deselegante ou agir com má vontade. Era firme, sim, mas de educação ímpar.

Provavelmente, Ivone Kassu era a pessoa que mais sabia da vida particular de Roberto Carlos. Mas, fiel ao extremo, jamais abriu a boca para revelar o que só a ela cabia saber. Morreu com todos os segredos.

Ivone Kassu não cantava, não compunha e não tinha nenhum grande dom artístico. Mesmo assim, a mulher foi um ícone da cultura brasileira, pelo menos no que diz respeito aos bastidores. Ela, tal e qual um Forrest Gump tupiniquim, foi testemunha ocular das principais reviravoltas musicais, políticas e pessoais dos maiores nomes da música popular brasileira no período e ajudou a criar, definir e consolidar o ofício do assessor de imprensa no Brasil.

Roberto Carlos, aliás, confiava no trabalho de Ivone Kassu há mais de 30 anos.

"Foi uma vida em silêncio, por trás dos panos, fazendo conexões e possibilitando encontros. Mas tenho muito orgulho dos meus quase 40 anos de assessoria de imprensa, em uma época que esse nome ainda nem existia."
(Ivone Kassu)

Roberto Carlos

Roberto, aliás, merece um capítulo à parte na biografia de Ivone Kassu. A relação dos dois começou em 1978, quando a CBS convocou a assessora para cuidar do lançamento do disco do cantor naquele ano. A empatia foi imediata e, dois anos depois, ela seria contratada pelo próprio para cuidar de todas as suas relações com a imprensa. E isso prosseguiu até sua morte.

"Já passei por muita coisa ao lado dele, momentos bons, ruins, perdas, sucesso, muito sucesso. Ele é um grande amigo. Uma coisa, aliás, que vou sempre oferecer a ele é a minha amizade e lealdade", emociona-se. Sem perder o trocadilho, foram mesmo muitas emoções nessa relação, já que ela passou, segurando na mão do rei, por momentos fortes como a morte de Nice Braga, a primeira mulher de Roberto Carlos, "ela que me ajudava a convencê-lo de algumas coisas"; Maria Rita, "o grande amor da vida do Roberto"; da mãe dele, Lady Laura, "a melhor mulher que já conheci na vida"; além do Projeto Emoções, de 1983, que fez Roberto Carlos atravessar o país se apresentando em cerca de 18 cidades, em um avião customizado da Vasp, para um público estimado em 600 mil pessoas, em 40 dias.

"Foi o momento mais bonito da carreira de Roberto que vivenciei. Era a primeira vez que se apresentava em algumas cidades do país e, a cada noite, era uma emoção maior que a outra. Ele, várias vezes, chorou depois dos shows."

Sobre o período no qual o cantor enfrentou o  Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC), a reclusão e a dor da perda de Maria Rita, ela prefere não se estender muito.

"Roberto nunca foi de sair muito de casa, com exceção da época que ele era casado com Myrian Rios, que adorava circular. Portanto, a doença e a consequente reclusão não mudaram muito a rotina. Só descobrimos do que se tratava, ele, inclusive, depois da morte de Maria Rita, quando ele começou a se cuidar. Roberto é muito caseiro, só abre mão de ficar em casa por poucos amigos, como foi no lançamento do livro de Boni, em novembro de 2011. Às vezes ele vai ao [restaurante] Antiquarius ou à [pizzaria] Capricciosa, que adora. Roberto Carlos, aliás, é o maior cliente do delivery de Ipanema."

A lealdade ao rei era, como pode se perceber, um ponto crucial na vida da assessora, o que motiva até crises de ciúmes em seus outros clientes e amigos.

"Ney [Matogrosso] sempre retruca: 'Você pode até gostar de mim, mas ama mesmo Roberto'", diverte-se. Mas onde começa e onde termina a vida pessoal de alguém que vive seu trabalho quase 24 horas por dia?

