(76 anos)
Escritor, Jornalista, Crítico Literário e Político
* Rio Bonito, RJ (08/11/1890)
+ Rio de Janeiro, RJ (21/11/1965)
Astrojildo Pereira Duarte Silva foi um escritor, jornalista, crítico literário e político brasileiro, fundador do Partido Comunista Brasileiro / Partido Comunista do Brasil, em 1922.
Aos 16 anos abandonou os estudos, no terceiro ano do o curso ginasial no Colégio Anchieta, de Nova Friburgo. Começou nesta época sua militância anarquista, em oposição à fé religiosa difundida pela Igreja e contra o militarismo, estimulado pelas greves operárias de 1906, sob o impacto do fracasso da Campanha Civilista de Ruy Barbosa e repressão à Revolta da Chibata do marinheiro João Cândido no Rio de Janeiro e pela execução do pedagogo anarquista Francisco Ferrer, na Espanha, Astrojildo fez uma curta viagem a Europa, que serviu para amadurecer as suas convicções de antagonismo à ordem social.
Na juventude, como gráfico, fez parte de organizações operárias de orientação anarcossindicalistas, sendo um dos organizadores do 2º Congresso Operário Brasileiro, em 1913.
Próximo aos principais líderes da Confederação Operária Brasileira, casou-se com a filha do anarquista Everardo Dias, Inês Dias.
Iniciou na imprensa operária sua carreira de jornalista, atividade a que se dedicaria durante a maior parte de sua vida.
Em 1918, foi preso por participar da frustrada Insurreição Anarquista, sendo libertado em 1919.
De 1918 a 1921, o anarquismo viveu um período de crise interna. Astrojildo, inicialmente definia-se como "um intransigente libertário". Ganhou um premio em dinheiro na loteria e fez uma doação de vários contos de réis para o jornal anarquista A Voz Do Povo. Pouco a pouco, porém, o anarquista convicto passou a rever as teorias que serviam de base às suas convicções políticas e filosóficas. Sob o impacto mundial das conseqüências da Revolução Bolchevique, fascinado pelo que estava acontecendo no recém-fundado Estado Soviético, acabou aderindo ao comunismo.
Fundou em 1921 o Grupo Comunista do Rio de Janeiro. No ano seguinte, em março de 1922, reuniu os vários grupos bolchevistas regionais para criar o Partido Comunista Brasileiro, em março de 1922, reconhecido dois anos depois como Seção Brasileira da III Internacional.
Sua primeira viagem à União Soviética foi em 1924, na condição de secretário-geral do partido. No ano seguinte, junto com Octávio Brandão, iniciou a publicação do jornal A Classe Operária, órgão oficial do Partido Comunista Brasileiro. Em 1927, viajou à Bolívia para entrar em contato com o líder tenentista refugiado Luís Carlos Prestes, a fim de aproximá-lo do marxismo-leninismo. Em 1928, passou a ser um dos integrantes do Comitê Executivo da III Internacional.
Por volta de 1929, com a colaboração de Octávio Brandão, Paulo de Lacerda e Cristiano Cordeiro, Astrojildo Pereira havia delineado um grupo dirigente do movimento operário, e iniciado a primeira tentativa de esboçar uma teoria da revolução brasileira que vislumbrava no latifúndio e no imperialismo os inimigos principais da classe operária, no campesinato, na pequena burguesia urbana e seus intelectuais, os seus aliados. A questão agrária e a questão nacional seriam assim o fulcro da revolução democrática no Brasil. Como ficou bem demonstrado no texto "Agrarismo E Industrialismo" de Octávio Brandão que ele ajudou a escrever.
Após viver em Moscou entre fevereiro de 1929 e janeiro de 1930, voltou ao Brasil com a missão de impor a uma dúbia política de proletarização do partido, combatendo as influências anarquistas e substituindo intelectuais por operários. No entanto, essa política de "obreirização" acabou atingindo ele próprio em novembro do mesmo ano, quando foi afastado da secretaria-geral do Partido Comunista Brasileiro. No ano seguinte, desligou-se do partido e e passou a colaborar no jornal carioca Diário de Notícias e na revista Diretrizes. Como crítico literário, especializou-se nas obras de Machado de Assis e Lima Barreto.
Em 1945, retornou ao Partido Comunista Brasileiro, passando a colaborar com sua imprensa partidária. No entanto, após a cassação do partido, em 1947, a diretriz política sectária ordenada por Luís Carlos Prestes até 1956, acabaram o afastando novamente do Partido Comunista Brasileiro.
Após a instauração do governo militar, em 1964, foi preso no mês de outubro, por três meses, já em estado de saúde precário.
Astrojildo Pereira faleceu no Rio de Janeiro, em 21/11/1965.
Foi somente na fase declinante da ditadura militar que o nome de Astrojildo Pereira começou a receber o devido reconhecimento, não só como o principal fundador do Partido Comunista Brasileiro, mas como o primeiro marxista, leninista e como um intelectual ativo na organização do mundo da cultura e que ofereceu preciosos indicativos de interpretação e pesquisa.
