Zequinha de Abreu

JOSÉ GOMES DE ABREU
(54 anos)
Compositor, Instrumentista e Regente

☼ Santa Rita do Passa Quatro, SP (19/09/1880)
┼ São Paulo, SP (22/01/1935)

José Gomes de Abreu, mais conhecido como Zequinha de Abreu, foi um músico, compositor e instrumentista brasileiro. Zequinha de Abreu tocava flauta, clarinete e requinta. Um dos maiores compositores de choros, é autor do famoso choro "Tico-Tico no Fubá" que foi muito divulgado no exterior nos anos 40 por Carmen Miranda. É pouco provável que a similaridade desta melodia com uma no primeiro movimento do "Concerto Para Piano Op.15" de Beethoven seja mera coincidência. Zequinha Abreu foi organizador e regente de orquestras e bandas no interior paulista.

Zequinha de Abreu era o mais velho dos oito filhos do boticário José Alacrino Ramiro de Abreu e Justina Gomes Leitão. Sua mãe ansiava para que ele seguisse a carreira de padre e o pai desejava que se formasse em medicina. Mas aos seis anos de idade, ele já mostrava que tinha vocação para a música, tirando melodias da flauta. Ainda durante o curso primário organizou uma banda na escola, da qual ele mesmo era o regente. Com 10 anos, já tocava requinta, flauta e clarineta na banda e ensaiava suas primeiras composições.

Zequinha de Abreu estudou em Santa Rita do Passa Quatro e no Colégio São Luís de Itu.

Em 1894 foi para o Seminário Episcopal de São Paulo, onde aprendeu harmonia. Aos 17 anos voltou para sua cidade natal e fundou sua própria orquestra visando se apresentar em saraus, bailes, aniversários, casamentos, serestas e em cinemas, acompanhando os filmes mudos. Nessa época, fez suas primeiras composições conhecidas, como "Flor da Estrada" e "Bafo de Onça".

Aos 18 anos contraiu matrimônio com Durvalina Brasil, que tinha apenas 14 anos de idade. O casal morou por alguns meses no distrito de Santa Cruz da Estrela, atual Jacerandi, próximo a Santa Rita do Passa Quatro, no Estado de São Paulo. Cuidavam de uma farmácia e de uma classe de ensino primário. De volta à Santa Rita do Passa Quatro, Zequinha de Abreu coordenou o trabalho da orquestra com os cargos de secretário da Câmara Municipal e de escrevente da Coletoria Estadual.

A exemplo de seu pai, também teve oito filhos, todos batizados com nomes começados com a letra "D".

No final da década de 1910 compôs de improviso a valsa "Branca", em homenagem a Branca Barreto, filha do chefe da estação ferroviária de sua cidade. Tornou-se um clássico do repertório brasileiro de então.

Em 1917, durante um baile, apresentou um choro e ficou surpreso com a reação entusiasmada dos pares de dança. Batizou a música de "Tico-Tico no Farelo", mas, como já existia um choro com o mesmo nome na época, composto por Américo Jacomino, resolveu colocar "Tico-Tico no Fubá".

Apesar da boa acolhida, o choro só seria gravado quatorze anos depois, pela Orquestra Colbaz, dirigida pelo maestro Gaó. Interpretada por dezenas de artistas, tornou-se um dos maiores sucessos da música brasileira no século 20, inclusive no exterior.

Zequinha de Abreu mudou-se para a capital paulista em setembro de 1920, logo após o falecimento do pai. Em São Paulo, seu ritmo de trabalho aumentou. Ele se apresentava no Bar Viaduto, na Confeitaria Seleta, em clubes, cabarés, dancings e festas. Seu piano, conjuntos e músicas eram muito requisitados. Incansável, ainda dava aulas de piano e aproveitava para vender as partituras de suas músicas nas casas que frequentava.

