Mário Palmério

MÁRIO DE ASCENÇÃO PALMÉRIO
(80 anos)
Professor, Político e Escritor

* Monte Carmelo, MG (01/03/1916)
+ Uberaba, MG (24/09/1996)

Filho de Francisco Palmério e de Maria da Glória Palmério, seu pai era engenheiro civil e advogado, homem de cultura e de largo prestígio em toda a região triangulina, exercendo, nos últimos anos de sua vida, o cargo de Juiz de Direito nas várias comarcas do estado, tendo falecido em Uberaba aos oitenta anos de idade. Mário Palmério fez seus estudos secundários no Colégio Diocesano de Uberaba e no Colégio Regina Pacis, de Araguari, licenciando-se em 1933.

Em 1935, matriculou-se na Escola Militar de Realengo, no Rio de Janeiro, de onde se desligou, no ano seguinte, por motivos de saúde. Em 1936, ingressou no Banco Hipotecário e Agrícola de Minas Gerais, sendo designado para servir na sucursal de São Paulo.

Na capital paulista, iniciou-se no magistério secundário, como professor de matemática no Colégio Pan-Americano, estabelecimento de ensino então mantido pela Escola Paulista de Medicina. Passando a lecionar em outros estabelecimentos, pouco tempo depois Mário Palmério dedicava-se exclusivamente ao magistério.

Em 1939, matriculou-se na seção de Matemática da Faculdade de Filosofia da Universidade de São Paulo, época em que passou a lecionar também no Colégio Universitário da Escola Politécnica, por nomeação do governo daquele Estado.

Seu destino seria, entretanto, realizar obra educacional de maiores proporções e, atraído pelo extraordinário progresso que alcançava Uberaba e toda a região triangulina, em virtude do desenvolvimento de sua pecuária de gado indiano, Mário Palmério deixou São Paulo para abrir naquela cidade mineira o Liceu do Triângulo Mineiro.

Em 1945, construiu imponente conjunto de edifícios, na cidade de Uberaba, para sede do Colégio do Triângulo Mineiro e da Escola Técnica de Comércio do Triângulo Mineiro, e visava já à criação da primeira escola superior a instalar-se na região. Em 1947, o governo federal autorizou o funcionamento da Faculdade de Odontologia do Triângulo Mineiro, fundada por Mário Palmério, primeiro passo para a transformação de Uberaba em cidade universitária.

No Triângulo Mineiro, Mário Palmério fundou, em 1950, a Faculdade de Direito e, em 1953, a Faculdade de Medicina. Por essa época exercia o mandato de deputado federal por Minas Gerais, tendo sido eleito em 1950 na legenda do Partido Trabalhista Brasileiro. Suas atividades desdobraram-se assim em dois setores importantes, o educacional e o da representação parlamentar. Em ambos, seu trabalho foi produtivo.

Mário Palmério e Getúlio Vargas, no início da década de 1950
Na Câmara dos Deputados exerceu a vice-presidência da Comissão de Educação e Cultura durante todo o seu primeiro mandato (1950-1954). Reeleito em 1954, passou a integrar a Comissão de Orçamento e a Mesa da Câmara. Por indicação do presidente da Câmara dos Deputados, matriculou-se, em 1955, na Escola Superior de Guerra, onde concluiu o Curso Superior de Guerra. O exercício de seu mandato e suas outras atividades no Rio de Janeiro não impediram, entretanto, seu trabalho educacional em Uberaba, e Mário Palmério fundou, em 1956, a Escola de Engenharia do Triângulo Mineiro.

A exemplo de Graciliano Ramos, estréia na vida literária não propriamente tarde, mas a meio caminho: só aos 40 anos aparece seu primeiro livro, fruto quarentão de aventura intelectual cujo propósito era bem outro, isto é, a política. "Vila dos confins nasceu relatório, cresceu crônica e acabou romance...", segundo confessou o próprio autor.

Educador, político, literato, todo o trabalho nesses três largos campos de atividade ele realizou inspirado pelo amor à sua terra e à sua gente. A mesma inspiração levou-o a prosseguir, a tentar novas e fecundas iniciativas. Construiu em Uberaba a Cidade Universitária em terreno de área superior a 300 mil metros quadrados, e o Hospital Mário Palmério, da Associação de Combate ao Câncer do Brasil Central, maior nosocômio em todo o interior do Brasil.

Candidatando-se novamente, em 1958, Mário Palmério reelegeu-se, pela terceira vez - e agora com mais expressiva votação - deputado federal por Minas Gerais. Em setembro de 1962, desejoso de afastar-se das lides partidárias, foi nomeado pelo presidente João Goulart para o cargo de embaixador do Brasil junto ao governo do Paraguai. Assumiu o posto em 10 de outubro do mesmo ano.

