Paulo Renato Souza

PAULO RENATO COSTA SOUZA
(65 anos)
Economista e Político

* Porto Alegre, RS (10/09/1945)
+ São Roque, SP (25/06/2011)

Paulo Renato Souza ocupou numerosos cargos públicos e executivos no Brasil e no exterior, incluindo o de gerente de operações do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) em Washington, o de Secretário da Educação do Estado de São Paulo (1984-1986) no governo Franco Montoro e o de reitor da Universidade Estadual de Campinas (1987-1991) durante o governo de Orestes Quércia.

Durante os anos 1970 serviu à Organização Internacional do Trabalho (OIT) como diretor-associado do Programa Regional do Emprego Para a América Latina e o Caribe, e outras agências da Organização das Nações Unidas. Como funcionário da Organização Internacional do Trabalho, Paulo Renato tinha passaporte diplomático. Assim ajudou a livrar várias pessoas da prisão e da violência política no Chile - inclusive seu amigo José Serra -, após o golpe de estado no Chile em 1973.

"Nos três dias que se seguiram ao golpe, 17 pessoas ficaram escondidas em minha casa, que tinha uns 100 m² de área no máximo, enquanto mantínhamos contato com várias embaixadas em busca de asilo político. Meu passaporte diplomático da Organização Internacional do Trabalho era a salvação. Mas quase acabei preso", recordava.

Formado em Economia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, obteve o seu mestrado na Universidade do Chile e o doutorado na Universidade Estadual de Campinas, na qual também tornou-se professor-titular de Economia.

Foi um dos fundadores do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) em 1988, e foi o ministro da Educação durante o governo Fernando Henrique Cardoso de 1 de janeiro de 1995 a 31 de dezembro de 2002.

Dentre as suas maiores realizações à frente do ministério da Educação, estão a universalização do acesso no Ensino Fundamental, o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) e o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (SAEB). Por outro lado, durante o tempo que este estava em ofício, a educação federal encarou uma enorme escassez de recursos, a qual resultou em uma greve com a participação de todas as instituições educacionais federais em todo Brasil, começando nos meados de 2001 e terminando no primeiro trimestre de 2002.

Em 2006 foi eleito deputado federal pelo PSDB paulista. No dia 27 de março de 2009 licenciou-se do mandato de deputado federal para assumir a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo no governo José Serra (PSDB), substituindo Maria Helena Guimarães de Castro.

Em 16 de dezembro de 2010, pediu demissão do cargo de Secretário da Educação de São Paulo. Havia a expectativa de que permaneceria no cargo, mas, diante da demora de o governador eleito Geraldo Alckmin definir o nome do secretário da pasta, Paulo Renato concluiu que seria substituído. Em seu lugar, assumiu o secretário-adjunto Paulo Renato Fernando Padula, que permaneceu apenas 2 semanas no cargo, até Geraldo Alckmin ser empossado como governador do Estado e nomear o novo Secretário da Educação, Herman Voorwald.

Paulo Renato também fez parte do Conselho Consultivo da Fundação Santillana, uma instituição espanhola com atuação também na América Latina.

Entre 2002 e 2009, Paulo Renato foi casado com a economista carioca Carla Grasso, ex-secretária da Previdência Complementar no governo Fernando Henrique Cardoso, e posteriormente diretora da Vale S.A., entre em 1997, logo após a privatização da empresa, até abril de 2011. 


Morte

Paulo Renato faleceu após sofrer um infarto, enquanto dançava com uma amiga, durante o feriado de Corpus Christi, em um resort na cidade de São Roque, no interior de São Paulo. Desmaiou e foi levado às pressas ao Hospital Unimed no Bairro de Lourdes, em São Roque, mas, quando lá chegou, já estava morto.

Paulo Renato deixou um filho, Renato, e duas filhas, Maria Tereza e Maria Luísa, do seu primeiro casamento, com a gaúcha Giovanna Xavier Souza, sua companheira por 32 anos.

Fonte: Wikipédia

Rogério Marinho

ROGÉRIO PISANI MARINHO
(92 anos)
Advogado, Jornalista e Empresário

* Rio de Janeiro, RJ (15/05/1919)
+ Rio de Janeiro, RJ (25/07/2011)

Rogério Pisani Marinho foi um advogado, jornalista e empresário brasileiro. Era irmão do empresário Roberto Marinho e filho mais novo de Irineu Marinho.

Rogério Marinho nasceu em 15 de maio de 1919, na Rua do Riachuelo, no Rio de Janeiro. Filho caçula de Irineu Marinho e Francisca Pisani de Barros, Rogério Marinho tinha apenas 6 anos quando o pai morreu. Na infância, morou na Rua Senador Vergueiro, em uma casa com ampla vista da cidade. Depois, por 22 anos, na Rua Haddock Lobo, na Tijuca. 

