Alberto de Oliveira

ANTÔNIO MARIANO ALBERTO DE OLIVEIRA
(79 anos)
Poeta, Professor e Farmacêutico

☼ Saquarema, RJ (28/04/1857)
┼ Niterói, RJ (19/01/1937)

Mais conhecido pelo pseudônimo Alberto de Oliveira, foi um poeta, professor e farmacêutico. Figura como líder do Parnasianismo brasileiro, na famosa tríade Alberto de Oliveira, Raimundo Correia e Olavo Bilac.

Foi Secretário Estadual de Educação, membro honorário da Academia de Ciências de Lisboa e imortal fundador da Academia Brasileira de Letras. Adotou o nome literário Alberto de Oliveira no livro de estréia, após várias modificações dispersas nos jornais.

Seu pai, mestre-de-obras, transferiu residência para o município de Itaboraí, onde construiu o teatro. De origem humilde, Antônio foi, seguindo o irmão mais velho, à capital da província, trabalhar como modesto vendedor. Ambos moravam num barracão aos fundos da casa comercial do Srº Pinto Moreira, em Niterói, vizinhos do pintor Antônio Parreiras, ainda anônimo, com 17 anos.

Diplomou-se em Magistério e Farmácia, cursando Medicina, vindo a conhecer Olavo Bilac, até o terceiro ano, mediante grande esforço pessoal, o que lhe rendeu emprego na Drogaria do "Velho Granado". Também abriu um colégio em Niterói.

Após a glória literária, destacou-se na política como Oficial de Gabinete do primeiro presidente de Estado do Rio de Janeiro eleito, José Tomás da Porciúncula, do Partido Republicano Fluminense (PRF), marcadamente prudentista (Democrático) e anti-florianista (Antitotalitário), com a pasta de Diretor Geral da Instrução Pública do Rio de Janeiro, equivalente ao atual Secretário de Estado de Educação.

Durante a transferência da capital do estado de Niterói para Petrópolis, em 1894, devido às insurreições e revoltas pró e contra a Proclamação da República, permaneceu na Cidade Imperial Serrana, já que a excelência de seu trabalho o manteve no cargo durante o mandato de Joaquim Maurício de Abreu.

Foi professor de português e literatura no Colégio Pio-Americano, em 1905, e na Escola Dramática e Escola Normal, em 1914, dirigida por Coelho Neto.

Participou da famosa Batalha do Parnaso, ocorrida no Diário do Rio de Janeiro entre 1878 e 1881 contra o ultra-romantismo piegas e já desgastado, junto com Teófilo Dias, Artur Azevedo e Valentim Magalhães, resgatando as origens do Romantismo dialogadas com aqueles novos tempos.

Reunidos em torno de Artur de Oliveira num café da Rua do Ouvidor, eram integrantes da vanguarda Idéia Nova, ao lado de Fontoura Xavier, Carvalho Jr. e Affonso Celso Jr., que lhe prefaciou o "Livro de Ema", deslocado da 1ª para a 2ª série das poesias.

Inspirados na Arte Moderna da França, feita por Théophile Gautier, Théodore de Banville, Charles Baudelaire e Leconte de Lisle, os "Tetrarcas" do Parnasianismo, e, secundariamente, em Sully Prudhome e José-Maria de Heredia, fizeram todos a maior revolução na poesia brasileira até então, importantíssima para a consolidação da Modernidade do Brasil, no tocante à literatura, a partir da eleição do novo como valor e da ruptura como sistema, tradição.

Envolveu-se com os fundadores da inovadora Gazeta de Notícias, Manuel Carneiro e Ferreira de Araújo, publicando poemas posteriormente reunidos no livro "Canções Românticas", prefácio de Teófilo Dias, em 1878, e conhecendo neste jornal o amigo Machado de Assis, que o citou no famoso artigo "A Nova Geração", na Revista Brasileira, em 1879, bem como lhe prefaciou "Meridionais", em 1884, ainda financiadas pelo jornal, livro-chave para a Idéia Nova da Nova Geração, só mais tarde referida conceitualmente, rotulada ou esquematizada como Estilo Parnasiano.