"Fiz tudo o que podia para ser uma boa mãe para o meu filho, André, que hoje é publicitário e me enche de orgulho. Tenho certeza que deixei um legado muito importante para ele: a cultura. Vinicius [de Moraes], por exemplo, quando André nasceu, escreveu um cartão que dizia: 'Saiba que você tem três pais, o Arthur, Deus e Vinicius'. É ou não é para se sentir especial?", pergunta Kassu, com os olhos brilhando ao falar de sua família, principalmente das duas netas. "Atualmente, tudo o que faço é por elas. Antes de morrer, vou deixar todas as minhas memórias, as histórias mais escondidas e cabeludas, registradas em uma gravação. Aí elas decidem o que vão fazer com isso".

Morte

Ivone Kassu morreu na terça-feira, 03/07/2012, dez dias antes de completar 67 anos, em sua casa em Copacabana, Rio de Janeiro, após sofrer uma parada cardíaca às 16:30 hs. O corpo de Ivone Kassu foi velado desde o início da manhã de quarta-feira, 04/04/2012, na Capela 9 do Cemitério São João Batista, em Botafogo, Zona Sul do Rio de Janeiro. O sepultamento foi marcado para as 16:00 hs, no mesmo local.

De acordo com funcionários da Kassu Produções, a empresária se recuperava de uma cirurgia realizada há cerca de duas semanas antes da morte. Ela passou por uma cirurgia no pulmão, na Casa de Saúde São José, no Humaitá, Zona Sul do Rio de Janeiro. Ivone Kassu já estava em sua casa, em Copacabana, e se recuperava bem do procedimento. Ela se sentia bem nos últimos dias,  mas na tarde de terça-feira passou mal, sofreu uma parada cardíaca fatal.

Ivone Kassu deixou um filho, o publicitário André Kassu e duas netas.

Fonte: G1, R7 , O FuxicoGlamura

Glorinha Sued

MARIA DA GLÓRIA DRUMMOND SUED
(82 anos)
Miss e Socialite

* Minas Gerais (1930)
+ Rio de Janeiro, RJ (20/08/2012)

Glorinha Sued foi um dos ícones da beleza, do glamour e do High Society  brasileiro, além de ter sido miss Minas Gerais 1949, uma das mais belas candidatas ao título de Miss Brasil em 1949, no ano em que a vencedora foi Jussara Marques, Miss Goiás.

Foi Glorinha Sued que trouxe a Renovação Carismática para o Rio de Janeiro, católica fervorosa que era, comandando grupos de oração na Igreja da Ressurreição e também na Igreja Nossa Senhora de Copacabana, onde o Movimento Carismático teve início no país. Sua grande companheira nessa iniciativa religiosa foi Maria do Carmo de Abreu Sodré, em São Paulo.

Glorinha Sued teve muitas glórias sociais em sua vida de festas, viagens e celebrações. Foi Miss Minas Gerais e uma das mulheres mais lindas de nossos salões, e isso sem querer rasgar elogios. Seus olhos verdes jade eram de um brilho impressionante. E seu tom de pele moreno azeitona, como se diz em Minas Gerais, era um privilégio, pois realçava os cabelos louros. Antes de ser conquistada por Ibrahim Sued, quase virou Baronesa de Rothschild, pois provocou uma paixão no Barão Edmond.

Glorinha Sued e Ibrahim Sued, 1958
Ao casar em 1958 com o jornalista e colunista social Ibrahim Sued, Maria da Glória Drumond passou a ser conhecida como Glorinha Sued

Glorinha Sued causou furor no casamento da Farah Diba com o Xá da Pérsia, vestida por Guilherme Guimarães, bem como nas faraônicas festas de Antenor Patiño. Seu porte e sua beleza foram um belo abre-alas para a carreira do marido, o colunista social Ibrahim Sued.

Recebia muito bem em casa, à melhor maneira mineira. Sabia cozinhar e seus pães de queijo eram notáveis. Os panos bordados de organdi, sempre engomados. Uma dona de casa de primeira. Muito amiga de Marilu Pitanguy, com quem sempre passava as férias em Gstaad, na Suíça. Acabou afastando-se da convivência social, devido à opção religiosa muito acentuada.