Começou a estudar aos 6 anos, no Instituto La-Fayette, na Tijuca, indo depois para o Colégio São Bento, onde fez o curso de admissão e o ginasial. Optou por fazer faculdade de Direito, segundo conta, apenas para ter um diploma, tendo sido "um péssimo aluno com ótimos professores". O primeiro ano do curso de Direito foi feito no Colégio Universitário e o segundo na Faculdade de Direito. Formou-se em 1943, mas nunca exerceu a advocacia.

Rogério Marinho começou a trabalhar em O Globo em 1938, quando o jornal já era dirigido por seu irmão Roberto Marinho, 15 anos mais velho, e no qual já trabalhava, desde 1933, seu outro irmão, Ricardo. Suas primeiras funções no jornal foram na seção de esportes, onde trabalhou sob orientação de Mário Filho. Logo passou a integrar a equipe de Alves Pinheiro, na qual fazia todo tipo de tarefa, da apuração de reportagens à tradução de telegramas. Ainda em 1938, teve a ideia de utilizar o "bonequinho" nas críticas de cinema, criando a seção "Bonequinho Viu", até hoje publicada no jornal.

Em 1940, passou a trabalhar como redator, atuando também nas mais diversas áreas: além de reportagens variadas, fez críticas de cinema, de ópera e teve uma coluna esportiva assinada por pseudônimo. Uma de suas primeiras entrevistas foi feita com Ary Barroso, que retornava dos Estados Unidos. Entre os profissionais com quem trabalhou à época, estavam José Lins do Rego, Thiago de Mello e Pinheiro Lemos.

Entre julho de 1944 e maio de 1945, dirigiu com Pedro Motta Lima o tabloide O Globo Expedicionário, destinado a elevar o moral dos pracinhas e a prestar serviços como troca de mensagens e publicação de cartas. Segundo Rogério Marinho, havia a preocupação editorial de buscar matérias que fossem de interesse dos soldados. Alguns números do Globo Expedicionário foram publicados após o término da 2ª Guerra Mundial.


Em 1952, foi designado por seu irmão para assumir o cargo de diretor substituto, passando mais tarde a vice-presidente do jornal. 

Quando Rogério Marinho ingressou em O Globo, o jornal era ainda um vespertino. Uma das "missões" confiadas a Rogério Marinho por seu irmão Roberto Marinho foi a de agilizar a saída do jornal, de forma a torná-lo o vespertino que primeiro chegasse ao público, fazendo frente a outros jornais, como Última Hora e Diário da Noite. Para isso, Rogério Marinho chegava ao jornal entre 3:30hs e 3:45hs, revisava todos os originais, ampliava ou condensava assuntos e, quando necessário, fazia alterações editoriais de última hora. Por volta de 1954, seus esforços conseguiram fazer com que O Globo passasse a chegar às ruas entre 7:00hs e 8:00hs.

Rogério Marinho teve a ecologia como uma de suas preocupações constantes. Foi membro do Conselho Deliberativo da Fundação Brasileira pela Conservação da Natureza entre 1975 e 1987, vice-presidente do Conselho de Curadores da Fundação Rio Congressos e Eventos - Rio Convention Bureau, entre 1984 e 1989, e membro do Conselho Nacional do Meio Ambiente a partir de 1986, quando foi designado pelo então presidente José Sarney.

Também participou como membro do Conselho Superior da Associação Comercial do Rio de Janeiro, do Conselho da Associação dos Amigos do Museu Imperial e do Conselho do Museu Nacional de Belas Artes. Foi agraciado com as seguintes medalhas: Ordem Mérito Naval, Ordem ao Mérito Santos Dumont e Grande Oficial da Ordem do Mérito Brasília.

Rogério Marinho casou-se, em 1948, com Elizabeth Pessoa Cavalcanti de Albuquerque, filha do marechal José Pessoa Cavalcanti de Albuquerque, idealizador da Academia Militar das Agulhas Negras. Os dois tiveram uma filha, Ana Luisa Pessoa Marinho, também jornalista, que lhe deu 2 netos, Eduardo Marinho Christoph e Bruno Marinho de Mello.


Morte

Rogério Pisani Marinho, faleceu às 06:48hs do dia 25/07/2011, segunda-feira, aos 92 anos, no Hospital Samaritano, em Botafogo, vítima de Insuficiência Respiratória AgudaRogério Marinho estava internado desde a última quarta-feira, 20/07/2011. O velório aconteceu no Cemitério São João Batista, a partir das 14:30hs, na capela 1, na Rua Real Grandeza, em Botafogo. 