Decorrido apenas um ano, publicou, sob encomenda dos leitores, "Sonetos e Poemas" (1885), consagrando-se junto ao público, o que lhe rendeu um prefácio de T. A. Araripe Jr. ao livro seguinte, "Versos e Rimas" (1895), títulos talvez alusivos a "Sonetos e Rimas" (1880), de Luís Guimarães Jr., também Jovem Poeta, como eram conhecidos esses revolucionários em prol da poesia autêntica sem os clichês românticos.

Depois de quatro livros publicados, foi convidado por Machado de Assis para a fundação da Academia Brasileira de Letras em 1897, ocasião em que se vê a longevidade do convívio entre o romancista e o poeta.

Com Raimundo CorreiaOlavo Bilac, formou a tríade mais representativa da Idéia Nova da Nova Geração, hoje chamado Parnasianismo, reunida em sua casa no bairro Barreto em Niterói, e depois no seu famoso Solar da Engenhoca, situado na mesma cidade, ou no bairro Neves, São Gonçalo, residência anterior.

Impecável na métrica e correto na forma, sofre uma vaia que parece ainda ecoar desde a Semana de Arte Moderna de 1922, na voz de críticos literários fiéis à idéia Modernista.

Mário de Andrade, rancoroso pela rejeição dos parnasianos ao seu livro parnasiano "Há Uma Gota de Sangue em Cada Poema" (1917), se empenha em retaliar o velho estilo, cuja principal vítima era o poeta de Saquarema, como se vê nos ensaios "Mestres do Passado", publicados no Jornal do Commercio em 1921 e na "Carta Aberta a Alberto de Oliveira", publicada na Revista Estética nº 3, em 1925.

Nos últimos anos de sua vida, proferiu conferência "O Culto da Forma na Poesia Brasileira" (1913, Biblioteca Nacional; 1915, São Paulo) e ainda foi homenageado pelo Jornal do Commercio (1917). No mesmo ano, recebeu Goulart de Andrade na Academia Brasileira de Letras.

Foi eleito Príncipe dos Poetas Brasileiros, pelo concurso da revista Fon-Fon, em 1924, título desocupado desde a morte de seu discípulo e amigo Olavo Bilac, falecido em 28/12/1918.

Em 1935, prestigiou o Cenáculo Fluminense de História e Letras, com sua gloriosa presença. Sem dúvida, o poeta-professor foi Andarilho Fluminense, semeando lirismo e educação em todos os lugares por que passou: Saquarema, Rio Bonito, Itaboraí, Niterói, São Gonçalo, Petrópolis, Campos e Rio de Janeiro, no seu Estado natal, além de Araxá, São Paulo e Curitiba.

Seus incontáveis versos falam da pujança da natureza fluminense e dos encantos da mulher brasileira, ambas freqüentemente evocadas pela memória. Os temas da Grécia Antiga, que caracterizam o Parnasianismo de moldes franceses, formam uma pequena minoria da obra, em torno de 10%.

Vê-se sua herma no Jardim do Russel, no Rio de Janeiro, obra do escultor Petrus Verdier, ou na sede histórica da Prefeitura Municipal de Niterói, no jardim de entrada, obra do escultor H. Peçanha.

Fonte: Wikipédia

Olavo Bilac

OLAVO BRÁS MARTINS BILAC
(53 anos)
Jornalista e Poeta

* Rio de Janeiro, RJ (16/12/1865)
+ Rio de Janeiro, RJ (28/12/1918)

Foi um jornalista e poeta, membro fundador da Academia Brasileira de Letras. Criou a cadeira 15, cujo patrono é Gonçalves Dias.

Conhecido por sua atenção a literatura infantil e, principalmente, pela participação cívica, era republicano e nacionalista. Também era defensor do Serviço Militar Obrigatório.