Permaneceu nessa missão até abril de 1964. Sua passagem pelo Paraguai, na condição de embaixador do Brasil, foi marcada por intenso trabalho, destacando-se a reforma e reinstalação do edifício da embaixada, a conclusão das obras do Colégio Experimental - doado ao Paraguai pelo governo brasileiro - e da Ponte Internacional de Foz do Iguaçu, e a instalação em novo edifício, amplo e central, do Serviço de Expansão e Propaganda, Missão Cultural e Consulado. Dando ênfase às atividades culturais e artísticas, Mário Palmério integrou-se admiravelmente no seio da intelectualidade paraguaia, estreitando-se assim, mais ainda e de forma duradoura, os laços de compreensão e amizade entre os dois países.

De regresso ao Brasil, Mário Palmério reencetou suas atividades literárias. Isolando-se em fazenda de sua propriedade, no sertão sudoeste de Mato Grosso - Fazenda São José do Cangalha - escreveu Chapadão do Bugre, romance para o qual vinha colhendo, desde o êxito de Vila dos Confins, abundante material lingüístico e de costumes regionais, e que recebeu de toda crítica os mais rasgados elogios. Lançado em outubro de 1966, o romance teve inúmeras edições.

Durante vários anos viajou de barco pelo rio Amazonas e seus afluentes, levantando dados sobre a realidade física, social e cultural da região Amazônica. Em 1987 deixou de vez o Amazonas e voltou a morar em Uberaba, como presidente das Faculdades Integradas daquela cidade.

Em 1988, recebeu a Medalha do Mérito Santos-Dumont, conferida pelo Ministério da Aeronáutica. Neste mesmo ano, Mário Palmério cria a Universidade de Uberaba, que atualmente conta com quarenta cursos superiores.

A faculdade de Monte Carmelo, sua terra natal, leva o seu nome, como forma de homenageá-lo: Fundação Carmelitana Mário Palmério. Oferece diversos cursos (Administração, Pedagogia, Letras, Ciência Biológicas), e vem se destacando pela qualidade de ensino.

Mário Palmério era casado com Cecília Arantes Palmério. Teve dois filhos, Marcelo e Marília.

Academia Brasileira de Letras

Foi eleito para a cadeira 2 da Academia Brasileira de Letras, sucedendo a Guimarães Rosa, em 4 de abril de 1968, e recebido em 22 de novembro de 1968 pelo acadêmico Cândido Mota Filho.

Fonte: Wikipédia

Hermenegildo de Barros

HERMENEGILDO RODRIGUES DE BARROS
(89 anos)
Jurista

* Januária, MG (31/08/1866)
+ Rio de Janeiro, RJ (24/09/1955)

Hermenegildo Rodrigues de Barros, filho do coronel Mamede Rodrigues de Barros e Joana de Uzeda Barros, nasceu a 31 de agosto de 1866, na cidade de Januária, província de Minas Gerais.

Fez o curso de preparatórios no afamado Colégio Caraça, em sua província natal, e, no Rio de Janeiro, no Colégio Almeida Martins.

Formou-se em Ciências Jurídicas e Sociais na Faculdade de Direito de São Paulo, recebendo o grau de Bacharel, em 15 de novembro de 1886.

Regressando a Minas Gerais, foi nomeado Promotor Público da comarca de Januária, assim iniciando sua carreira pública. Aí serviu até ser nomeado Juiz Municipal do termo de São Francisco, em decreto de 31 de janeiro de 1890.

Com a organização da magistratura mineira, foi nomeado Juiz de Direito da comarca do Carmo do Parnaíba. Foi removido para a de Bonfim, assumindo o exercício em 31 de janeiro de 1897, e para a de Palmira, em abril de 1898. Promovido para a de Ubá, de segunda instância, tomou posse em 1º de agosto de 1899, onde serviu durante quatro anos.

Em 19 de setembro de 1903, foi nomeado Desembargador da Relação de Minas Gerais, da qual foi presidente. Seus conhecimentos jurídicos e sua integridade o tornaram figura das de maior destaque nessa Relação.

Em decreto de 23 de junho de 1919, foi nomeado Ministro do Supremo Tribunal Federal, preenchendo a vaga ocorrida com o falecimento de Canuto Saraiva. Tomou posse em 26 de julho seguinte.

Na sessão extraordinária de 25 de fevereiro de 1931, quando reunida a Corte para eleger o novo presidente, em virtude da aposentadoria forçada do ocupante do cargo, ministro Godofredo Cunha, procedida de forma discricionária pelo Governo Provisório, juntamente com as dos Ministros Muniz Barreto, Pires e Albuquerque, Pedro Mibielli, Pedro dos Santos e Geminiano da Franca, mediante o Decreto nº 19.711, de 21 do referido mês, manifestou-se veementemente pela ilegalidade da convocação e protestou contra o atentado que se consumava, conforme consta da respectiva ata.

Foi eleito Vice-Presidente do Tribunal, em 1º de abril de 1931, e reeleito em 2 de abril de 1934.