Autran Dourado

WALDOMIRO FREITAS AUTRAN DOURADO
(86 anos)
Escritor

* Patos de Minas, MG (18/01/1926)
+ Rio de Janeiro, RJ (30/09/2012)

Waldomiro Freitas Autran Dourado, mais conhecido como Autran Dourado, foi um escritor brasileiro.

Filho de um juiz, passou sua infância em Monte Santo de Minas e São Sebastião do Paraíso, no estado natal, Minas Gerais. Aos 17 anos foi para Belo Horizonte, onde cursou direito, enquanto trabalhava como taquígrafo e jornalista.

Formou-se em 1949. Sua segunda obra publicada, "Sombra E Exílio", de 1950, ganhou o Prêmio Mário Sette do Jornal de Letras. Mudou-se em 1954 para o Rio de Janeiro, onde morou até sua morte, em 2012.

Foi secretário de imprensa da República, de 1958 a 1961, no governo Juscelino Kubitschek. Sua primeira obra a ser traduzida para outro idioma foi "A Barca Dos Homens", que havia sido considerado o melhor livro de 1961 pela União Brasileira de Escritores.

Diversas narrativas se passam na cidade imaginária de Duas Pontes, a maioria narradas pelo personagem João da Fonseca Ribeiro, formando um conjunto em que as gerações da família Honório Cota se sucedem, transitando entre os séculos do apogeu da mineração ouro até os dias de hoje. Outras estão ambientadas em cidades reais da Minas Gerais atual e de outras épocas. Uma exceção é "A Barca Dos Homens", ambientada numa ilha do sul do Brasil. Uma espécie de Comédia Humana que mostra a decadência das classes abastadas desde o século XVII.

Também publicou ensaios sobre teoria literária, onde expôs seu processo pessoal de produção, traço praticamente único entre os grandes escritores. Autran Dourado também já deixou um livro de memórias, "Gaiola Aberta", onde abordou seu trabalho no governo de Juscelino Kubitschek.

Ganhou vários prêmios literários, entre eles o Prémio Camões, em 2000. Seu romance mais célebre é "Ópera Dos Mortos", incluída na seleção de obras representativas da literatura universal, feita pela Unesco. Sua obra predileta é a novela "Uma Vida Em Segredo", adaptada posteriormente para o cinema. Outras obras importantes são "A Barca Dos Homens", "O Risco Do Bordado", "Os Sinos Da Agonia" e "As Imaginações Pecaminosas".


Estilo e Influências

Em suas obras, focaliza a vida no interior de Minas Gerais e utiliza amplamente expressões locais, mas explora não temáticas regionalistas, e sim os aspectos psicológicos da vida humana: a morte, a solidão, a incompreensão do outro, a loucura, o crime. Esses traços demonstram tanto a origem mineira do autor quanto a influência de James Joyce, Stendhal e Goethe. Além disso, frequentemente revela-se também influenciado pelo Barroco mineiro e espanhol, usando uma linguagem obsessivamente trabalhada e trazendo personagens que são arrastados por forças superiores rumo à destruição. O pensamento de filósofos como Platão, Aristóteles, Nietzsche e Schopenhauer também se manifesta nas obras de Autran Dourado.

Em entrevista, Autran Dourado certa vez declarou:

"Meus personagens se parecem muito comigo. Eu os conheço muito bem e sofro a angústia que eles sofrem. Não tenho nenhum prazer em escrever. Depois de pronta a obra, aí me dá uma certa satisfação, mas a mesma que dá quando se descarrega dos ombros um fardo pesado. [...] (Escrever é) também uma fatalidade. Você é destinado à literatura, e não a literatura a você. "

Autran Dourado aponta Godofredo Rangel, que conheceu quando tinha apenas 17 anos, como uma influência decisiva em sua carreira. Este escritor, após ler seu primeiro livro de contos, aconselhou-o a não publicá-lo e estudar um pouco mais os grandes mestres. Assim, Autran Dourado estréia somente quatro anos depois, com uma nova obra: "A Teia".

Outras características notáveis do texto de Autran Dourado são o emprego da metalinguagem, da sutil repetição das idéias e dos eventos importantes, da alternância de pessoa no discurso do narrador, da busca pela palavra exata (le mot juste, como apregoava Gustave Flaubert), do emprego de estruturas e conceitos herdados da Grécia clássica (Homero, Hesíodo, Ésquilo, Sófocles e Eurípedes), da alternância de tempos verbais num mesmo parágrafo, da preocupação com detalhes estruturais como, por exemplo, o tamanho dos capítulos, e do uso de técnicas literárias como o monólogo interior, o fluxo de consciência e a narrativa em blocos. Também empregava costumeiramente técnicas gerais da literatura modernista, como os flashbacks e os flashforwards.