Olavo Bilac escreveu a letra do Hino à Bandeira do Brasil e fez oposição ao governo de Floriano Peixoto. Foi membro-fundador da Academia Brasileira de Letras, em 1896.

Olavo Bilac é autor de alguns dos mais populares poemas brasileiros, é considerado o mais importante de nossos poetas parnasianos. No entanto, para o crítico João Adolfo Hansen, "o mestre do passado, do livro de poesia escrito longe do estéril turbilhão da rua, não será o mesmo mestre do presente, do jornal, a cronicar assuntos cotidianos do Rio, prontinho para intervenções de Agache e a erradicação da plebe rude, expulsa do centro para os morros."

"A Pátria não é a raça, não é o meio, não é o conjunto dos aparelhos econômicos e políticos: é o idioma criado ou herdado pelo povo."
(Olavo Bilac)

Biografia

Filho de Brás Martins dos Guimarães Bilac e de Delfina Belmira dos Guimarães Bilac, era considerado um aluno aplicado, conseguindo, aos 15 anos - antes, portanto, de completar a idade exigida - autorização especial de ingressar no curso de Medicina na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, a gosto do pai que era médico da então Guerra do Paraguai e a contra gosto próprio.

Começa a frequentar as aulas, mas seu trabalho da redação da Gazeta Acadêmica absorve-o mais do que a sisuda anatomia. Do mesmo modo, no tempo de colégio, deliciara-se com as viagens que os livros de Júlio Verne lhe ofereciam à fantasia. No menino e no jovem já se manifestavam as marcas de sua paixão futura: o fascínio poder criador da palavra.

Há relatos que contam que Olavo Bilac não concluiu seu curso de Medicina devido a sua necrofilia. Segundo algumas fontes, as quais tentam ser abafadas, Olavo Bilac tinha relações sexuais com os cadáveres de sua faculdade.

Ele não concluiu o curso de Medicina e Direito, que frequentou posteriormente, em São Paulo. Era frequentador de rodas de boêmias e literárias do Rio de Janeiro. Sua projeção como jornalista e poeta e seu contato com intelectuais e políticos da época conduziram-o a um cargo público: o de Inspetor Escolar.

Sua estréia como poeta, nos jornais cariocas, ocorreu com a publicação do soneto "Sesta de Nero" no jornal Gazeta de Notícias, em agosto de 1884. Recebeu comentários elogiosos de Artur Azevedo, precedendo dois outros sonetos seus, no Diário de Notícias.

No ano de 1897, Olavo Bilac acabou perdendo o controle do seu Serpollet e o bateu contra uma árvore na estrada da Tijuca, no Rio de Janeiro, sendo o primeiro motorista a sofrer um acidente automobilístico no Brasil.

Aos poucos profissionaliza-se. Produz, além de poemas, textos publicitários, crônicas, livros escolares e poesias satíricas. Visa contar através de seus manuscritos a realidade presente na sua época. Em 1891, com a dissolução do parlamento e a posse de Floriano Peixoto, intelectuais perdem seu protetor, Drº Portela, ligado com o primeiro presidente republicano Deodoro da Fonseca. Fundado O Combate, órgão antiflorianista e a instalação do Estado de Sítio, Olavo Bilac é preso e passa quatro meses detido na Fortaleza da Laje no Rio de Janeiro.

O grande amor de Olavo Bilac foi Amélia de Oliveira, irmã do poeta Alberto de Oliveira. Chegaram a ficar noivos, mas o compromisso foi desfeito por oposição de outro irmão da noiva, desconfiado de que o poeta era um homem sem futuro. Seu segundo noivado fora ainda menos duradouro, com Maria Selika, filha do violonista Francisco Pereira da Costa. Viveu só, sem constituir família até o fim de seus dias.

Mas, como lendas e mitos amorosos cercam a história de todos os poetas, consta que Amélia de Oliveira se manteve fiel a ele por toda vida, não se casando e depositando romanticamente um mecha de seus cabelos no caixão do poeta.