Trabalhava também na Casa Beethoven, atraindo fregueses e curiosos que passavam na Rua Direita. Mostrava no piano os últimos lançamentos musicais. Foi lá que conheceu Vicente Vitale, com quem iniciaria uma grande amizade e uma ligação importante. Os irmãos Vitale iniciavam uma editora musical que iria lançar vários de seus sucessos. Além disso, ofereceram a Zequinha de Abreu um contrato de exclusividade, com a obrigação de entregar uma música nova a cada mês, em troca de um ordenado fixo.

Suas músicas foram gravadas inclusive por Lúcio Alves, que cantou "Pé de Elefante" e "Rosa Desfolhada" (Zequinha de AbreuDino Castelo), "Aurora" (Zequinha de Abreu e Salvador Morais) e "Amor Imortal" (Zequinha de Abreu e Braguinha).

Zequinha de Abreu não possuía ambição e sempre ajudava os amigos necessitados. Falava pouco, mas sorria bastante. Na boemia, fazia-se acompanhar dos filhos Durval e Dermeval, improvisando ao piano canções durante horas, com a cervejinha do lado. "Escrevia música tão depressa como qualquer pessoa que sabia escrever ligeiro." - dizia Hermes Vieira, seu amigo e letrista, que usava o pseudônimo de Naro Demóstenes.

Dois anos antes de morrer, fundou a Banda Zequinha de Abreu.

Dezessete anos após sua morte, os cineastas Fernando de Barros, Adolfo Celi e a Companhia Vera Cruz homenagearam o compositor com o filme "Tico-Tico no Fubá" (1952) com Anselmo Duarte e Tônha Carrero nos principais papéis.

Benjamin Constant

BENJAMIN CONSTANT BOTELHO DE MAGALHÃES
(54 anos)
Militar, Engenheiro, Professor e Estadista

☼ Niterói, RJ (18/10/1836)
┼ Rio de Janeiro, RJ (22/01/1891)

Formado em engenharia pela Escola Militar, participou da Guerra do Paraguai (1865 - 1870) como engenheiro civil e militar. Benjamin Constant esteve no Paraguai de agosto de 1866 a setembro de 1867, de onde voltou, devido doença, acompanhado de sua mulher, que o fora buscar.

As suas cartas, escritas sobretudo para a esposa e o sogro, nas quais crítica duramente a direção da guerra em geral, e a Duque de Caxias, em especial, foram publicadas por Renato Lemos, no livro "Cartas da Guerra: Benjamin Constant na Campanha do Paraguai", editado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e o Museu Casa de Benjamin Constant, em 1999.

Como professor, lecionou nas escolas militar, predecessora do Instituto Militar de Engenharia, Politécnica, Normal e Escola Superior de Guerra, entre outras.

Adepto do positivismo, em suas vertentes filosófica e religiosa - cujas idéias difundiu entre a jovem oficialidade do Exército Brasileiro -, foi um dos principais articuladores do levante republicano de 1889. Foi nomeado Ministro da Guerra e, depois, Ministro da Instrução Pública no Governo Provisório. Na última função, promoveu uma importante reforma curricular.

As disposições transitórias da Constituição de 1891 consagraram-no como fundador da República brasileira.

Ação no Governo Provisório

A despeito de ter sido militar e ter sido condecorado como tal devido a sua participação na Guerra do Paraguai, era pacifista, pregando o fim das Forças Armadas em um futuro mais ou menos distante, reduzidas à mera atuação policial para manutenção da ordem pública. Essa opinião, calcada nas idéias de Auguste Comte, fundador do Positivismo, foi o que lhe permitiu criar a doutrina do Soldado-Cidadão, segundo a qual, antes de serem soldados, os membros das Forças Armadas eram cidadãos de um regime republicano e como tais deveriam comportar-se.

Por outro lado, foi em reação à "civilização" (no sentido de reforço do papel civil, em oposição à atuação propriamente militar) iniciada na gestão de Benjamin Constant à frente da pasta da Guerra que, a partir da I Guerra Mundial, surgiu uma nova geração de militares e de intelectuais militares que propôs a "profissionalização" do Exército.