Nos últimos 20 anos, fez a escolha missionária. Passou a visitar os amigos doentes, os pobres, rezando por todos e fazendo a "imposição das mãos".

Glorinha Sued morreu na segunda-feira, 20/08/2012, na Clínica Pinheiro Guimarães, em Laranjeiras, Rio de Janeiro. Ela estava doente há alguns anos e deixou dois filhos, Isabel Cristina e Eduardo, frutos do seu casamento com Ibrahim SuedIsabel, que mora na França, desde que se casou com François Perrin, estava há dias no Rio de Janeiro, acompanhando a mãe. O enterro ocorreu no Cemitério São João Batista, em Botafogo, Rio de Janeiro.

Neimar de Barros

NEIMAR MACHADO DE BARROS
(69 anos)
Produtor, Diretor e Escritor

* Corumbá, MS (08/03/1943)
+ Osasco, SP (06/05/2012)

Produtor e diretor de Silvio Santos, depois escritor de best-seller destacado pelo livro "Deus Negro" que vendeu mais de 4 milhões de exemplares em 5 países.

Neimar de Barros arrastava multidões. Em 1985, o ginásio do Gigantinho, em Porto Alegre, ficou abarrotado de pessoas querendo ouvi-lo. Era o mais popular pregador leigo católico daquela época.

O Início

Nascido em Corumbá, filho de militar, ainda na infância mudou-se com a família para a cidade de São Paulo. Sua adolescência foi marcada por uma forte tuberculose aos 16 anos, onde muita literatura predominou em seus 6 meses de cama, depois trabalhou como garçom, bancário, e foi ainda jovem para a Rádio Nacional como redator do programa de Renato Corte Real. Foi na rádio que conheceu Silvio Santos. Logo foram para a TV Paulista, Canal 5, das Organizações Victor Costa, comprada depois pela Rede Globo.

Ainda como TV Paulista, Silvio Santos recebeu um presente de Manuel de Nóbrega, o "Baú da Felicidade", e foi aí que junto com Neimar de Barros e Luciano Callegari caminharam para o "Programa Silvio Santos". Como o próprio Silvio Santos disse na comemoração dos 25 anos do Sistema Brasileiro de Televisão (SBT): "Tudo começou comigo, Neimar de Barros e Luciano Callegari, e nunca imaginei que chegaria neste ponto…"

O Sucesso Profissional

Sua maior realização dentro da televisão foi na Rede Globo e TV Tupi, onde conseguiu sucesso e fama, chegando como diretor, produtor e redator, pois era o braço esquerdo de Silvio Santos.

Criou e produziu vários programas campeões de audiência como "Cidade Contra Cidade", "Boa Noite Cinderela", entre outros. Devido ao sucesso esteve em Brasília com o presidente do Brasil, Emílio Garrastazu Médici e Silvio Santos, solicitando concessão para um canal de televisão, por onde anos depois veio o primeiro canal de Silvio Santos, a TVS - Rio de Janeiro. Até o início da década de 1970 foi líder, companheiro, amigo e profissional de destaque dentro da equipe Silvio Santos.

A Transformação

Em 1971 foi convidado a participar de um encontro dentro da Igreja Católica, na época chamado de Cursílio. Mesmo sendo ateu, devido ao sucesso destes encontros, ele aceitou o convite, pois queria desafiar e defender sua filosofia materialista, que sempre dizia só acreditar no que seus olhos poderiam ver.

No terceiro e último dia, depois de ter questionado muito e até incomodado o encontro, foi desafiado pelo padre Jonh Drexel a entrar na capela e ajoelhar-se, pois Deus tinha algo a lhe falar. Então foi aí que uma grande comoção o tomou, e naquela hora aconteceu o início de sua conversão, ficando claro para ele, que podemos ver muitas coisas que nossos olhos não enxergam.


O Desafio Profissional

Quando retornou ao seu trabalho na TV, sentiu que como cristão não poderia continuar a ter as mesmas atitudes e aceitar muitos procedimentos dos bastidores de televisão, então, teve um grande conflito com Silvio Santos e acabou se desligando do grupo.

