Bruno Giorgi

BRUNO GIORGI
(88 anos)
Escultor e Professor

* Mococa, SP (13/08/1905)
+ Rio de Janeiro, RJ (07/09/1993)

Filho de imigrantes italianos, em 1911, mudou-se com a família para Roma e, no início da década de 1920, estudou desenho e escultura.

Oscar Niemeyer e  Bruno Giorgi
Na Itália, participou de movimentos antifascistas, tendo sido preso e condenado a sete anos de prisão. Após ter cumprido quatro anos da pena, foi extraditado para o Brasil, por intervenção do embaixador brasileiro na Itália.

Em 1937, em Paris, frequentou as academias La Grande Chaumière e Ranson, tendo conhecido, nessa última, Aristide Maillol, que passa a orientá-lo. Conviveu com Henry Moore, Marino Marini e Charles Despiau.

Em 1939, de volta a São Paulo, trabalhou com os artistas do Grupo Santa Helena e participou do grupo Família Artística Paulista.

A convite do ministro Gustavo Capanema, em 1943, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde instalou ateliê na Praia Vermelha, e deu aulas, entre outros, para Francisco Stockinger.

Dos monumentos públicos de sua autoria destacam-se Monumento à Juventude Brasileira (1947), nos jardins do Ministério da Educação e Saúde, atual Palácio da Cultura, no Rio de Janeiro; Candangos (1960), na Praça dos Três Poderes, e Meteoro (1967), no lago do edifício do Ministério das Relações Exteriores, em Brasília; Condor (1978), na Praça da Sé, São Paulo, Integração (1989), no Memorial da América Latina, em São Paulo.

Fonte: Wikipédia

San Tiago Dantas

FRANCISCO CLEMENTINO DE SAN TIAGO DANTAS
(53 anos)
Jornalista, Advogado, Professor e Político

* Rio de Janeiro, RJ (30/08/1911)
+ Rio de Janeiro, RJ (06/09/1964)

Francisco Clementino de San Tiago Dantas nasceu no Rio de Janeiro, em 30 de agosto de 1911, filho de Raul de San Tiago Dantas e de Violeta de Melo de San Tiago Dantas.

Ingressou em 1928 na Faculdade Nacional de Direito, concluindo o curso em 1932. Nesse ano, filiou-se à Ação Integralista Brasileira (AIB), organização de inspiração fascista. Ativo militante integralista, afastou-se do movimento por ocasião da preparação do levante para depor o presidente Getúlio Vargas, em 1938. A partir de então, passou a dedicar-se à carreira acadêmica e à advocacia.

Entre 1945 e 1946, trabalhou no Conselho Nacional de Política Industrial e Comercial, órgão ligado ao Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio. Em 1949, assumiu a vice-presidência da refinaria de petróleo de Manguinhos, cargo no qual permaneceria durante nove anos. Atuou tambem como assessor pessoal de Getúlio Vargas durante seu segundo governo (1951-1954), participando da discussão do anteprojeto de criação da Petrobrás e do projeto de criação da Rede Ferroviária Federal.

Retornou à vida política em 1955, ingressando no Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). Em outubro de 1958 elegeu-se deputado federal por Minas Gerais.

Nomeado pelo presidente Jânio Quadros embaixador do Brasil na ONU em 22 de agosto de 1961, não chegou a assumir o cargo em virtude da renúncia de Jânio Quadros, três dias depois. Esse fato provocou uma grave crise política, pois os ministros militares vetaram a posse do vice-presidente João Goulart na presidência. Foi então apresentada uma emenda constitucional instituindo o regime parlamentarista de governo. João Goulart assumiu a presidência em 7 de setembro de 1961, indicando Tancredo Neves, do Partido Social Democrático (PSD) como primeiro-ministro. San Tiago Dantas foi escolhido para a pasta das Relações Exteriores.

San Tiago Dantas e João Goulart (Reprodução AE)
Seguidor da chamada "politica externa independente", iniciada no governo Jânio Quadros, San Tiago Dantas promoveu o reatamento das relações com a União Soviética, e na reunião de chanceleres dos paises americanos, realizada em janeiro de 1962, em Punta del Este, discordou da posição dos Estados Unidos, que pretendia expulsar Cuba da Organização dos Estados Americanos.

Em março, chefiou a delegação brasileira enviada a Genebra para participar da Conferência de Desarmamento, onde o Brasil se definiu como "potência não-alinhada".

Deixou o ministério em junho, para poder disputar um novo mandato na Câmara dos Deputados. Ainda em junho, Tancredo Neves renunciou. Para substituí-lo, João Goulart encaminhou ao Congresso Nacional o nome de San Tiago Dantas, que era apoiado pelos setores nacionalistas e de esquerda do parlamento e pelos sindicatos. Contudo, as forças conservadoras vetaram sua indicação. Em outubro de 1962, foi reeleito deputado federal.

Em janeiro de 1963, uma consulta popular determinou por larga margem de votos o retorno ao regime presidencialista. O presidente formou então um novo ministerio e San Tiago Dantas assumiu a pasta da Fazenda, comprometendo-se com um programa de austeridade econômica baseado no Plano Trienal de Desenvolvimento Econômico e Social, de autoria de Celso Furtado, ministro extraordinário para o Planejamento.

O plano previa a retomada de um índice de crescimento econômico em torno de 7% ao ano, e a redução da taxa de inflação, que em 1962 chegara a 52%, para 10% em 1965. Logo após sua posse no ministério, San Tiago Dantas tomou medidas voltadas para a estabilização da moeda e aboliu os subsídios para as importações de trigo e de petróleo a fim de aliviar a situação do balanço de pagamentos, conforme exigência do Fundo Monetário Internacional. Em março, viajou para os Estados Unidos, com o objetivo de discutir a ajuda norte-americana ao Brasil e a renegociação da dívida externa.

Em meio à crescente polarização entre conservadores e reformistas, San Tiago Dantas fez um pronunciamento pela televisão em abril, apontando a existência de duas esquerdas: a positiva, onde ele mesmo se inseria; e a negativa, onde incluia a ala esquerda do PTB. Diante das dificuldades encontradas na aplicação do Plano Trienal, em junho João Goulart mudou mais uma vez seu ministério. Celso Furtado deixou a pasta do Planejamento e San Tiago Dantas a da Fazenda.

Quando San Tiago Dantas reassumiu seu mandato, setores militares, políticos e empresariais já se organizavam em torno da deposição de João Goulart. A pedido do presidente, ele começou a articular as correntes políticas próximas do governo com o objetivo de evitar a sua derrubada. Em janeiro de 1964, concluiu a elaboração de um programa mínimo voltado para a formação de um governo de frente única, que incluiria desde o PSD até o Partido Comunista Brasileiro. Entretanto, o PSD e a Frente de Mobilização Popular (FMP), liderada por Leonel Brizola, manifestaram-se contra. A FMP acusava João Goulart de conciliar com grupos contrários às reformas de base e só passou apoiar a formação da frente única quando o golpe militar era iminente. Deflagrado em 31 de março de 1964, o movimento foi vitorioso, levando o general Humberto Castelo Branco ao poder.

San Tiago Dantas faleceu no Rio de Janeiro em 6 de setembro de 1964 vítima de um Câncer no Pulmão.

Era casado com Edméia Carvalho Brandão.

Fonte: Fundação Getúlio Vargas