Essa geração era a dos Jovens Turcos brasileiros e, procurando referências para suas doutrinas militares na Alemanha, constituiu o germe tanto do Tenentismo quanto dos militares que chegaram, de uma maneira ou de outra, ao poder no Brasil a partir de 1930 até 1985. Em outras palavras, as inúmeras intervenções e golpes militares ocorridos no Brasil ao longo do século XX não tiveram relação com a atuação de Benjamin Constant e, por extensão, com o Positivismo.

Museus e Instituições

Benjamin Constant também foi o terceiro diretor do antigo Imperial Instituto dos Meninos Cegos, instituição criada em 1854 por Dom Pedro II para cuidar da edução de crianças com deficiência visual.

Em virtude de ter permanecido por longos anos à frente dessa instituição, em 1890 o Governo Provisório da recém-proclamada República renomeou-a como Instituto Benjamin Constant - que, apesar de inativo em alguns períodos, permanece em franca atividade até os dias atuais.

Além disso, em 1972 o governo brasileiro transformou a antiga residência de Benjamin Constant, no bairro de Santa Teresa, no município do Rio de Janeiro, no Museu Casa de Benjamin Constant, como uma homenagem - ainda que tardia - a esse valoroso líder político. Esse museu expõe para o público em geral a casa conforme ela arrumava-se no final do século XIX, quando lá residia. Para o público acadêmico, realizam-se pesquisas de caráter histórico e sociológico sobre o Brasil de fins do século XIX e início do século XX.

Benjamin Constant morreu em extrema pobreza no Rio de Janeiro. Exemplo de grande idealista não conseguiu adaptar-se à política. Manteve-se firme nas suas opiniões e jamais deixou de defender seus ideais.

Roquette-Pinto

EDGAR ROQUETTE CARNEIRO DE MENDONÇA PINTO VIEIRA DE MELLO
(70 anos)
Médico, Professor, Antropólogo, Etnólogo, Escritor, Arqueólogo e Ensaísta

* Rio de Janeiro, RJ (25/09/1884)
+ Rio de Janeiro, RJ (18/10/1954)

Filho de Manuel Menelio Pinto e Josefina Roquette Carneiro de Mendonça, nasceu a 25 de setembro de 1884, em Botafogo, Rio de Janeiro.

Foi criado pelos avós maternos na Fazenda Bela Fama, próxima de Juiz de Fora, em Minas Gerais, até aos 10 anos, quando retornou ao Rio de Janeiro com os pais.

Fez o curso de humanidades no Colégio Aquino, entrando depois na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, onde se formou em 1905 com a tese O Exercício da Medicina Entre os Indígenas da América. O pouco contacto com a família do pai levou-o a alterar o nome de registo para Edgard Roquette-Pinto, que legalizou em 1905.

Além do avô João Roquette, que lhe pagou os estudos e lhe incutiu o gosto pela natureza, marcaram o seu destino o biólogo Francisco de Castro, que o fez desistir da ideia de ser oficial da Marinha e o orientou para a Medicina e a Biologia e o médico Henrique Batista, que o converteu ao Positivismo – doutrina fundada por Auguste Comte (1798-1857), segundo o qual a redenção do homem se daria pelo conhecimento. Embora estudioso, seguiu o trabalho de campo até à Antropologia.

Em 1906 torna-se professor assistente de Antropologia no Museu Nacional e foi, em setembro, ao Rio Grande do Sul, estudar os sambaquis – jazidas de conchas, ossos e utensílios do homem pré-histórico do litoral da América.

É nomeado médico-legista com o trabalho Fauna Cadavérica do Rio de Janeiro em 1908, abrindo um laboratório de análises clínicas. Neste ano, casa com Riza Batista, com quem teve os filhos Beatriz e Paulo Roquette-Pinto.