Depois esteve só na TV Record com seu programa próprio de entrevistas, "Meia Hora Com Neimar", e nesta época foi que se tornou famoso também como escritor de livros religiosos e seus poemas.

Suas poesias "Não Tenho Tempo" e "Deus Decepção" comoverão milhares de leitores, seu best-seller, intitulado "Deus Negro", vendeu mais de 4 milhões de exemplares, foi editado em vários países e teve suas poesias declamadas em vários meios de comunicação incluindo no programa "Fantástico" da TV Globo.

A Realização Pessoal

Em 1975 contraiu sua segunda tuberculose e foi aconselhado a se tratar na Serra da Mantiqueira onde conseguiu se recuperar em 3 meses. Escreveu o livro "Apóstolos Cansados" e decidiu mudar-se de São Paulo para Campos do Jordão, SP, onde residiu por 11 anos. Lá fundou o instituto Missionários Para Evangelização e Animação de Comunidades (MEAC), sendo o principal palestrante e pregador do grupo, onde durante 14 anos desenvolveu um incrível trabalho missionário dando cursos e palestras em mais de 3 mil cidades.

Suas palestras lotavam ginásios de esportes, auditórios, igrejas e teatros. Seu trabalho teve muito destaque e esteve sempre presente na mídia secular e fortemente na religiosa. Foi capa, em 1974, da revista Família Cristã, a maior publicação católica do Brasil pela Editora Paulinas.

Nestes 14 anos, visitou diversas vezes o Vaticano, palestrou em várias Universidades inclusive na Sorbonne em Paris, esteve em Israel, publicou mais de 10 livros, sendo vários em espanhol. Como leigo na Igreja Católica, conseguiu quebrar vários paradigmas, sendo uma forte referência por pregar a necessidade de mudanças em vários pontos da igreja.

A Tribulação

Sua vida deu uma grande guinada em 1986, e como um ser humano normal teve muitas desilusões com sua igreja, sua família e em seu grupo de trabalho. A falta de um alicerce deixou um forte florescer, a vontade de mudar os dogmas arbitrários da igreja católica foram sempre boicotados, e errou muito na forma reivindicada, apesar de haver boas intenções.

Assim, instalou-se uma profunda crise em sua vida, dando início a manifestação de uma doença neurológica que só foi descoberta 18 anos depois, explicando seus devaneios excessivos publicados irresponsavelmente pela revista Veja em 1986, onde concedeu uma entrevista com efeito bombástico devido a sua estória de fé dentro da igreja.

Ele declarou ter participado de uma investigação onde foi usado para se infiltrar na Igreja Católica e repassar informações sobre a conduta de religiosos a uma organização secreta. Esta declaração chocou muitos, o resultado foi que algo estranho havia com Neimar de Barros. Contudo, isto potencializou ainda mais a evolução desta oculta doença, o Mal de Alzheimer, descoberta só em 2004. A única beneficiária desta reportagem foi a revista Veja, que editou a entrevista conforme seu interesse e teve recordes de vendagem naquela semana, ultrapassando pela primeira vez o número de 900 mil exemplares. Sua família, amigos e milhares de verdadeiros admiradores sofreram muito com este impacto.


A Verdade

O mais importante é que ficou claro que quem conheceu Neimar de Barros, sabia e sentia que parte do que aconteceu depois de 1986 não foi de sua natureza. Tanto que a maioria de seus admiradores não acreditaram que a reportagem da revista Veja fosse verdade absoluta, existe essências e pontos verdadeiros, más não quando se fala em farsa e espionagem.

A  verdade esta na sua vontade de corrigir vários erros dentro da igreja. Ao invés de esconde-los, lutou muito por mudanças internas, más as desilusões foram grandes, o que teve muito peso e pouco apoio no meio católico. Contudo, sempre houve um sentimento que algo fora do racional acontecia em sua personalidade. Sabemos hoje que era o Mal de Alzheimer, o que explica seus excessos, más a sua essência sempre foi de um cristão temente a Deus, que estava revoltado com as doutrinas católicas. Nos últimos 10 anos congregou na Igreja Presbiteriana Renovada de Osasco, em São Paulo.