Como não tivera herdeiros, preferiu educar várias gerações de brasileiros escrevendo diversos livros escolares, ora sozinho, ora com Coelho Neto ou com Manuel Bonfim.

Participação Cívica e Social

Já consagrado em 1907, o autor do Hino à Bandeira do Brasil é convidado para liderar o movimento em prol do Serviço Militar Obrigatório, já matéria de lei desde 1907, mas apenas discutido em 1915. Olavo Bilac se desdobra para convencer os jovens a se alistar.

Já no fim de sua vida, em 1917, Olavo Bilac recebeu o título de Professor Honorário da Universidade de São Paulo. E talvez seja considerado um professor mesmo: dos contemporâneos, leitores de suas crônicas e ouvintes de sua poesia, dos que se formaram na leitura de seus livros escolares. De modo geral, dos que até hoje são enfeitiçados por seus poemas. É como poeta que Olavo Bilac se imortalizou.

Em 1907, foi eleito Príncipe dos Poetas Brasileiros, pela Fon-Fon. Juntamente com Alberto de Oliveira e Raimundo Correia, foi a maior liderança e expressão do Parnasianismo no Brasil, constituindo a chamada Tríade Parnasiana. A publicação de "Poesias", em 1888 rendeu-lhe a consagração.

Discurso de 1907

Ao tomar palavra no banquete-homenagem que lhe fora oferecido a 3 de dezembro de 1907, Olavo Bilac enfatizaria o fato de ser sua figura representativa de toda uma geração:

"O que estais, como brasileiros, louvando e premiando nesta sala, é o trabalho árduo, fecundo, revolucionário, corajoso da geração literária a que pertenço, e o papel definido, preciso, dominante, que essa geração conquistou com o seu labor, para o homem das letras, no seio da civilização brasileira...

Que fizemos nós? Fizemos isto: transformamos o que era até então um passatempo, um divertimento, naquilo que é hoje uma profissão, um culto, um sacerdócio: estabelecemos um preço para nosso trabalho, porque fizemos desse trabalho uma necessidade primordial da vida moral e da civilização de nossa terra..."

Curiosidades

Além de ter sido um dos maiores escritores brasileiros, existem algumas curiosidades sobre a sua vida, como por exemplo, a briga com outro grande escritor: Raul Pompéia.

Dizem que os dois chegaram até mesmo a marcar um duelo em praça pública, porém por fatores desconhecidos, ele não chegou a acontecer.

Olavo Bilac morreu no dia 28 de dezembro de 1918 e sua morte foi destaque em diversos jornais época.

Barão de Uruguaiana

ÂNGELO MONIZ DA SILVA FERRAZ
(54 anos)
Magistrado e Político

☼ Valença, BA (03/11/1812)
┼ Petrópolis, RJ (18/01/1867)

Ângelo Moniz da Silva Ferraz foi o primeiro e único Barão de Uruguaiana. Formado pela Faculdade de Direito de Olinda, em 1834, foi logo em seguida nomeado Promotor em Salvador, depois Juiz em Jacobina.

Foi eleito diversas vezes Deputado Provincial na Bahia, depois Deputado Geral entre 1842 e 1848 e Senador em 1857.

Foi Inspetor da Alfândega da Corte em 1848 e Juiz dos Feitos da Fazenda em 1853.

Foi Presidente da Província do Rio Grande do Sul, de 16/10/1857 a 22/04/1859, Primeiro-Ministro durante o Segundo Reinado, de 10/08/1859 a 02/03/1861, Ministro da Fazenda, de 10/08/1859 a 02/03/1861, e Ministro da Guerra, de 1865 a 1866.

Enquanto Ministro da Guerra, foi ajudante de ordens de Dom Pedro II durante a rendição do general paraguaio Estigarribia, na cidade de Uruguaiana, em 18/09/1865. Como lembrança deste episódio, foi condecorado com o título de Barão com grandeza de Uruguaiana, em 1866.

Agraciado Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo, Comendador da Imperial Ordem de Cristo, Dignitário da Imperial Ordem da Rosa.

Fonte: Wikipédia