Segundo Autran Dourado, em "Breve Manual De Estilo E Romance", o escritor deve trabalhar como um artesão, buscar a simplicidade de forma que a leitura seja fácil e fluida, sem preocupar-se com a crítica ou com a vendagem de seus livros, além de ler, pelo menos uma vez ao ano, algum dos clássicos de Machado de Assis. Antes de escrever alguma coisa, a leitura de um poema:

"Ser simples é mais difícil das tarefas [...] Não pense em venda, vender livros é função de editores e livreiros, não sua [...] Todos os dias, antes de começar a escrever, lia um poema de qualquer grande poeta da minha língua. Em geral Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade, Mário de Andrade, Murilo Mendes e João Cabral de Melo Neto que são os meus poetas preferidos."

Em "O Meu Mestre Imaginário" e em "Um Artista Aprendiz", destacam-se os ensinamentos de Flaubert: a flexibilidade da regra gramatical, a importância de estruturar-se o romance antes de começá-lo, e a necessidade de presença do autor, invisível como Deus, na sua obra.


Morte

O escritor mineiro Autran Dourado, morreu aos 86 anos, por volta das 7:30 hs de domingo 30/09/2012, em sua casa, em Botafogo, zona sul do Rio de Janeiro.

Autran Dourado havia ficado internado por cerca de cinco meses no Hospital São Lucas, em Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro, para tratamento de problemas respiratórios, segundo a família. Teve alta há dois meses e, desde então, estava em casa. 

Segundo familiares, ele sofria de problemas respiratórios crônicos e teve uma hemorragia estomacal pela manhã.

O corpo do escritor foi velado em capela do Cemitério São João Batista, também em Botafogo, e enterrado no local pouco depois das 16:00 hs.

Autran Dourado deixou a mulher, Lúcia Campos, com quem foi casado por mais de 60 anos, quatro filhos, dez netos e dois bisnetos.


Romances

  • 1947 - A Teia
  • 1950 - Sombra E Exílio (Prêmio Mário Sette)
  • 1952 - Tempo De Amar (Prêmio Cidade de Belo Horizonte)
  • 1961 - A Barca Dos Homens (Prêmio Fernando Chinaglia)
  • 1964 - Uma Vida Em Segredo
  • 1967 - Ópera Dos Mortos (Listado na Coleção de Obras Representativas da UNESCO)
  • 1970 - O Risco Do Bordado (Prêmio Pen-Club do Brasil)
  • 1974 - Os Sinos Da Agonia (Prêmio Paula Britto)
  • 1976 - Novelário De Donga Novaes
  • 1978 - Armas & Corações
  • 1981 - As Imaginações Pecaminosas (Prêmio Goethe de Literatura do Brasil e Prêmio Jabuti)
  • 1984 - A Serviço Del-Rei
  • 1985 - Lucas Procópio
  • 1992 - Um Cavalheiro De Antigamente
  • 1994 - Ópera Dos Fantoches
  • 1997 - Confissões De Narciso
  • 2003 - Monte Da Alegria

Ensaios

  • 1957 - A Glória Do Oficio. Nove Histórias Em Grupo De Três
  • 1973 - Uma Poética De Romance
  • 1976 - Uma Poética De Romance: Matéria De Carpintaria
  • 1982 - O Meu Mestre Imaginário
  • 2000 - Um Artista Aprendiz
  • 2003 - Breve Manual De Estilo E Romance

Histórias Curtas

  • 1955 - Três Histórias Na Praia
  • 1957 - Nove Histórias Em Grupos De Três (Prêmio Artur Azevedo)
  • 1978 - Solidão Solitude
  • 1980 - Novelas De Aprendizado
  • 1987 - Violetas E Caracóis
  • 2001 - Melhores Contos
  • 2006 - O Senhor Das Horas

Memórias

  • 2000 - Gaiola Aberta

Artigos

  • 1985 - Símbolo Literário E Símbolo Psicológico: O Mito Ordenador (Revista do Brasil, 4 126-129)

Principais Prêmios Literários

  • 1981 - Prêmio Goethe de Literatura do Brasil (Não confundir com o Prêmio Goethe alemão)
  • 1982 - Prêmio Jabuti (Categoria Contos/crônicas/novelas)
  • 2000 - Prémio Camões
  • 2008 - Prêmio Machado de Assis

Fonte: Wikipédia
Indicação: Marta Dourado