Após alguns anos como assistente de Henrique Batista e médico-legista, passa, por concurso, a professor de Antropologia e Etnografia do Museu Nacional, onde organizou a Sala Dom Pedro II em 1910.

Delegado do Brasil no Congresso de Raças, em Londres (1911), estuda na Europa com os professores Richet, Brumpt, Tuffier, Perrier e Luschan.

Expedições Com Rondon

Em 1907 surge a Comissão de Linhas Telegráficas e Estratégicas de Mato Grosso ao Amazonas, chamada Comissão Rondon devido à fama do Tenente-Coronel Rondon (1865-1958), que a comandava. Iria ligar pelo fio telegráfico os territórios do Amazonas, Acre, Alto Purus e Alto Juruá à capital do Mato Grosso, com os pontos extremos em Cuiabá e Santo António do Madeira.

Colaboraram militares, para execução de serviços técnicos e cientistas civis, para fazer o levantamento geográfico, botânico, zoológico, etnológico e antropológico da região a desbravar.

Ao voltar das expedições, Rondon depositava amostras de objectos paleolíticos no Museu Nacional. Roquette estudou vários e escreveu a Nota Sobre os Índios Nhambiquaras do Brasil Central. Fascinado, trabalhou alguns meses com Rondon em 1910, que o influenciou e lhe incutiu o desejo de estudar aquelas terras.

Roquette integrou a comitiva que seguiu, em Julho de 1912, ao encontro da Comissão à Serra do Norte, em Mato Grosso. Na expedição foi etnógrafo, sociólogo, antropólogo, geógrafo, arqueólogo, botânico, zoólogo, linguista, médico, farmacêutico, legista, fotógrafo, cineasta e folclorista. Anotou a aparência da região – da floresta à árvore e à folha – composição dos solos, contorno das montanhas, fluxo dos rios, intensidade das quedas e variedade da fauna.

Nas visitas às tribos, mediu os crânios dos índios, comparou o seu peso e altura, analisou doenças, efectuou a primeira dissecação de um indígena e relatou as formas de produção, comércio e transporte. Registou conhecimentos científicos, relações familiares, organização política, hábitos religiosos, formas linguisticas, habilidade manual e danças. Anotou musicalmente os cantos dos nativos e fez gravações in loco com o Fonógrafo portátil. Nos fonogramas, cilindros de cera, registou melodias indígenas Nhambiquaras e Parecís e música popular mato-grossense (Cururu e canções Sertanejas).

Filmou o que pôde e fotografou ou desenhou o resto. Recolheu pedras, pontas de setas e objectos indígenas levados por milhares de quilómetros através de rios, pântanos e picadas abertas na selva. Apressou-se a estudar a região pois temia a perda dos fenómenos etnográficos, usos, costumes, indústrias, técnicas, arte, religião e política dos povos, que cedo ocorreria, devido à chegada e influência de objectos da civilização.

A morte foi constante no percurso pelas selvas do Mato Grosso, Amazonas e nas bacias dos rios Paraguai, Juruena e Ji-Paraná, pelas dificuldades climáticas, geográficas e humanas. Os Nhambiquaras eram hostis, matando expedicionários e haviam as ameaças da selva: animais e doenças – varíola, beribéri, paludismo. Burros, cavalos e bois morriam, os homens eram enterrados pelo caminho e os locais batizados com os seus nomes. A sobrevivência deste intelectual da cidade à vida difícil da selva surpreendeu tudo e todos, devendo-se talvez à infância passada na fazenda (note-se a diferença entre mato e sertão!) e a ser jovem e saudável. Mas a principal razão terá sido a firme determinação em cumprir a tarefa a que se propôs.

Roquette dizia que Marechal Cândido Rondon era o "ideal feito homem". Mameluco por parte de avós indígenas, falava dialectos de várias tribos, passando aos índios a sua mensagem de paz. Roquette extraiu assim, uma compreensão do problema do índio ainda revolucionária: para ele, os índios deviam ser protegidos como tal e não forçados a ser brasileiros, sendo o papel da nação protegê-los como aos menores abandonados, presos ou doentes.