Em 2 de agosto de 1982, intelectuais então vinculados ao Partido Comunista Brasileiro (PCB) fundaram o Instituto Astrojildo Pereira (IAP), uma associação civil sem fins lucrativos, com sede em São Paulo e de abrangência nacional. Tendo como referencial a teoria social fundada por Karl Marx, o Instituto Astrojildo Pereira pretende ser um espaço de convergência de esforços de diferentes setores do mundo intelectual e do espectro político para construção coletiva de referências teóricas e culturais que incidam sobre as lutas democráticas da sociedade brasileira na perspectiva socialista.
Astrojildo Pereira e sua esposa Inês Dias |
Iniciou na imprensa operária sua carreira de jornalista, atividade a que se dedicaria durante a maior parte de sua vida.
Em 1918, foi preso por participar da frustrada Insurreição Anarquista, sendo libertado em 1919.
De 1918 a 1921, o anarquismo viveu um período de crise interna. Astrojildo, inicialmente definia-se como "um intransigente libertário". Ganhou um premio em dinheiro na loteria e fez uma doação de vários contos de réis para o jornal anarquista A Voz Do Povo. Pouco a pouco, porém, o anarquista convicto passou a rever as teorias que serviam de base às suas convicções políticas e filosóficas. Sob o impacto mundial das conseqüências da Revolução Bolchevique, fascinado pelo que estava acontecendo no recém-fundado Estado Soviético, acabou aderindo ao comunismo.
Fundou em 1921 o Grupo Comunista do Rio de Janeiro. No ano seguinte, em março de 1922, reuniu os vários grupos bolchevistas regionais para criar o Partido Comunista Brasileiro, em março de 1922, reconhecido dois anos depois como Seção Brasileira da III Internacional.
Sua primeira viagem à União Soviética foi em 1924, na condição de secretário-geral do partido. No ano seguinte, junto com Octávio Brandão, iniciou a publicação do jornal A Classe Operária, órgão oficial do Partido Comunista Brasileiro. Em 1927, viajou à Bolívia para entrar em contato com o líder tenentista refugiado Luís Carlos Prestes, a fim de aproximá-lo do marxismo-leninismo. Em 1928, passou a ser um dos integrantes do Comitê Executivo da III Internacional.
Por volta de 1929, com a colaboração de Octávio Brandão, Paulo de Lacerda e Cristiano Cordeiro, Astrojildo Pereira havia delineado um grupo dirigente do movimento operário, e iniciado a primeira tentativa de esboçar uma teoria da revolução brasileira que vislumbrava no latifúndio e no imperialismo os inimigos principais da classe operária, no campesinato, na pequena burguesia urbana e seus intelectuais, os seus aliados. A questão agrária e a questão nacional seriam assim o fulcro da revolução democrática no Brasil. Como ficou bem demonstrado no texto "Agrarismo E Industrialismo" de Octávio Brandão que ele ajudou a escrever.
Após viver em Moscou entre fevereiro de 1929 e janeiro de 1930, voltou ao Brasil com a missão de impor a uma dúbia política de proletarização do partido, combatendo as influências anarquistas e substituindo intelectuais por operários. No entanto, essa política de "obreirização" acabou atingindo ele próprio em novembro do mesmo ano, quando foi afastado da secretaria-geral do Partido Comunista Brasileiro. No ano seguinte, desligou-se do partido e e passou a colaborar no jornal carioca Diário de Notícias e na revista Diretrizes. Como crítico literário, especializou-se nas obras de Machado de Assis e Lima Barreto.
Em 1945, retornou ao Partido Comunista Brasileiro, passando a colaborar com sua imprensa partidária. No entanto, após a cassação do partido, em 1947, a diretriz política sectária ordenada por Luís Carlos Prestes até 1956, acabaram o afastando novamente do Partido Comunista Brasileiro.
Após a instauração do governo militar, em 1964, foi preso no mês de outubro, por três meses, já em estado de saúde precário.
Astrojildo Pereira faleceu no Rio de Janeiro, em 21/11/1965.
Foi somente na fase declinante da ditadura militar que o nome de Astrojildo Pereira começou a receber o devido reconhecimento, não só como o principal fundador do Partido Comunista Brasileiro, mas como o primeiro marxista, leninista e como um intelectual ativo na organização do mundo da cultura e que ofereceu preciosos indicativos de interpretação e pesquisa.
Astrojildo Pereira, sua mãe Isabel e sua esposa Inês Dias |
Instituto Astrojildo Pereira e Fundação Astrojildo Pereira
Em 2 de agosto de 1982, intelectuais então vinculados ao Partido Comunista Brasileiro (PCB) fundaram o Instituto Astrojildo Pereira (IAP), uma associação civil sem fins lucrativos, com sede em São Paulo e de abrangência nacional. Tendo como referencial a teoria social fundada por Karl Marx, o Instituto Astrojildo Pereira pretende ser um espaço de convergência de esforços de diferentes setores do mundo intelectual e do espectro político para construção coletiva de referências teóricas e culturais que incidam sobre as lutas democráticas da sociedade brasileira na perspectiva socialista.
Em 2000 o Partido Popular Socialista cria a Fundação Astrojildo Pereira (FAP), com o objetivo de preservar a memória do fundador do Partido Comunista Brasileiro e dos militantes comunistas brasileiros através de estudo e pesquisa.
Fonte: Wikipédia e Fundação Getúlio Vargas (CPDOC)