A Despedida

Neimar de Barros faleceu no dia 06/05/2012 e nos deixou um exemplo de que o homem é pecador, que muitas vezes erra o alvo, e que devemos perdoar sempre, pois o principal é não nos afastarmos de Deus, e sim entender que "quando somos nada, Deus é sempre tudo em nossa vida", como declarou como o apóstolo Paulo em sua poesia "Sim Eu Posso!".

Nunca recuperou a popularidade. Nos anos 90, virou protestante, trabalhou para a prefeitura de Osasco e voltou ao SBT, onde ficou até 2006.

Sofria de Alzheimer desde 2004 e morreu no domingo, 06/05/2012, aos 69, vítima de falência de órgãos. Teve cinco filhos e seis netos.

Fonte: Neimar de Barros e Folha de S.Paulo

Dercio Marques

DERCIO MARQUES
(64 anos)
Cantor, Compositor e Violeiro

☼ Uberaba, MG (19/08/1947)
┼ Salvador, BA (26/06/2012)

Dercio Marques foi um violeiro, cantor, intérprete e compositor nascido em Minas Gerais. Pesquisador das raízes musicais brasileiras e ibero-americanas (seu pai é uruguaio) tem em sua irmã Doroty Marques uma das principais parceiras de atuação e produção. Participou na produção musical de dezenas de discos de colegas músicos. Defensor da natureza e da cultura popular do Brasil, do bioma cerrado de sua infância em especial, que evoca em diversas de suas canções, acordes, toadas e parcerias.

Seu primeiro disco "Terra, Vento, Caminho" foi lançado pelo selo Discos Marcus Pereira, obra em que interpreta canções e poemas de Atahualpa Yupanqui, na ocasião praticamente inédito no Brasil, "As Curvas Do Rio", composição do hoje célebre violeiro da Bahia, Elomar, à época pouco conhecido.

Em 1979, lançou pelo selo Copacabana o disco "Canto Forte-Coro Da Primavera", com produção de Doroty Marques e a participação de Irene Portela, Toninho Carrasqueira, Zé Gomes, Marco Pereira, Paulinho Pedra Azul, Orquestra de Violas de Osasco (54 violas), Oswaldinho do Acordeon, Heraldo, ex-integrante do Quarteto Novo, e regência do maestro Briamonte.


Lançou "Fulejo" que é um disco inspirado na tradição das congadas de Minas Gerais e veio trazendo ao público músicas brasileiras tais como "Riacho de Areia" (Vale do Jequitinhonha), "Serra da Boa Esperança" (Lamartine Babo), "Disco Voador" (Palmeira Guimarães), "Casinha Branca" e "Ranchinho Brasileiro" (Elpídio dos Santos), "Mineirinha" (Raul Torres) e "Flores do Vale" parceria com o poeta João Bá.

Ainda dentre seus parceiros ou companheiros de shows destacam-se João do Vale, Paulinho Pedra Azul, Luis Di França, Pereira da Viola, Fernando Guimarães, Dani Lasalvia, Xangai, Guru Martins, Hilton Accioly, Carlos Pita, Milton Edilberto, Luiz Perequê e Diana Pequeno.

Depois da bem sucedida gravação de um disco infantil "Anjos Da Terra", em homenagem a sua filha Mariana e a todas as crianças, foi indicado em 1996 para o Prêmio Sharp de Melhor Disco Infantil com "Monjolear", gravado em Uberlândia, MG, em longo processo de oficinas de música com sua irmã Doroty Marques e a participação de 240 crianças.

Em seu disco "Folias do Brasil" de 2000, ano de comemoração dos +500 anos, registrou aspectos desta secular tradição da Folia de Reis e Folia do Divino que teve origem em Portugal no século XIII, segundo o professor Agostinho da Silva, foi banida pela Igreja Católica no tempo da Inquisição, migrou para ilhas dos Açores, chegando ao Brasil com esse povo açoreano e espalhando-de por todas as regiões do país, principalmente Santa Catarina, Minas Gerais, Goiás e Rio de Janeiro.