Os Nhambiquaras contactados viviam na Idade da Pedra: tinham machados de pedra mal polida e as facas eram lascas de madeira. Desconheciam navegação, cerâmica ou redes de dormir – atravessavam os rios a nado, comiam de mão em mão e dormiam no chão. Cobertos por bernes, pulgas e piolhos, não conheciam um homem branco ou negro. O mal que faziam era, às vezes, por ignorância. De volta ao Rio de Janeiro, em novembro desse ano, Roquette depositou no Museu Nacional cerca de tonelada e meia de objectos que trouxe da Serra do Norte, entre observações, fichas antropométricas, croquis, filmes documentais, material etnográfico, etc. Roquette trouxe também o paludismo, cujas sequelas contribuíram para a espondilose de que sofreu mais tarde.

Em 1915, propôs numa conferência do Museu Nacional a designação de Rondônia à região do Noroeste do Brasil limitada pelos meridianos 54 e 65 oeste, Greenwich e entre os paralelos 8 e 15 ao sul do Equador, cortada entre os rios Juruena e Madeira pela estrada Rondon, como homenagem a Rondon.

Com os resultados das suas investigações sobre Parecís e Nhambiquaras escreveu Rondônia (1916), tratado antropológico, botânico, geológico, etnográfico e climático da região compreendida entre os rios Juruena e Madeira, incluindo partes de Mato Grosso, Amazonas, Pará, Acre e Guaporé.

A vivência com índios e homens do sertão foi a base da sua campanha anti-racista contra o arianismo no Brasil. Segundo ele, o homem no Brasil precisava de "ser educado e não substituído".

Em 1915 concorre para Livre-Docente de História Natural, na Faculdade de Medicina, com o trabalho sobre Dinoponera Grandis, a formiga amazônica, continuando a atividade de pesquisa e ensino, lecionando História Natural na Escola Normal e no Colégio Aquino.

Empenhou-se na Fisiologia, sendo convidado, em 1920, como professor visitante para inaugurar a cadeira de Fisiologia Experimental na Faculdade de Medicina da Universidade de Assunção, conseguindo a admiração do povo numa época conturbada entre Brasil e Paraguai.

Fascínio Pela Rádio e Pelo Cinema

Prevendo a importância da rádio na educação do povo fundou, a 20 de Abril de 1923, na Academia Brasileira de Ciências (de que era membro, bem como de outras associações nacionais e estrangeiras), a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, só com fins educacionais e culturais. O fascínio de Roquette pela rádio deve-se, em parte, pela entrega à causa positivista e à profissionalização como antropólogo, factores que o colocaram ao serviço de causas científicas e sociais.

"A rádio é a escola dos que não têm escola. É o jornal de quem não sabe ler; (...) é o divertimento gratuito do pobre; (...) desde que o realizem com espírito altruísta e elevado."

E concluía sempre a sua emissão com o lema:

"Pela cultura dos que vivem em nossa terra. Pelo progresso do Brasil".

Em 1924 participa no Congresso Internacional de Americanistas, na Suécia, tornando-se responsável pela Seção de Antropologia, Etnografia e Arqueologia do Museu Nacional, do qual foi director de 1926 a 1935.

Candidata-se à Academia Brasileira de Letras em 1927 na vaga de Osório Estrada (cadeira 17), é eleito a 20 de outubro.

Em 1929 presidiu o 1º Congresso Brasileiro de Eugenia e realizou as primeiras demonstrações televisivas no Brasil.

Em 1932 funda a Revista Nacional de Educação e o Serviço de Censura Cinematográfica, criando em 1934 a Rádio Escola Municipal do Rio de Janeiro com Anísio Teixeira.