Coube-lhe presidir, por força do Decreto nº 21.076, de 24 de fevereiro de 1932, que instituiu o Código Eleitoral, a instalação do Tribunal Superior de Justiça Eleitoral, em 20 de maio do mesmo ano. Posteriormente a Constituição de 1934, no art. 82, § 1º, ao dispor sobre a matéria, estabeleceu que a presidência do Tribunal caberia ao vice-presidente da Corte Suprema, pelo que continuou dirigindo-o, até ser extinto com o advento da Constituição de 1937. Presidiu, nessa qualidade, as sessões preparatórias da Assembléia Nacional Constituinte, em 1933 e 1935.

Foi aposentado por decreto de 16 de novembro de 1937.

No Tribunal sua conduta foi de defensor e garantidor de todas as liberdades que as leis asseguram, e aí seu nome sempre refulgiu pela vasta cultura e íntegro caráter.

Espírito dos mais laboriosos, muito contribuiu para o enriquecimento das letras jurídicas. Além de folhetos e obras de doutrina, publicou trabalhos de grande valor: Decisões Judiciárias; Tribunal Especial; Direito das Sucessões e, em 1942, Memórias do Juiz mais Antigo do Brasil, em 4 volumes.

Faleceu em 24 de setembro de 1955, no Rio de Janeiro, sendo aprovado voto de pesar pela Corte, em sessão de 28 seguinte, a que se associou a Procuradoria-Geral da República, com o Drº Plínio de Freitas Travassos.

O centenário de seu nascimento foi comemorado em sessão de 1º de setembro de 1966, falando pela Corte o Ministro Victor Nunes, pelo Ministério Público Federal, o Drº Oscar Correia Pina e, pela Ordem dos Advogados do Brasil, o Drº José Eduardo Bulcão de Morais.

Ângelo Antônio

ÂNGELO ANTÔNIO GUERRA POVOA
(44 anos)
Ator e Cantor

* Santana do Livramento, RS (16/06/1939)
+ Rio de Janeiro, RJ (23/09/1983)

O ator e cantor Ângelo Antônio fez vários filmes na década de 70, especialmante as pornochanchadas. A estréia do ator no cinema foi em 1966, ano em que atuou em quatro filmes: Essa Gatinha é Minha, 007 1/2 no Carnaval, Na Onda do Iê-Iê-Iê e Nudista à Força.

Em 1969, Ângelo Antônio atuou nos filmes: A Um Pulo da Morte, e A Penúltima Donzela.

Os filmes Pais Quadrados... Filhos Avançados e Um Uísque Antes, Um Cigarro Depois, também tiveram sua participação.

Em 1971, Ângelo Antônio participou dos filmes O Doce Esporte do Sexo, Bonga, o Vagabundo com Renato Aragão, Como Ganhar na Loteria sem Perder a Esportiva e Lua-de-Mel e Amendoim.

Em seguida, fez os filmes Ali Babá e os Quarenta Ladrões (1972), Um Virgem na Praça (1973), Banana Mecânica (1974), Ainda Agarro Essa Vizinha (1974), Uma Mulata Para Todos (1975), Costinha e o King Mong (1977), A Árvore dos Sexos (1977), As Aventuras de Robinson Crusoé (1978), Bonitas e Gostosas (1979), Nos Tempos da Vaselina (1979) e Um Marciano em Minha Cama (1981).

Ângelo Antônio participou da novela Cinderela 77 da TV Tupi, onde interpretou pela segunda vez, em novelas, um personagem motoqueiro. A primeira vez foi na novela O Primeiro Amor (1972), do mesmo autor, Walter Negrão.

Na novela O Primeiro Amor, Ângelo Antônio interpretou Mobi Dick, seu personagem mais conhecido do grande público. Mobi Dick fazia parte da Turma do Rafa, uma gangue de bad boys que andava de motocicletas pela cidade causando confusões. Os personagens eram vividos por Marcos Paulo (Rafa), Sérgio Mansur (Rica) e o cantor João Luiz Wildner (João).

O personagem Moby Dick é equivocadamente atribuído a outro ator com o mesmo nome: Ângelo Antônio, ex-marido de Letícia Sabatella que viveu o personagem Beija-Flor na novela O Dono do Mundo e Francisco no filme 2 Filhos de Francisco. Em 1972, quando foi exibida a novela O Primeiro Amor, Ângelo Antônio tinha apenas 8 anos de idade e não poderia ter interpretado o motoqueiro Mobi Dick.

Em 1973, Ângelo Antônio lançou pelo selo Continental, um LP, depois de ter gravado algumas músicas na Gravadora CID. Ângelo Antônio disputava uma faixa do mercado jovem e descompromissada, oferecendo composições com títulos em inglês: Becky Come Back, Mary Help, ou faixas já conhecidas, como Garota do Pasquim.

Ângelo Antônio fez parte do grupo musical Turma da Pesada.

Compôs, em parceria com Carlos Imperial, a música Pior Pra Ela.

Ângelo Antônio faleceu aos 44 anos de idade. Era casado com Yara Carvalho Fonseca e deixou um filho.

Não há registro sobre as causas de sua morte.