Morte

Dercio Marques morreu na madrugada de quarta-feira, 26/06/2012, aos 64 anos. Ele estava internado há três semanas no Hospital Ana Nery, em Salvador, BA, onde se recuperava da operação de retirada do pâncreas, vesícula e baço.

Seu último trabalho no palco foi a montagem mineira do "Auto da Catingueira", de Elomar, com a participação do compositor, do Grupo Giramundo e dos cantadores Xangai e Saulo Laranjeira.

Dercio Marques não teve seguidores ou fez parte de escolas. Seu estilo era muito pessoal, com marcas de sua origem e de suas andanças como músico e pesquisador. Sempre foi livre e independente. Na arte e na vida essas são qualidades difíceis de manter por muito tempo. Para Dercio Marques parecia ser um caminho natural. Ele cantava como o vento.

Discografia

  • 1977 - Terra, Vento, Caminho (LP)
  • 1979 - Canto Forte / Coro Da Primavera (LP)
  • 1983 - Fulejo (LP)
  • 1986 - Segredos Vegetais (LP Duplo)
  • 1990 - Anjos Da Terra (LP)
  • 1993 - Anjos da Terra (CD)
  • 1993 - Espelho D'água (CD)
  • 1996 - Monjolear (CD)
  • 1998 - Cantigas De Abraçar (CD)
  • 1999 - Cantos Da Mata Atlântica (CD)
  • 2000 - Folias Do Brasil (CD)
  • 2003 - Fulejo (CD)
  • 2003 - Segredos Vegetais (CD)
  • 2003 - Canto Forte (CD)

Décio Pignatari

DÉCIO PIGNATARI
(85 anos)
Poeta, Ensaísta, Ficcionista, Tradutor, Ator, Publicitário e Professor

* Jundiai, SP (20/08/1927)
+ São Paulo, SP (02/12/2012)

Décio Pignatari formou-se pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Estreou como poeta em fevereiro de 1949 nas páginas da Revista de Novíssimos, juntamente com os irmãos Haroldo e Augusto de Campos.

Desde os anos 1950, realizava experiências com a linguagem poética, incorporando recursos visuais e a fragmentação das palavras. Tais aventuras verbais culminaram no Concretismo, movimento estético que fundou junto com Augusto e Haroldo de Campos, com quem editou as revistas Noigandres e Invenção,  publicou a "Teoria da Poesia Concreta" (1965) e com os quais também colaborou na Revista Brasileira de Poesia.

Como teórico da comunicação, traduziu obras de Marshall McLuhan e publicou o ensaio "Informação, Linguagem e Comunicação" (1968). Sua obra poética está reunida em "Poesia Pois é Poesia" (1977).


Décio Pignatari publicou traduções de Dante AlighieriJohann Wolfgang von Goethe e William Shakespeare, entre outros, reunidas em "Retrato do Amor Quando Jovem" (1990) e 231 poemas. Publicou seu primeiro livro de poesias em 1950 "Carrossel", o volume de contos "O Rosto da Memória" (1988) e o romance "Panteros" (1992), além de uma obra para o teatro, "Céu de Lona".

Durante anos publicou artigos no "Suplemento Dominical" do Jornal do Brasil. Tornou-se professor de Teoria Literária no curso de pós-graduação da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e se doutorou em 1973, sob orientação de Antonio Cândido. 

Escreveu "Semiótica e Literatura" e "Poesia, Pois é, Poesia". Também se aventurou como ator, primeiro no filme "O Gigante da América" (1978) e depois no documentário "Poema: Cidade" e em "Sábado", filme de Ugo Giorgetti, realizado em 1995.

Morte

Décio Pignatari morreu vítima de Insuficiência Respiratória no domingo, 02/12/2012, aos 85 anos. Ele estava internado desde sexta-feira, 30/11/2012, no Hospital Universitário de São Paulo, e faleceu por volta das 9:00 hs da manhã, segundo a assessoria do hospital. Ele também sofria de Mal de Alzheimer.

Fonte: Wikipédia