Em 1936 fundou e dirigiu o Instituto Nacional de Cinema Educativo onde esteve com Humberto Mauro, aposentando-se em 1947.

Orientou a parte histórica do filme O Descobrimento do Brasil (1937), dirigiu e gravou o comentário sobre arte marajoara do filme Argila (1940) e o filme Rondônia.

Eleito diretor do Instituto Indigenista Americano do México em 1940, foi membro fundador do Partido Socialista Brasileiro, em 1947.

Como homenagem, vários naturalistas deram o seu nome a algumas espécies, como Phylloscartes Roquettei, ave do Brasil Central.

Entre as suas obras escritas estão Guia de Antropologia (1915), Elementos de Mineralogia (1918), Seixos Rolados (1927), Samambaia (1934), além de muitos trabalhos científicos, artigos e conferências, publicados em vários jornais e revistas.

A 18 de Outubro de 1954 sofre um Derrame fatal no seu apartamento, no Rio de Janeiro, quando escrevia um artigo para o Jornal do Brasil, em que dizia: Aquele que conhece, aquele que cria, aquele que ama.

Fonte: Wikipédia e Ana Fernandes (Trabalho realizado no âmbito da disciplina de História das Ciências, Licenciatura em Bioquímica, Departamento de Química e Bioquímica, Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, 2002-2003)

Sônia Ribeiro

NEYDE MOCARZEL
(56 anos)
Atriz, Apresentadora de TV e Radialista

* São Paulo, SP (20/03/1930)
+ São Paulo, SP (26/06/1987)

O nome da apresentadora Sônia Ribeiro era Neyde Mocarzel. Ela e a irmã, ainda meninas, foram trabalhar na Rádio Record, fazendo radioteatro. Sônia tinha voz bem grave para sua idade, e , às vezes, embora fosse criança, fazia papel de velha. Foi nesse emissora que ela conheceu Blota Júnior, que era um jovem inteligente, muito conceituado como profissional de rádio. Eles começaram a namorar e logo se casaram. Sônia estava com apenas 16 anos.

E aconteceu que as Redes CBS e NBC dos Estados Unidos os convidaram para fazer lá, um programa para os hispânicos e brasileiros. Eles aceitaram, mas a viagem foi complicada, pois Sônia, recém casada, engravidou e queria voltar ao Brasil. Ficaram nos Estados Unidos só alguns meses, pois tinham contrato a cumprir.

Voltaram e continuaram a carreira aqui no Brasil, sempre nas Emissoras Unidas. Já estavam então na TV Record e embora Sônia tivesse vocação para atriz, fez par com seu marido e isso lhe deu bastante conceito dentro da emissora e junto ao público.

Ainda assim fazia carreira solo e tinha um programa de rádio na Rádio Bandeirantes, que se chamava O Clube abre às 5. Depois ficou só com o marido e ambos apresentavam programas de muito sucesso, como Alianças Para o Sucesso.

Também eram os apresentadores oficiais do Troféu Roquette Pinto, do Show do dia 7 e do Esta Noite se Improvisa. Eram perfeitos e todos os admiravam muito. Apresentaram também os festivais de Música Popular Brasileira.

Sônia fez algumas participações em teleteatros. Fez as novelas Os Fidalgos da Casa Mourisca e Seu Único Pecado. Participou também, num pequeno papel, do seriado A Família Trapo.

Sônia Ribeiro tinha muito prestígio dentro da sociedade paulistana, tanto que ela foi empossada como presidente de honra da Sociedade Pestalozzi de São Paulo.

De seu casamento com Blota Júnior nasceram 3 filhos.

Sônia Ribeiro foi acometida de um Câncer Linfático e veio a falecer em 26 de junho de 1987.

Fonte: Museu da TV

Miriam Batucada

MIRIAM ANGELA LAVECCHIA
(47 anos)
Cantora

* São Paulo, SP (28/12/1946)
+ São Paulo, SP (02/07/1994)

Miriam era neta de italianos, tanto por parte de mãe, quanto por parte de pai. Nasceu aos 28 de Dezembro de 1946, mas foi registrada no dia 01 de janeiro de 1947, assim ganhando "um ano", como se dizia antigamente.

Miriam fez um curso técnico de digitadora pela IBM e chegou a trabalhar na Arno, sendo despedida por batucar no teclado.

Quando pequena, conheceu uma menina que tinha o apelido de Chacareira. Essa menina lhe ensinou a batucar com as mãos durante três meses. No começo, despontava um samba devagar, o que dias de prática fez se tornar um ritmo frenético e no compasso de qualquer samba.

Carreira

Em 1967 recebeu o convite para participar do programa do Blota Júnior. Sua apresentação durou duas horas e maravilhou todo público e o apresentador, e de quebra, Miriam ainda tocou todos os instrumentos que se encontravam no palco da TV Record naquele dia: piano, bateria, harmônica, violão, cuíca, além de batucar na mesa do apresentador e mostrar também a sua batucada nas mãos.

No dia seguinte já era representada pelo famoso empresário Marcos Lázaro, sendo contratada pela TV Record.

Participou do programa da Sônia Ribeiro e em seguida ganhou um programa com Ronnie Von nas tardes de sábado. E foi durante sua apresentação num programa de televisão que Cidinha Campos a intitulou de Miriam da Batucada. Como o "da" na época não estava na moda, o extraiu e ficou só com o codinome de Miriam Batucada.

Em 1968 gravou o compacto pela gravadora Rozemblit contendo as faixas Batucando Nas Mãos (Renato Teixeira) e Plác-Tic-Plác-Plác (Walter Peteléco), produzido por Côrte Real. Já apresentava sua famosa batucada nas mãos nessas músicas. Começou, nessa época a ser muito requisitada para espetáculos, e chegou a até fazer apresentações no exterior.

Apesar de seu samba ser relativamente tradicional, Miriam era pessoalmente muito criativa e aberta. Não teve problemas para gravar um disco relativamente inovador com Raul Seixas, Sérgio Sampaio e Edy Star em 1971, chamado Sociedade da Grã-Ordem Kavernista Apresenta Sessão das 10.

Este se tornou seu disco mais famoso, o mais encontrado na Internet. Com Marcix (Compositora e produtora cultural) compos a musica Salve Rainha em homenagem a Chico Mendes.

Em 1973 gravou um compacto pela CBS com produção de Raul Seixas.

Pontos marcantes na personalidade de Miriam eram sua extrema simpatia e simplicidade. Como intérprete, tinha uma noção de ritmo muito boa. Um de seus sucessos era Teco Teco (Pereira da Costa e Milton Vilella). A canção hoje não é mais associada a ela, depois que Gal Costa também gravou.

Com fortes raízes italianas, Miriam era muito ligada a um bairro tradicional de São Paulo, a Mooca.

A Mooca só a homenageou após a sua morte, atribuindo o seu nome a uma travessa da Rua Bixira – Travessa Miriam Batucada.

Discografia

1968 – Rozenblit – Compacto Simples - Batucando na mão
1971 – Sociedade da Grã-Ordem Kavernista Apresenta Sessão das 10
1973 – Diabo no Corpo - Compacto Simples
1974 – Acertei No milhar - Compacto Duplo
1974 – Amanhã Ninguém Sabe - LP
1979 – Marcha do João - Compacto Simples
1991 – Alma de Festa - LP ¹
           Sinal de Vida - Compacto Simples

¹ Produzido por Marcix (Marcia Carvalho) e arranjado pelo maestro Otavio Basso (seu último disco)

Morte

Faleceu precocemente, sendo encontrada morta em seu apartamento onde morava só no bairro de Pinheiros, por sua irmã Mirna, que residia em Maringá, 21 dias após ter sofrido um Infarto Fulminante.


Fonte: Wikipédia